Nosso país, de proporções continentais, esconde segredos e mistérios de todos os tipos, que acabam caindo no esquecimento ou são desconhecidos da quase totalidade das pessoas. Entre estes mistérios estão ocorrências ufológicas importantes e desconhecidas, que contam a história da ação de outras inteligências cósmicas em nosso território — elas formam uma das casuísticas ufológicas mais ricas do mundo. Infelizmente, no entanto, nem todos os pesquisadores têm condições e oportunidade de garimpar tais casos.
Quando levamos em conta que durante décadas muitas regiões do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e interior do Sudeste viveram quase que isoladas do resto do país, e que muito do que ocorria em suas pequenas cidades não tinha qualquer publicidade ou repercussão, podemos imaginar quantas importantes ocorrências ufológicas se perderam ao longo do tempo. Isso sem mencionarmos que muitos casos de avistamentos de discos voadores foram confundidos com lendas folclóricas e seus tripulantes, com assombrações.
A cidade de Morro do Chapéu, situada a leste da Chapada Diamantina, na Bahia, é uma dessas regiões ricas em avistamentos ufológicos pouco conhecidos da maioria de nós. O município é famoso por suas paisagens de rara beleza, que abrigam cachoeiras, montanhas e cavernas, como a incomparável Gruta dos Brejões, que tem cerca de 8 km de extensão e contém, além de um rio subterrâneo, um notável sítio paleontológico. A gruta tem a segunda maior entrada ou boca de caverna do Brasil, com mais de 120 m de altura e 60 m de largura.
Dezenas de testemunhas
Em 30 de novembro de 1994, entre 19:00 e 20:00, no então afastado bairro denominado Pachola, moradores que estavam na porta de suas casas no fim do dia para uma amistosa e habitual conversa entre vizinhos avistaram a silenciosa chegada de uma estranha luz arredondada, vinda do céu. A aproximação ocorreu de forma lenta e sem uma trajetória definida e as características do fenômeno só foram percebidos gradativamente. Com isso, mais pessoas saíam de suas casas para observar, enquanto que outras faziam o inverso, voltavam para o interior e trancavam portas e janelas, com medo do que estava acontecendo.
Quando chegou mais perto das testemunhas, a luz parecia ter o tamanho de um carro de passeio. Sua cor era de um vermelho intenso e ela emitia feixes de luz similares a faíscas vermelhas, roxas, azuis e amarelas, que lembravam luzes de solda elétrica. Após vários minutos sobrevoando a área, o objeto desceu sobre um campo de futebol que existia no bairro, parando a cerca de dois ou três metros do solo. Exatamente embaixo de onde a luz descia havia um cavalo preso a um pilar de madeira por uma guia, que foi violentamente arrebentada pela fuga desesperada do animal.
De acordo com as testemunhas, a passagem do artefato, sobretudo quando baixou, aumentou a temperatura do ambiente, o que foi percebido por todos. Uma onda de calor tomou toda a área a partir daquele instante e uma senhora, muito religiosa, pensando que era o começo do Apocalipse, começou a rezar e correu para dentro de casa com o filho. Após alguns minutos, o aparelho se elevou no ar, tomou o rumo das serras da região e, sempre soltando feixes multicoloridos, sumiu de vista.
O avistamento foi o mais marcante já registrado em Morro do Chapéu, sobretudo pela quantidade de testemunhas — cerca de algumas dezenas, incluindo crianças e anciões — e pelo tempo de permanência do objeto, de aproximadamente de 30 minutos. Esses são elementos que fornecem um lastro probatório importante ao caso, o que não se repete em relação a informações não confirmadas vindas de testemunhas isoladas e de menor credibilidade, em outras situações na região.
Nelsonita Almeida de Oliveira, hoje com 75 anos, uma das principais testemunhas daquela noite, ainda reside no mesmo bairro. Durante as visitas deste autor à sua casa, no decorrer das investigações do episódio, a senhora pacientemente forneceu detalhes importantes sobre a ocorrência. Segundo dona Nelsonita, o UFO era surpreendentemente silencioso e em nada se assemelhava a aviões ou aeronaves conhecidas. “Com o aparecimento daquele aparelho aqui na rua, sentimos um abafamento, um calor muito grande. Aquilo clareava tudo”, contou.
A passagem do artefato aumentou a temperatura do ambiente, o que foi percebido por todos. Uma onda de calor tomou toda a área a partir daquele instante e uma senhora, muito religiosa, pensando que era o começo do Apocalipse, começou a rezar
Quando perguntada sobre o que imaginava que fosse ou de onde teria vindo aquele artefato, dona Nelsonita respondeu com bastante naturalidade: “Morei um tempo em Brasília, onde tenho familiares, e lá o céu é bem mais movimentado do que aqui. Sei perfeitamente que aquilo não era uma pipa, asa delta, avião ou qualquer outro negócio. Já tinha ouvido outras pessoas falarem em coisas como aquele aparelho passando aqui por Morro do Chapéu, mas até então eu nunca tinha visto. Foi muito interessante. Só poderia ter ali dentro algum ser vivo controlando aquilo, fazendo aqueles movimentos. Só não sei de onde vinha”.
Em uma de minhas habituais visitas à sede do jornal Correio do Sertão, fundado em 1917 e o segundo mais antigo da Bahia, para localizar no vasto acervo da publicação registros de casos ufológicos e informações sobre a rica e fascinante história daquela parte da Chapada Diamantina, encontrei um senhor de 70 anos que, ao saber de meu interesse no Caso Pachola, confidenciou-me ter sido uma das testemunhas daquele evento. Segundo seu relato, quando o objeto surgiu no céu, iluminando tudo por cima das casas, sua única preocupação foi com a sua filha pequena — ele correu para o quarto onde a criança se encontrava para protegê-la, sendo que a luz do UFO, de tão forte, chegava ao interior do recinto, passando pelos obstáculos físicos.
Avistamento sobre a lagoa
Alguns anos depois, em Riachão do Jacuípe, outra cidade baiana situada no Sertão, a história vivida por Chico Guimarães é um dos destaques. Riachão foi palco do mais contundente e relevante histórico de ocorrências ufológicas já documentadas na Bahia, ainda esperando uma maior divulgação. No inverno de 1998, por volta das 22:00, Francisco Guimarães, à época com 65 anos, retornava a pé do pequeno povoado de Baixa Nova, onde participara de uma reunião deliberativa no Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região, quando algo inusitado ocorreu.
Naquela noite fazia frio, o céu estava limpo e sem estrelas. Guimarães já se aproximava de sua casa quando avistou uma esfera de luz avermelhada parecida com a Lua cheia e com o tamanho aparente de um pneu de carro pairando sobre uma pequena lagoa, à frente de sua casa. O objeto, curiosamente, não clareava muito o ambiente em volta, apesar de sua luz ser bastante intensa. A testemunha, então, parou por um instante e começou a observar o fenômeno. “Era vermelhinha como brasa e ficou sobre a água, sem sair do lugar”, contou.
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O avistamento despertou a curiosidade do homem, que sem se intimidar atravessou a cerca de arame farpado e partiu em direção ao objeto com o firme propósito de pegá-lo. Guimarães entrou cautelosamente à lagoa e já estava com a água pelos joelhos e a poucos metros do objeto, quando o globo luminoso recuou para uma distância maior, alcançando a outra margem. Diferente de outros casos pesquisados e registrados na literatura ufológica, o agricultor não sentiu, nem durante e nem após a experiência, qualquer espécie de desconforto ou efeito nocivo — e não percebeu emanação de calor ao aproximar-se daquela curiosa bola de luz.
Não satisfeito, o homem continuou seu intento e avançou novamente para tentar segurar e ver melhor aquela luz, mas não conseguiu chegar muito perto. O objeto mais uma vez recuou silenciosamente, sobrevoando a vegetação a baixa altitude, para finalmente sumir de vista de forma lenta, na direção da Fazenda Volta do Rio, àquela época epicentro de uma série de eventos envolvendo UFOs e seres de baixa estatura. “Desejei que alguém mais estivesse comigo. Do jeito que ela veio e ficou, era para todo mundo ver. Eu ia pegar aquilo, queria ver como era. Mas se a luz aparecer por aqui de novo, eu pego. Não tenho medo de bobagens”, desabafou o destemido agricultor.
Disse o homem: ‘Quando cheguei aqui no entroncamento, um farolão’ grande de luz saiu ali daquela serra. Eu então parei, sem saber o que fazer, e fiquei observando junto com o povo. Quando a luz apontou no alto, eu me senti nervoso’
Segundo calculou, o episódio teria durado em torno de 15 minutos. Guimarães já ouvira falar sobre o fenômeno, mas foi a primeira e única vez que avistou algo daquela natureza. O homem acredita que esteve diante do Ouro Encantado, um dos nomes dados a UFOs ou a sondas ufológicas por moradores de regiões brasileiras afastadas dos grandes centros. O senhor foi a única testemunha daquela insólita experiência e é preciso assinalar que o homem goza de boa reputação em sua comunidade e que ninguém duvida de seu caso, pelo que se pode apurar no decorrer dos anos.
Francisco Guimarães também não é pessoa propensa a fantasiar histórias sobre o que quer que seja. Eu o visitei diversas vezes acompanhado de outros ufólogos, como Luís Ramos, membro do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), investigando pormenores e detalhes do caso, repetindo incisivamente as perguntas. O conteúdo de seu depoimento foi sempre o mesmo, sem variações, acréscimos ou qualquer elemento que levantasse a qualquer tipo de suspeita quanto à veracidade de suas declarações.
Evento ao cair do Sol
Na mesma citada região, durante o verão de 2001, as altas temperaturas que costumam atingir a Caatinga fizeram com que Antônio Alves passasse a trabalhar com seu irmão, José Alves, ao cair do Sol, no início da noite, na pequena olaria de sua propriedade, situada nas proximidades de Morro do Severo, também em Riachão do Jacuípe. Eles queimavam barro para fazer tijolos e tudo corria tranquilamente — as chamas intensas do trabalho contrastavam com o cenário noturno e sem Lua naquele lugar inóspito.
De repente, dois pequenos objetos redondos, cuja circunferência foi estimada em torno de 70 cm, vieram da direção do pequeno morro e, silenciosamente, passaram a rondar a área onde os dois se encontravam. A impressão dos irmãos era a de que as esferas haviam sido “despertadas” pela até então incomum atividade de ambos àquele horário. Um dos artefatos era de cor alaranjada e outro de um tom que lembrava o azul turquesa. Antônio Alves frisou que os objetos “ficaram rodando pelo local por mais de 20 minutos. Ficamos observando aquilo, pois era uma coisa interessante e bonita de se ver”.
De repente, os objetos se chocaram sem que fosse ouvido qualquer tipo de som e em seguida tomaram direções opostas entre si, até sumirem por completo. As testemunhas disseram que desde crianças ouviam falar nessas estranhas luzes e que durante o tempo de sua experiência não tiveram qualquer receio daqueles objetos luminosos. Na pesquisa da ação alienígena na Terra, considera-se que objetos pequenos, como os descritos pelas testemunhas desse caso, também conhecidos como sondas ufológicas, podem ter a função de realizar levantamento de dados e prospecções de ambientes, sendo telecomandados ou programados por inteligências extraterrestres.
Casos múltiplos
Em junho de 2017 este autor localizou na cidade de Cascavel o senhor Elias Barbosa, hoje com 83 anos, mas plenamente lúcido, que mora desde que nasceu na Fazenda Água Fria, a quatro quilômetros do centro do município. Barbosa afirmou que, anos atrás, entre as décadas de 80 e 90, era frequente a vinda de uma luz vermelha como um farol de carro e voando a baixa altitude — ela costumava margear o pequeno rio que deságua na Lagoa Encantada, que pode ser vista a partir do fundo da referida fazenda. “Ela vinha balançando sempre nessa direção, da esquerda para a direita, nessa área aqui nos fundos de casa e margeando o rio. Não só eu via com minha família como também todos os que aqui moravam. Já era costume. Porém, de um certo tempo para cá, tudo isso desapareceu”, narrou a testemunha.
Outro incidente ocorrido na área de sua fazenda, no entanto, aconteceu quando Barbosa precisou se ausentar devido a uma viagem de trabalho. Naquela noite, Ziza Barbosa, sua esposa à época, dormia com os netos pequenos quando foi despertada por um chiado estranho vindo da parte de fora da casa. Sem saber do que se tratava, resolveu abrir a janela dos fundos da residência para verificar e se deparou com uma bola de fogo estacionária soltando faíscas para todos os lados, a poucos metros dali. Apesar de certo receio, Ziza abriu a porta e tentou se aproximar para ver melhor o objeto — em alguns segundos, no entanto, o UFO, emitindo um chiado similar a um chuveiro elétrico, desapareceu diante de seus olhos. Com isso, a senhora assustou-se e retornou para o interior da residência, fechando tudo.
Infelizmente, Ziza Barbosa faleceu há 10 anos. Sua história, entretanto, permanece vivamente registrada na memória de seus amigos e familiares, sobretudo de seu filho mais jovem, Elias Barbosa Júnior, hoje com 37 anos e vice-prefeito de Ibicoara. Barbosa Júnior se interessou pelo acontecimento e nos auxiliou no resgate do incidente, assim como fizeram os demais familiares. Mas as experiências vivenciadas pelo patriarca da família não ficaram restritas aos avistamentos das luzes voadoras. Ele nos levou ao local de outra ocorrência, também em Cascavel, onde gravamos seu depoimento. Segundo Barbosa, ele fazia um trabalho na Fazenda Funis, a cerca de oito quilômetros dali, quando por volta das 19:00, no caminho de retorno para casa, foi surpreendido por um grande objeto voador luminoso. Eis seu depoimento:
“Naquela hora, a venda [Armazém] do senhor Antônio Mimi ainda estava aberta e outras pessoas também estavam lá. Quando cheguei aqui no entroncamento, um ‘farolão’ grande de luz saiu ali daquela serra. Eu então parei, sem saber o que fazer, e fiquei observando junto com o povo. Quando a luz apontou no alto, eu me senti nervoso porque ela veio na direção de onde a gente estava. Clareou tanto que, se tivesse uma galinha ali naquela estrada, a gente conseguia ver. Aproximando-se de nós, a luz inesperada e bruscamente se apagou, como se desligassem um interruptor, tranquilizando um pouco todos nós”.
Agricultores e UFOs
Herman
o Barbosa Neto, hoje com 49 anos e também residente em Cascavel, também viveu um episódio marcante em uma longínqua noite há 27 anos, que até hoje lhe causa fortes emoções. Na data em questão, ele passara o dia trabalhando no campo com um pequeno trator. Ao fim do expediente, retornava para encontrar-se com sua namorada e atual esposa quando, de uma serra próxima, surgiu uma forte luz amarelada que veio em direção do trator de Barbosa Neto, que trafegava em uma pequena via de acesso a Cascavel.
De acordo com sua descrição, a luz era grande e de cor amarela intensa. Ao chegar à altura da entrada da Fazenda Progresso, o objeto postou-se a cerca de um quilômetro de onde estava Barbosa Neto. Em seguida surgiram mais três luzes menores, como que saídas da principal. Até aí, a testemunha continuou dirigindo seu trator pelo caminho, já apreensivo com aquela estranha manifestação — o veículo utilizado não apresentou qualquer interferência em seu funcionamento. Mas os objetos luminosos passaram a acompanhá-lo durante o trajeto. “Me arrepiei de medo, não sabia o que estava acontecendo. Aquilo vinha me acompanhando e não parava. Então, acelerei o tratorzinho o quanto pude, botando toda velocidade para me afastar dali”, declarou.
Em determinado trecho do percurso, as luzes recuaram para desaparecerem no mesmo ponto da serra de onde surgiram, para alívio da testemunha. “Quando cheguei ao meu destino, nem desliguei o trator — só fiz colocá-lo ali embaixo daquela árvore, abaixei o acelerador e desci correndo para dentro de casa. Amanheci o dia sem dormir nem um pouco. Fiquei muito assombrado”, desabafou. Ele ainda asseverou que já havia visto luzes daquele tipo na região, mas nunca pensou que algum dia pudesse ser perseguido por elas. Em Cascavel, sobretudo entre os moradores mais velhos, há muitas histórias e descrições de UFOs, ainda que os fatos se concentrem no passado. No trabalho de investigação de campo, após conquistar a confiança das pessoas, os relatos fluem com naturalidade.
Mais casos ocorridos na região
Não muito longe dali, em Mucugê, outra linda e aprazível cidade da Chapada Diamantina, histórias de encontros com UFOs, sobretudo da década de 90, ainda estão presentes na memória de seus moradores. Naquela época a região esteve em polvorosa com recorrentes relatos de avistamentos de luzes e de UFOs de características diversas, o que levou a Rede Globo a produzir algumas reportagens no local.
Em ocasiões assim, quando testemunhos e histórias de ocorrências ufológicas ganham grande difusão, a experiência de anos dedicados à Ufologia nos mostra que toda a cautela naturalmente adotada nas investigações que conduzimos deve ser aplicada com veemente rigor — a agitação causada, que pode perdurar por muitos meses, às vezes resulta em uma perigosa mistura de informações, que, se não verificadas com bastante serenidade, isenção e perspicácia, podem ofuscar a realidade dos fatos ocorridos, principalmente quando se busca resgatá-los muitos anos depois.
Quando testemunhos e histórias de ocorrências ufológicas ganham grande difusão, a experiência de anos dedicados à Ufologia nos mostra que toda a cautela naturalmente adotada nas investigações deve ser aplicada com veemente rigor
Um dos casos de avistamento daquela época foi vivido pelo caminhoneiro Luiz Carlos de Oliveira, hoje com 55 anos. O primeiro incidente com ele ocorreu quando Oliveira, voltando de mais uma jornada de trabalho, trafegava à noite na estrada que liga Andaraí à Mucugê e viu surgir um objeto semelhante a uma bacia que emitia uma luz vermelha muito forte, seguindo seu veículo na mesma velocidade. Mais adiante, o UFO passou à frente do caminhão, ficando próximo dele e elevando bastante a temperatura do ambiente, provocando arrepios nos pelos dos braços da testemunha. Tal como apareceu, o objeto desapareceu diante de seus olhos, sem que fosse notada qualquer interferência no funcionamento do veículo. Vejamos o que ele descreveu:
“As pessoas, de início, duvidavam do que eu dizia, sugerindo que eu usava estimulantes para dirigir, o que nunca foi verdade. Aquilo me incomodava muito e eu ficava triste quando diziam tal coisa. Então, como aqueles fenômenos eram uma realidade, passei a levar as pessoas em meu caminhão à Serra do Capa Bode, de onde se podia ter uma visão privilegiada da região. As luzes estranhas surgiram ali algumas vezes e puderam ser vistas por outras pessoas, que deixaram de duvidar do que eu falava. Eram luzes amareladas. Por vezes, ficavam logo acima de onde estávamos, acerca de uns 30 m. Nós dávamos para elas sinal de luz com o farol do caminhão, para provocar uma resposta”.
Uma das pessoas que o motorista levou à Serra do Capa Bode foi justamente o saudoso ufólogo Roberto Affonso Beck, consultor da Revista UFO e membro da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) até seu falecimento. Na ocasião, Beck ainda estava acompanhado do funcionário da Infraero Anvalglêz Linhares. “Nós ficamos rodando pela região por uns 15 dias e não vimos nada. O senhor Roberto já estava impaciente. Até que em uma noite fomos à serra e em um dado momento, na Cascalheira, surgiram acima de nós umas luzes que ficaram piscando como fogos de festas juninas, mas em silêncio e rodeando a gente de perto. Contando isso hoje, chego a me arrepiar. Então ele disse: ‘Corre e pega a câmera’. Conseguiram filmar aquilo, e só assim ele ficou satisfeito”.
Luiz Carlos é um cidadão simples, que vive modestamente em Mucugê. Ao saber da razão da minha visita à sua residência, ele se pôs a falar aberta e francamente sobre suas experiências. Tal como as demais testemunhas que entrevistei, frisou que atualmente não se ouve mais falar que alguém tenha tido experiências com aqueles objetos luminosos nos locais que eram comuns no passado, mas podemos perceber, em seu modo de falar, que os fatos vividos naquela época, apesar de intensos e misteriosos, deixaram saudades. O que podemos afirmar com toda certeza é que, além da beleza e dos extraordinários encantos naturais, a Bahia também guarda em seus escaninhos registros desafiadores sobre a inquestionável presença do Fenômeno UFO, instigando-nos a buscar por mais respostas.