O esqueleto anômalo exposto como peça do Museu de História Natural Wilson Estenovic, na cidade de Uberaba (MG), mereceu estudos de médicos, pesquisadores do meio e cientistas de diversas partes do país. Em artigo disponibilizado no site da Revista UFO o jornalista uberabense Paulo de Carvalho Nogueira trouxe a novidade ao país, enquanto na região centro-oeste de Minas a mídia, tendo à frente a Globo regional (TV União), trazia simultaneamente, dentre as principais notícias do Triângulo Mineiro, informações e detalhes acerca daquela polêmica peça de Uberaba que fora desmumificada sem os devidos cuidados para sua preservação. O esqueleto possui cabeça com diâmetro circunferencial de 97cm e isso chamou a atenção do diretor do museu, Wellington Estevanovic, que o apresentou à mídia, supondo se tratar de um ser extraterrestre. Ao ver a matéria de Paulo Nogueira e as fotos do esqueleto, a médica carioca Analígia Santos Francisco, que é colaboradora de Ufovia, começou a pesquisar quadros de anomalias genéticas similares ao apresentado pela peça do museu. A princípio, a médica chegou a acreditar que a carcaça poderia não ser de origem humana, (devido às inúmeras aberrações genéticas e da sobrevida quase impossível em seu conjunto), o que motivou sua pesquisa. Analígia Santos Francisco é neuropsiquiatra do Ministério da Saúde e ocupa cargo de chefia na Secretaria Municipal de Administração da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Na área infantil, Drª Analígia trabalhou como neurologista na APAE, atendendo a portadores de deficiências mentais através do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR) e do Instituto de Neurologia de Nova Iguaçu, durante dez anos consecutivos. Exerceu também o cargo de médica de emergência no setor pediátrico do Hospital Estadual do Andaraí e em alguns ambulatórios infantis. Motivada por um quadro incomum, a médica se dispôs a estudar os diversos fatores que poderiam ter causado as anomalias e, após longa pesquisa, concluiu que aquele esqueleto pertencera a um ser humano e que as deformações evidentes (na cabeça e em outras partes do corpo) teriam sido causadas por fatores cromossomiais. Até então, nenhum profissional da medicina teria vindo a público dar algum parecer conciso a respeito da natureza incógnita daquela peça. Foi quando, a convite da equipe Ufovia, a Drª Analígia escreveu um curto e esclarecedor artigo dissertando parte dos seus estudos acerca do esqueleto de Uberaba. Ufovia disponibilizou este material imediatamente (incluindo sua versão nos idiomas inglês e espanhol). Este parecer bombástico, na forma do artigo, caiu como uma ducha de água gelada nas pretensões daqueles que (à revelia com a verdade) desejavam, por algum motivo, que a peça se tratasse de restos de um corpo alienígena. Além do parecer da médica carioca, o médico paulista Luciano Stancka, psicanalista e psicoterapeuta, consultor da Revista UFO, também deu sua opinião a respeito do caso. Para ele, o caso deve tratar-se de alguma anormalidade morfogenética, com grau 4 de hidrocefalia. Stancka afirmou à Revista UFO que existe 99,9% de possibilidade da peça ter origem terrestre. Ele frisou que ?essas síndromes estão muito bem documentadas na literatura médica, e por um exercício do bom senso e não o uso de imaginação fértil é muito mais lógico supor que a ossada seja de um ser humano com deformidades do que de um ser extraterrestre?. Já para a Drª Analígia Santos, após analisar as diversas características anatômicas e supostamente biológicas e compará-las com casos semelhantes, concluiu que ?este ser é um caso raro de êxito de sobrevida de um ser humano com aberração genética, promovida, talvez, por agentes físicos, químicos ou infecções maternais?. Contudo, a bem da verdade, mesmo que pese o bom senso desses e de outros profissionais da medicina ? que compartilham a hipótese de natureza terrestre para a peça ? devemos estar cientes de que através da realização de um exame de DNA poderia-se chegar à confirmação oficial de que o esqueleto de Uberaba trata-se, realmente, dos restos mortais de um ser humano. * Pepe Chaves é editor do jornal Via Fanzine e Relações Públicas para a Revista UFO na internet.