O incidente ocorrido em 19 de maio de 1986, que tanta repercussão gerou na Comunidade Ufológica Brasileira e Mundial, em que cerca de 21 UFOs invadiram os céus brasileiros, agora tem mais um envolvido decidido a esclarecer o caso. Trata-se do instrutor de vôo Douglas Avedikian, que trabalhou durante 13 anos na Força Aérea Brasileira (FAB), desempenhando a função de controlador de tráfego aéreo em vários órgãos operacionais do país. Hoje ele é consultor aeronáutico, possuindo quatro publicações técnicas que abordam as áreas da rota aérea nacional e internacional.
Douglas era um dos controladores de vôo do Cindacta I que operavam naquela noite, e nos conta que o primeiro avistamento aconteceu quase ao final de seu turno diário, entre 20:15 e 20:30 h, em Brasília. De repente um avião Bandeirante da TAM, que fazia a rota Londrina-São Paulo, com comunicação na freqüência 126,4, junto das freqüências 127,5 e 123,7, acionou o controle, perguntando: “Centro Brasília, tem algum tráfego essencial?” Ou seja, na contramão ou muito próximo. A resposta foi negativa, e os operadores disseram que estava tudo “ok”.
Novamente o piloto do Bandeirante: “Mas estou vendo um tráfego se aproximando pela minha direita, na posição 02:00 h e em rota de colisão!” E Douglas repetiu não haver nada de anormal, mesmo após o ‘tratamento’ da imagem. Logo em seguida, o mesmo aviador disse, já em pânico: “Mas está se aproximando e está passando na minha frente. São várias luzes que giram muito rápido. Passaram e já sumiram”. Então foi a vez do comandante de uma aeronave da Transbrasil, que fazia a rota Guarulhos-Brasília e sobrevoava próximo a Araxá (MG), na mesma freqüência agrupada, contatar a torre dizendo ter avistado as mesmas luzes. Informou também que elas estavam passando bem próximas, na posição 03:00 h, seguindo para Brasília.
E não demorou muito para que os telefones do Cindacta I começassem a ser acionados pelas torres de sua jurisdição. O primeiro a ser atendido foi o do controlador da torre de Pirassununga (SP). Ele perguntou se era possível para os controladores verem “uma movimentação diferente” em cima da cidade. “Depois foi a torre de Ribeirão Preto que quis saber se nós estávamos vendo uma espécie de clarão muito grande, e mais uma vez a resposta foi negativa”, lembra Douglas, acrescentando que, após esses contatos, tentou de todas as maneiras filtrar as imagens, mas novamente não conseguiu detectar nada de anormal na tela do radar.
Atitudes louváveis – Por último, a torre de São José dos Campos ligou para Douglas e fez as mesmas perguntas. O controlador ressalta que o avião Xingu do senhor Osires Silva, que estava para aterrissar naquele instante, arremeteu e saiu à caça dos objetos não identificados. Diante de tal situação, Douglas resolveu acionar o supervisor do Centro de Controle, que por sua vez contatou a Defesa Aérea. Esta tentou por algum tempo segui-los, sem muito sucesso, pois não conseguiu qualquer informação sobre as luzes que voavam a velocidades assustadoras.
Em relação a esses acontecimentos, louvamos mais uma vez as atitudes do ministro brigadeiro Octávio Moreira Lima e dos oficiais que participaram daquela operação. É evidente que todos demonstraram muita coragem e interesse em transmitir os fatos, com transparência e seriedade. Entretanto, é uma pena não podermos dizer o mesmo de seus superiores – que mais uma vez subestimaram nossa inteligência, transferindo aos ufólogos a responsabilidade de tentar elucidar e informar as causas e os efeitos dessas “invasões”, pois a tal comissão de investigação nomeada após as ocorrências nunca publicou sequer uma nota oficial a respeito.
Acreditamos que o reconhecimento e a compreensão do Fenômeno UFO somente nos trarão maiores esperanças em todas as áreas do conhecimento humano, e não pânico, como afirmam nossos governantes. Basta analisarmos a quantidade de tempo que vimos convivendo com esses fenômenos. E até agora não encontramos motivos que pusessem em risco o planeta, a não ser em filmes de ficção. Lembrando o que um dos oficiais que seguiram os objetos afirmou nas entrelinhas, “…parece que conseguimos segui-los até o momento em que eles quiseram, depois sumiram rapidamente…”