
É amplamente sabido pela Comunidade Ufológica Mundial que em todo o planeta há milhares de relatos de objetos misteriosos evoluindo acima de mares, lagoas, rios e em plenos oceanos. O número dessas ocorrências é simplesmente espantoso e, embora a Ufologia registre mais casos de tais objetos nos céus, os fatos verificados em mar aberto também chamam a atenção. Mas o que são tais objetos e o que fazem? É lógico pensar que, em decorrência da grande movimentação que os UFOs manifestam sobre vastas extensões de água, tais naves estariam estabelecendo bases secretas nas profundezas abissais, a exemplo do que tentou fazer o homem em sua exploração espacial, sonhando com bases na Lua, de onde pudesse operar sem o desconforto dos longos voos interplanetários?
Assim como avistamentos de objetos misteriosos em terra firme, também as observações de naves mergulhando e emergindo das águas se perdem no tempo — a Ufologia criou até um termo próprio para designar tais naves: objetos submarinos não identificados (OSNIs). Na maioria dos casos, os OSNIs são descritos como alongados, esféricos ou cilíndricos, e quase sempre têm grandes dimensões — sua cor muitas vezes é relatada como sendo escura, mas pode ser verde, branca ou amarelada. Um dos casos mais interessantes registrados até hoje, fora do Brasil, foi o que mobilizou um contingente de forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Noruega, em 1963. O fato ocorreu, primeiramente, com a observação de um pescador chamado Mons Lagetig, que estava próximo da praia de Sognef Jorden. Lagetig surpreendeu-se vendo um artefato semelhante a um periscópio emergir do mar. Em seguida, uma embarcação local captou o aparelho por meio de radares — parecia ser gigantesco e de cor escura.
O barco de guerra Trodhein confirmou a presença do intruso através do sonar de bordo e mobilizou as forças militares norueguesas, visto que poderia ser um submarino estrangeiro transitando por suas águas territoriais. Imediatamente o governo norueguês destacou outros 30 navios para o local, além de solicitar ajuda de uma frota da OTAN que manobrava em águas daquele país. A ajuda britânica e norte-americana se fez imediata e logo o objeto foi localizado. Porém, misteriosamente, conseguiu escapar de todo o contingente montado na superfície. Esse tipo de ocorrência não é incomum e os governos dedicam quase tanta verba e esforços para investigá-las quanto fazem com UFOs registrados em voo. Outro fato digno de nota, envolvendo objetos que submergem em oceanos, dessa vez no Brasil, ocorreu em 16 de junho de 1956. Nessa data, o advogado João de Freitas Guimarães encontrava-se em São Sebastião, no litoral de São Paulo, quando observou um fato inusitado.
Extraterrestres descem do OSNI
Após o jantar daquele dia, Guimarães resolveu caminhar pela praia e viu um esguicho surgir além do quebra-mar. Pensou tratar-se de um submarino, novidade no Brasil daquela época, mas logo viu que não poderia ser um, já que o objeto saiu da água e veio voando até a praia. Pousado na areia, o OSNI teve uma pequena porta aberta, por meio da qual dois seres desceram e dirigiram-se até onde estava o advogado. Guimarães imaginou serem pilotos norte-americanos, ou talvez soviéticos, que estivessem ali em algum tipo de missão — mas eram extraterrestres que se comunicaram com ele telepaticamente e o levaram para uma volta na nave. Quando o advogado entrou no objeto e este alçou voo, logo pôde observar que o mesmo mergulhara no oceano. “Está chovendo lá fora?”, perguntou inquieto a um de seus anfitriões. “Não, a água que você vê é do oceano, pois estamos embaixo do mar”, respondeu o alien.
Depois de algum tempo sob as águas, o OSNI alçou voo para o espaço, permitindo a Guimarães observar estrelas e a Terra, já distante. Sua experiência é uma das mais bem pesquisadas na história da Ufologia Brasileira, investigada pela Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), já extinta. Mas casos como esse são relativamente comuns, especialmente no Brasil, tanto que há séculos geram lendas e mitos folclóricos nos mais diversos rincões da Terra — em certas áreas do planeta, ver naves entrando ou saindo de mares e rios é tão regular que os habitantes de tais áreas imaginam tratar-se de fenômenos naturais. Observando episódios relacionados com lendas marítimas, notamos alguns que podem nos ajudar a melhor interpretar os casos ufológicos. Mesmo antes de os portugueses chegarem ao Brasil, por exemplo, nossos nativos já tinham criado suas próprias denominações para os avistamentos de naves extraterrestres daquela época.
É claro que muitos contatos de todos os graus com seres alienígenas tiveram lugar no passado, com nossos indígenas, para que esses interpretassem as naves ou sondas observadas como animais, aves, peixes, cobras etc. Por outro lado, seus tripulantes, quando desciam das naves, eram vistos ora como demônios, ora como deuses — eram espíritos do mal ou do bem. No entanto, a denominação mais antiga que se deu a um UFO em Território Nacional foi a expressão boitatá, uma luz que rondava matas e praias, às vezes se escondendo nas profundezas de oceanos e rios. Uma versão moderna do boitatá é o chupa-chupa da Amazônia, investigado pela Operação Prato em 1977 — eram bolas de luz que saíam da floresta ou emergiam das águas e perseguiam os habitantes das vilas ribeirinhas [Veja edições UFO 114 a 117 e o DVD UFOs na Amazônia, código DVD-033 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
“Uma coisa de fogo”
Tal impressionante fenômeno tem sido registrado em nosso país em todas as épocas de nossa história e já era descrito há várias décadas pelo conhecido folclorista Luiz da Câmara Cascudo, em sua obra Geografia dos Mitos Brasileiros. Cascudo nos diz: “Em carta de São Vicente, datada de 31 de maio de 1560, o venerável José de Anchieta citou pela primeira vez o boitatá, traduzindo-o como cousa de fogo ou o que é todo fogo’”. Coisas de fogo semelhantes estão descritas nas lendas folclóricas de quase todos os países da América Latina, especialmente na costa do Oceano Pacífico. Quase sempre, tais esferas luminosas vagueiam próximas a mananciais de água. “Quando aquele fogo vivo se deslocava, deixava um rastro luminoso, um facho cintilante correndo”, completa Cascudo — o próprio José de Anchieta, citado por ele, tratava desse assunto há cinco séculos.
Sua carta, referência usada pelo lendário Câmara Cascudo, dá uma descrição comple
tamente surpreendente do fenômeno em questão: “Há também outros fantasmas nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto ao mar e dos rios e são chamados de ‘que é todo fogo’. Mas não se vê outra coisa senão um facho cintilante correndo para ali, que acomete rapidamente os índios e os mata como curupiras. O que seja isto, não se sabe com certeza”. O texto mostra um engenho profusamente iluminado — um fogo vivo que perseguia os índios com rapidez e os matava. É claro que se tratava de algo muito mais temido por eles. No entanto, é possível que a palavra matar, para a época, significasse apenas um desaparecimento momentâneo ou rapto.
Depois de algum tempo sob as águas, o OSNI alçou voo para o espaço, permitindo à testemunha observar estrelas e até a Terra, já distante, em uma experiência das mais bem pesquisadas na história da Ufologia Brasileira
Esses contatos ainda acontecem com grande intensidade nos dias atuais. São as conhecidas abduções alienígenas, situações em que pessoas das mais diversas origens, idades e culturas são levadas a bordo de naves e passam por experiências de cunho genético, que na maioria das vezes deixam marcas nos corpos e mentes das vítimas. É impressionante o número de tais episódios ligados a objetos submarinos não identificados — e eles ocorrem, além do Brasil, em várias partes do mundo. Vejamos, por exemplo, uma lenda que vem do sul do Chile, o Trauco, que tem similar em nosso país. Trata-se de um serzinho atarracado que espreita suas vítimas — em geral moças jovens e virgens — do alto de árvores, quando elas resolvem caminhar pelos campos e praias à noite. A tradição conta ainda que a criatura ataca as infelizes quando elas se distraem, seguindo-as até seus dormitórios e seduzindo-as, ansiosos por engravidá-las — mas as meninas acabam não tendo seus bebês, pois o Trauco volta para tirá-los de seus ventres.
Navios fantasmas em mares e rios
Além de a lenda registrar uma impressionante coincidência com o fenômeno da abdução — quando vítimas declaram ser observadas do alto e passarem pela mesma rotina —, quase sempre há a observação de estranhas bolas de luzes na região, nas noites em que a criatura atua. Moradores da Ilha de Chiloé, a 1.200 km ao sul de Santiago, relatam ver as bolas luminosas entrando no Oceano Pacífico. Assim, quando um objeto desses é observado, ainda nos dias de hoje, os habitantes do local ficam sob alerta para novos ataques do temido Trauco. Versões semelhantes da história existem em nosso país, especialmente na Amazônia. Claro que, diante dessas observações, fica cada vez mais concebível a ideia de que os UFOs estariam mantendo bases ou refúgios na hidrosfera. E se isso é fato, é de se esperar que tais objetos se encontrem com embarcações civis e militares, ancoradas ou em cruzeiro.
Aprofundando o debate, deve-se também levar em consideração casos de pessoas que, estando próximas à costa marítima, desapareceram por completo e sem deixar vestígios. Durante décadas, o temido Triângulo das Bermudas foi a área oceânica mais evitada por navegadores e até aviadores, que receavam nela adentrar — lá, especialmente nas décadas de 50 e 70, foram registrados inúmeros casos de pessoas que desapareceram misteriosamente, assim como foram catalogados incontáveis casos de OSNIs. No Triângulo, uma zona considerada de grande perturbação eletromagnética, muitos navios, submarinos, cargueiros, aviões militares e comerciais já sumiram sem deixar o menor vestígio — ou, quando foram encontrados, estavam completamente abandonados e sem traços da tripulação, como verdadeiros navios fantasmas. Não se sabe o que ou quem produzia os misteriosos desaparecimentos, e os cientistas que se dedicaram a estudar os fatos dão muito poucas explicações plausíveis e coerentes a respeito.
Um sumiço inexplicável
No entanto, organismos da Marinha e da Aeronáutica norte-americanas pesquisaram a área detidamente e levantaram extensos relatórios sobre a mesma, que não revelam em hipótese alguma. Oficialmente, não há nenhuma conclusão sobre a causa das perturbações eletromagnéticas, que interferem nos radares e nas comunicações por rádio. Vale ressaltar que os desaparecimentos se dão quase por acaso, pois o fenômeno é aperiódico. O curioso, no entanto, é que quase sempre que se registra um desaparecimento ou uma anomalia, há também o registro de um UFO ou OSNI.
Geograficamente, o Triângulo das Bermudas é uma área imaginária localizada ao longo da costa sudeste dos Estados Unidos, cujos vértices são formados pelas Bermudas, Miami e San Juan de Porto Rico. É também conhecido como Triângulo do Demônio, Triângulo da Morte, Mar das Feiticeiras, Mar dos Barcos Perdidos etc. O ano de 1945 ficou registrado como o mais intenso no rol de desaparecimentos de embarcações na localidade, sendo o fato mais grave o acontecido em 05 de dezembro, quando um grupo de cinco aviões Avengers da Marinha norte-americana partiu de Fort Lauderdale, na Flórida, para uma missão rotineira de treinamento. Era o chamado voo 19, que aconteceria com tempo previsto de duas horas. As condições meteorológicas eram boas, com ventos moderados e pequenas nuvens esparsas — todos os pilotos eram experientes e deviam fazer ataques de treinamento sobre um casco de navio desmantelado no mar, que serviria de alvo. Mas os Avengers nunca voltaram para a base e até hoje não se sabe deles e de seus tripulantes.
Analisando a casuística ufológica global, encontramos áreas geográficas com mistérios idênticos aos do Triângulo das Bermudas em várias partes do globo — inclusive no Brasil, no litoral sul de São Paulo, tendo como epicentro a cidade de Peruíbe. Lá não ocorrem desaparecimentos, mas é incrível o número de avistamentos de objetos submarinos não identificados, inclusive à luz do dia. Alguns ufólogos precipitados atribuem tais sumiços às aberrações atmosféricas, buracos no céu, à Teoria da Terra O
ca, desintegração devido a turbulências inexplicáveis etc — os raptos por extraterrestres constituem uma teoria bastante cogitada, ainda que não devidamente explicada. Na verdade, há várias ocorrências e surpresas acerca da confirmação dos OSNIs nessas regiões, e suas atividades já foram até detectadas por radares e outros instrumentos.
O cientista e ufólogo Ivan Sanderson, já falecido, investigador que dedicou parte de sua vida para catalogar objetos aquáticos, deu sua contribuição ao entendimento da atração que outras espécies cósmicas têm pela nossa água. Sanderson acreditava que os tripulantes dos UFOs têm bases nos oceanos — dotados de alta inteligência, habitariam há milhares de anos as profundezas dos mares, tal qual se viu no filme de ficção O Segredo do Abismo [1988], em que mergulhadores de uma plataforma de petróleo se encontram com extraterrestres altamente avançados que viviam as profundezas abissais. Na vida real, um dos casos que mais chamou a atenção de Sanderson aconteceu em 1963, no sudeste de Porto Rico, ao sul do Triângulo das Bermudas. Naquela data, a Marinha norte-americana realizava exercícios aéreos quando registrou, pelo radar, um objeto se movendo sob as águas — a princípio cogitou-se a ideia de que o artefato fazia parte do treinamento que ali se realizava, mas o OSNI se movia em espantosa velocidade.
Uma ação camuflada
O aparelho foi seguido durante quatro dias, navegando em profundidades superiores a 9.000 m, sempre captado por radares — nunca se soube ao certo o que seria e os relatórios oficiais mostraram apenas que “se tratava de algo propulsado por uma espécie de potente hélice”. Um caso estrangeiro que também merece ser citado, envolvendo avistamentos de UFOs nos oceanos, se deu em setembro de 1952, no Mar do Norte, quando as forças da OTAN realizavam uma grande manobra reunindo navios e aviões de todos os países participantes da entidade — foi uma das maiores operações do gênero levadas a efeito desde a Segunda Guerra Mundial, denominada Operation Mainbrace. No dia 20 daquele mês, o fotógrafo Wallace Litwin se encontrava tirando fotos de aviões levantando voo de um porta-aviões quando teve a atenção despertada para algo no céu — era um disco prateado que sobrevoava a grande frota.
Evidentemente, a primeira explicação dada ao fenômeno foi a mais cômoda: aquilo tinha sido um balão, embora se movesse muito rapidamente. Os oficiais da Inteligência Naval dos Estados Unidos imediatamente procuraram verificar o fato, constatando que nenhum dos outros navios da frota havia soltado balões naquela data. No dia seguinte, seis pilotos de caça da Força Aérea Britânica (RAF) estavam voando em formação quando viram alguma coisa vindo da direção onde estava a frota — era um objeto brilhante e esférico, e como não conheciam nenhum aparelho com tal forma, trataram imediatamente de interceptá-lo. Em dois minutos, porém, o artefato os deixou para trás e se perdeu na distância, fazendo com que os pilotos desistissem e retornassem ao porta-aviões. No terceiro dia, outro UFO apareceu nas redondezas da frota e um jato decolou para interceptá-lo — novamente o disco se distanciou rapidamente do veloz caça que o perseguia.
Engana-se quem pensa que esses casos não ocorrem no Brasil — e muitos deles são clássicos aqui. Por exemplo, em 16 de janeiro de 1958, quase toda a tripulação do navio Almirante Saldanha, de nossa Marinha, testemunhou o avistamento de um OSNI. No deck da embarcação, que estava próxima da Ilha da Trindade, no litoral do Espírito Santo, vários marinheiros, oficiais, algumas autoridades e uma equipe de caça submarina observaram um objeto em formato de prato se deslocar velozmente no céu, fazendo um giro entre seus picos e depois desaparecendo de vista — mas as manobras foram flagradas pelo fotógrafo Almiro Baraúna, em várias imagens que se tornaram clássicas na história da Ufologia Mundial.
Oficiais emocionalmente abalados
Na ocasião, como se tratava de uma expedição oficial do Governo Brasileiro, em atendimento às celebrações do Ano Geofísico Internacional, o caso foi tratado oficialmente — até mesmo o presidente na época, Juscelino Kubitschek, apreciou as fotografias obtidas por Baraúna, que era nacionalmente reconhecido como um de nossos melhores fotógrafos. Segundo averiguou o coeditor da Revista UFO Marco A. Petit, fazendo uma reavaliação do caso [Veja UFO 180. Agora disponível na íntegra em ufo.com.br], o avistamento deixou alguns dos tripulantes e oficiais abalados emocionalmente — alguns marinheiros chegaram a apontar suas armas para o estranho aparelho, imaginando tratar-se de um avião estrangeiro. Os negativos de Baraúna foram confiscados pela Marinha, e depois devolvidos com as bordas raspadas.
Nas análises feitas em laboratórios da empresa Cruzeiro do Sul, nada se constatou que pudesse conduzir a uma fraude por parte do fotógrafo. Até porque, dúzias de testemunhas presentes no navio, naquela data, foram ouvidas pelo serviço secreto da Marinha. O almirante Paulo Moreira da Silva, a mais alta patente presente na ocasião do avistamento, também confirmou o fato. Em depoimento exclusivo à Revista UFO, Baraúna ainda acrescentou ao seu clássico depoimento que o objeto, a princípio, “se parecia com um balão apagado em movimento”. Depois ele ganhou grande velocidade.O caso até hoje permanece como um dos mais bem investigados da casuística nacional e é um belo exemplo de observação de OSNI.
O avistamento do objeto deixou alguns dos tripulantes e oficiais abalados emocionalmente — alguns marinheiros chegaram a apontar suas armas para o estranho aparelho, imaginando tratar-se de um avião estrangeiro
Mas o envolvimento da Marinha brasileira com os UFOs não está restrito a casos acontecidos no Oceano Atlântico — há também alguns importantes incidentes registrados oficialmente em grandes rios que cortam nosso território. Talvez o mais notório tenha sido o episódio que se deu com uma embarcação da Marinha responsável pela sinalização náutica do Rio Paraguai, em 1962. O capitão João Maria Romariz era o comandante do barco e informou que, em uma das vezes que subia o rio em direção a Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, vários membros de sua tripulação o alertaram para a presença de luzes misteriosas no céu, na direção da proa. Anoitecia e logo em seguida um dos artefatos sobrevoou a embarcação, permitindo que
se avistasse, inclusive, algumas de suas janelas — o que foi confirmado por outro membro da tripulação por meio de um binóculo.
Dois pratos sobrepostos
O navio continuou subindo o rio, tendo sempre à sua frente vários objetos luminosos. Quando já estava totalmente escuro, um daqueles aparelhos se movimentou rapidamente, chegando bem mais próximo e permitindo uma observação detalhada de sua forma — era semelhante a dois pratos sobrepostos, emitia uma luminosidade amarelo-dourada e apresentava uma espécie de antena na parte superior. Naquele momento, o comandante deu ordem para que navegassem mais próximos da margem brasileira e todas as luzes foram apagadas. O próximo passo foi uma tentativa de comunicação com os intrusos por meio de Código Morse, piscando-se uma luz na popa da embarcação — a princípio não houve qualquer resposta, mas logo em seguida vários daqueles aparelhos, que estavam próximos da linha do horizonte, começaram a aumentar e diminuir seu brilho. Em seguida, toda tripulação pôde observar um dos objetos, que se aproximou mais, pairando rente à embarcação.
O UFO acabou desaparecendo misteriosamente sobre território paraguaio, na margem oposta. Em seguida, outro objeto se aproximou do navio, projetando uma luz prateada sobre a tripulação, para poucos segundos depois evadir-se também em alta velocidade. Esse é um dos mais importantes casos ufológicos envolvendo nossas Forças Armadas, mas a Revista UFO conseguiu reunir também outros importantes acontecimentos de navios sendo seguidos por discos voadores em Território Nacional — embora a censura impetrada pelas autoridades marítimas seja evidente. Alguns deles foram relatados em sigilo por um marinheiro que não quer ser identificado, mas que chamaremos de Lúcio e tem longa ficha de serviços prestados, tanto à Marinha militar quanto à mercante.
A fonte é civil, mas tem suas atividades regidas por militares, por isso prefere se manter no anonimato. Lúcio relatou que os avistamentos de objetos voadores não identificados por marinheiros civis e militares, pescadores e até por operadores de plataformas de petróleo em alto-mar são inúmeros. Em geral, tais fatos são registrados nos diários de bordo das embarcações, que são documentos internos em que constam todos os procedimentos realizados pelos tripulantes, descritos por hora, minuto e segundo, com detalhes de sua latitude e longitude, condições climáticas, direção do vento, altura relativa do Sol, direção relativa de alvos etc.
“Nos diários de bordo de vários barcos há anotações de avistamentos ufológicos”, conta. “Se revelados, causariam grandes transtornos à população e problemas às autoridades”. No entanto, vez por outra um caso escapa aos censores e chega ao conhecimento da Comunidade Ufológica Brasileira.
UFO persegue petroleiro
Uma das experiências que Lúcio viveu pessoalmente se deu em junho de 1980, quando viajava para o Japão a bordo do navio petroleiro Jurupema. No quarto dia de serviço, entre meia-noite e 04h00, na ponte de comando da embarcação, o oficial de navegação responsável avistou na linha do horizonte, à proa, uma forte luz no céu. Seguindo o procedimento padrão da Marinha brasileira, guinou o navio cerca de 5 graus à boreste [Manobra de segurança máxima, com giro completo], a fim de demonstrar ao provável navio, que navegava em rumo contrário, sua intenção de manter direção de segurança. De repente, viu a luz se desviar e ir postar-se justamente à proa do Jurupema, outra vez. “Para quem não conhece navegação marítima, quando um petroleiro de 200 mil toneladas dá uma virada à proa, desloca-se com muito mais velocidade do que poderia um navio que estivesse no horizonte tentando acompanhá-lo”, explicou.
A embarcação continuou subindo o rio, tendo sempre à sua frente vários objetos luminosos. Quando o céu já estava totalmente escuro, um daqueles aparelhos se movimentou rapidamente, chegando bem mais próximo
O oficial responsável, apavorado, já tinha tentado entrar em contato com o suposto navio em todas as frequências de rádio, sem sucesso — não sabendo mais o que fazer para evitar a colisão, deu partida no sistema automático de apito de emergência do petroleiro, disparando em seguida o sistema de segurança. “Nesse momento, subi à ponte e encontrei o oficial passando mal e sendo atendido pelo comandante. Em seguida, verifiquei a proa, que se encontrava limpa. Porém, notei que todo o sistema de navegação automática e giropiloto [Instrumento de navegação da embarcação] havia perdido o alinhamento com a bússola. Ao observá-la, entendi a razão da falha — ela rodava loucamente, impedindo que o sistema de giro funcionasse, pois ele depende do sinal exato emitido por aquela”.
Depois de certo tempo, Lúcio percebeu que a bússola havia se normalizado, quando então passou a se guiar por ela para colocar o navio no rumo certo, ligando em seguida o piloto automático. “Quando o oficial se acalmou, ele explicou todo o ocorrido e disse que, momentos antes de um de nós chegar à ponte, viu a luz na proa crescer intensamente. Naquele momento, devido ao fato de viajarmos sem a utilização de gás inerte nos tanques de carga, pensou que uma explosão seria inevitável”. No último segundo, no entanto, a luz subiu e passou sobre o navio, deixando completamente claro o convés principal e todo o mar à sua volta.
“Foi uma visão estarrecedora”
Segundo a descrição do objeto voador não identificado pelo oficial, ele não fez ruído algum e deixou notar seu formato por completo. “O comandante explicou-nos que aquilo era um fenômeno eletromagnético, o que considero improvável,” disse nossa fonte. Após esse evento, Lúcio conta que passou a prestar mais atenção no céu e até chegou a ter alguns avistamentos, porém sem confirmação do formato dos objetos. Ele também ouviu depoimentos de outros colegas de trabalho, como o relatado pelo condutor mecânico conhecido como Gaúcho, que na época de sua observação viajava em um empurrador — uma espécie de navio em que cerca de oito a 10 barcaças seguem à frente, amarradas e sendo empurradas por um tipo de rebocador. Como em algumas partes da viagem há trechos difícei
s de serem navegados, geralmente um voluntário da primeira barcaça se põe adiante das demais para sinalizá-las, caso veja algum objeto no mar que possa danificar as hélices do empurrador — naquele dia, quem se prontificou foi o cozinheiro da tripulação.
Era cerca de 22h00 quando o homem sinalizou com uma lanterna, no sentido vertical, solicitando ajuda na proa do navio. O mestre de cabotagem que comandava a embarcação pediu então que Gaúcho fosse até o local verificar qual era o problema. Chegando lá, o cozinheiro disse que estava avistando luzes de variadas cores piscando por entre a mata mais adiante — isso o levou a pensar que se tratava de uma possível embarcação de passageiros que estivesse se dirigindo a Manaus. Como os empurradores necessitam de muito espaço para as manobras, havia o risco de uma colisão. Gaúcho resolveu ficar na proa e pediu para que o cozinheiro fosse relatar o problema ao comandante. Iniciou-se então uma chamada pelorádio, sem que houvesse, no entanto, retorno por parte do outro navio.
Posteriormente, o comandante pediu ao cozinheiro que acordasse todos os tripulantes e que ficassem de prontidão para ajudar, caso fosse necessário. Em seguida, soou a buzina do empurrador — que na selva pode ser ouvida a quilômetros de distância — e todos ficaram aguardando a próxima curva. “Porém, para a surpresa geral dos sete homens que compunham a tripulação, o que viram foi estarrecedor. Era uma nave de forma oval, com cerca de8 m de largura, apresentando luzes que piscavam em várias cores, com bastante intensidade. O objeto pairava a cerca de um metro da superfície da água, não emitia ruído ou fumaça e os tripulantes não notaram a existência de janelas,” descreveu Lúcio.
Informações confiscadas
O comandante da embarcação, temendo o pior, reverteu o passo das hélices com força total, tentando uma parada de emergência — mas, com o peso que deslocava e a força da correnteza, não conseguiu parar a embarcação e continuou seguindo rumo ao objeto. Naquele momento, a nave, aumentando a sequência das luzes e seu brilho, que se apresentava em tom prateado, disparou para o céu com uma velocidade espantosa. Na tal noite e nas seguintes, até a chegada a Belém, poucos foram os que quiseram ficar sozinhos na proa. Quando relataram o caso às pessoas do porto, foram motivo de chacota — por essa razão, evitaram comentar o episódio posteriormente. Esse fato foi registrado no diário de bordo do navio, o que comprovaria o acontecido, mas o documento foi invalidado pela Capitania dos Portos de Belém e posteriormente retido, quando entãoa embarcação recebeu um novo diário para suas atividades.
O comandante, temendo o pior, reverteu o passo das hélices, tentando uma parada de emergência. Mas, com o peso que deslocava e a força da correnteza, não conseguiu parar a embarcação e continuou seguindo rumo ao UFO
Acontecimentos como esses, narrados confidencialmente por Lúcio a essa publicação, podem estar acontecendo às centenas pelo Brasil afora, mas sempre serão mantidos sob um pesado manto de sigilo pelas autoridades — nem mesmo a vitoriosa campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, conduzida pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) por meio da Revista UFO, que obteve mais de 5 mil páginas de documentos oficiais sobre UFOs no Brasil, logrou êxito em mudar a posição dos militares de nossa Marinha. Assim, é contando apenas com a coragem de marinheiros civis e militares, que vêm a público repartir suas espantosas experiências com os ufólogos e a população, que teremos condições de avaliar a extensão da casuística de OSNIs e de UFOs que atormentam tripulações nos quatro cantos de nosso planeta — especialmente no Brasil.