O fenômeno das abduções é um dos mais interessantes e polêmicos da Ufologia. Muitos pesquisadores e interessados pelo assunto argumentam que não é lógico que seres extraterrestres cruzem o cosmos apenas para raptar humanos. Já os céticos o rotulam de “fantasia”, “histeria coletiva” e “processos psicológicos” para disfarçar experiências traumáticas sofridas, muitas vezes, durante a infância do indivíduo. Os argumentos, entretanto, não explicam como pessoas de diferentes níveis culturais e financeiros, variadas crenças religiosas e morando em distintas regiões do globo narram, quase que exatamente, a mesma coisa quando descrevem o que lhes aconteceu durante uma abdução. Também não há uma explicação convincente para o fato de que a maioria das memórias só aflora quando a pessoa se submete a uma sessão de hipnose regressiva.
Seja como for, o fenômeno pede um tratamento sério e especializado. Os hipnólogos que lidam com abduções precisam ser extremamente cuidadosos no que fazem — talvez até mais do que seus colegas que não lidam com o assunto. Abdução não é brincadeira ou motivo para risos, mas uma experiência que muda vidas e muitas vezes para pior, pelo menos até que a testemunha consiga entender o que de fato lhe aconteceu. Para nossa sorte e dos abduzidos em nosso país, temos vários especialistas neste assunto, e um deles é Mário Nogueira Rangel, hipnólogo em Ufologia, conhecido no Brasil e no mundo. Nosso entrevistado, Rangel nasceu em Tabapuã, interior de São Paulo, em 1932. Filho de um médico e de uma professora, mudou-se, ainda criança para a capital, onde frequentou excelentes escolas.
De piloto a ufólogo
Estudou direito até o quarto ano, mas não completou o curso. Trabalhou no antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), indo desde escriturário até fiscal da previdência, sendo aprovado em dois concursos. Durante seus últimos 35 anos de trabalho, fez carreira em uma multinacional até ser diretor comercial em 14 países das Américas, que visitava uma ou mais vezes por ano. Com suas viagens profissionais, conheceu mais de 70 países. Rangel integrou a Comitiva Pan-Americana de Amizade Universitária, quando excursionou durante quatro meses pela Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Uruguai, fazendo palestras, divulgando música popular brasileira e projetando filmes documentários sobre o Brasil em faculdades. Pesquisou também arqueologia, visitando os mais importantes sítios e museus daqueles países. Brevetou-se como piloto civil em Curitiba e foi diretor de aeroclube.
Naquela época Rangel também atuou como um dos apresentadores de um programa da TV Paranaense chamado Entre Nuvens e Estrelas e recebeu a condecoração Medalha Santos Dumont, da Força Aérea Brasileira (FAB). Além deste hobby e do reflorestamento, dedicou-se à hipnose, que praticou sempre gratuitamente e sem finalidade terapêutica. Em 1979, por puro acaso, deparou-se com um caso ufológico durante uma destas sessões e a seguir surgiram mais dois em rápida sucessão — o terceiro deles muito dramático, envolvendo a abdução de um casal de colegas universitários jovens em uma rodovia.
Seu interesse por hipnose começou aos 10 anos, após ler as obras Quando Eu Era Vivo e O Hipnotismo, da biblioteca de seu pai, formado em farmácia e medicina, e que tinha poderes telepáticos especiais. Posteriormente foi motivado pelo trabalho de excelentes hipnólogos, tais como Leib Leibovitch, Karl Weissmann, frei Albino Aresi, Carlos Bicalho Hungria, padres Oscar Quevedo, Edvino Friederichs e Miguel Lucas, doutor Geraldo de Paula Barros, Artêmio Longhi, Fábio Puentes e Max Berezovsky. Além de seu interesse pelas abduções alienígenas, Mário Nogueira Rangel se dedicou a outras pesquisas, como a dos chupacabras.
Autoridade no tema
O pesquisador é autor dos livros Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose [Código LIV-007 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br] e Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose II [Clube dos Autores, 2012]. Rangel é uma das maiores autoridades em abdução no Brasil, sempre disposto a repartir seus conhecimentos com novos pesquisadores e interessados. Para ele, o grande legado que os hipnólogos em Ufologia deixam “é o de eliminar a amnésia implantada em quase todos os casos pelos extraterrestres nos abduzidos e descobrir coisas incríveis, como colocação de implantes, viagens de seres humanos a outros planetas, desenhos e descrições fisionômicas de extraterrestres”. Com um conhecimento teórico e prático admirável, é taxativo ao afirmar que “há inúmeras espécies de extraterrestres fazendo abduções na Terra”. No alto de seus muitos anos de experiência, Rangel angariou muitos dados em relação aos sequestros por extraterrestres e é uma enciclopédia viva sobre o assunto. Em sua opinião, um dos motivos de estes visitantes raptarem humanos “é a produção de crianças híbridas, com características adequadas para habitarem outros planetas. Tanto terrestres homens como mulheres são utilizados com esse objetivo”.
Como o senhor começou seu estudo da hipnose regressiva?
Quando eu tinha 10 ou 12 anos, li O Hipnotismo, de Medeiros de Albuquerque, da biblioteca de meu pai. Depois fiz vários cursos, entre eles um com o major do Exército Leib Leibovich, de quem fiquei amigo e que tinha editado um trabalho ótimo sobre hipnose. Com o padre Oscar Quevedo, autor de O que é a parapsicologia [Edições Loyola, 1971], com o padre Albino Aresi, autor de Homem Total e Parapsicologia [Mens Sana, 1960], com Artêmio Longhi, autor de Comunicação Telepática na Gestação [Edição do Autor, 1976], com o padre Miguel Lucas, autor de Equilíbrio Total Através da Parapsicologia [Almed Editora e Livraria, 1981]. Li todos esses e centenas de outros. Ao envelhecer e ficar meio surdo, o que dificulta enormemente hipnotizar, doei centenas de livros e revistas sobre hipnose, parapsicologia e Ufologia para o Inter Psi, o Laboratório de Psicologia Anomalística e Processos Psicossociais da Universidade de São Paulo (USP), chefiado pelo professor Wellington Zangari, que foi também orientador e membro da mesa examinadora do psicólogo e mestre em Ufologia Leonardo Breno Martins, consultor da Revista UFO, recentemente doutor na mesma área.
Por favor, conte-nos qual e como foi a primeira vez em que o senhor se deparou com um caso de abdução alienígena durante uma hipnose.
Esse episódio está no capítulo 6 de meu livro Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose, sob o título Caso Beatriz. Uma linda ilustração a respeito foi feita pela senhora Bete Rodrigues e sua empresa, mas não foi publicada na obra. Em 23 de agosto de 1980, às 23h50, eu estava hospedado em um hotel em Curitiba, cidade na qual eu morei, quando entrou Beatriz, grávida de três meses, com 23 anos de idade, muito nervosa. Ela dizia ser fiel ao marido, mas era considerada “bruxa” por provocar fenômenos parapsicológicos. Informou, também, que já tinha sido examinada pela equipe do padre Oscar Quevedo, no Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP). Após o final do programa, hipnotizei-a com o objetivo de que dormisse bem. No dia seguinte encontrei-a casualmente e ela informou que havia dormido muito bem durante toda a noite e contou-me um evento raro ocorrido com ela cinco anos antes.
A abdução alienígena não é brincadeira ou motivo para risos, mas uma experiência que muda vidas de pessoas em todo o mundo, e muitas vezes para pior, pelo menos até que a testemunha consiga entender o que lhe aconteceu. Deve-se tratar o tema com seriedade.
O que ela lhe revelou?
Fiz uma nova hipnose e ela relatou que aos 18 anos de idade fora aprovada no vestibular em uma faculdade de Brasília e viajara para lá em companhia de um colega com sobrenome Barbosa, em um veículo da marca Karmann Ghia de propriedade do rapaz. Segundo seu relato, estavam em alta velocidade quando o motor deixou de funcionar, as luzes se apagaram e o veículo parou no meio da pista. Ambos, muito nervosos, desceram do carro e, enquanto empurravam o veículo para o acostamento, veio uma luz forte em sentido contrário. Em seguida, eles já estavam novamente dentro do automóvel, no acostamento e o dia amanhecia. Sob hipnose ela recordou que fora levada para dentro de um UFO redondo e baixo, parecendo pequeno. Lembrou-se de que chamara inutilmente por Barbosa, que não a ouvia. Ela não viu ninguém e havia uma tela como de televisão no chão da nave. Uma “força” tirou o anel de brilhante de seu dedo e o colocou sobre a tela, onde ele brilhava — depois o anel foi recolocado no seu dedo e mais tarde ela viu que o diamante tinha sido roubado. Ela não sabia de mais nada. Ao reencontrar Barbosa no carro, ele o ligou e seguiram viagem, obviamente muito assustados. Só então ela percebeu o sumiço da pedra.
Como o senhor agiu diante de tais informações?
Fiz um relatório pormenorizado deste caso e enviei para cinco ufólogos que conhecia de nome e todos responderam. Com isso, um deles, o doutor Max Berezovsky, convidou-me para várias hipnoses na então Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), que ele presidia, e a partir daí virei ufólogo. Nunca assisti o doutor Berezovsky iniciar uma sessão de hipnose — essa tarefa era minha, mas depois ele sempre participava. As enormes vantagens são que ele sempre fazia uma anamnese no interessado em hipnose ufológica e apresentou inúmeros casos. Naquela ocasião eu era executivo de uma empresa, viajava muito para o exterior e inúmeros ufólogos apresentaram casos e acompanharam as hipnoses, sempre citados em meus dois livros. Quando possível eu facilitava aos ufólogos aprenderem um pouco de hipnose.
Muitos criticam a hipnose na abdução, pois entendem que possa ocorrer uma introdução de falsas memórias durante o processo. Qual sua opinião sobre isso?
As memórias falsas podem ocorrer com e sem hipnose. Com a pessoa hipnotizada é mais fácil porque o hipnotizado gosta de agradar o hipnotizador. Certa ocasião hipnotizei um abduzido no consultório do doutor Berezovsky com a presença de várias pessoas, quando uma delas perguntou ao hipnotizado: “Na blusa do ET que você descreveu há algum emblema?” A pergunta envolve duas sugestões, a primeira que o ET usava blusa e, a segunda, que nela poderia haver o emblema. Como era de se esperar, o hipnotizado respondeu que sim. A partir daquele dia eu passei a pedir aos assistentes das hipnoses que escrevessem as perguntas e as entregassem a mim, não as dirigindo aos abduzidos. Quando continham sugestões, eu as eliminava. Essa pergunta, por exemplo, eu faria em duas etapas: “O ET está usando blusa?” Se ele respondesse que sim, eu pediria: “Peço que a descreva”. No livro Los Falsos Recuerdos [Paidós, 1997], Margarida Diges trata com propriedade desse assunto. Em minhas pesquisas sou sempre muito cuidadoso, evitando criar memórias falsas.
Qual é o caso mais interessante que o senhor pesquisou?
Vários eventos são muito interessantes. Um deles é o Caso Gonçalo, que está no capítulo 28 do meu primeiro livro, Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose [Veja box na matéria]. Ele, aos 19 anos de idade, saiu em dezembro de 1958 do Rio de Janeiro dirigindo um caminhão da marca Chevrolet. Gonçalo disse: “Às 15h30, em direção à Barbacena, logo após passar pela cidade de Santos Dumont, entre 22h30 e 23h00, a estrada ficou repentinamente muito escura. Ao transpor um viaduto, vi uma luz que voava em minha direção. O caminhão perdeu velocidade e eu o conduzi para o acostamento”. Imediatamente depois, e sem saber como, acordou embaixo do veículo. Já eram 05h00 do dia seguinte. Quando abriu a porta, vomitou no estribo e ficou com um gosto ruim na boca. O caso é impressionante e Gonçalo tinha amnésia dos fatos, o chamado missing time, e precisou ser hipnotizado.
Interessante. Como os ETs bloqueiam a memoria do abduzido?
Com uma ordem hipnótica, e os hipnólogos da Terra também podem fazer isso. No Caso Gonçalo, o rapaz poderia ficar abalado ao saber que esteve em outro planeta e lá foi humilhado por visitação pública, sob guarda armada e com a medição do tamanho de seu pé, de número 44. Por isso foi encaminhado para uma preparação psicológica gratuita por especialista, o que acabou não fazendo. Na última vez que o vi, há anos, ele ainda não sabia que esteve em outro planeta. Pelo que constatei em mais de 30 anos de pesquisas ufológicas com hipnose, os ETs são muito mais hábeis do que os hipnólogos da Terra e conseguem uma profundidade maior em seu bloqueio mental das testemunhas.
Poderia citar outros casos?
Sim. Há o ocorrido com uma testemunha de nome Irene, que está em meu segundo livro, Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose II, no capítulo 22. A moça namorou, na cidade de Praia Grande, um homem loiro e lindo com o qual foi a uma festa. Ao ser abduzida, descobriu que ele era do tipo lagarto ou reptiliano. Há desenhos de muitos desses seres no livro The Art of Close Encounters [Close Encounters Publishing, 2012], da abduzida e artista plástica norte-americana Kim Carlsberg. Bete Rodrigues, já mencionada, hoje conferencista sobre sua abdução em congressos de Ufologia, como o II Fórum Mundial de Contatados, da Revista UFO, durante muitos anos não sabia que recebeu ordem para esquecer o fato que viveu, até que a hipnotizei [Veja edição UFO 218, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Antonio Villas Boas, que praticou sexo com uma extraterrestre a bordo de um disco voador, excepcionalmente, não recebeu ordem de esquecer e ficou muito abalado, mudando completamente sua vida desde então.
Com base em tudo o que o senhor descobriu em suas sessões de hipnose, existem alienígenas de formato humano infiltrados em nosso meio?
Sim. Decidi não publicar alguns dos casos mais estranhos que pesquisei. Faço aqui uma pequena abreviação de dois deles. Certa ocasião, duas universitárias me procuraram dizendo que seus corpos eram ocasionalmente “invadidos” por extraterrestres e que um colega delas também estava “invadido” naquela época. Hipnotizei normalmente as duas e elas confirmaram a informação. A meu pedido, trouxeram o colega, que não consegui hipnotizar de maneira alguma, o que é raríssimo. Outro caso é o de um rapaz de beleza extraordinária que veio à minha residência e conversamos sobre Ufologia. Quando voltou, meses depois, era uma pessoa de fisionomia normal.
Uma pesquisa realizada pela doutora Gilda Moura mostra que informações foram gravadas no cérebro de um abduzido em umafrequênciade40 Hz. Como isso é possível? Podem-se resgatar essas memórias também por meio de hipnose?
A doutora Gilda Moura é uma experiente psicóloga, ufóloga, hipnóloga e autora, que teve o privilégio de ter hipnotizado A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO, e descoberto que ele foi abduzido. Assisti ao trabalho dela como hipnóloga no Caso Vanderlei, como descrevo no capítulo 64 de meu primeiro livro, já citado. Li os trabalhos dela e fui honrado com sua visita e a de amigos ufólogos à minha residência. O hipnólogo em Ufologia, doutor Corrado Malanga, professor de química da Universidade de Pisa, na Itália, escreveu o notável livro Alien Cicatrix, disponível no site Abducciones [Endereço: http://abducciones.es.tl], no qual informa “que há milhões de abduzidos na Itália e que todos sofreram a introdução de implante via nasal, com ruptura do osso esfenoide”. Bete Rodrigues, que após muitos anos de anonimato revelou sua abdução, também teve um implante muito dolorido no cérebro, por via nasal. Já quanto à frequência dos implantes, não sei medi-la.
Ao contrário do que os céticos pensam e afirmam, as memórias falsas podem ocorrer com e sem hipnose. Com a pessoa hipnotizada é mais fácil porque o indivíduo assim gosta de agradar o hipnotizador. Isso é relativamente comum.
Ainda em relação aos implantes, com base nos estudos que o senhor realizou, qual seria a finalidade de tais dispositivos? Todos os abduzidos os recebem?
Segundo a opinião do doutor Malanga, todos os recebem. Mas o meu trabalho com hipnose regressiva sempre foi superficial, com uma ou duas regressões, apenas com o objetivo de saber se o indivíduo pesquisado foi abduzido. Certa ocasião, o finado ufólogo Claudeir Covo [Ex-coeditor da Revista UFO] me telefonou e eu informei que naquele momento havia vários abduzidos em minha casa, na única reunião desse tipo que fiz, e ele perguntou se eu tinha bússola. Como tenho, ele sugeriu que a passasse em locais onde supusesse que tinha havido implantes nos corpos das pessoas. Minha filha Luciana, hoje advogada, colocou-a no chão, ajustou a agulha apontando o norte e o único abduzido argentino que hipnotizei na vida, que supunha ter sido implantado no pé, colocou-o suavemente sobre a bússola.
E o que aconteceu?
A agulha girou rapidamente muitas vezes, como todos vimos, e depois voltou a apontar para o norte, como se um “controle remoto” tivesse desligado a força magnética do implante que acionou a agulha — o argentino tomou um susto incrível. Em meus dois livros há inúmeros casos de implantes em diferentes partes dos corpos, principalmente na cabeça, pés e mãos. Livros do doutor Roger Leir e de Derrel Sims relacionam inúmeros casos, inclusive de implantes retirados cirurgicamente [Sobre isso, veja o livro Implantes Alienígenas, de Leir, código LIV-011 da coleção Biblioteca UFO, na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Vi vários deles, que o Sims mantinha em caixa com escaninhos. São bem pequenos. Fui cicerone desses dois pesquisadores em evento em Curitiba. Com referência à finalidade dos implantes no cérebro, uma das possibilidades é a de que cada abduzido seja transformado em um “espião”, transmitindo imagens e sons de tudo o que vê — já os implantes no corpo podem revelar as condições de saúde dos implantados.
Como está a pesquisa das abduções hoje no Brasil e no mundo?
Em meu segundo livro apresento o quadro sinótico Hipnólogos em Ufologia, no qual informo ter dados de 214 hipnólogos em Ufologia de 31 países, dos quais 47, de 10 países, escreveram livros sobre o assunto, cujos nomes conheço. Tive um enorme trabalho para coletar essas informações, provavelmente incompletas, e agradeço aos que me informarem sobre outros pesquisadores. Escrevi minibiografias de vários deles. Os Estados Unidos contam com 89 hipnólogos em Ufologia e o Brasil, em segundo lugar, com 32. É muito pouco. Seria importante haver incentivos para novos hipnólogos na área. Recebi muitas vezes mensagens de pessoas que suspeitavam terem sido abduzidas, residentes em estados distantes e que não se dispunham a vir a São Paulo para as hipnoses, como Janete, que cito no segundo livro.
Recentemente perdemos expoentes da pesquisa das abduções, como Budd Hopkins, John Mack e Roger Leir, que o senhor acaba de citar. Qual foi o legado que nos deixaram?
Penso que o grande legado que deixamos enquanto hipnólogos em Ufologia é o de eliminar a amnésia implantada pelos extraterrestres e descobrir coisas incríveis, como a colocação de implantes, as viagens de abduzidos a outros planetas, desenhos e descrições fisionômicas de ETs, as interferências dos alienígenas para que pessoas não abduzidas vejam coisas diferentes das existentes, como lindos rostos em seres feios etc. Além disso, é fascinante descobrir cirurgias altamente benéficas a humanos, como no Caso Dirce, desvendar a fecundação de mulheres extraterrestres por humanos e vice-versa, criação de fetos híbridos em vidros etc.
É possível conectar-se telepaticamente com um extraterrestre no momento da hipnose? O senhor já teve casos assim?
Há quem creia que sim, mas eu nunca tentei.
No caso de uma regressão hipnótica, mesmo que não haja este objetivo, é possível “acessar” acidentalmente uma vida anterior do indivíduo?
Em 17 de julho de 1982, o citado doutor Max Berezovsky foi comigo para Sumaré a pedido dos ufólogos Osvaldo e Eduardo Mondini, dirigentes do Centro de Estudos e Pesquisas Exológicas (CEPEX), para pesquisarmos um evento raro que eles já haviam publicado no boletim da entidade, sob o nome Caso Sumaré. No episódio, uma menina havia sido operada dos olhos por um extraterrestre. Dirce, quando pequena, era má aluna e uma professora, em junho de 1976, descobriu que ela enxergava muito pouco. Os pais a levaram a um oftalmologista, que confirmou a informação e esclareceu que ela poderia ficar cega. Não satisfeitos, os pais a levaram também a uma clínica de renome internacional, que confirmou a informação e receitou telelupas, que os pais mandaram fazer no Japão.
E o que aconteceu depois?
Quando chegamos à casa da moça, havia quadros com figuras de Jesus e santos nas paredes. Lá estavam, também, os dois ufólogos e outros mais. Na conversa inicial soubemos que, anos antes, quando a telelupa ainda não havia chegado, a mãe de Dirce foi à escola pedir à diretora que orientasse os professores no sentido de instruir os alunos a não ridicularizarem a filha, já que aquele aparelho ótico é muito feio. Contaram, então, que certa noite a mãe, que sempre alimentava o cão, pediu à Dirce que o fizesse, enquanto assistia à novela. Dirce foi para o quintal e enquanto alimentava o cachorro, viu no fundo do recinto uma espécie de robô com 2 m de altura vir em sua direção, passando pelos arames dos varais mais baixos — Dirce e o animal ficaram paralisados. O robô aproximou-se, a vista dela escureceu e eles conversaram telepaticamente. O ser lhe disse que eram irmãos e que ela tinha uma missão a cumprir na Terra. Cerca de meia hora depois a visão da menina voltou, o ser foi para o fundo do quintal, ela entrou correndo na casa e subiu para seu quarto.
Isso é incrível, realmente. O que houve então?
Pouco tempo depois a mãe viu Dirce lendo e a interrogou. Ela contou que estava enxergando perfeitamente e que não tinha contado nada por vergonha de os pais terem gastado tanto dinheiro com a telelupa, que nem sequer tinha chegado. Hipnotizei-a e ela confirmou o que já tinha contado. A seguir, transferi a hipnose para o doutor Berezovsky, conhecedor de terapia de vidas passadas, e ele levou a regressão para antes do nascimento da jovem. As informações obtidas são muito curiosas para os que acreditam em reencarnação. Dirce descreveu sua vida anterior, quando era extraterrestre e irmã do “robô”. Por sugestão do doutor Berezovsky, ela então foi atendida pelo doutor Tadeu Cvintal, oftalmologista de São Paulo, que atestou, em 05 de agosto de 1982, que Dirce estava totalmente curada. Anos depois tive um novo contato com ela, que tinha se casado e supunha que seu marido tinha sido abduzido. Eles não tinham filhos.
Penso que o grande legado que deixamos enquanto hipnólogos em Ufologia é o de eliminar a amnésia implantada pelos extraterrestres e descobrir coisas incríveis, como a colocação de implantes e as viagens de abduzidos a outros planetas.
Interessante. De acordo com suas regressões, quantas espécies estariam atuando e trabalhando com abduções no planeta? E quais seriam?
No meu primeiro livro há desenhos de vários seres feitos sob hipnose. E pelo que sei, há inúmeras espécies de extraterrestres fazendo abduções na Terra, igualmente descritas com desenhos nos livros Guia da Tipologia Extraterrestre [Biblioteca UFO, 2014], do coeditor da Revista UFO Thiago L. Ticchetti, e The Art of Close Encounters, de Kim Carlsberg, já citado.
O senhor poderia nos explicar como os desenhos são feitos e que equipamentos usa para tal?
Em minhas hipnoses sempre tenho uma prancheta, um bloco de desenho, lápis, uma bússola e uma lanterna de luz negra, o que recomendo a todos meus colegas e aos que vão iniciar na área. Quando há necessidade de ser realizado um desenho, faço o que se chama “alucinação visual positiva”, que é levar o hipnotizado a ver o que não existe — já a “alucinação visual negativa” é ele não ver o que existe. Quando necessário, digo que tenho em mãos uma boa fotografia do que ele acabou de contar e que vou mostrar a ele, que deve levantar o dedo indicador quando a vir. Dou-lhe, então, a prancheta com o bloco de papel de desenho preso nela e peço que ele abra os olhos e levante o indicador quando estiver vendo a foto da cena que acabou de descrever.
E o que aconteceu então?
Quando ele levantar o dedo, o que ocorre em quase todos os casos, digo que vou colocar um papel de seda sobre a foto, e que ele deve decalcá-la, como se fazia com mapas na escola. Finjo colocar o papel de seda e digo para ele decalcar — o que elimina a possibilidade de ele me dizer que não sabe desenhar. Assim consigo os desenhos bem feitos mencionados anteriormente. Os cientistas já provaram que o hipnotizado está realmente “vendo” a foto. A bússola e a lanterna são para outro tipo de pesquisas, que mencionarei adiante.
Muitos abduzidos descrevem extraterrestres com aparências pouco conhecidas, como de formiga e de aranha, entre outras, que são ridicularizadas pelos céticos. O senhor sabe o motivo pelo qual são vistos ETs em formas tão bizarras?
O citado coeditor Ticchetti, em seu excelente Guia da Tipologia Extraterrestre [Código LIV-028 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br], separa os extraterrestres em quatro classes: humanoide, animália, robótica e exótica. E faz uma análise estatística delas, indicando a localidade, país, data, testemunhas, quantidade de seres vistos e seus tipos. Cada uma dessas classes tem inúmeros tipos de seres. Em um universo com milhões de planetas, isso era de se esperar. Além disso, nosso planeta também é visitado por mulheres vindas de diferentes constelações, que praticam sexo com terrestres, criando seres híbridos, como ocorreu com Antonio Villas Boas. E também há mulheres da Terra que são abduzidas e fecundadas com espermas de diferentes procedências estelares. Há vezes em que os filhos nascidos destes cruzamentos são trazidos e mostrados às mães. Como há civilizações milhares de anos mais antigas do que a nossa, suponho que essa atitude aparentemente brutal sirva para produzir seres adaptados às condições de planetas que estão sendo habitados.
O senhor poderia explicar melhor o assunto?
Na obra The Art Of Close Encounters, já citada, aparecem também inúmeros extraterrestres de diferentes formas. Viver no planeta onde Gonçalo esteve, iluminado por estrela azul quentíssima, as condições não são convenientes aos terrestres, como ele sentiu suando inadequadamente — ele estaria totalmente desidratado em poucos dias. Já Iolanda Kmiecik, cujo caso de abdução está no capítulo 22 de meu segundo livro, Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose II, precisou usar um sapato especial muito pesado para andar no planeta ao qual foi levada — obviamente, ela também não estava preparada para viver lá.
Todas as abduções se dão no plano físico ou algumas podem ocorrer no plano imaterial, também chamado popularmente de “plano astral”?
Sim, também ocorrem no “plano astral”. Um dos acontecimentos do gênero é Caso Júlia, uma engenheira e mãe de dois filhos — uma advogada e um universitário — que julgava que não conseguiria ser hipnotizada. Mas, como todos os abduzidos, sua hipnose foi rápida e profunda. Em e-mail que me enviou ela disse: “Um acontecimento que julgo estranho me aconteceu em 1992 ou 1993. Eu acabava de me deitar com meu marido. Desligamos a luz do abajur e eu estava fazendo as minhas orações quando me dei conta de que estava em estado alfa. Imediatamente a televisão, que estava em cima da cômoda, ligou e vi a imagem de uma silhueta de um ser verde. Algo assim também aconteceu na minha casa de campo, em Avaré, em meados de 1995. Ocorreu certamente em meio astral — saí de meu corpo em posição horizontal, de barriga para baixo, em uma velocidade alucinante até a porta que dá para a varanda. Lá me deparei com dois seres”.
O que Júlia descreveu?
Sob hipnose, Júlia deu as datas certas dos acontecimentos, os confirmou plenamente e ofereceu muitas outras informações. Em meus livros há outros casos de abdução no “plano astral”. Ao que parece, em certos episódios, os procedimentos desejados pelos extraterrestres podem ser feitos igualmente em corpo físico ou astral. Aproveitei essa pesquisa para permitir que o radialista Luiz Ricardo Geddo [Consultor da Revista UFO] e sua esposa, doutora Andréa Bento Geddo, atuassem em parte da hipnose, na esperança de que se tornem hipnólogos em Ufologia, o que o Brasil precisa muito.
Qual é o grande interesse dos alienígenas em nos abduzir? O que eles querem de nós, afinal?
Com toda a certeza, uma das coisas que querem é a produção de seres híbridos com características adequadas para habitarem outros planetas — tanto terrestres homens como mulheres são utilizados com esse objetivo. A alienígena que fez sexo com Antonio Villas Boas apontou para seu ventre e depois para o céu, indicando que o filho ou os filhos gerados naquele encontro nasceria ou nasceriam em outro planeta. Muitas vezes eles são trazidos e mostrados a distância ainda crianças para suas mães, como há inúmeros casos na literatura. Mas não conheço caso de criança híbrida mostrada a pais homens, menos afetivos.
O coeditor da Revista UFO Thiago Ticchetti, em sua obra Guia da Tipologia Extraterrestre, separa os ETs em quatro classes: humanoide, animália, robótica e exótica. E faz uma análise estatística delas, indicando a localidade, país, data, testemunhas…
Então, para o senhor a hibridização é o grande objetivo desses seres?
Não apenas isso. Outro grande interesse é a transformação de cada abduzido em um “espião inconsciente”. O implante colocado no cérebro dos indivíduos, que o doutor Malanga informa ser em todos os abduzidos, tenho boas razões para crer que transmite imagens e sons para “computadores remotos” dos extraterrestres, que assim ficam sabendo o que vemos e ouvimos e podem aprender nossos idiomas. Os seres que vivem entre nós já chegam falando nossas línguas com diferentes sotaques, conhecendo nossos hábitos e preferências. O lindo alienígena que namorou Irene, por exemplo, já mencionado nesta entrevista, e que se revelou um feio reptiliano, falava português com perfeição, o que, com certeza, aprendeu em seu planeta.
Poderia discorrer um pouco mais sobre este tema, por favor?
Sim. Como temos aqui empresas multinacionais, nossos visitantes extraterrestres devem ter empresas “multiplanetárias”. Assim, por analogia, um alienígena como Karran, e outros, deve precisar falar vários idiomas…
O senhor acha que a humanidade em geral e os nossos cientistas em particular estarão algum dia preparados para conhecer toda a verdade sobre a presença alienígena na Terra?
Espero sinceramente que esta entrevista ajude um pouco. Sou assinante da Folha de S. Paulo, e há anos vejo Marcelo Gleiser, professor brasileiro de física teórica no Dartmouth College, nos Estados Unidos, nela publicar artigos mostrando total desconhecimento sobre Ufologia e criticando a área. Curioso é que ele resida bem perto de onde ocorreu a abdução do Casal Hill, em 19 de setembro de 1961 — que sofreram missing time e recuperaram a memória por meio de hipnose regressiva feita pelo médico doutor Benjamin Simon —, e nada informa saber a respeito. A propósito, a abdução dos Hill foi uma das primeiras do mundo — a de Antonio Villas Boas ocorreu pouco antes, em 16 de outubro de 1957. Como o Caso Hill deu origem a filme e livros, é altamente provável que o professor Gleiser tenha conhecimento dela, mas insiste em contrariar os fatos. Bem, na época da Inquisição pessoas foram mortas por dizer que a Terra era redonda. Assim como na época de Santos Dumont pretensos cientistas diziam que era impossível um aparelho mais pesado do que o ar voar. O querido e respeitado Albert Einstein errou ao dizer que a maior velocidade possível é a da luz…
O senhor disse usar luz negra em suas hipnoses regressivas. Como reconhecer com ela o local onde o abduzido tem um implante?
É só aproximar a luz negra do provável local do implante, com o abduzido em local não muito claro, que o brilho aparecerá. Dois autores já citados trataram disso, o doutor Roger Leir e Derrel Sims. Há lanternas de luz negra no comércio por pouco mais de R$ 60 e sugiro que todas as entidades de pesquisa ufológica tenham uma. Se brilhar em alguém, levem a pessoa correndo para um hipnólogo em Ufologia. Em meus livros conto que um ponto ficou fosforescente no pé do argentino Vitório, também já citado anteriormente, com a aproximação da luz negra.
Quando pesquisamos um caso, podemos descobrir muito a respeito do que está ocorrendo com o abduzido. Mas há algo a se fazer para evitar novas abduções da pessoa?
Não há nada que se possa fazer. Frequentemente os extraterrestres dizem aos abduzidos que eles próprios queriam ser sequestrados.
É comum ocorrerem fenômenos elétricos, tais como lâmpadas que queimam e aparelhos que ligam sozinhos, na casa dos abduzidos. A que o senhor atribui isso?
Já vimos que os implantes fazem agulhas de bússolas girarem velozmente, o que nos faz supor que implantes tenham uma energia muito forte para transmitir informações aos extraterrestres, e assim possivelmente essa energia provoque esses fenômenos elétricos. Tal suposição é baseada em mais de 30 anos de pesquisa em Ufologia.
O senhor pode nos descrever o Caso Edgar, em que trabalhou?
Sim. Na noite de 05 de abril de 2002 conheci o pedreiro Edgar dos Santos Cândido nos estúdios de um canal de televisão em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, ocasião em que ele contou muitas das coisas narradas a seguir — outras informações foram obtidas em hipnose que fiz nele dois dias depois. Cândido nasceu em 29 de março de 1968 e tinha, portanto, 34 anos. Morava só. Em maio de 1999, deitou-se por volta das 23h00 e pouco depois uma luz amarelada atravessou o telhado de Brasilit de sua casa e o atingiu na cama. Ele, então, foi levado até a parte central de uma nave discoide, onde era aguardado por cerca de 10 seres com cerca de 1,5 m de altura, corpos finos, olhos grande, oblíquos e negros, nariz e boca pequenos e cabeça muito grande sem cabelos.
O que ocorreu dentro da nave?
Muita coisa. Os seres vestiam uma espécie de roupão prateado e usavam luvas. Eles o conduziram a uma sala, onde foi deitado em cama cirúrgica, totalmente incapaz de se defender. Foram feitas incisões e retirada a parte frontal de seu rosto, que foi colocada em local que ele não conseguia ver, e mexeram em sua cabeça. Ao final de uma demorada cirurgia, seu rosto foi recolocado no lugar e ele foi levado a uma caixa que supôs ser cicatrizante. Depois foi conduzido a outra sala, onde pensa que lhe introduziram um implante atrás de sua orelha esquerda, que foi até o cérebro — Cândido supõe que sirva para monitorá-lo a distância. Esse caso foi publicado pela Revista UFO, edição número 82, e no livro Discos Voadores: Uma Realidade Incontestável [Clube dos Autores, 2011], de autoria do advogado José Guilherme Raymundo.
Os seres vestiam uma espécie de roupão prateado e usavam luvas. Eles conduziram o abduzido a uma sala, onde foi deitado em cama cirúrgica, totalmente incapaz de se defender. Foram feitas incisões e retirada a parte frontal de seu rosto.
Mudando de assunto, qual é a sua opinião sobre o chupacabras, tema que também o atrai?
Os chupacabras existem e pesquisei o assunto com e sem hipnose regressiva. Por exemplo, em 12 de maio de 1981, hipnotizei o senhor Caetano, que confirmou ter visto um desses animais em um município da Grande São Paulo. “Era bípede, peludo e tinha grandes olhos vermelhos. Ele corria e saltava obstáculos altos”, disse. O ufólogo Carlos Alberto Machado publicou extensa matéria sobre esse animal na Revista UFO, edição número 66, em agosto de 1999. Ele também é autor do livro Olhos de Dragão [Edição particular, 2001], e apresentou-me abduzidos que hipnotizei, com a colaboração dele.
O senhor poderia nos falar mais sobre sua experiência com o chupacabras?
Sim. Na tarde de 15 de novembro de 1997 houve uma reunião na residência do doutor Max Berezovsky, com muitos convidados, quando hipnotizei o senhor Takeda, de 54 anos, residente em um sítio em Cláudio (MG). Ainda consciente, ele nos contou que galinhas e patos que criava estavam sendo mortos à noite com feridas no pescoço e que ficavam com os corpos moles, sem a costumeira rigidez. Alguns sobreviviam, mas andavam cambaleando e chocando-se com obstáculos. Certa noite, o senhor Takeda armou-se com espingarda e ficou à espreita perto de onde dormiam suas aves. Na terceira noite, entre 02h00 e 03h00, ouviu o barulho da queda de cerca de 20 animais. Ele abriu a porta da casinha onde estavam e deparou-se com um bicho desconhecido, totalmente peludo, com aproximadamente 1,5 m de altura, de pé bem à sua frente, a cerca de três metros de distância, com os braços ameaçadoramente abertos. Tinha pelos compridos por todo o corpo, olhos grandes avermelhados.
O que fez a testemunha do avistamento ufológico?
Bem, o senhor Takeda deu-lhe um tiro com sua espingarda de um só cartucho, calibre 28, mas o animal não morreu. Ao contrário, virou-se e foi cambaleando em direção a um rio, a 70 m de distância, sem correr — os cachorros bravos da chácara não latiram nem apareceram. O homem voltou para sua casa e no dia seguinte procurou na margem do rio, mas não encontrou o animal morto nem vestígios como sangue e pelos. Sob hipnose, no entanto, ele não acrescentou nada de relevante.
Obrigado. O senhor já viu um UFO ou teve alguma experiência paranormal em sua vida?
Sim. Vi claramente dois UFOs, desconfio ter sido abduzido uma vez e também tive experiências paranormais. O primeiro UFO observei ao sair da sede do Aeroclube do Paraná, onde me brevetei como piloto de monomotores. O senhor Paulo, que lá estava, me chamou e o mostrou. O aparelho estava a cerca de 200 m de distância, parado no ar a 150 m de altura sobre a Vila dos Sargentos da Aeronáutica, e perfeitamente visível pelos militares da torre de controle, provavelmente moradores daquela vila. Ficamos observando por um a dois minutos. Não tinha janelas, portas nem trem de pouso visíveis e parecia de metal prateado. Depois ele foi encoberto pelas nuvens. Isso ocorreu lá pelos anos 70.
E o outro avistamento?
O segundo foi bem mais tarde. Eu já tinha voltado a morar em São Paulo, mas ainda tinha que viajar ao Paraná a trabalho e ir à chácara que tinha lá, pagar empregados. Fui de avião comercial, aluguei um carro no aeroporto e fui me hospedar em um hotel fazenda, em uma região montanhosa, já próxima de minha plantação de quiris e araucárias, em Bocaiúva do Sul. Deixei o carro na frente do apartamento que ocupei e fui a pé para a sede, que ficava na parte alta, a uns 100 m de distância, para jantar. Era por volta das 19h00. Acima e próximo à sede havia um UFO parado à baixa altura — dele saíam fachos de luzes fortes que se interrompiam a poucos metros de distância, coisa impossível para o que conhecemos na Terra. Achei que se voltasse correndo para meu apartamento, onde teria que abrir a porta, seria abduzido. Baixei a cabeça, não olhei mais para o UFO e fui à sede, onde estavam a cozinha e o salão. Quando entrei no prédio calculei, pelo pouco tempo levado, que não estava com amnésia de abdução.
E sobre a abdução que o senhor supõe ter vivido, o que nos fala?
Este evento também ocorreu quando eu voltava da chácara e ia para Curitiba, mas já morando em São Paulo. No bairro do Atuba, na capital paranaense, há uma estação elétrica com iluminação feérica, que se vê a distância. De repente, eu estava ali ultrapassando um veículo longo com uma forte luz à minha esquerda que, pelo horário, já tinha que estar acesa bem antes — tomei um susto enorme, o maior da minha vida. Em meus dois livros há casos de pessoas abduzidas e devolvidas a Terra com seus carros, no meio do trânsito, uma coisa bem complicada. Por exemplo, em que momento o motor do veículo é desligado e religado? Quando os faróis são apagados e acesos? Em que marcha está o veículo ao ser levado? Como os motoristas do demais veículos no trânsito não percebem a abdução? Para mim são enormes interrogações sem respostas. Já a minha experiência paranormal ocorreu em 27 de dezembro de 1946. Eu tomei um barco que virou em uma corredeira e em segundos tive uma visualização mental de toda a minha vida, como poderia ser o juízo final. Encontrei outras pessoas que passaram pelo mesmo.
Obrigado novamente. Como as pessoas são levadas para dentro dos discos por seus tripulantes?
Há raros casos em que os UFOs pousam, deles descem extraterrestres e convidam as pessoas a entrarem na nave ou então, na maioria das vezes, as levam à força. O advogado e depois juiz do trabalho doutor João de Freitas Guimarães, por exemplo, foi convidado amigavelmente por ETs para entrar em um UFO. Ele seguiu o ser que o convidou, teve dificuldade para subir a escada e foi seguido por outro ser que tinha descido da nave. Havia outros tripulantes dentro do UFO, neste contato que ocorreu à noite no litoral de São Paulo, na metade do século passado. Já Gonçalo e Antonio Villas Boas foram levados à força para o interior de naves alienígenas. Gonçalo estava ao volante de um caminhão e Villas Boas na direção de um trator, trabalhando na fazenda da família. Ambos os fatos também ocorreram à noite. Na maioria dos casos as pessoas — e também animais — são levadas por uma luz diferente que sai de baixo da nave e os envolve na Terra e em voo, fisicamente ou com seus carros e aviões.
É um processo difícil, imagino.
Isso é uma coisa de altíssima tecnologia e de difícil compreensão, já que a força aplicada em cada caso tem que ser diferente. A hoje senhora Urbana, quando ainda tinha de três a quatro anos de idade, portanto muito leve, foi retirada do ombro de um primo adulto ao ser abduzida, e Dalva foi levada para bordo de um UFO dentro de um pesadíssimo “carro” semelhante a uma Blazer, com mais duas pessoas. Supostamente, a força necessária para transportar esse veículo teria esmagado a criança. Nos meus livros também narro a abdução de dois monomotores em voo, com um e dois pilotos, pesadíssimos, também com o agravante de que as hélices em movimento provavelmente tiveram que ser paralisadas em algum momento. Cada um desses acontecimentos envolve o transporte para cima de pesos e resistências diferentes, provavelmente exigindo técnicos altamente habilitados. Esses aviões jamais voltaram a Terra. Suponho que seus pilotos devam hoje trabalhar em museus em outros planetas, dando explicações ao público de lá… Um deles reapareceu rapidamente para seus pais dentro de uma esfera translúcida, que disse exigir distância, e informou que estava vivo e muito feliz em outro mundo. Mas os extraterrestres às vezes erram. Por exemplo, deixaram a citada Iolanda a 100 km de sua casa após sua abdução — um equívoco dos operadores desses procedimentos, suponho, poderia ser fatal.
O senhor imagina como nossos visitantes extraterrestres conseguem tais feitos?
Recorro a Fran de Aquino, professor de física da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), que em um livro interessantíssimo, chamado Física dos UFOs e disponível na internet, divulga sua teoria de que os discos voadores possuam células de controle gravitacional (CCGs). “O controle eletromagnético da gravidade possibilita que as espaçonaves tenham um sistema para içar gravitacionalmente, de certa altura, pessoas para seu interior. Para um leigo, observando a distância, a impressão seria a de que o indivíduo teria sido atraído para a espaçonave por um misterioso jato de luz”, diz Aquino. Em certa ocasião foi publicada na internet a foto de uma vaca no ar, tirada por um viajante em uma rodovia, mostrando o animal sendo abduzido por um disco voador. Como é sabido, eles sofrem cirurgias a bordo, especialmente no úbere e boca, e são devolvidos já mortos a Terra, onde não são comidos por bichos silvestres.