Uma série de círculos esculpidos até 5 mil anos atrás em rochas de uma área de preservação ambiental em Capitão Leônidas Marques, no sudoeste do Paraná, tem chamado a atenção de arqueólogos e pode ser o primeiro registro de arte rupestre na região.
(As gravuras estavam escondidas sob camadas de terra e de vegetação; parte não deverá ser exposta para garantir a preservação — Foto: Raquel Schwengber/Espaço Arqueologia)
As figuras estão sendo catalogadas por uma equipe de especialistas brasileiros e portugueses ligados à empresa de licenciamento arqueológico Espaço Arqueologia e ao Instituto Terra e Memória de Portugal, com autorização e apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
(A área de cerca de 500 metros quadrados ganhou o status de sítio arqueológico, com placa que indica que o lugar é protegido, e foi batizado de Vista Alta — Foto: Raquel Schwengber/Espaço Arquelogia/Divulgação)
Os primeiros estudos foram realizados em 2014 por equipes que fizeram o mapeamento da área onde foi formado o reservatório da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu e retomados em março de 2018. Na primeira quinzena de janeiro, a área de cerca de 500 metros quadrados ganhou o status de sítio arqueológico, com placa que indica que o lugar é protegido, e foi batizado de Vista Alta.
Em uma das rochas que fica no topo do morro em que foi delimitado o sítio arquelógico, foram registradas 100 gravuras. E, em outra, mais cerca de 50. Com a conclusão do levantamento, na sexta-feira (25), o próximo passo será a análise em laboratório. Nesta fase, as gravuras serão comparadas a outras e interpretadas, o que deve indicar, por exemplo, os métodos usados, quando e quem as fez e o que significam.
Escavações
Até agora, foram feitas escavações em 42 dos 56 sítios arqueológicos identificados na região, incluindo os municípios de Capanema e de Realeza. E, apenas no Vista Alta, foram encontradas gravuras. No local, os pesquisadores recolheram ainda objetos como pedras lascadas, pedras polidas e utensílios feitos com cerâmica.
(O trabalho de registro, cada gravura é fotografada e passa por um processo de decalque e de digitalização em 3D — Foto: Raquel Schwengber/Espaço Arquelogia)
O espaço Arqueologia recebeu a professora portuguesa Sara Garcês, consultora externa convidada para realizar atividades acadêmicas e institucionais em solo brasileiro durante o primeiro mês do ano. Garcês é doutora em Quaternário, Materiais e Culturas pela Universidade portuguesa de Trás-os-Montes e Alto Douro, coordenadora do Laboratório de Arte Rupestre do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado e responsável pelo decalque, fotografia e registo integral dos moldes de arte rupestre do Vale do Tejo em Mação, vila situada no distrito de Santarém, Portugal.
(Sara Garcês e Jedson Cerezer trabalhando nos círculos; Fonte: Espaço Arqueologico)
Segundo o arqueólogo Jedson Francisco Cerezer, isto indica que ao menos dois grupos viveram na área, um deles há mil e o outro há cinco mil anos. “Temos um contexto que vai de grupos mais antigos, de caçadores-coletores, a grupos mais recentes, com economia de produção de manejo de espécies vegetais e de cerâmica. O último deles seria de índios guaranis e jês e o primeiro da época da pedra lascada”, explicou Cerezer.
(Os trabalhos de catalogação das figuras também é feito à noite; a luz controlada com lanternas permite uma visualização mais precisa das gravuras — Foto: Raquel Schwengber/Espaço Arquelogia)
Por isso, as marcas podem ter sido feitas em um período mais recente por tribos indígenas que habitavam a região ou ainda na era pré-histórica. Ferramentas desta época localizada
s perto das gravuras, o que é raro, mesmo em outras partes do mundo. No trabalho de registro, cada gravura é fotografada e passa por um processo de decalque e de digitalização em 3D. As técnicas permitem inclusive a identificação de desenhos que não são vistos a olho nu.
Escavações no entorno das rochas também poderão ajudar a encontrar outros vestígios da cultura dos responsáveis pelos desenhos.
Fonte: G1 e Espaço Arqueologia
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