Avi Loeb tem uma teoria sobre a origem das esférulas, mas ainda é cedo para afirmar categoricamente
O professor Loeb diz que, com base na análise inicial dos artefatos que ele e a sua equipa recuperaram do fundo do oceano, ele pode confirmar que os pequenos objetos metálicos não são de fato deste sistema solar e são originários do espaço interestelar. Isso significa que o objeto que caiu no planeta não veio daqui, foi um visitante de um sistema muito, muito distante.
“Esta é uma descoberta histórica porque representa a primeira vez que os humanos colocaram as mãos em materiais de um grande objeto que chegou à Terra vindo de fora do sistema solar”, escreveu Loeb. “O sucesso da expedição ilustra o valor de correr riscos na ciência, apesar de todas as probabilidades, como uma oportunidade para descobrir novos conhecimentos”, acrescentou.
Em junho, Loeb e sua equipe embarcaram no Silver Star e navegaram até a região onde, segundo cálculos, os objetos impactaram e se desintegraram. A viagem e a exploração, financiadas com 1.5 milhões de dólares por Charles Hoskinson, não decepcionaram, e os investigadores descobriram de fato esférulas em miniatura do objeto apelidado de IM1. Seja o que for, impactou o nosso planeta em 2014.
A cerca de 80Km da costa da Ilha Manus, Loeb e a sua equipa de cientistas curiosos vasculharam mais de 150Km do fundo do oceano na esperança de descobrir algo que tenha sobrado do objeto que impactou a nossa atmosfera em 2014. Os resultados? Mais de 700 objetos minúsculos de tamanho submilimétrico. Eram tão pequenos que era necessário um microscópio para vê-los. Mas era exatamente isso que Loeb esperava encontrar.
No entanto, encontrá-los não foi suficiente. Os objetos tiveram que ser estudados com equipamentos de última geração, e foi isso que Loeb e seus colegas fizeram. Os resultados revelaram que as esférulas recuperadas do fundo do oceano, partes do objeto que se desintegraram ao impactar a atmosfera, contêm “grande abundância de composição inédita de elementos pesados.”
Na verdade, o objeto era composto por ligas que não existiam na Terra. A varredura revelou que as esférulas eram compostas de berílio, lantânio e urânio. Este tipo de liga não foi resultado da mãe natureza, nem poderia ter sido produzida pela precipitação radioativa de explosões nucleares. A liga encontrada por Loeb não existe nos oceanos de magma do nosso planeta, nem na Lua.
O que é ainda mais interessante é que estes não existem nem em Marte nem em qualquer outro meteorito natural do nosso sistema solar. Além disso, segundo Loev, vários outros elementos pertencentes ao objeto interestelar podem ter sido “perdidos” quando o objeto entrou na atmosfera do planeta.
Assim, com base no que sabem até agora, o objeto provavelmente teve origem em um oceano de magma em um exoplaneta distante que provavelmente tem um núcleo de ferro. As investigações não estão de forma alguma concluídas. Os materiais recuperados do fundo do oceano ainda estão sendo examinados por pesquisadores para descobrir mais sobre este estranho visitante interestelar.