Edição 200 – Editorial 3

UFO acompanha até hoje o gradual envolvimento da ciência com o assunto

Equipe UFO

Considerando-se 1947 como a data de surgimento da chamada Ufologia Moderna, podemos afirmar que nos anos que se seguiram, apesar das evidências físicas, fotográficas e testemunhais virem se acumulando a cada dia, a comunidade científica de então resistiu a todo custo aceitar a realidade da presença alienígena na Terra, colocando-a como algo entre a lenda e a insanidade. Entretanto, a casuística ufológica mundial aumentava gradualmente, de tal modo que, na manhã de 02 de novembro de 1954, o coronel João Adil de Oliveira, então chefe do Serviço de Informações do Estado Maior da Aeronáutica, reuniu as Forças Armadas e a imprensa no Rio de Janeiro para dar um passo histórico — durante quatro horas se falou abertamente sobre a ação na Terra de outras inteligências cósmicas. Na ocasião, vários pilotos militares narraram terem sido seguidos por discos voadores e a revista O Cruzeiro chegou a publicar os resultados do encontro em detalhes. A conclusão dessa famosa reunião foi que os UFOs eram reais e mereciam ser devidamente estudados por autoridades e cientistas.

Apesar disto, nas décadas de 50 e 60, ainda eram raros os cientistas que aceitavam falar sobre o assunto publicamente, pois seus pares os retaliavam e suas carreiras eram aniquiladas — os poucos que se atreviam a tocar no tema somente o faziam como intuito de desacreditar o fenômeno. Com este espaço de estudo em aberto, quem continuou investigando o assunto de modo sistemático foram os militares, e assim, entre os anos de 1969 e 1972, o IV Comando Aéreo Regional (COMAR 4), em São Paulo, pesquisava importantes ocorrências ufológicas no Território Nacional e fazia reuniões com civis, a exemplo do que atualmente ocorre no Chile.

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A ciência começou muda e continua praticamente calada a observar o Fenômeno UFO ao longo das últimas seis décadas, com raras, porém relevantes, manifestações de interesse pelo assunto que pode ser um grande divisor de águas para a humanidade

A Revista UFO entraria em cena anos depois, em 1984, através de sua precursora, a série Ufologia Nacional & Internacional, e apenas dois anos depois já prestava seu primeiro serviço à nação publicando detalhes da Noite Oficial dos UFOs no Brasil. O fato ocorreu em 19 de maio de 1986, quando o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima, em coletiva para a imprensa, falou abertamente da presença de 21 UFOs nos céus do país — inclusive colocando à disposição os pilotos que perseguiram esses objetos, além de controladores de voo e operadores de radar. Com isso, a partir da década de 80 e muitos filmes de ficção científica depois, alguns cientistas começaram a falar, ainda que timidamente, sobre o assunto — e a UFO relatou todo este processo.

O acompanhamento que a revista fez dos maiores fatos da Ufologia Mundial era notório. Como em 1993, quando a Aeronáutica Belga assumiu publicamente que perseguiu UFOs e divulgou os registros de radar para a imprensa. Ou em junho de 1998, quando um grupo de físicos e astrônomos se reuniu em San Francisco, nos Estados Unidos, para discutir cientificamente as visitas de seres extraterrestres — apesar de concluírem que oficialmente não existia qualquer prova científica da existência de UFOs, admitiram que boa parte dos avistamentos não tinha explicação à luz da ciência. Em outras palavras, no final da década de 90 havia cientistas admitindo que o Fenômeno UFO de fato existia e afirmando que o meio acadêmico estava negligenciado a questão, apesar da existência de numerosos
relatórios de casos concretos de manifestações de discos voadores.

Claro, nossa UFO acompanhou todos estes momentos e deu ênfase ao fato de que, ainda que naquela época não se tinha provado a ação de ETs em nosso meio, sua pesquisa era de extrema importância para a Ufologia — “só o fato de cientistas de renome terem admitido a existência de discos voadores já era um grande passo”, publicava a revista. Percebemos que a partir de então mais e mais a Ufologia passou a ser aceita por cientistas, tanto anônima quanto abertamente, e todos tiveram espaço na publicação. Um notável exemplo disso é o físico e divulgador científico Michio Kaku, que tem surpreendido a comunidade ufológica com suas contundentes declarações em favor de um estudo sério do assunto, e que recebeu de UFO inúmeras páginas. No momento em que outros cientistas passarem a pesquisar os fatos, certamente seus trabalhos apresentarão a mesma conclusão a que chegaram os ufólogos há mais de 60 anos, a de que não estamos sós no universo.


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