O cientista britânico Stephen Hawking reconsiderou sua teoria sobre os buracos negros do espaço e agora sustenta que, em vez de não terem fundo, eles emitem radiações que permitem descobrir seu conteúdo. Basicamente, sua nova teoria questiona que os buracos negros sejam um poço sem fundo que todo mundo achava. Ele mesmo defendeu durante quase 30 anos que um buraco negro destrói tudo o que cai nele. “Resolvi o problema do paradoxo da informação nos buracos negros e quero falar disso”, dizia a nota que Hawking enviou aos organizadores da 17ª Conferência sobre Relatividade Geral e Gravidade, em Dublin, na Irlanda. O professor Curt Cutler, do Instituto Albert Einstein de Golm, na Alemanha, disse que o cientista britânico entrou com um pedido de última hora para participar do encontro. Os buracos negros são regiões no espaço onde a matéria se comprime em tal ponto que sequer a luz pode escapar do puxão de sua enorme força da gravidade. Os cientistas acreditavam até agora que nada que um buraco negro engole volta a ser visto. Já em 1976 o professor Hawking demonstrou, segundo as regras da física quântica, que, apesar tudo, os buracos negros são capazes de propagar energia. Ele calculou que, quando se formam, os mesmos começam a se evaporar, e no processo propagam energia e perdem matéria. Com essa “teoria da radiação de Hawking”, o matemático da Universidade britânica de Cambridge resolveu um dos principais enigmas da física. O enigma é conhecido como o “paradoxo da informação” e se refere ao futuro daquilo que entra em um buraco negro. Segundo sua teoria atual, a “radiação de Hawking” não contém informação alguma sobre a matéria que há dentro de um buraco negro e, uma vez que ele desaparece, essa informação sobre o que houvesse dentro também se perde. Mas isso entra em conflito com uma regra da física quântica, segundo a qual essa informação não pode se eliminar totalmente. O professor Hawking assegura que resolveu esse paradoxo sobre a informação dos buracos negros. Embora ainda não sejam conhecidos todos os detalhes de sua descoberta, a revista New Scientist adianta algumas pistas, baseadas em uma conferência dada pelo professor em Cambridge. Aparentemente, Hawking sustenta agora que os buracos negros não têm um horizonte bem definido que proteja seu conteúdo do mundo exterior. “Em essência, seus ‘novos’ buracos negros já não são aqueles que engoliam tudo, mas emitem uma radiação contínua durante um longo tempo e, finalmente, abrem-se para revelar toda a informação que contêm”.