
A notícia de que o governo dos Estados Unidos, por meio de um programa embutido entre muitos outros do Departamento de Defesa, estava gastando parte de seu orçamento para estudar UFOs veio a público no final do ano passado e a notícia foi excepcionalmente polêmica. A iniciativa em questão foi batizada de Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (AATIP). Sua missão era reunir e analisar informações sobre encontros entre militares e aquilo que chamamos de Fenômeno Aéreo Não Identificado (FANI), e a maioria chama de UFOs.
Quando o jornal The New York Times fez uma matéria a respeito, no final de 2017 [Veja edição UFO 255, agora disponível na íntegra em www.ufo.com.br], o programa já estava oficialmente concluído havia cinco anos, porém esse encerramento era de fachada, não real. O AATIP permaneceu ativo e funcionando normalmente, sendo que a única coisa que mudou foi sua forma de financiamento. Até 2012, o dinheiro para mantê-lo vinha do orçamento da Defesa e, portanto, dos contribuintes. Depois disso, outras formas de financiamento foram desenvolvidas, de modo que os estudos continuassem.
É importante salientar que o governo passou parte da pesquisa para a iniciativa privada, algo que não é raro de ocorrer — há vários contratos do Departamento de Defesa com empresas e corporações privadas, e isso é feito, entre outras razões, porque sai mais econômico para o país utilizar as instalações de terceiros do que construir todas as de que precisaria para desenvolver seus estudos. No caso específico do AATIP, a empresa contratada foi a Bigelow Aerospace, escolhida por já desenvolver projetos conjuntos com a Agência Espacial Norte-Americana (NASA). A Bigelow desenvolveu e providenciou todo tipo de espaço e equipamentos de que precisávamos para continuarmos nossas pesquisas, além de podermos contar com o auxílio de diversos de seus cientistas.
Esforço coletivo
Na mesma época em que saiu a matéria do The Times, o Departamento de Defesa liberou dois vídeos feitos por pilotos militares, em ocasiões diferentes, mostrando objetos voadores que em nosso entender se caracterizam como FANIs ou UFOs. Essas filmagens não são as únicas que existem, há muitas outras, é claro, mas como apenas essas duas foram liberadas, vamos nos ater a elas. A esta altura a maioria das pessoas já deve ter assistido aos vídeos, que rodaram o mundo. Não há explicação terrestre para os artefatos mostrados nas filmagens. Nada do que os Estados Unidos ou qualquer outra nação tecnologicamente desenvolvida possua em seu inventário se aproxima daquilo que vemos nas imagens. E, creiam-me, eu saberia se houvesse, pois, afinal, minha função principal era saber essas coisas, já que eu era o diretor do AATIP.
Enquanto estava no governo, não podia expressar determinadas opiniões, mas agora, fora dele, me sinto mais livre para fazê-lo — e também para divulgar aquilo que descobrimos e aquilo de que suspeitamos em relação a esses misteriosos e desafiadores objetos e a física envolvida em sua tecnologia, que os permite fazer o que fazem. E, justamente para falar sobre isso, venho fazendo palestras em diversos locais, porque é importante que as pessoas saibam o que está acontecendo. Assim, fiquei muito feliz ao receber o convite do editor da Revista UFO A. J. Gevaerd para participar do XXIII Congresso Brasileiro de Ufologia, uma oportunidade maravilhosa para informar a todos sobre nossos conhecimentos e progressos. Mas, infelizmente, devido a um conflito de agenda, não pude comparecer. Este texto, que fiz especialmente para a UFO, traz as informações que eu passaria pessoalmente, se tivesse estado no evento.
E antes de começar a desenvolver o assunto, preciso dizer que sou muito agradecido a todos aqueles que organizaram e a todos os que compareceram ao Congresso, em especial ao editor da UFO por seus esforços para manter esses encontros acontecendo. É muito importante que troquemos conhecimentos, porque este é um esforço e um estudo coletivo. Não podemos fazer isso sozinhos. Todos precisam fazer sua parte. Penso que esse estudo talvez seja um dos empreendimentos mais importantes do século, a nossa tentativa de desvendar esse enigma, o mistério desses fenômenos inexplicáveis que chamamos de UFOs.
Somos os únicos?
Eu gostaria de iniciar esta conversa fazendo a você, leitor, uma pergunta simples, e lhe peço que pare por um momento e pense seriamente a respeito dela antes de responder. E ela é: o que significa ser humano? Seria o fato de sermos feitos de carne e osso? De termos um corpo? Bem, isso não é tão raro, uma vez que temos isso em comum com vários outros seres vivos neste planeta. Talvez seja porque podemos pensar por nós mesmos, certo? Também não, pois, caso você não saiba, há alguns invertebrados que podem fazer isso. E não é tão incomum quanto se imagina — eu também me surpreendi quando descobri isso. Talvez seja porque andamos sobre duas pernas, somos bípedes e isso que nos destaca de todos os demais seres. Mas saiba que essa é uma característica que compartilhamos com um simples avestruz. Então, também podemos riscar esta opção.
Uma das unidades da Bigelow Aerospace contratada pelo Pentágono, nos arredores de Las Vegas
Fonte: BIGELOW AEROSPACE
Na verdade, eu acho que ser humano é algo que se define nas características mais intrínsecas que temos, que é a forma como podermos sentir e entender as coisas de modo natural. Mesmo assim, é uma das coisas mais difíceis de descrevermos. Talvez seja essa característica, que é própria dos humanos, que nos destaca de todas as outras formas de vida deste planeta. Somos humanos pela maneira como sentimos e entendemos as coisas.
E agora eu lhe faço outra pergunta: e se a espécie humana não for singular, mas existirem outras “espécies humanas”, no plural? Será que nós, como sociedade, estamos prontos para dialogar sobre isso? Talvez as coisas que mais nos definem como seres humanos — como as emoções, o amor e a empatia — não sejam necessariamente características apenas nossas, mas existem por todo o universo. Talvez outros seres sintam o mesmo que nós. E pode ser que a definição de ser humano não seja a de se possuir dois braços, duas pernas e ter esta aparência, ou de se ter um corpo, com cabelos ou sem, mas seja algo muito mais profundo do que isso. Talvez essas características não sejam únicas a nós. E, por isso, ao longo da última década, dediquei boa parte do meu tempo pesquisando o assunto, juntamente com outras pessoas de enorme talento dentro do governo dos Estados Unidos.
O começo da pesquisa
Nossos estudos e pesquisas foram motivados pelas descobertas feitas pelo AATIP. Foram os vídeos e dados recolhidos pelo programa que nos fizeram olhar para os UFOs de outra forma — e o que descobrimos durante esse período foi extraordinário em minha opinião e na opinião de meus colegas. Quando iniciamos nossa jornada, não sabíamos muita coisa sobre o Fenômeno UFO e tentamos nos manter restritos às ferramentas e capacidades disponibilizadas pelo Departamento de Defesa. Nossa abrangência era limitada por aquilo que tentávamos obter. Na verdade, bem limitada. Resumia-se a tentar descobrir o que eram e como operavam aqueles aparelhos. Às vezes, quando as pessoas me perguntam, eu brinco dizendo que antes de assumir o cargo eu nem conseguia soletrar UFO corretamente.
Na verdade, a fase inicial de nossos estudos deixou claro o quanto nós desconhecíamos sobre o assunto. Empregávamos uma abordagem ampla para o estudo do fenômeno, algo como se usar uma rede para capturar uma mosca. No entanto, com o passar do tempo, conseguimos refinar nossas metodologias e aperfeiçoamos nosso empenho coletivo a ponto de sermos muito mais efetivos na tentativa de descobrir o que era tudo aquilo. Assim, começ
amos a juntar as peças do quebra-cabeças e fizemos isso criando categorias para observações que sabíamos serem únicas e não relacionadas a nada do que nós ou qualquer outro país tínhamos em nossos inventários.
Foi então que começamos a decifrar o desafio, fazendo o que qualquer criança faz quando encontra um: tentamos juntar as peças do quebra-cabeças. Todos nós fomos ensinados que devemos começar a montar estas figuras pelos cantos, porque existem apenas quatro deles, e assim conseguimos encontrar essas formas com mais facilidade. A seguir, montamos as bordas e vamos separando as partes que conseguimos encaixar. Depois, reunimos todas as cores semelhantes, porque é provável que façam parte de uma mesma cena, e assim por diante. Enfim, usamos uma metodologia bem semelhante a esse sistema em nosso programa AATIP.
O que caracteriza um UFO
Tínhamos nos objetos voadores não identificados cinco características que eram completamente diferentes de tudo o que existe em termos de artefatos aéreos terrestres, para separar as observações. Farei um resumo delas, mas é provável que o leitor já as conheça. A primeira das cinco categorias é a aceleração repentina e instantânea dos UFOs, algo comum na descrição dos avistamentos, quando os objetos param e aceleram de forma instantânea, muitas vezes desaparecendo em segundos. A segunda é a velocidade hipersônica — note que não é velocidade supersônica, porque isso nós conseguimos fazer, e sim hipersônica, algo extremamente maior.
A primeira das cinco categorias dos UFOs é sua aceleração repentina e instantânea, algo comum na descrição dos avistamentos, quando os objetos não identificados param e aceleram de forma instantânea, muitas vezes desaparecendo em segundos
A terceira categoria de classificação é baixa visibilidade, ou seja, muitas vezes os artefatos são difíceis de se ver e de registrar no radar. A quarta categoria é o que chamamos de viagem transmeio, que é a possibilidade de um objeto se movimentar sem esforço na atmosfera, em órbitas altas e baixas, e, acreditem ou não, até mesmo na água. A quinta e última categoria é a capacidade de sustentação positiva, ou antigravidade. Quando começamos a abordar a questão dos UFOs dessa forma, reunindo informações, as coisas começaram a fazer sentido. Então, pela primeira vez, especialmente nos últimos anos, hoje temos fórmulas matemáticas e uma modelagem científica para explicar essas características ou comportamentos, além, é claro, de observações, dados eletro-ópticos e outros, tudo convergindo no mesmo sentido.
Lidando com o preconceito
Originalmente, como já disse, nosso objetivo era descobrir o que eram esses objetos e como operavam. Infelizmente, ainda acho que não estamos tão perto de descobrir o que eles são, mas estou muito empolgado por acabamos de descobrir pelo menos como operam — e em nossa opinião o que descobrimos é muito convincente. Acho que foi feito mais nos últimos dois anos e meio nessa área do que em décadas antefruíres. Pelo menos pela perspectiva do governo norte-americano, pois não posso falar em nome do setor privado. Mas acredito que, por nossa perspectiva, a governamental, compreendemos essas coisas bem melhor agora do que há dois anos e meio. Chegamos ao ponto em que podemos até mesmo replicar a física de UFOs em laboratório.
Quando começamos esse projeto, muitos integrantes do programa estavam preocupados porque imaginavam que talvez estivéssemos lidando com algo impalpável, algum tipo de ficção científica. Mas, no final, estávamos lidando mesmo com objetos reais e com fatos científicos — e isso nos faz pensar que talvez aquilo que alguns consideram ser ciência marginal não passe de física avançada e teoria quântica aplicada. Nós percorremos um longo caminho até aqui e acredito que as notícias sejam empolgantes. Porém, e sempre há um porém, um desafio, tudo isso era algo difícil de lidar. Afinal, eram UFOs! E nós, cientistas e militares, por regra não acreditamos nessas coisas. Mas, no entanto, lá estavam elas provando serem reais. É interessante como reagimos diante de determinadas coisas… Por exemplo, quando pensamos na palavra paraquedas, o que nos vêm à mente? Lembrando que o prefixo para, em latim e grego, normalmente significa ao lado ou acima.
No caso do paraquedas, a maioria de nós pensa em um dispositivo salvador de vidas que impede alguém de atingir o chão e morrer ou de se ferir seriamente, ou seja, algo positivo. Vamos tentar com outra palavra: paramédico. O que isso significa para o leitor? Normalmente, pensamos em um socorrista, um salva-vidas, alguém que faz bem à sociedade e ajuda pessoas. Algo positivo, não é? Agora vamos tentar o mesmo raciocínio com a palavra paranormal.
É paranormal até se tornar normal
O que lhe vem à mente quando pensa sobre isso? Suspeito que alguns leitores tiveram a mesma reação que alguns de nós, dentro do programa, tivemos. Isso é bem normal, mas também é desnecessário. Porque paranormal não é diferente de paramédico, paraquedas ou de tudo o que tiver o prefixo para. E há razão de as pessoas reagirem do modo como reagem diante do paranormal, ficando acanhadas, dando um sorrisinho ou erguendo uma sobrancelha — fazem isso por causa do estigma e do condicionamento social.
Precisamos lutar contra isso, porque, sendo muito sincero, por definição, tudo neste universo é considerado paranormal até se tornar normal. O que baliza esses conceitos e justamente o conhecimento, o estudo, a pesquisa, e isso precisa ser feito de forma isenta, sem disfarçar resultados nem tentar fazer com que a pesquisa aponte para aquilo que queremos que ela aponte. Chamamos de paranormal tudo aquilo que sabemos existir, mas que desconhecemos como funciona. A partir do momento em que descobrirmos como o objeto, o fenômeno ou seja o que for funciona, aquilo passará a ser considerado normal.
Para nós, hoje, utilizar um computador para uma videoconferência é algo absolutamente normal, mas há 30 ou 40 anos isso seria considerado algo paranormal, ou seja, acima e além do normal. Esse tipo de mentalidade é um dos desafios que tentamos derrubar. Temos que tirar as barreiras para podermos dialogar. Dialogar para termos colaboração entre nossos líderes, entre nossos governantes, entre nós mesmos, como países, sociedades e civilizações. Estas são algumas das coisas que precisamos combater da melhor forma possível e removermos o estigma social desses diálogos sobre esse assunto, para assim descobrirmos com o que estamos lidando.
As incertezas
Devemos ter medo, nos empolgar ou ficar apreensivos em relação à presença de UFOs entre nós? Eles são uma ameaça ou uma bênção? Não sabemos. Acho que precisamos de mais dados para termos a resposta — e a única maneira de conseguirmos isso é parando de negar que o fenômeno existe e estudá-lo de forma ampla e isenta, como fizemos dentro do programa AATIP, buscando entender o que são e como conseguem fazer o que fazem. Enfim, desde a publicação da matéria do The Times e da concomitante liberação dos vídeos pelo Departamento de Defesa, todo o tipo de teorias e desconfianças começaram a ser lançadas sobre mim, sobre o programa e sobre as razões que me levaram a me afastar do Departamento e a me juntar a uma organização privada, a To The Stars Academy of Arts and Science [Para As Estrelas Academia de Artes e Ciência]. Na verdade, a pergunta que mais me fazem é “por que você saiu do Departamento de Defesa?”
Acredito firmemente que se eu tivesse podido comparecer ao XXIII Congresso Brasileiro de Ufologia, em maio passado, em Porto Alegre, teria sido questionado sobre muitas coisas, o que é absolutamente normal, pois, afinal, esse é um assunto sério e as pessoas têm dúvidas e querem saber mais sobre ele — e o
bviamente sobre mim também, porque, afinal, fui eu quem decidiu que era hora de tornar público aquilo que sabíamos. Por isso, fiz uma seleção das cinco perguntas mais frequentes que me são feitas tanto pessoalmente quanto pela internet e vou respondê-las a seguir.
A primeira delas é que citei acima, ou seja, porque eu saí do Departamento. A resposta para isso pode não ser tão simples, mas existe um velho ditado que diz que, às vezes, se você gosta de uma organização, você deve permanecer nela. Mas noutras vezes, quando você ama uma organização, deve sair dela. E este, com certeza, foi o meu caso. Deixei o Departamento porque minha lealdade a ele, às pessoas e ao secretário de Defesa é incontestável — aquelas são algumas das pessoas mais extraordinárias com quem já tive a honra e o prazer de servir. Mas os desafios burocráticos existentes no Departamento acredito que precisam mudar. Por exemplo, não concordo com o excesso de sigilo nem com o volume de burocracia existente para que a informação circule. Acredito que o secretário de Defesa, que era meu chefe, mereça saber a verdade. Ele é um homem honrado e eu o vi servir ao seu país em situações bem difíceis. E se existe um homem capaz de mudar o sistema por dentro, também é ele, posso lhes garantir. Foi por este motivo que saí e não tem sido fácil. Na verdade, foi bem difícil. É fácil sentar-se em uma cadeira e assistir tudo de longe, no conforto. Outra coisa é colocar a mão na massa.
A verdade sobre os UFOs
A segunda pergunta que mais ouço é se acredito na existência de vida extraterrestre. E a minha resposta para isso é sim, eu acredito. Creio ser plenamente possível que exista vida fora do Sistema Solar. No passado, tive muito cuidado ao responder a essa pergunta, enquanto eu ainda estava no AATIP. Lembrem-se que o objetivo do projeto era saber o que eram e como operavam aqueles aparelhos não identificados, e evitávamos propositadamente saber sobre quem os controlava.
Muitas pessoas dizem que os UFOs vêm das Plêiades e de Alpha Centauri, mas eu não posso confirmar nada disso. Acho que precisamos de mais dados. Mas eles poderiam vir de lá? Claro que poderiam! Mas também poderiam ser de outro lugar? Com toda certeza! Em resumo, até termos mais informações, simplesmente não sabemos e poderíamos passar o dia inteiro especulando. O problema é que, quando faltam os dados, nós tendemos a preencher as lacunas com aquilo que sabemos e, muitas vezes, com aquilo que não sabemos e apenas imaginamos. E isso pode ser perigoso. Eu não sei de onde os UFOs vêm, mas acho que tudo é possível e que, a princípio, não devemos descartar nada. São interestelares? Interdimensionais? Enfim, precisamos de mais dados…
Muitas pessoas também me perguntam se eu acredito que estamos perto de descobrir como os UFOs funcionam. E aqui também resposta é sim, estamos. Estamos bem perto. Para falar a verdade, e com base em minha experiência, talvez nos faltem apenas algo em torno de 20 anos. E não se trata mais de uma pergunta teórica sobre se é possível replicarmos a tecnologia das naves. Já demonstramos a física envolvida no processo com experiências feitas com o Colisor de Hádrons, da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e em outros lugares, e sabemos com toda a certeza que parte da física por trás daquilo que vemos não apenas é possível, como replicável. Já o fizemos em um nível diminuto, é verdade, mas a pergunta não é mais se isso pode ser feito, porque já está sendo feito neste exato momento — o problema agora é uma questão de escala, de tamanho. É um desafio tecnológico, sem dúvida, como fazer para replicar e controlar o que vemos no laboratório, tornando o processo útil para nós, para nosso cotidiano, para a realidade em que vivemos agora.
O programa AATIP, apesar de todos os desafios que o cercavam, é vitorioso e essa também é uma curiosidade muito frequente. O que determinou o sucesso do programa, quando todos outros fracassaram? Sem dúvida, o diferencial está nas pessoas nele envolvidas. Sem elas não existiria organização e não teríamos nada. São as pessoas que trabalham duro todos os dias, cumprindo suas funções, a maioria sem receber qualquer crédito. E quando outros indivíduos descobrem o que elas fazem, às vezes zombam delas, apesar de haver evidências comprovando a realidade dos objetos não identificados estudados. São esses homens e mulheres muito corajosos que servem ao seu país, à sociedade e, em minha opinião, ao mundo que fazem a diferença. São verdadeiros heróis.
América Latina e os UFOs
A última pergunta diz respeito à qual seria a importância da América Latina para ajudar o mundo a entender melhor o Fenômeno UFO. Eu diria que é absolutamente crítica. Não podemos fazer esse movimento sem a América Latina, e por diversas razões, começando pela mais óbvia, que é o fato de que várias nações do continente já terem reconhecido abertamente a existência fenômeno e terem programas para estudo da fenomenologia ufológica. Eu considero tudo isso extraordinário e gostaria que os Estados Unidos fossem assim. Acho que podemos avançar muito mais em relação à questão.
Nesse sentido, algumas nações da América Latina já praticam um diálogo mútuo entre seus governos, forças armadas, grupos de Inteligência e população, e isso é vital, pois há trocas de informações e as possibilidades de pesquisa aumentam bastante. Por outro lado, a região apresenta alta incidência de casos e incidentes envolvendo UFOs. Por algum motivo, o continente, em alguns aspectos, é um hot spot do fenômeno. Não estou dizendo que outros lugares não sejam, mas a América Latina possui um longo histórico em relação ao assunto.
Também é necessário se levar em conta as evidências que vêm sendo coletadas e catalogadas por pesquisadores dos países latino-americanos, muitas delas extremamente convincentes. Eles, tanto militares como civis, têm feito um excelente trabalho na coleta de evidências e eu sinceramente espero que nos Estados Unidos, muito em breve, cheguemos a uma situação em que possamos ter uma relação com tais nações para podermos colaborar e trocar dados e experiências com elas, para assim empregarmos nossos recursos coletivamente e finalmente solucionarmos esse incrível quebra-cabeça. Há casos interessantíssimos que poderemos pesquisar juntos.
O mais importante, e que eu gostaria muito de deixar registrado aqui, é que esse é um assunto e um estudo que diz respeito a todos nós, incluindo aqueles que não acreditam no Fenômeno UFO. A razão é simples: tudo o que pudermos aprender com estes artefatos irá impactar a vida de todos nós de uma forma ou de outra. Essa é uma realidade que os humanos, como espécie, precisam enfrentar. Os UFOs existem e eles estão aqui. Agora a questão é: o que podemos aprender com eles?