O rover Curiosity da NASA chegou a Marte em 05 de agosto de 2012 e cumpriu um dos principais objetivos da missão quando anunciado, em 12 de março de 2013, que existem no planeta os elementos essenciais à vida, como oxigênio, hidrogênio, carbono e outros. Neste último 08 de dezembro, em uma conferência de imprensa, cientistas da NASA anunciaram as mais recentes descobertas do robô, que comprovam ter sido a Cratera Gale, local escolhido para a missão, um vasto lago de água líquida há cerca de 3 bilhões de anos.
A Cratera Gale tem 154 km de extensão e o Monte Sharp, praticamente em seu centro, mede 5,5 km. As encostas deste último exibem sinais claros de múltiplas camadas geológicas, que se estudadas podem contar a história da evolução de Marte. Graças às informações colhidas pelas missões orbitais sobre o local, esse foi o alvo da missão Curiosity. O lago deve ter existido por muito tempo, conforme Michael Meyer, líder do Programa de Exploração de Marte da NASA: “Esse lago era grande o suficiente para ter durado milhões de anos, tempo de sobra para a vida ter começado e evoluído, e para os sendimentos no lago terem formado o Monte Sharp”.
A formação do Monte Sharp era um mistério antes da missão, contudo o Curiosity descobriu trechos de arenito correndo na direção da montanha. Na Terra locais assim se formam em deltas de rios que desembocam em lagos e os cientistas afirmam que isso é evidência de que o lago da Cratera Gale tinha ao menos vários metros de profundidade. Os depósitos de sedimentos observados pelo Curiosity também mostram terem sido ali depositados ao longo de múltiplos ciclos. O robô também fotografou rochas com marcas compatíveis às feitas por águas calmas, ao longo de muito tempo. John Grotzinger, principal cientista do Curiosity, mencionou também rochas com sinais de sais, deixados pela evaporação da água.
AMBIENTE MUITO FAVORÁVEL À VIDA
Esse tipo de ambiente, conforme mostrado pelos cientistas com base nas descobertas do rover, era formado não somente pelo lago que se manteve por milhões de anos, mas também por correntes de água, canais aluviais e lagos secundários. A água deve ter fluído da borda da cratera para o interior, preenchendo o local e formando assim, camada por camada, o Monte Sharp. As intensas tempestades e o forte vento marciano, por sua vez, erodiram a montanha até seu aspecto atual. Tudo comprova um clima muito mais quente e úmido no passado marciano, exibindo condições favoráveis ao surgimento e evolução de vida no planeta. Encontrar os indícios desses micro-organismos marcianos será o objetivo das próximas missões, entre as quais a Exomar europeia, em 2016 e 2018, e o próximo rover da NASA, em 2020.
Site oficial da missão Curiosity
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