Em preparação para o histórico encontro do próximo 14 de julho, a nave New Horizons da NASA iniciou as sondagens científicas que durarão seis meses, até sua passagem pelo sistema de Plutão. Será a primeira vez que um engenho da Terra visitará o remoto planeta anão. Alan Stern, principal investigador da missão, comentou: “Estamos realmente quase diante da porta de Plutão”.
A missão New Horizons, a um custo de 700 milhões de dólares, inicou-se em 19 de janeiro de 2006 com o lançamento em Cabo Canaveral. Acelerada a 16,26 quilômetros por segundo, ou 58.536 km/h, a mais alta velocidade em que foi lançada qualquer nave terrestre, a New Horizons passou a 2,3 milhões de quilômetros de Júpiter em 28 de fevereiro de 2007, a fim de incrementar sua velocidade com a assitência gravitacional proporcionada pelo mundo gigante.
A nave, do tamanho de um piano, percorreu 4,8 bilhões de quilômetros na longa odisseia espacial, e leva a bordo além de um CD com 434.738 nomes, um pedaço da fuselagem da Spaceship One, primeira nave construída por uma empresa privada a atingir o espaço, uma bandeira dos Estados Unidos, e uma pequena parte das cinzas de Clyde Tombaugh, o astrônomo que descobriu Plutão em 18 de fevereiro de 1930, e que faleceu em 17 de janeiro de 1997. Importante acrescentar que Tombaugh avistou UFOs próximo a Las Cruces, no Novo México, em 20 de agosto de 1949, tornando-se um interessado na questão.
ONDE NENHUMA NAVE JAMAIS ESTEVE
Plutão se aproxima do Sol a até 30 Unidades Astronômicas (AU) e seu afastamento máximo é de 49 AU, lembrando que 1 AU é a distância média da Terra ao Sol, de 150 milhões de km. De fato, ao longo de seu período orbital ou ano, equivalente a 247,68 anos terrestres, Plutão por vezes está mais próximo do Sol do que Netuno. Seu verdadeiro tamanho permaneceu um mistério, até que em 1978 a lua Caronte foi descoberta e sua massa pela primeira vez pôde ser medida. Revelada como sendo de somente 0,2% da massa da Terra, Plutão era pequeno demais para que fosse responsável pelos desvios verificados nas órbitas de Urano e Netuno. A nave Voyager 2, com suas passagens pelos dois gigantes gasosos, dirimiu as dúvidas sobre seus movimentos.
Com a descoberta de outros pequenos mundos nessa remota região do Sistema Solar, entre os quais os mais famosos são Sedna e Eris, Plutão foi finalmente reclassificado como planeta anão na reunião da União Astronômica Internacional (IAU), de 2006. Se Plutão foi rebaixado, aliás, o asteroide Ceres, situado no cinturão principal entre Marte e Júpiter, foi promovido à nova categoria, e também será visitado pela primeira vez nos próximos meses pela nave Dawn. A Nedw Horizons utilizará um total de sete instrumentos científicos para estudar Plutão e Caronte, e também as luas Syx, Nix, Kerberos e Hydra, descobertas entre 2005 e 2012.
A New Horizons está a aproximadamente 216 milhões de km de Plutão, no que é chamado de Fase de Aproximação 1. Boa parte das imagens que forem obtidas a partir de agora serão usadas para manter a nave no curso, realizando correções, se necessário, e verificando se no sistema do planeta anão não existem outros objetos que podem representar perigo para a missão. A partir de abril começarão a ser obtidas as melhores imagens já tiradas de Plutão e o grande momento chegará em 14 de julho, com a passagem próxima a somente 9.656 km da superfície do distante mundo. A nave prosseguirá mandando a imensa quantidade de informações obtidas por mais de um ano após o encontro. A seguir, se a NASA liberar verba, a New Horizons seguirá para seu segundo objetivo, um objeto no Cinturão Kuiper, que deverá encontrar por volta de 2019.
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