Ao longo de sua existência, que já dura mais de 17 anos, a Revista UFO tem procurado constante e incansavelmente atingir um nível de credibilidade elevado, que garanta o respeito de seus leitores. E tem conseguido isso, em grande parte, graças ao seu competente quadro de co-editores, consultores e colaboradores, que mantêm elevadas as discussões que a revista promove. Com sua postura de somar novos talentos a esse grupo de ilustres pesquisadores, a publicação conta hoje com quase três centenas de ufólogos ligados direta e indiretamente a ela. Em lugar algum do mundo se conseguiu tal feito, assim como nenhuma outra revista sobre o tema ufológico chegou tão longe quanto a UFO.
Graças a tal persistência, esta revista ocupa hoje um local de destaque entre os órgãos de imprensa nacionais: é uma das poucas publicações existentes que vivem exclusivamente da sua vendagem em bancas e das suas assinaturas, por não comportar anúncios publicitários. Isso garante à revista uma dose adicional de isenção, diferentemente daquelas publicações que vivem atreladas a interesses comerciais ou, pior ainda, subsistem nas sombras de governos e políticos, que têm o hábito de manter publicações para elogiar seus feitos (ou para não elogiar os de seus adversários).
Os leitores que nos acompanham desde nossos primórdios conhecem também uma outra característica da Revista UFO, que é sua inabalável postura de seriedade e objetividade com que trata o fenômeno ufológico. Esta publicação é uma ferrenha defensora da verdade na Ufologia e vem sistemática e regularmente denunciando atividades ilícitas e personagens desonestos neste meio. Suas denúncias contra quem quer que seja têm sido documentadas e, quando necessário, levadas a outras esferas, atingindo a população em geral, normalmente alheia aos pormenores que ocorrem no movimento ufológico.
Nova polêmica surge em torno da morte de Uyrangê Hollanda, inspirando teorias conspiracionistas infundadas e absurdas
Foi assim em 1991, quando em nossa edição 17 mostramos aos leitores um esquema obscuro criado em Minas Gerais por Trigueirinho, um cidadão que se intitulava “escolhido por ETs”. Três artigos publicados então, entre eles o texto Trigueirinho: A Maior Fraude da Ufologia Brasileira, de nosso co-editor Marco Petit, revelaram uma farsa colossal. Em seguida, em abril de 1996, a edição 43 de UFO entrou em mais uma disputa ao denunciar nova atividade que desmoralizava a Ufologia Brasileira. Era a vez deste editor publicar o texto Até Onde Vão os Limites da Ufologia e a Necessidade de Provas, que meses depois se transformaria numa denúncia formal e grave às atividades de outro “escolhido”, desta vez o peruano naturalizado brasileiro Carlos Paz Wells.
Em ambos os casos, ao revelar o que descobrira, UFO atraiu para si a ira dos seguidores das seitas montadas por esses personagens e amargou seríssimas complicações, entre elas a perda substancial de leitores entre os séquitos dos denunciados. No segundo caso, este editor também sofreu um prolongado processo judicial que lhe moveu Paz Wells, alegando ter sido difamado e, assim, requerendo indenização por perdas morais. Bem, seu pleito não teve sucesso e este editor foi absolvido em duas instâncias, optando por não reverter o processo contra seu autor, o que seria de pleno direito, para poupá-lo de maiores dissabores. Meses após isso, Wells assumiu publicamente que não somente suas atividades, mas também sua vida era mesmo uma farsa e transformou-se em Verônica Lane, um travesti com página na internet.
Denúncias de Estelionato Ufológico — Por fim, UFO envolveu-se numa nova disputa em 1997, ao denunciar amplamente as irregularidades e mentiras de Urandir Fernandes de Oliveira, numa pendenga que se arrasta até hoje. Este editor pesquisou in loco as atividades do referido cidadão, conversou com inúmeras testemunhas, analisou materiais e confirmou que tudo não passava de um conjunto ardiloso de falcatruas daquele senhor, que também usava o título de “escolhido pelos ETs”. Inúmeros artigos resultaram de tal investigação, entre eles, o principal, publicado em UFO 71 com o título Urandir Fernandes de Oliveira: Do Charlatanismo ao Estelionato. Nessa ocasião, procurada pela imprensa nacional, que também acompanhava atentamente tais atividades ilegais, esta revista deu às suas denúncias uma maior abrangência e repercussão. Isso ocasionou a prisão de Urandir, em Porto Alegre (RS), o desmonte quase total de seu esquema e a interrupção de suas fraudes. Hoje, ele continua tentando recuperar suas atividades, insatisfeito com a substancial queda de seu faturamento…
Como se vê, UFO não teme estar ao lado da verdade, custe o que custar. E não se abala quando sofre a perda de leitores que não vêem nessa prática algo que fazemos por vocação moral e indispensável lisura. Em toda sua trajetória, esta publicação primou por sustentar seus pontos de vista, mas também teve a humildade de reconhecer erros que cometeu. A Ufologia é dinâmica e fatos que sabemos agora podem já não ser válidos amanhã. Por isso, uma postura persistente, firme e com os “pés no chão” é imprescindível para a manutenção de uma revista como essa, que lida com um tema ainda marginalizado por boa parte da sociedade. Agora, nos vemos mais uma vez envoltos numa disputa, causada novamente pela nossa insistente postura de manutenção de um espírito ético acima de qualquer coisa. Estamos sendo acusados de ludibriar nossos leitores, publicando a história de que o coronel Uyrangê Hollanda, que comandou a Operação Prato na Amazônia, em 1977, suicidou-se por motivos particulares, em outubro de 1997.
Uma reduzida corrente de ufólogos brasileiros elocubra que esta revista esteja mancomunada com forças ocultas, que teriam assassinado Hollanda supostamente por falar demais. Estes senhores, desinformados, teorizam que existe uma conspiração capitaneada por este editor para preservar as tais forças ocultas, em detrimento da verdade. Julgam eles, mesmo sem conhecimento de causa, que Hollanda foi morto por revelar segredos das Forças Armadas nesta publicação. “Aos senhores da Revista UFO, para publicação na íntegra, se tiverem coragem!” Com esta chamada, uma nota distribuída em março passado, durante um simpósio de Ufologia em Campinas, nos desafiou a revelar o que supostamente estaríamos escondendo de nossos leitores sobre o suicídio de Hollanda. Com o título Atestados de Ressurreição e Óbito de Credibilidade, a nota se referia ao artigo de Marco Petit publicado em UFO 76, em que o autor tentava dar um basta aos rumores inverídicos de que o comandante da Operação Prato fora assassinado por falar demais. Seu artigo, A Verdade Sobre a Morte do Coronel Uyrangê Hollanda, não agradou aos conspiracionistas, que enviaram a nota ao simpósio de Campinas e a distribuíram na surdina, com críticas contundentes a Petit, a este editor e à Revista UFO.
As circunstâncias que envolveram a distribuição da pesada nota, e depois sua circulação na internet, mereceriam nosso desprezo, mas, antes disso, precisam ser respondidas. Essa polêmica pode parecer não ter tamanha importância, mas tem. Primeiramente porque Petit tentou honestamente, em seu artigo, apresentar aos leitores uma versão coerente dos fatos que ele pessoalmente acompanhou. Foi ele quem este editor escolheu, em julho de 1997, para acompanhá-lo até o apartamento de Hollanda, em Cabo Frio, litoral norte do Rio de Janeiro, a fim de entrevistá-lo, o que acabou resultando numa grande amizade entre os três personagens. Na ocasião, Hollanda estava afastado da Força Aérea há anos e sentia necessidade de revelar o que sabia. Por isso, nos procurou e deu uma longa, detalhada, corajosa e memorável entrevista [Veja UFO 54 e 55]. Entre tudo o que nos revelou estavam espantosas ocorrências de contato imediato com UFOs em vários pontos da Amazônia, com conhecimento integral do alto comando da Aeronáutica.
A segunda razão que levou Petit a escrever seu artigo sobre a morte do coronel foi a necessidade de esclarecer a inútil polêmica, por ser mais uma do longo repertório de folclores insanos da Ufologia, em que certos ufólogos vêem fantasmas onde nada existe e falham ao não ver o óbvio onde ele está. Petit e este editor, além de um restrito grupo de ufólogos brasileiros, sabiam desde então os motivos que levaram Hollanda a tirar a própria vida, que nada tinham a ver com pressões de homens-de-preto, perseguições de agentes da CIA ou outras fantasias. Assim exposto, fica claro entender porque voltamos ao assunto: para pôr um ponto final nele. Esta revista foi desafiada a publicar a nota distribuída, e não se furtará de suas responsabilidades.
A Ufologia deve ser estudada e divulgada com seriedade e consistência. A ética jornalística deve estar acoma de outros interesses
Manifestação de Ingenuidade — O “documento de Campinas”, uma curiosa manifestação de ingenuidade que segue publicada e respondida ao fim deste texto, é assinado pelo advogado baiano Luis M. C. Gago, que se diz leitor de UFO e residente em Lauro de Freitas, ao norte de Salvador. Nele, o doutor Gago afirma que “…ninguém em sã consciência crê no suicídio de Hollanda na cama, com o cordão do próprio roupão”, sem conhecer um único milímetro da história do falecimento do coronel e sem se dar ao trabalho de averiguar anteriormente, junto ao autor da matéria, Petit, pormenores da situação. Ao contrário, suspeitando de sua lisura e da ética da Revista UFO, garante que “…qualquer estudante de Medicina Legal sabe que suicídio por enforcamento só é possívelse o suicida não tiver qualquer ponto de apoio abaixo dele”. Se tivesse buscado entender a situação melhor, antes de tentar atingir a moral da revista e de seus articulistas, com certeza compreenderia o que se passou.
Quando confrontado por este editor, que imediatamente escreveu uma resposta à nota, publicada em listas na internet, o doutor Gago saiu da cômoda posição de acusação para ocupar a estranha situação de vítima em estado de defesa. “Desautorizo-os a publicar ou panfletar minhas cartas, uma vez que o senhor [Gevaerd] tem por hábito publicar aquilo que lhe convém, ou apenas aquilo que cabe na edição da revista, ou ainda o que o senhor se reserva ao direito de julgar como publicável ou não”, escreveu em tréplica. Tentou proibir que a Revista UFO se defendesse de suas acusações e, mais ainda, que aceitasse o desafio lançado por ele mesmo, de publicar sua nota. Foi tarde! Após a distribuição da nota em Campinas, isso sim caracterizando ato de panfletagem, UFO, ao ser desafiada a publicar seu conteúdo, adquiriu o inalienável direito de fazê-lo, por mais que seu autor venha a desautorizar tal procedimento posteriormente. E com isso a revista prova que age contrariamente ao que o advogado baiano alardeia, publicando também uma matéria cujo conteúdo, sinceramente, não mereceria ter espaço aqui. Mas ela está sendo publicada para que seja possível uma resposta efetiva e exemplar.
Em e-mail à Revista UFO, devidamente registrado em cartório de títulos e documentos, o doutor Gago vai mais longe ainda ao tentar justificar sua desastrada nota e imprudente provocação ao corpo de articulistas desta publicação. “Quem tem a posição de editor e co-editor da revista deveria ter mais sensibilidade na forma de se expressar, principalmente usando aética jornalística, ufológica e mais senso humanitário”, disse em suas intimidações para que desistíssemos de publicar seu documento. Vamos analisar a questão. Primeiramente, foi justamente nossa sensibilidade em conduzir o assunto do suicídio de Uyrangê, não revelando nesta revista suas verdadeiras causas por respeito à sua família, que deu lugar à publicação do texto de Marco Petit. Em segundo lugar, é exatamente nossa ética jornalística e profissional que nos obriga a dar nesta revista o espaço pretendido pelo articulista da referida nota, publicando-a “na íntegra, se tivermos coragem”, como demandou. E em terceiro lugar, é nossa ética ufológica que nos força a mais uma vez, e desta vez por todas, encerrar as desagradáveis discussões sobre o referido suicídio. Este editor e seu co-autor, além de muitos membros de nossa comunidade ufológica, perderam não somente uma testemunha quando Hollanda tirou sua vida, mas também, e principalmente, um grande amigo.
Atestados de ressurreição e óbito de credibilidade
Para publicação na integra, se tiverem coragem! Li na ultima edição desta revista, nº 76, uma matéria do Sr. Petit, co-editor, que muito me surpreendeu. É estranho a “ressurreição” com “morte” imediata do assunto, por vontade do autor da matéria, como se fosse o dono da verdade, praticamente querendo obrigar os demais a “engolir” (eu não aceito imposições) a tese de suicídio, pegou muito mal. Ao defender (pessimamente) a tese de suicídio da forma como o fez (com o boletim de ocorrências, é a 1º vez em 20 anos de advocacia que vejo o uso de tal documento, como laudo de perícia criminal), o Sr. Petit levantou ainda mais suspeitas sobre a morte do Coronel Uyrangê e forneceu aos demais ufólogos e interessados como eu, “ferramentas” do tipo: Porquê ressuscitar o assunto, agora, três anos depois? Porquê gastar 04 páginas inteiras (muito estranho tanta veemência!) de uma revista com apenas 32 páginas de matéria útil, para defender o indefensável?
A quem interessa que não se mexa mais no assunto? Ninguém em sua sã consciência crê no suicídio na cama, com o cordão do roupão, quando qualquer “estudante de medicina legal” sabe, que o suicídio por enforcamento só é possívelse o suicida não tiver qualquer ponto de apoio abaixo dele, porque se tiver ele reage naturalmente para se livrar do estrangulamento, e no caso do Coronel Uyrangê Hollanda ele tinha toda a parte posterior do corpo apoiado na cama, ou não? Ou será que a cama tinha 3 m de altura?
Porquê atacar Romero daquela forma, que também levantou duvidas legítimas? Será que o caso recentemente revelado de Feira de Santana, por ele, está mexendo demais no brio de outros ufólogos? Ou será uma campanha orquestrada para o desacreditar? Se sim, começa mal, e com sintomas de morte súbita. O verdadeiro objetivo final é ele? Se for, que forma infeliz de o fazer…
Às vezes é naquilo que não se diz, mas que se subentende, que fica no “ar”, é isso que as vezes, revela “verdades que incomodam…” e que vão destruindo a credibilidade das pessoas ao longo do tempo, assim vai a Ufologia… E há muitos mais a caminho…. Uma das grandes qualidades que alguém nos dias de hoje pode ter, e é um bem precioso, chama-se credibilidade. Sr. Petit, a sua defesa acabou por passar não um Atestado de Óbito, mas sim de Ressurreição, com efeitos inversos aos pretendidos a longo prazo ao assunto, e o que é pior, à sua própria credibilidade.
Fico com a forte sensação, e é um direito meu (opinião pública), agora mais do que nunca, de que ou “alguém” muito incompetente executou muito mal um serviço, ou por detrás desta história mal contada há outras histórias… Não posso aceitar um Boletim de Ocorrências como prova de suicídio, além de que os fatos a público trazidos pelo senhor Petit, provam o contrário do que afirma. O senhor arranjou uma “sarna turbinada” para se coçar até aos ossos. É um direito seu Sr. Petit tentar defender a tese de suicídio, mas a experiência profissional e o bom senso, impedem-me de aceitar a sua defesa.
Um fim no repertório de boatos sobre a morte de Hollanda
Entre os dias 16 e 18 de março estive em Campinas para participar como conferencista de mais um evento ufológico, que teve também a presença de alguns dos principais pesquisadores do país e contou com a participação do ufólogo Alberto Romero. Na noite do dia 19 de março, quando já havia retornado para minha cidade, recebi para minha surpresa telefonemas dos ufólogos Claudeir Covo, Rafael Cury e Wallacy Albino, que haviam participado também do mesmo evento. Segundo estes amigos, após eu ter deixado o hotel, sede do evento, começou a ser distribuído entre os participantes um texto intitulado Atestados de Ressurreição e Óbito de Credibilidade, assinado pelo advogado Luis M. da Cruz Gago, da cidade de Lauro de Freitas (BA), com comentários depreciativos ao meu artigo sobre a morte do Coronel Uyrangê Hollanda.
Inicialmente, lamento a escolha do modo como a nota foi distribuída: na surdina, tendo seu portador preferido esperar minha partida para fazê-la circular. Esta atitude mostra o nível de credibilidade e o quanto estão preocupados com a busca da verdade aqueles por trás destas fantasias ligadas à morte do coronel Hollanda. Durante minha palestra em Campinas, mais uma vez abordei a Operação Prato e, como venho fazendo há mais de três anos, fiz menção à morte trágica de seu comandante, na presença do próprio Romero, pois tenho o costume de defender minhas idéias pessoalmente, de frente. Não sou dono da verdade, mas como já afirmei em meu artigo em UFO 76, fui o único ufólogo a realmente investigar a morte do coronel.
Ao contrário do que o doutor Gago dá a atender em sua nota, não usei o boletim de ocorrência do caso como prova do suicídio, tampouco como laudo de perícia criminal. E nem precisaria, pois tenho em mãos o próprio laudo de exame cadavérico de Hollanda, assinado pelos peritos legistas Kesley Couto de Castro e César Fernandes Palmeira, no qual é mencionado que o suicídio aconteceu através de asfixia mecânica por enforcamento. Não cheguei sequer a mencionar o boletim de ocorrência no texto do artigo que suscitou a ira do advogado baiano. Os documentos que aparecem ilustrando o artigo foram colocados à disposição de UFO com o objetivo de demonstrar que realmente investiguei o assunto, e sua legenda, ao lado dos documentos, foi acrescentada no processo de editoração.
Gostaria de dizer também ao doutor Gago e aos adeptos da tese da conspiração, que não fui eu quem ressuscitou o assunto da morte de Hollanda, através de meu artigo. Foi o próprio Romero que o fez em seu livro Verdades que Incomodam, apresentando uma visão distorcida da realidade. Essas incorreções obrigaram-me a escrever um artigo sobre o assunto, buscando restabelecer a verdade. Cada um de nós tem o direito de acreditar no que quiser, mas não de mudar fatos para apoiar idéias pré-concebidas. O doutor Gago apresenta também uma série de interrogações em sua nota, insinuando a existência de interesses obscuros que estariam por trás de minha suposta defesa da tese do suicídio, e das razões que me levariam a atacar Romero. Esses são outros absurdos que merecem esclarecimento.
É preciso que as pessoas entendam que a partir das responsabilidades que assumi em relação à divulgação da Operação Prato, juntamente com o editor de UFO e o próprio coronel Uyrangê Hollanda, não poderia ficar calado frente ao que estava acontecendo. As alegações e interrogações lançadas pelo doutor Gago são tão descabidas que não merecem maiores comentários. Já no final de sua nota, o autor diz que minha credibilidade foi atingida ao defender a tese do suicídio, e ainda afirma que eu é que sou o dono da verdade! O advogado e os seguidores de seu raciocínio confundem credibilidade com a busca de uma popularidade fácil, através de sensacionalismo barato.
Já em relação à nota Direito de Resposta, de Alberto Romero, publicada na seção Busca de Respostas de UFO 77, quero deixar claro que de forma alguma sentir-me-ia melindrado pelo que escreveu em seu livro, e tampouco teria motivos para procurá-lo para emitir minhas opiniões, como sugere. Ora, no final de 1997, quando o próprio me ligou para saber o que tinha acontecido com Hollanda, passei as mesmas informações que venho divulgando em minhas palestras e que foram publicadas em UFO. Portanto, o ufólogo baiano já conhecia os fatos, mas resolveu ignorá-los ao escrever seu livro. Agora, tenta se justificar perante os leitores da revista afirmando em seu Direito de Resposta que fui eu quem revelou a ele que o coronel havia se suicidado com um cordão deitado em sua cama…
Na verdade, como foi dito a ele na época, segundo as informações que consegui durante as investigações, Hollanda foi encontrado enforcado com o cordão do seu roupão de banho, que estava preso à uma parte mais alta da cabeceira de sua cama. Seu corpo pendia fora dela. De maneira também absurda, Romero tenta convencer os leitores de UFO que suas colocações devem ser aceitas simplesmente devido ao fato dele ser um veterano em Ufologia, enquanto “…algumas pessoas que motivaram esta carta nem tinham nascido”, numa clara referência à minha pessoa. Parece que o ufólogo acredita que, por ter nascido antes, todos devem crer na sua versão dos acontecimentos. A verdade, no entanto, é que os leitores de UFO sabem muito bem que eu e seu editor, A. J. Gevaerd, seríamos as últimas pessoas do mundo a encobrir a verdade, ainda mais em se tratando de um assunto tão delicado quanto o suicídio de Hollanda.
Para finalizar, gostaria de informar que as próprias filhas de Hollanda, que estavam em casa quando o militar se enforcou em seu quarto, prestaram depoimentos às autoridades policiais afirmando que o coronel vinha sofrendo há muito tempo de um processo depressivo, que já o havia levado à outra tentativa de suicídio (mencionada em meu artigo). Segundo declararam textualmente nos depoimentos, cuja primeira página foi publicada em UFO, o comandante da Operação Prato realmente se suicidou por problemas familiares. Será que o doutor Gago e o ufólogo Alberto Romero acreditam que as filhas de Hollanda também estejam fazendo parte de algum processo conspiratório para encobrir a verdade?