Na casuística ufológica brasileira existem registros de explosões de discos voadores há bem mais tempo do que se imagina. É certo que as conseqüências destes acidentes foram proporcionalmente muito menores do que o de Tunguska. No entanto, o mais interessante é que muitos destes acidentes deixaram fortes evidências físicas, como marcas ou fragmentos constitutivos das naves. Em 1957, por exemplo, ocorreu em Ubatuba, no litoral norte do Estado de São Paulo, uma provável explosão de UFO sobre o mar. Segundo a declaração de algumas testemunhas do caso, um disco voador apareceu sobre a praia e começou a cair em alta velocidade, em direção ao alto mar.
De repente, quando já estava quase se chocando com água, na altura do quebra mar, o objeto fez uma volta repentina de 180 graus, subindo para o céu com um extraordinário impulso. Explodiu logo após isso. O UFO se desintegrou em milhares de fragmentos brilhantes, que soltavam faíscas como se fossem fogos de artifício — tudo isso em plena luz do dia! Vários destes fragmentos — pedaços de um metal tão leve quanto papel — caíram nas águas rasas da praia e na areia. Muitos foram recolhidos pelos pescadores e banhistas que lá se encontravam. Uma dessas pessoas enviou os fragmentos para o colunista social carioca Ibrahim Sued, que o passou para um laboratório especializado.
Na época, o caso foi estudado pelo Dr. Olavo Fontes, então representante brasileiro da Aerial Phenomena Research Organization (AFRO). Fontes adquiriu três fragmentos da suposta nave extraterrestre. Tal material era sólido e leve, de aparência metálica e coloração cinza-escuro. Os 3 pedaços apresentavam uma superfície irregular e estavam muito oxidados, provavelmente em conseqüência da ação da maresia. Ao serem recolhidos, esses objetos estavam cobertos por uma espécie de poeira fina e aderente, parecida com pó de carvão, o que levou o pesquisador a imaginar que o UFO poderia ter sido exposto a uma forte quantidade de calor ou, ainda, ter sido incendiado.
Alguns anos depois, tais fragmentos também foram analisados pelos químicos do Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério da Agricultura. Os resultados das análises, que incluíram exames constitutivos e espectrográficos, demonstraram que os fragmentos eram formações metálicas altamente concentradas de magnésio. A partir de então, outras organizações de pesquisa passaram a se interessar pelo caso e, no fim da década de 60 (quando o Dr. Olavo Pontes já havia falecido), instituições dos Estados Unidos — como a Comissão de Energia Atômica, a Companhia Dow de Produtos Metálicos e a Universidade do Colorado — fizeram detalhados exames do material encontrado em Ubatuba.
Tais análises revelaram que a composição dos fragmentos era uma liga metálica altamente resistente a ações de impacto e calor. Para a ufóloga Irene Granchi, que teve acesso aos relatórios do caso, “os pedaços de metal encontrados em Ubatuba são resultado de um processo de fundição direcionalmente solidificado, cuja resistência é muitas vezes superior a dos metais fundidos em processos convencionais”. Este tipo de fundição foi classificado pelos cientistas americanos como random grain casting. No entanto, na época do acidente, não havia na Terra nenhuma tecnologia que fosse capaz de realizar tal façanha científica. Até o fim da década de 50, um procedimento de fundição como este só seria possível em histórias de ficção científica…
Quando se trata de explosões e acidentes com objetos voadores não identificados, a descoberta de fragmentos (quase sempre de composição e origem desconhecidas) é algo muito significativo para a Ufologia, pois são evidências concretas da existência do Fenômeno UFO que, perante a ciência, precisa apresentar provas materiais e não somente verbais dos casos que acontecem todos os dias. Durante muito tempo, ocorrências como as de Ubatuba e Tunguska foram explicadas pelos cientistas como meros fenômenos atmosféricos e meteorológicos, sendo que a verdadeira causa de tais ocorrências nunca foram realmente reveladas.
A hipótese extraterrestre só começou a ser levada em consideração bem mais tarde e, mesmo com a apresentação de tantas evidências, ainda é possível encontrar pessoas que duvidem da existência dos UFOs. No caso de Ubatuba, por exemplo, os fragmentos encontrados, compostos de magnésio, possuíam uma constituição jamais vista em qualquer material terrestre. Por ser muito suscetível ao calor, o magnésio é um elemento químico incapaz de resistir a tão altas temperaturas como aquelas a que foram submetidos os fragmentos encontrados na praia: os pedaços de metal, se fossem mesmo de origem terrestre, teriam derretido logo nos primeiros testes feitos pelos pesquisadores.