Passagem da nave Voyager 2 por Urano completa três décadas
Em 24 de janeiro de 1986, somente quatro dias após a trágica explosão do ônibus espacial Challenger — que causou a morte de toda a tripulação de sete astronautas —, a nave Voyager 2 tornou-se a primeira, e por enquanto única, sonda terrestre a visitar o planeta Urano. A nave colheu dados ao longo de cinco horas e meia, estando no ponto mais próximo a 81.500 km do gigante gasoso. Entre outras coisas, descobriu-se que este é o planeta mais frio do Sistema Solar, aparentemente pela falta de uma fonte interna de calor. A Voyager 2 descobriu ainda outros dois anéis do planeta e dez novas luas.
Urano tem 27 satélites conhecidos e um dos destaques é a estranha aparência de Miranda, que parece uma coleção de corpos menores unidos, com superfície irregular e cânions 12 vezes mais profundos que o Grand Canyon. A Voyager 2 foi lançada em 20 de agosto de 1977, duas semanas antes da Voyager 1, e tornou-se a primeira a visitar os quatro gigantes gasosos do Sistema Solar. Esse plano — chamado de Grand Tour —, foi imaginado pelo engenheiro Gary Flandro ainda nos anos 60, aproveitando o fato de os planetas estarem em posição adequada para, conforme passasse perto de um deles, a nave ser lançada por sua gravidade no curso do seguinte. A Voyager 2 está atualmente a cerca de 111 unidades astronômicas (AU) da Terra e deve sair do Sistema Solar, a exemplo de sua irmã Voyager 1. Nada mal para uma civilização tão precária.
Prossegue o mistério da estrela KIC 8462852
O fenômeno observado pelo telescópio espacial Kepler em torno da estrela KIC 8462852, situada a 1.200 anos-luz de distância, segue sem explicação. O tema já foi algumas vezes tratado nesta coluna. A hipótese do “enxame de cometas”, considerada a mais provável pela comunidade científica, não se aplica mais depois das descobertas feitas pelo astrônomo Bradley Schaefer, da Louisiana State University. Ele vasculhou arquivos de observações da mesma região do céu datando de até um século atrás, disponíveis na Universidade Harvard, e concluiu que o brilho dessa estrela caiu 20% entre 1890 e 1989. O efeito é muito pequeno nas chapas fotográficas que analisou e necessitaria da passagem de nada menos que 648.000 cometas, de 200 km de diâmetro cada, para produzi-lo.
“Uma estrela realmente muito estranha”
Schaefer se mostra cético quanto à possibilidade de uma megaestrutura construída por uma avançada civilização alienígena ser a responsável pelo fenômeno de diminuição de um quinto do brilho da estrela. Outro astrônomo e divulgador científico, Phil Plait, igualmente cético quanto ao envolvimento de inteligências extraterrestres, escreveu, entretanto, interessantes observações em seu site Bad Astronomy [ Endereço: www.badastronomy.com], em texto intitulado Ainda não Falo de Alienígenas, mas Essa Estrela é Mesmo Estranha. Plait salientou que a mudança de brilho descoberta por Schaefer tampouco é constante, pois às vezes a estrela fica menos brilhante e em outras épocas subsequentes o brilho volta a aumentar.
É valida a hipótese extraterrestre?
Depois Phil Plait escreve: “Não digo que são aliens, mas não se pode refutar a possibilidade de que essa diminuição funciona como esperaríamos, caso extraterrestres estivessem construindo um ‘Enxame Dyson’. Quanto mais painéis solares imensos são colocados em órbita da estrela, mais de sua luz eles bloqueiam. Isso não explica porque o brilho diminuiu perto de 1910 e tornou a aumentar anos depois”. Plait complementa que, além disso, bloquear tanto da luz estelar em somente um século necessitaria um ritmo de construção elevado. A estrela é 1,6 vez maior do que o Sol e bloquear 20% de sua luz necessitaria de uma área de 750 bilhões de quilômetros quadrados, 1.500 vezes a área da Terra. Enfim, o mistério de KIC 8462852 persiste…
Fortunato Badan Palhares continua a negar Varginha
A Ufologia Brasileira celebrou e, 20 de janeiro passado os 20 anos da maior ocorrência ufológica em território nacional, o Caso Varginha — e talvez o maior caso da Ufologia Mundial também. Vários veículos da imprensa deram destaque à data, e o portal G1 surpreendeu a todos publicando um grande texto especial a respeito. Dizendo que o acontecimento ficou famoso mundialmente e ainda não está esclarecido, o site apresentou em longo e detalhado artigo um resumo das impressionantes ocorrências, iniciadas em 13 de janeiro daquele ano — uma semana antes da data oficial do episódio —, detalhando as capturas de estranhas criaturas pelo Exército Brasileiro, sua passagem por dois hospitais da cidade e outros fatos.
Quando a verdade constrange
Um dos destaques do texto do portal G1 foi a entrevista com o legista Fortunato Badan Palhares, da Universidade de Campinas, (Unicamp), que continua a negar sua participação na autópsia das criaturas capturadas, além de afirmar se “sentir constrangido quando abordado a respeito”. Palhares foi acusado por vários dos pesquisadores iniciais do Caso Varginha, como Ubirajara Franco Rodrigues, Vitório Pacaccini e Claudeir Covo, de ter realmente recebido e feito as autópsias nos cadáveres alienígenas. O especial lembrou os principais fatos do mundo em 1996 e deu grande destaque ao coeditor da Revista UFO Marco A. Petit, que denunciou as tentativas de acobertamento das autoridades e o silêncio mantido a respeito pelo Exército, como exposto abertamente em seu último livro, Varginha: Toda a Verdade Revelada, da UFO [Código LIV-029 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
Opportunity há 12 anos em Marte
Na mais longa jornada já realizada por uma máquina humana em outro planeta, o robô Opportunity, da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), completou 12 anos de exploração do Planeta Vermelho. Após o pouso em 24 de janeiro de 2004, o rover encontrou, ao mesmo tempo que seu gêmeo Spirit — cuja chegada foi em 04 de janeiro daquele ano —, provas irrefutáveis de que Marte teve água na superfície há bilhões de anos. O Spirit parou de se comunicar em 2010, mas o Opportunity permanece explorando Marte, apesar de alguns pequenos problemas técnicos depois de tanto tempo. Desde agosto de 2011, o rover explora as bordas da cratera Endeavour, de 22 km de extensão, onde já encontrou diversos locais que foram habitáveis, com possibilidade de existência de microrganismos no passado. O Opportunity já rodou 42,65 km no planeta, mais do que a distância de uma maratona e recorde absoluto em quilometragem percorrida em outro mundo.