Um novo estudo tentou estimar quantas civilizações alienígenas inteligentes representam uma ameaça. Para isso, cientistas se basearam em nossa própria história de invasões e guerras.
Enviamos muitos sinais para o cosmos ao longo dos anos, incluindo alguns projetados especificamente para informar extraterrestres inteligentes que existimos e onde nos encontrar. Críticos, incluindo o falecido Stephen Hawking, argumentaram que fazer isso poderia ter consequências desastrosas se ganhássemos a atenção de uma raça alienígena particularmente desagradável. Mas quantas civilizações extraterrestres maliciosas podem existir por aí?
Em um novo estudo, Alberto Caballero, estudante de doutorado em resolução de conflitos na Universidade de Vigo, na Espanha, tenta responder a essa pergunta com base em uma análise de “invasões” na Terra (países invadindo outros países), dados sobre o número estimado de planetas extrassolares na Via Láctea e um certo grau de suposição. Ele também determinou que as chances de sermos atacados e exterminados por tal civilização eram extremamente baixas – menores ainda do que a chance de sermos exterminados por um asteroide.
Verdade seja dita: temos mais chances de sermos exterminados por um asteroide, como o Chicxulub, que por alienígenas.
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Assumindo que civilizações extraterrestres inteligentes serão semelhantes a humanos, mas tendo atingido o nível Tipo 1 na Escala Kardashev (capaz de viagens interestelares próximas), Caballero compilou uma lista de invasões de país para país na Terra entre 1915 e 2022 e contou 51 no total (a Terra tem 195 países oficiais) – um número pequeno, considerando que o período incluiu a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Para determinar o número total de exoplanetas na Via Láctea que poderiam hospedar uma civilização Tipo 1, ele usou a estimativa do astrônomo italiano e cientista do SETI Claudio Maccone – 15.785 civilizações possíveis. Com base na propensão da humanidade para invadir, a resposta que ele finalmente deu foi: quatro.
“A probabilidade de invasão extraterrestre por uma civilização cujo planeta enviamos mensagem é, portanto, cerca de duas ordens de magnitude menor do que a probabilidade de uma colisão de um asteroide assassino de planetas”, escreveu ele. É claro que, do jeito que as coisas estão, não sabemos nada sobre civilizações extraterrestres que possam estar por aí e basear suas ações no que sabemos da sociedade humana é provavelmente um exercício fútil. “Não conhecemos a mente dos extraterrestres”, disse Caballero ao Motherboard. “Uma civilização extraterrestre pode ter um cérebro com uma composição química diferente e pode não ter nossa empatia ou pode ter mais comportamentos psicopatológicos.”