Quatro décadas se passaram desde que extraordinários eventos ufológicos foram registrados nos estados da Região Norte do país a partir de meados dos anos 70. O que viria a acontecer naquele período, e que hoje é bem conhecido, foi antecipado pelo Caso Barroso, ocorrido no Ceará, em 1976, e pelo Caso da Ilha dos Caranguejos, no Maranhão, em 1977. As testemunhas desses dois episódios relataram terem sido atacadas por luzes não identificadas que se comportavam de forma muito agressiva, coisa raramente vista na história da Ufologia Mundial.
No caso do comerciante Luis Barroso Fernandes, registrado em 03 de abril de 1976, em Quixadá, um impressionante ataque cometido por um raio de luz o deixou com uma espécie desconhecida de doença que o confinou em uma cama pelo resto de seus dias. Mais estranhamente ainda, o homem foi regredido até a infância, dado como tendo dois ou três anos de idade mental ao fim do processo, quando já era septuagenário. Já no Caso da Ilha dos Caranguejos, ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1977, no litoral do Maranhão, os pescadores Apolinário, Firmino e José Corrêa, todos irmãos, juntamente com o cunhado Aureliano Bispo Álves foram atacados por uma luz misteriosa enquanto dormiam em seu barco, o Maria Rosa — um deles acabou morrendo em decorrência do fato. Estes casos icônicos da Ufologia Brasileira foram exaustivamente pesquisados e trazidos à tona na Revista UFO.
Mas os ataques de luzes insólitas se multiplicaram conforme os fatos iam ocorrendo mais para oeste da Região Norte, concentrando-se na ilha de Colares, no Pará, e atingindo também as localidades vizinhas de Vigia de Nazaré, Santo Antonio do Tauá, Ananindeua, Mosqueiro, Vizeu, Castanhal e até mesmo Belém, a capital, só para citar algumas. Os ataques aumentaram gradualmente em 1976 e no primeiro semestre de 1977 já se tornavam insuportáveis. Naquelas regiões paraenses, a presença cotidiana das luzes, chamadas de “vampiras”, “aparelhos” ou “chupa-chupa” pela população, foi duplicada com a presença de naves discoides e outros objetos desconhecidos. O fato destes artefatos serem observados sobretudo no céu e terem um comportamento que evidenciava uma tecnologia muito superior e inexistente na época, como ainda hoje, levou à convicção de que eram de origem extraterrestre.
Ponto convergência dos ataques
Aos poucos, os ataques que já vinham acontecendo nos estados vizinhos se multiplicaram e se concentraram no Pará, tendo Colares como ponto de convergência, onde os objetos passaram agredir não só pessoas individualmente, mas também grupos da população. No segundo semestre de 1977 foram contabilizadas centenas, senão milhares, de agressões a homens, mulheres, algumas crianças e idosos e até animais — os casos provocavam uma espécie de queimadura que em apenas três horas já tinham aparência de terem surgido há dias, com carne em verdadeiro estado de putrefação.
Crédito: CRISTINA LEIPNITZ
O editor A. J. Gevaerd discursa na cerimônia de inauguração da Rua Capitão Uyrangê Hollanda ao lado de seus familiares
Segundo a descrição das testemunhas e vítimas, um desses objetos, justamente o que chamavam de chupa-chupa, era um cilindro semelhante a uma lata de refrigerante de 3 m de altura, com dois tripulantes de baixa estatura que surgiam por trás de um enorme para-brisas. Ele esteve envolvido nos ataques diretos às pessoas, pois as atingia até mesmo no interior de suas casas. No centro dos ferimentos era possível ver três perfurações, como um triângulo — os locais onde mais ocorriam eram o pescoço de homens e seios de mulheres. As sensações que a agressão causava eram de tontura temporária, perda de tonicidade muscular e de vitalidade, que, combinadas, levaram ao entendimento de que se tratava de algum experimento por parte de seres extraterrestres para estudarem a biologia humana. Não era incomum as vítimas se dizerem anêmicas e acreditarem que tiveram seu sangue “chupado” pelos objetos voadores não identificados, daí o nome do fenômeno.
O terror tomou conta da pequena população da ilha, estimada na época em cerca de 10 mil pessoas, que vivia quase que totalmente às escuras, já que o gerador de energia disponível no local funcionava apenas das 18:00 às 21:00. As pessoas de Colares foram obrigadas a modificar sua pacata rotina para se defenderem dos ataques. Assim, no segundo semestre de 1977, os pescadores já não saíam mais para pescar de medo de serem atacados. Também não se plantava mais nada nas roças que abundam no local e caçar tornou-se uma atividade perigosa. Enfim, a cidade acabou ficando com escassez de alimentos e os moradores começaram a passar fome. Para se defenderem dos aparelhos, eles se juntavam em três casas ou na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que eram de alvenaria, para rezar e pedir proteção.
Infiltração comunista no país
Esse estado de coisas chamou a atenção do governo militar de então, que acabara de desbaratar a Guerrilha do Araguaia. Assim, em maio de 1977, um grupo de agentes do Serviço Nacional de Informação (SNI), hoje Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), esteve na área tentando descobrir se se tratava de uma infiltração comunista no país, ideia que os militares tinham na ocasião. Isso foi rejeitado de imediato em relatório produzido pelos agentes. Desta forma, em setembro daquele ano, com a persistência dos ataques e o pedido insistente dos moradores de Colares, o brigadeiro Protásio de Oliveira, então comandante da maior unidade da Força Aérea Brasileira (FAB) na região, o I Comando Aéreo Regional (COMAR I), situado em Belém, determinou a criação de uma missão militar para se investigar a fundo as nefastas atividades das luzes na ilha — assim surgiu a Operação Prato, tendo à sua frente o então capitão intendente da Aeronáutica Uyrangê Hollanda, posteriormente aposentado coronel.
Chegando à ilha, montando acampamento e iniciando as investigações, Hollanda e sua equipe de cerca de 30 a 40 homens logo se viram obrigados a reconhecer que estavam diante de fenômenos inexplicáveis e de origem não terrestre. Todos tiveram diversas formas de contato com as luzes não identificados, registrando-as à exaustão em mais de 500 fotografias, duas mil páginas de documentos com depoimentos de testemunhas e registros militares e, mais impressionantes ainda, 16 horas de gravações em películas de formato super 8 mm e super 16 mm. Hollanda e seus homens logo tiveram a certeza de que havia uma inteligência em ação em Colares, que estaria monitorando todas as ações dos militares. Em dezembro daquele ano, um contato direto entre o capitão, um de seus comandados e um tripulante de um daqueles objetos levou ao fim da Operação Prato por ordem do comando da Aeronáutica, que não teria como responder ou controlar a situação que tomava conta da ilha. O Brasil disse “não” ao contato com ETs.
A Operação Prato foi uma missão sigilosa e praticamente tudo a seu respeito ficou longe dos olhares da sociedade brasileira até que a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), liderada por A. J. Gevaerd, lançou por meio da Revista UFO a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, pedindo ao Governo Brasileiro que abrisse seus arquivos ufológicos — em especial os da missão militar em Colares. Deflagrada em 2004, o movimento já era bem-sucedido no ano seguinte, quando os membros da CBU foram convidados pela Aeronáutica a comparecerem a uma sala reservada do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), em Brasília, para analisarem os documentos que pediam que fossem liberados. Mais tarde, em 2007, com o emprego da Lei de Liberdade de Informação, os papéis começaram a ser enviados ao Arquivo Nacional, na Capital Federal. Foi uma conquista expressiva da Ufologia Brasileira.
Tons de verde e ocre
Quarent
a anos após tudo aquilo que ocorrera na localidade paraense, a ilha que fora palco dos ataques do chupa-chupa brilhava com todos os seus tons de verde e ocre de 17 a 19 de novembro, quando lá se realizou o I Congresso de Ufologia de Colares. Foi um evento feito para se comemorar os 40 anos da Operação Prato e que teve três dias de atividades intensas, com ruas cheias de pessoas que tomaram conta do pequeno espaço urbano e de “extraterrestres” representados por bonecos verdes em tamanho natural, espalhados por praças e ruas por iniciativa da prefeitura local. O comércio também se esmerou em apresentar a temática ufológica aos visitantes, decorando de maneira sugestiva e divertida os estabelecimentos e mostrando a ligação privilegiada da ilha com uma ou várias inteligências que lá atuaram, que se supõe vindas do espaço.
Todos os dias do congresso foram saudados por um Toque do Alvorada às 06:00, uma linda forma de despertar proporcionada pelas bandas Nova Harmonia e do Professor Luiz Gama. Era assim que começavam os trabalhos que visaram mostrar uma renovada visão sobre os fatos que ocorreram durante e também depois da Operação Prato. A Praça dos Três Poderes, em frente à Câmara Municipal, onde ocorreu o congresso, foi enfeitada por barracas de artesanato, de comidas regionais e um palco onde se apresentaram grupos regionais de carimbó, em valorização da própria cultura popular, cuja receita os paraenses têm. Também não faltaram bailes noturnos, que duraram todo o fim de semana.
Com a situação, os moradores começaram a passar fome. Para se defenderem dos temidos aparelhos, eles se juntavam em três casas ou na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que eram de alvenaria, para rezar e pedir proteção
O clima de festa e confraternização que se mesclou às palestras explicativas das atividades da Operação Prato e de Ufologia em geral contagiava participantes vindos de Belém e também de todo o Brasil, evidenciando a importância do evento do que ali se comemorava. Cercado de burburinho e de gente ao redor, Gevaerd chegou ao local para abrir o congresso com sua palestra — ele que foi um dos primeiros ufólogos brasileiros a investigar a Operação Prato, ainda nos anos 80, e a pessoa a ter sido escolhida pelo já coronel Uyrangê Hollanda, em 1997, para entrevistá-lo, além de ter liderado o movimento pela liberação dos documentos oficiais do Governo Brasileiro.
Uma reunião da família
Após a abertura oficial do evento por um representante do prefeito Francisco Pedro Aranha de Oliveira, que não compareceu, e pela equipe organizadora, foi inaugurada a Rua Capitão Uyrangê Hollanda, em sua homenagem. O ato, de grande emoção, se deu na presença de seus filhos Ana Frida de Hollanda Lima e Luiz Carlos de Hollanda Lima, assim como dos netos Maria Antônia e Breno, da esposa de Luiz Carlos, Liliane Obando, e do irmão Uyranê Hollanda. Também participaram da cerimônia membros da família do brigadeiro Oliveira, sua filha Nahima e filhos Protásio e Marcos Aurélio. Igualmente, o senhor Rosil Aranha Oliveira, que acompanhou toda a Operação Prato como barqueiro de Hollanda, teve ali uma presença discreta, acompanhado da filha Rosane.
No meio da multidão de cerca de 300 pessoas que se espalhava pela Praça dos Três Poderes, em um clima ufológico raramente visto no país, estavam também muitos membros da imprensa paraense e alguns personagens da ilha, como pároco de Colares, o padre salvista João da Cruz, que também assistiu às palestras, em uma clara demonstração de apreço pela história de seus paroquianos. Como parte da abertura dos trabalhos foi lançada ali também a pedra fundamental do Museu da Operação Prato, que no futuro irá reunir documentos, imagens, livros e objetos referentes aos acontecimentos — e com vocação para se tornar também um centro de estudos ufológicos, fazendo de Colares uma referência mundial em Ufologia.
A palestra de Gevaerd deu a medida da importância dos acontecimentos comemorados naqueles dias de novembro, quando o editor discorreu sobre a atuação do coronel Uyrangê Hollanda à frente das investigações dos fenômenos que lá ocorreram quatro décadas antes. Para o pesquisador, Hollanda revolucionou a Ufologia Mundial por ter vindo a público, 20 anos após o encerramento da Operação Prato, relatar tudo o que acontecera na ocasião — foi sua bravura em tomar tal atitude que fez com que os impressionantes acontecimentos paraenses se tornassem conhecidos em todo o planeta, embalados pela atuação de redes de TV como o History e Discovery Channel, entre outros. “Seu exemplo afetou positivamente outros militares de diversos países, que acabaram também revelando o que sabiam, transformando definitivamente a forma como a sociedade vê o Fenômeno UFO”, disse o editor.
Após sua palestra, uma profunda dimensão ufológica envolveu os participantes, durando até o final do evento. Pequenos grupos foram aos poucos se formando para compartilhamento de ideias, observação do céu na orla da cidade, discussões acaloradas e muitos selfies. Claro, com momentos de descontração ao som de muito violão em cantorias embaladas pelas ondas do Rio Amazonas e o contraste de sua brisa fresca ao cair da noite com o calor sufocante de Colares. Mais tarde, naquele mesmo dia, a maioria dos participantes se reuniu para uma vigília ufológica sob uma histórica samaumeira, uma enorme e mítica árvore ancestral de Colares, local do primeiro avistamento de Hollanda e de grande significado aos estudiosos da Operação Prato. Bem, não foi propriamente uma vigília, mas um momento de encontro e conversas entre apaixonados por Ufologia.
Locais de avistamento e contatos
No dia seguinte, sábado, 18, a primeira conferência foi a de Armando Monteiro, muito aguardada, já que esse grande ufólogo paraense, também pesquisador da Operação Prato há 40 anos, raramente dá palestras sobre suas descobertas. Foi uma exposição sobre a pesquisa de campo que realizou em todos estes anos dentro do contexto da missão militar, identificando locais de mais avistamento e contatos até os dias de hoje. Em seguida, o jornalista belenense Carlos Mendes, consultor da Revista UFO e testemunha ocular do chupa-chupa na ilha, apresentou seu trabalho sobre o papel da imprensa na divulgação dos fatos da Operação Prato, oferecendo enorme riqueza de detalhes sobre a movimentação e os métodos pouco ortodoxos empregados pelos militares da Aeronáutica para manterem jornalistas longe das investigações e de todo o ambiente de pavor e medo da população na época da investigação militar.
Esta autora, em seu turno, apresentou sua investigação de importantes ocorrências ufológicas em certas áreas da Região Norte do país, que demonstra a amplitude dos eventos que se concentraram em Colares, igualmente registrados durante toda a década de 70 em estados vizinhos do Pará, embora com menor intensidade. Entre tais acontecimentos estão os ocorridos na Ilha João Donato, no Maranhão — contundentes incidentes que mantiveram membros da população local em contato com inteligências extraterrestres ao longo de10 anos. Tais fatos já foram apresentados aos leitores da Revista UFO em vários de seus eventos públicos.
Crédito: ARQUIVO UFO
A população de Colares chamava de “chupa-chupa”, “aparelho” ou “luz vampira” a manifestação luminosa que a atacava impiedosamente
Muito oportunas no I Congresso Ufológico de Colares também foram as palestras que trataram da inserção do Fenômeno UFO na vida de Colares hoje. O turismo ufológico, que parece uma grande opção para o desenvolvimento econômico da ilha, foi abordado pelo estudioso Rodrigo Águia, que ofereceu aos presentes uma reflexão sobre os impactos ambientais decorrentes da implantação desse tipo de atividade
econômica — seu trabalho foi muito importante para efeito de preservação de um ecossistema que se revelou propício ao contato com visitantes extraterrestres, objetivo maior do turismo ufológico. Em seguida, a pedagoga Laura Cabral fez uma apresentação muito bem articulada descrevendo narrativas populares sobre o chupa-chupa e como preservá-las para as novas gerações por meio de um trabalho sobre o tema nas escolas de Colares.
O também consultor da Revista UFO Vitório Peret, inspirador do grupo Ufologia Amazônica, um dos organizadores do evento, cujo trabalho vem influenciando as novas gerações de pesquisadores, fechou a sessão de conferências com uma exposição sobre detalhes das operações da Força Aérea Brasileira (FAB) na investigação dos fenômenos luminosos ocorridos em Colares. Peret foi amigo de Hollanda e tomou parte em algumas atividades da missão militar comandadas por ele. “Pude confirmar como a Aeronáutica em Colares tinha grande cuidado na obtenção de evidências de que inteligências extraterrestres atuavam na ilha”, disse. Ele também apresentou sua investigação do episódio da “Mulher da Ilha do Meio”, um fato real que pesquisa há década [Veja edição UFO 204, agora disponível na íntegra em www.ufo.com.br].
Último sobrevivente
Na noite a seguir ocorreu um dos momentos mais significativos do evento: a recepção promovida em seu sítio pelo senhor Newton Cardoso, último sobrevivente dos ataques das luzes vampiras. Um grupo de participantes do congresso foi carinhosamente recebido por ele e sua família em um ambiente de amizade e alegria, com comida paraense muito boa, para que tivesse a oportunidade de relatar sua experiência. Cardoso se fez disponível para responder perguntas de todos e com enorme paciência tirou dezenas de fotos com seus convidados — ele também é artista e produz um artesanato original e sugestivo com a temática ufológica. “Fiquei muito feliz de poder receber a todos e descrever o que me ocorreu quarenta aos atrás”.
Durante a ida até a propriedade de Newton Cardoso, alguns participantes relataram o avistamento de uma pequena luz no céu, com movimentos rápidos e irregulares, até desaparecer após alguns segundos. As testemunhas filmaram aquilo com celulares e mostraram para todos os presentes ao chegarem ao sítio. A mesma luz, ou outra bem parecida, também foi observada na região da Ponta do Bacuri e sobre a igreja local, tendo sido também vista por moradores que se encontravam na área central de Colares. Mais tarde — pois não há ufólogo que durma cedo —, alguns grupos foram para outra vigília na Praia do Machadinho, lugar de natureza misteriosa e mágica, com alta incidência de UFOs e um dos pontos em que a Operação Prato concentrou suas atividades. Mas nenhum avistamento foi registrado durante a observação noturna.
No domingo, 19, último dia do evento, todos os participantes já tinham se apossado das belezas de Colares e visitavam livremente os lugares emblemáticos onde ocorreram ações da missão militar comandada por Uyrangê Hollanda, aproveitando as praias e igarapés, perambulando pelas ruas, fotografando coisas e conhecendo mais intimamente a pacata e acolhedora cidade. Durante os três dias de evento, os habitantes de Colares não desmentiram a proverbial hospitalidade paraense.
A sala de sua casa
É fato que muito ainda tem que ser feito para a melhoria da estrutura turística da cidade. Por exemplo, as pousadas e restaurantes ali existentes deixam muito a desejar quanto a conforto, higiene e serviços. Mas uma das coisas pitorescas e interessantes que muitos descobriram na cidade foi a livraria do membro da Academia de Letras do Pará, o escritor Agildo Monteiro Cavalcante, autor do livro Ilha de Colares na Amazônia, entre outros de cunho ufológico — entra-se na livraria por um pequeno jardim com várias estátuas e pinturas de ETs. O local é como a sala de sua casa: tem portas abertas, livros de Ufologia, literatura e espiritualidade, convidando-nos a entrar, sentar e escolher o que ler enquanto se conversa. É encantamento e viagem no tempo.
Crédito: WAGNER SANTANA
A partir da esquerda, o irmão Uyranê, a neta Maria Antônia, o filho Luiz Carlos e esposa Liliane, Gevaerd, o neto Breno e a filha Ana Frida
Mas o I Congresso Ufológico de Colares foi muito além de confraternização e informação. Seus organizadores, notadamente Armando Monteiro, elaboraram um projeto de turismo ufológico visando o incremento do emprego e de renda para o município, introduzindo uma nova modalidade econômica ainda inexplorada para o desenvolvimento da ilha. O plano contempla o treinamento de mão de obra, como a de guias turísticos com conhecimento dos principais locais da Operação Prato, bem como da ecologia da ilha, a melhoria dos serviços e a necessidade de estímulo ao artesanato local.
Um evento ufológico não se improvisa. Assim, foram meses de preparação para que os grupos Ufologia Amazônica, com Monteiro e Peret, e Ufologia na Amazônia, com Heitor Alves, Edson Alves e Ieda Ferreira, coordenassem seus esforços com a Prefeitura de Colares, sua Secretaria Municipal de Cultura e Câmara Municipal, para que tudo saísse bem e se pudesse receber tantos visitantes vindos de fora da ilha. Mas todos esses esforços teriam sido em vão sem a participação da população de Colares, que lotou as palestras e participou ativamente das atividades culturais durante os três dias do evento — transformando-o em um momento histórico que deverá se repetir anualmente, colocando definitivamente a cidade no seu papel de um dos mais exuberantes cenários ufológicos do planeta.