A hipótese dos gigantes desgarrados surge como explicação para o fato de que, na maioria dos sistemas solares, os planetas gigantes têm órbitas alongadas. Se a hipótese estiver correta, órbitas como a de Júpiter seriam exceçãoA Via-Láctea pode estar cheia de planetas gigantes perdidos, expulsos de seus sistemas solares, de acordo com um novo estudo teórico que tenta explicar algumas características intrigantes de sistemas descobertos para além do nosso Sol. O trabalho foi apresentado na reunião da Sociedade astronômica dos EUA, realizada no Havaí, e divulgado pelo serviço noticioso online da revista Science, ScienceNOW.
De acordo com a análise teórica realizada pelos astrofísicos Mario Juric e Scott Tremaine, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, o número de planetas “sem-teto” pode até superar o de mundos que orbitam estrelas.
A hipótese dos gigantes desgarrados surge como uma possível explicação para o fato de que, na maioria dos sistemas solares já descobertos, os planetas gigantes têm órbitas alongadas – diferentemente dos “nossos” gigantes – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – que giram em torno do Sol em círculos quase perfeitos.
Juric e Tremaine simularam a evolução de sistemas solares recém-formados, contendo até algumas dezenas de planetas de grande massa e viram que, ao longo de dezenas de milhões de anos, sistemas em que os mundos gigantes têm órbitas caóticas e aleatórias acabam perdendo esses planetas, ejetados pela gravidade dos vizinhos. Como resultados, restam alguns poucos gigantes – todos em órbitas alongadas, como observado nos sistemas extra-solares. Todos os demais acabam desgarrados, vagando pelo espaço.
Se essa hipótese corresponder aos fatos, os planetas gigantes do sistema do Sol seriam exceções á regra geral.