Washington e Curitiba, eventos que ficarão para a história: Ufólogos pedem a abertura de arquivos governamentais sobre discos voadores
Novembro de 2007 será conhecido nos anais da Ufologia Mundial como o mês em que os ufólogos deram alguns de seus mais significativos passos na direção da conquista da tão sonhada abertura ufológica. Separados por apenas alguns dias, dois eventos marcantes – um realizado em Washington, Estados Unidos, e o outro em Curitiba, Paraná – reuniram dezenas de respeitados estudiosos e autoridades de todo o mundo para pedirem em uníssono e imediatamente o fim do acobertamento ufológico.
O evento de Washington, ocorrido no dia 12, foi uma conferência de imprensa sem precedentes promovida pela Coalização pela Liberdade de Informações [Coalition for Freedom of Information, CFI] e realizada na sede do Clube Nacional da Imprensa dos EUA, à qual compareceram 20 autoridades científicas, governamentais e militares de diversos países, além de pilotos e políticos. Esse grupo de notáveis emitiu um pedido oficial ao governo norte-americano para que estabeleça uma linha de investigação abrangente e transparente do Fenômeno UFO, sugerindo que seja implantada em parceria com outras nações, onde ocorrências de objetos voadores não identificados também têm sido amplamente registradas.
Os organizadores da Declaração de Washington não entraram em detalhes quanto à origem dos discos voadores, por saberem que iniciativas anteriores, que presumiam sua origem como extraterrestre, foram sumariamente engavetadas. Em vez disso, limitaram-se a apresentar fatos de significativa gravidade que permanecem inexplicados, tais como o sobrevôo de uma grande nave alienígena sobre o Aeroporto O’Hare, de Chicago, em novembro de 2007, e o Caso das Luzes de Phoenix, do Arizona, ocorrido em março de 1997. Ambos os episódios têm em comum o que mais interessa à Ufologia: farta documentação dos fenômenos, presença de testemunhas de alta credibilidade, detecção de radar etc.
“O objetivo da declaração não é colocar o governo contra a parede, pois isso não traria qualquer benefício ao movimento. Mas sim chamar a atenção para o fato de que cientistas, militares de alta patente, políticos conhecidos e ex-membros de agências governamentais reconhecem a existência de um fenômeno que exige investigação”, declarou a jornalista e ativista ufológica Leslie Kean, organizadora do evento ao lado do produtor James Fox.
Sob força da Lei — Leslie, que é consultora da Revista UFO há três anos, teve a iniciativa de promover a conferência após ter ganhado recentemente uma ação civil que moveu contra a NASA, com base na Lei de Liberdade de Informações (FOIA), que obrigará a agência espacial a revelar dados que oculta sobre a queda de um objeto na Pensilvânia.
“O resultado da primeira conferência foi tão positivo e a imprensa deu tanto apoio a ela que já pensamos numa segunda rodada, agora com maior número de convidados”, disse Fox, confirmando que o evento passaria a ser internacional, e não restrito aos Estados Unidos. Desta forma, outros governos receberiam pedidos idênticos aos da Declaração de Washington. Alguns dias antes da conferência, Fox – que é o produtor do documentário Destino Terra, comercializado no Brasil com exclusividade pela Revista UFO [Código DVD-024 da coleção Videoteca UFO] – esteve no popularíssimo programa Larry King Live, da rede CNN, defendendo uma postura mais aberta dos governos quanto à presença alienígena na Terra. “Não restam dúvidas de que estamos sendo visitados, mas as autoridades ainda relutam em aceitar esta realidade e agir de forma correspondente”.
Entre os presentes ao evento de Washington estiveram pessoas que ocuparam e ainda ocupam cargos significativos em governos de vários países, como o general Wilfried De Brouwer, que foi chefe de operações da Força Aérea Belga, o governador do Arizona Fife Symington, testemunha ocular de ocorrências ufológicas, e o capitão e piloto do Exército chileno Rodrigo Bravo Garrido, cuja experiência com UFOs foi descrita em nossa edição 132. Além deles, uma constelação de personalidades se apresentaram na ocasião, cada uma fazendo um breve resumo de suas experiências pessoais com discos voadores. “Se um dia houver de fato a tão esperada abertura ufológica, o evento de Washington será lembrado como um dos elementos decisivos para que o governo tomasse esta decisão”, disse o médico e ufólogo norte-americano Roger Leir, que representou a Revista UFO na conferência.
Para ficar na história — Jamais, em tempo algum, tantas celebridades se reuniram debaixo de um mesmo teto para tratar de Ufologia. E nunca antes um grupo de notáveis como esse deu declarações tão bombásticas sobre a presença alienígena na Terra. “Os registros oficiais de UFOs passam de milhões em todo o mundo, que vêm sendo ocultados da população por receio das autoridades de encararem o problema de frente”, disse o general Parviz Jafari, ex-piloto da Força Aérea Iraniana. “Os UFOs têm sido amplamente observados sobre aeroportos e bases aéreas militares, e sua presença geralmente é detectada pelos radares”, declarou John Callahan, ex-chefe da Divisão de Acidentes, Avaliações e Investigações da Agência Federal de Aviação dos EUA. “O encontro de pilotos com discos voadores já é rotina em várias partes do mundo”, afirmou o comandante Oscar Santa Maria, piloto de caça peruano. Estes são apenas alguns exemplos de declarações que elevaram a temperatura na capital norte-americana.
Do Brasil, ufólogos ligados à Revista UFO acompanharam atentamente as movimentações. A Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que retomou a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já a partir deste mês [Veja nesta edição], manifestou sua moção de apoio à iniciativa da CFI. Três dos signatários da Declaração de Washington voaram ao Brasil dias após o evento norte-americano para se apresentarem no II Fórum Mundial de Ufologia, em Curitiba. O general da Força Aérea Chilena Ricardo Bermudez, o integrante do Escritório de Investigações de Fenômenos Aéreos Anômalos (OIFAA), da Força Aérea do Peru, Anthony Choy, e o ex-funcionário do UFO Desk do Ministério de Defesa britânico (MoD) Nick Pope [Veja box] apresentaram no Fórum um resumo da declaração e pediram apoio aos ufólogos brasileiros. Receberam imediatamente: A Revista UFO apóia e participa da iniciativa da CFI.
II Fórum Mundial de Ufologia, mais um marco da Comunidade Ufológica Brasileira
Apenas alguns dias depois do memorável 12 de novembro, em que se realizou em Washington a conferência de imprensa descrita na página anterior, foi a vez de Curitiba brilhar ao sediar o II Fórum Mundial de Ufologia. O evento, ocorrido entre 15 e 18 de novembro, foi mais uma realização bem sucedida do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), com a participação da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e apoio da Revista UFO, do Instituto Professor Wilson Picler e da Mythos Editora. À frente do Fórum estavam os irmãos Rafael e Romio Cury, veteranos que há mais de duas décadas realizam eventos ufológicos no país. “A Ufologia precisa de toda a divulgação que pudermos obter, e realizar eventos na área surte excelentes resultados”, disse Rafael Cury, que também é co-editor da UFO.
Ufologia de resultados — A segunda edição do Fórum Mundial de Ufologia foi realizada precisamente 10 anos após a primeira, ocorrida em dezembro de 1997, em Brasília (DF), quando contou com apoio da Legião da Boa Vontade (LBV). As características principais deste tipo de evento são a reunião de ufólogos do maior número possível de países e a apresentação de conferências aprofundadas sobre temas atuais e significativos para o entendimento da manifestação ufológica. O II Fórum trouxe a Curitiba vinte conferencistas de sete países, além do Brasil, e atingiu plenamente seu o objetivo de promover um debate amplo, consistente e de alto nível sobre a presença alienígena na Terra. “Com iniciativas como esta, podemos situar a Ufologia Brasileira entre as mais produtivas do mundo. Fazemos aqui um trabalho de qualidade e de resultados, e o II Fórum Mundial de Ufologia está aí para provar”, afirmou o ufólogo Marco Petit.
Embalados pelo clima de euforia que a conferência de imprensa de Washington causou no começo daquela semana, os membros da CBU tiveram um estímulo a mais para lançar, durante sessão plenária do Fórum, a segunda etapa da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, agora com novo formato e nova estratégia [Veja mais nesta edição]. Com o título A Ciência Face aos Extraterrestres, o evento foi programado para dar suporte e servir de ambiente para a retomada do movimento, que em 2005 resultou num convite inédito dos militares da Força Aérea Brasileira (FAB) aos ufólogos, para que ambos os lados se reunissem em Brasília a fim de estabelecerem linhas de atuação conjuntas para investigação do Fenômeno UFO. O encontro de Brasília foi um sucesso apenas parcial e as negociações quanto à abertura dos arquivos governamentais se estagnaram nas semanas seguintes, levando a CBU a decidir pelo relançamento de sua proposta no II Fórum Mundial de Ufologia.
Poucas vezes antes, na história da Ufologia Brasileira, se reuniu tantos ufólogos internacionais debaixo de um mesmo teto. Curitiba recebeu, entre outros, os norte-americanos Richard Haines, ex-consultor da NASA e especialista em astronáutica, e J. J. Hurtak, cientista e autor consagrado, fundador da Academia para Ciência Futura (ACF). Da Europa vieram o ex-funcionário do Ministério da Defesa britânico (MoD) Nick Pope e o autor e conhecido conferencista francês Gildas Bourdais. Da América do Sul compareceram o advogado peruano Anthony Choy, do Escritório de Investigações de Fenômenos Aéreos Anômalos (OIFAA) da Força Aérea do Peru, o coronel Ariel Sanchéz, da Comissão Receptadora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não Identificados (Cridovni) da Força Aérea Uruguaia, e o sociólogo chileno Rodrigo Fuenzalida.
Apoio militar — Um destaque entre os convidados sul-americanos foi o general da Força Aérea Chilena e ex-senador Ricardo Bermudez, um dos militares mais abertos à Ufologia no continente. Bermudez foi um dos idealizadores e fundadores do Centro de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA), um organismo de pesquisas instituído dentro da Aeronáutica chilena, em 1997. “É cada vez maior a abertura que os militares estão tendo para a questão dos discos voadores”, declarou Bermudez, propondo ainda que fosse criada, em Curitiba, uma organização supranacional para lidar com o Fenômeno UFO. Entre os convidados internacionais, apenas o físico nuclear canadense Stanton Friedman, o capitão do Exército chileno Rodrigo Bravo e o cientista francês Jacques Patenet não puderam comparecer.
Os conferencistas brasileiros foram poucos no II Fórum Mundial de Ufologia, para que a maior parte do tempo do evento fosse concedida aos internacionais. Eles eram os engenheiros Ricardo Varela Correa e Carlos Wuensche, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), além dos ufólogos Marco Antonio Petit, Fernando de Aragão Ramalho e o editor da Revista UFO, todos da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Entre os destaques nacionais compareceram ao II Fórum o físico, professor e empresário na área de educação Wilson Picler e o vereador curitibano Jorge Bernardi, ambos históricos entusiastas e apoiadores da pesquisa ufológica. “A Ufologia precisa do apoio de empresários para se desenvolver, e os que estiverem em condições de patrocinar esta área promissora não devem se furtar a fazê-lo”, declarou Picler, que ofereceu sólida contribuição à realização do evento. Dos convidados nacionais, apenas o astrônomo carioca Ronaldo Rogério de Freitas Mourão não compareceu, por motivo de saúde.
Reabertura da campanha — Durante a realização do II Fórum, os integrantes da CBU redigiram uma petição ao Governo Federal, a ser entregue aos titulares da Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas (CAAIS), pedindo formalmente o fim do acobertamento ufológico em nosso país. Este ato é a base de sustentação da retomada do movimento UFOs: Liberdade de Informação Já, agora em sua nova fase. A petição foi arquitetada pelo geógrafo e conselheiro especial da UFO Fernando Ramalho, e deverá ser encaminhada à ministra Dilma Rousseff no final de janeiro. Simultaneamente, a CBU retomará a captação de signatários para o abaixo-assinado da campanha, iniciado em 2004, quando foi lançada. O movimento pretende atingir pelo menos 50 mil assinaturas e terá como veículo de divulgação esta revista e o Portal UFO [ufo.com.br].
A realização do II Fórum foi fundamental para o relançamento da campanha, assim como a conferência de imprensa de Washington, uma iniciativa da Coalização pela Liberdade de Informações (CFI). Tanto que, no último dia, dois dos integrantes do evento norte-americano apresentaram em Curitiba um detalhado relatório do que foi decidido naquele país, recebendo apoio imediato dos ufólogos brasileiros. Anthony Choy e Nick Pope mostraram aqui o que pretendem seus colegas dos Estados Unidos, e propuseram a idéia de uma atuação conjunta entre a CBU e a CFI, prontamente aceita por todos – em especial pela CBU.
Conexão Washington — Curitiba: O II Fórum Mundial de Ufologia e a conferência da CFI
18 de novembro de 2007. O último dia do II Fórum Mundial de Ufologia foi marcado por um acontecimento ímpar, recebido com entusiasmo e grande expectativa pela Comunidade Ufológica Brasileira e por toda a platéia presente até o último momento do evento. Os pesquisadores Anthony Choy, do Escritório de Investigações de Fenômenos Aéreos Anômalos (OIFAA) da Força Aérea do Peru, e Nick Pope, encarregado do UFO Desk do Ministério da Defesa britânico (MoD) entre 1985 e 2006, brindaram o público com uma bem elaborada apresentação da síntese dos debates realizados na conferência de imprensa ocorrida em Washington, Estados Unidos, em 12 de novembro – apenas três dias antes do início do evento de Curitiba [Veja mais nesta edição].
A conferência de Washington teve a mediação do ex-governador do Arizona Fife Symington e foi organizada pela jornalista Leslie Kean e pelo produtor James Fox [Do documentário Destino Terra, código DVD-024 da coleção Videoteca UFO], ambos da recém formada Coalizão para Liberdade de Informação [Coalition for Freedom of Information ou CFI]. Pope e Choy tiveram participação ativa tanto no evento norte-americano quanto no brasileiro. Além de suas palestras individuais, eles dividiram a palavra no último dia do II Fórum para mostrar aos seus colegas brasileiros que decisões foram tomadas em Washington.
Choy apresentou uma série de fotos da marcante conferência de imprensa da CFI, explicando o histórico e a participação de cada um dos presentes na ocasião. Entre eles estavam militares e civis de grande peso, como o general Wilfried De Brouwer, da Força Aérea Belga, o doutor Claude Poher, engenheiro e astrônomo do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), o general Parviz Jafari, da Força Aérea Iraniana, e o capitão chileno Rodrigo Bravo, especialista em segurança na aviação e consultor do Centro de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA).
Resoluções de Washington — Pope, que foi encarregado pelo Ministério da Defesa de seu país de estudar e catalogar casos envolvendo avistamentos e contatos com UFOs em todo o Reino Unido, resumiu as condições e resoluções da conferência de Washington. Segundo ele, todos os participantes já tinham visto um UFO ou investigado oficialmente um caso ufológico. Pope acrescentou que, embora o grupo não tenha assumido nenhuma posição quanto à origem da fenomenologia ufológica, todos acreditam que envolva importantes questões de segurança nacional e de aviação. O grupo assumiu a estratégia de não acusar governo algum de acobertar informações sobre UFOs, mas emitiu uma petição em que diz crer que o fenômeno “merece estudo sério por parte dos governos, dos militares e da comunidade científica”.
Ainda segundo Pope, o grupo de Washington solicitou ao governo norte-americano a abertura de um projeto de investigação ufológica no estilo do Projeto Blue Book, o estudo patrocinado pela Força Aérea Norte-Americana (USAF), encerrado em 1969. A declaração oficial feita ao governo dos Estados Unidos pela CFI, bem como toda a gama de informações sobre a conferência de imprensa em 12 de novembro, transcrições, fotos do evento e demais informações sobre a Coalizão para Liberdade de Informação podem ser encontradas no site www.freedomofinfo.org.
Mentes fechadas — Nick Pope, que se apresentou em Washington e em Curitiba, é autor de vários livros, entre os quais The Uninvited [Os Não Convidados, Dell, 1999], sobre abduções alienígenas, e Céus Abertos, Mentes Fechadas, traduzido e publicado pela Madras Editora. Em Céus Abertos, o autor aborda detalhadamente casos envolvendo aparições e contatos com discos voadores pesquisados por ele enquanto trabalhava para o MoD. O livro contém farta documentação oficial, tal como questionários submetidos a testemunhas (civis e militares) de observação de UFOs, memorandos que datam desde o tempo de Winston Churchill, até uma carta-padrão enviada por funcionários do MoD a cidadãos preocupados com aparições de objetos não identificados próximos às suas residências. Além de numerosas fotografias tiradas na Inglaterra e outras partes do globo. Céus Abertos, Mentes Fechadas é verdadeiramente um instrumento indispensável para qualquer pesquisador [Veja seção Shopping UFO desta edição].