Alguns segmentos de nossa combativa Ufologia consideram esta discussão ultrapassada. Outros nunca tomaram conhecimento de sua existência. E há ainda alguns que insistem em manter acesa – e inflamada – a polêmica sobre qual dessas duas linhas de pensamento melhor explica a intensa, inquieta e aprofundada casuística ufológica, especialmente em nosso país. É desnecessário dizer que ambas se consideram absolutamente certas – e vêem o lado oposto como terrivelmente equivocado.
Mas existe mesmo razão para se instar uma polêmica sobre isso? É natural que em qualquer ramo do conhecimento humano deva haver uma organização, uma segmentação. A Química é dividida entre Inorgânica, Orgânica, Analítica, etc. Alguém que estude Engenharia pode optar por Civil, Elétrica, Mecânica, etc. Um médico pode ser obstetra, cardiologista ou psiquiatra, dentre um universo de outras especialidades. Como se vê, a departamentalização está presente em tudo que envolve nossas vidas. E ainda que a Ufologia não seja reconhecida pelos meios acadêmicos – ou outros –, nela também se vê a necessidade de compartimentar a forma já estruturada de saber e conhecimento que existe sobre o tema.
Desde os primórdios da pesquisa das visitas extraterrestres ao nosso planeta, estas duas linhas surgiram e imediatamente passaram a dividir aqueles que se dedicam a buscar respostas para o mistério – e o abismo entre elas apenas aumentou nas cinco décadas que nos separam do avistamento de Kenneth Arnold. A Ufologia dita Científica não poupa ataques ao exagerado esoterismo, à confusão de idéias e à duvidosa religiosidade que permeia sua rival, por isso mesmo denominada de Mística. Esta, por sua vez, faz o inverso – ainda que em menor escala – e alega que os ufólogos científicos buscam apenas respostas materiais e superficiais para o Fenômeno UFO.
Mas quem está certo, se é que alguém pode estar? É difícil dizer, especialmente porque ambas não deixam de ter razão em seus ataques. Por um lado, convenhamos, a Ufologia Científica busca às vezes detalhes quase estéreis na rica e diversificada casuística ufológica, desperdiçando informações valiosas que não sejam plenamente compreensíveis. Por outro, a Ufologia Mística se perde quando permite amalgamar-se a outros segmentos culturais subjetivos em suas práticas – tais como religiões e linhas esotéricas de origem duvidosa. Então, como se vê, de fato ambas as correntes têm certa razão ao se acusarem.
Mas há de se analisar o outro lado da moeda. Por mais que se pense o contrário, a Ufologia Científica tem produzido uma quantidade razoável de inutilidades que não nos ajudam em nada a compreender a fenomenologia extraterrestre. Assim como – não se pode negar – da Ufologia Mística às vezes surgem fatos e informações que são de grande valia no desenvolvimento de uma idéia mais concreta desta mesma fenomenologia. A partir desta conclusão, óbvia para muita gente, deve-se ter em mente que em ambos os segmentos há pontos positivos e negativos. E discutir se há mais pontos positivos ou negativos nessa ou naquela escola de pensamento é puro exercício de subjetivismo.
O que se precisa imediatamente fazer é encarar a segmentação da Ufologia de forma mais produtiva e realista, aproveitando o que cada uma dessas linhas tem de melhor a oferecer. Assim, o correto é que se divida a Ufologia, doravante, não mais em Mística ou Científica, mas sim em “séria” e “não séria”. Onde se fixará este limite, no entanto, dependerá da sensibilidade, da maturidade e da experiência de cada ufólogo. Que tenhamos capacidade para aproveitar o que houver de sério e útil em cada uma dessas correntes. E que não nos falte sabedoria para discernir e descartar aquilo que não nos servir.
– A. J. Gevaerd, editor
A Revista UFO aumenta sua presença na Internet, em seu site, e reativa sua lista de discussões
Inquestionavelmente, a Ufologia sofreu uma transformação brutal após a popularização da Internet. A rede mundial que interliga milhões de pessoas em todo o globo terrestre se converteu irreversivelmente num poderoso instrumento de trabalho do ufólogo. A net é hoje um utensílio essencial e indispensável para nosso cotidiano, em todos os sentidos, e a Ufologia se beneficia disso da melhor forma possível. Tanto para agilizar o intercâmbio de informações e a consulta de dados em bibliotecas e fontes de todo o mundo, como também para facilitar a divulgação das descobertas que se fazem nessa área.
Vendo isso, a Revista UFO implantou seu site em janeiro do ano passado, em caráter experimental, e o lançou de forma definitiva em agosto seguinte, no endereço www.ufo. com.br. Nossa página traz um universo de informações que são de absoluta utilidade para leitores e interessados no tema ufológico. Além da edição do corrente mês, os últimos números lançados, material de consulta, endereços, informações sobre Ufologia em geral, fotos para download e artigos selecionados estão disponíveis aos usuários. A edição do mês, no entanto, só pode ser acessada na íntegra por assinantes regulares, com senha pessoal. Aos demais ufonautas – internautas ufológicos –, o acesso é limitado a cerca de 10% do conteúdo da revista.
Uma área especial de consulta, que não tem restrições de acesso, diz respeito ao material oferecido em nossos suprimentos ufológicos. A Videoteca UFO está inteiramente descrita e detalhada no site, assim como a Biblioteca UFO, cujas obras têm alguns de seus capítulos acessíveis gratuitamente, para que o leitor conheça seu conteúdo. Aos poucos, a página está sendo incrementada com mais informações, além de links que conectarão o ufonauta aos mais completos e atuais sites de Ufologia do Brasil e do mundo.
A procura pelo site da UFO é gigantesca, batendo recordes nacionais de visitação. Há dias em que mais de 700 pessoas o acessam, embora a média diária seja de 430 hits. Com números assim, no fim do mês de julho atingimos 100 mil acessos – eram apenas 70 mil em abril passado. Nenhum site ufológico brasileiro tem tamanha visitação, e muito poucos no exterior excedem estes números – obviamente em países mais avançados e com muito mais recursos de Internet. Isso é um estímulo extra para a Equipe UFO, além de uma ferramenta de trabalho indispensável: hoje, cerca de 65% da produção editorial da revista é feita com o uso da Internet. E esse número está aumentando.
As perspectivas são tão boas que a direção da revista decidiu reativar a lista de discussões que mantínhamos na rede: a Revista UFO Online. Ela voltou a funcionar em junho, sendo totalmente irrestrita, contando apenas com moderação passiva. Listas de discussões sobre temas específicos são comuns na Internet, no mundo todo. Só de Ufologia são centenas e, no Brasil, várias funcionam há mais de três anos. Em 1997, a UFO já teve sua lista no ar, mas a mesma foi retirada para que a Equipe UFO pudesse concentrar-se nas tarefas editoriais da publicação. No entanto, agora a lista retorna com força total, voltada principalmente para integrar ainda mais nossos leitores e assinantes, manter discussões sadias e atuais sobre os temas tratados pela revista e, ainda, manter updated aqueles que têm sede insaciável por informações – que serão abastecidas regularmente. Ao mesmo tempo, a Revista UFO Online servirá como meio para ufólogos e ufófilos de todo o país e do mundo participarem mais ativamente das atividades da publicação.
Os leitores que tiverem acesso à Internet são convidados a ingressar na lista e ajudar a Equipe UFO a produzir a revista. Informações, relatos, opiniões, sugestões, artigos, fotos, gráficos, relatórios, etc, podem ser encaminhados à nossa Redação através do endereço redacao@ufo.com.br, ou através da lista que está sendo reimplantada [Veja nossos demais endereços no expediente desta edição]. Com a participação de todos poderemos redefinir a Ufologia Brasileira, ampliando seus horizontes e otimizando seus resultados. A hora é esta. Participe!