A constelação de Orion ou caçador, talvez seja a mais famosa do mundo, rivalizando apenas com as Plêiades, outro grupo de estrelas cheio de significados, localizado na constelação de Touro. E isso não é algo novo, os egípcios, os gregos, os romanos e muitos outros povos ancestrais da Europa, das Américas e da África acreditavam que Orion era o lar dos deuses criadores do universo.
Mitologia à parte, fato é que Orion é uma constelação fácil de se localizar no céu noturno, muito por conta de seu “cinturão”, três estrelas que de nossa perspectiva terrestre parecem estar alinhadas e que nós, aqui no Brasil, conhecemos como as Três Marias. Subindo um pouco no desenho, se olharmos para o ombro direito do caçador, veremos um brilho forte e vermelho: Betelgeuse.
Supernova
Distante cerca de 650 anos-luz da Terra, a estrela parece estar se aproximando do fim de sua vida e os astrônomos supõem que ela irá explodir em uma supernova, algo tão poderoso e fenomenal que poderá ser mais brilhante do que a Lua e visível até mesmo no céu diurno. Mas isso nos próximos 100.000 anos. Para nós, é uma imensidão de tempo, para o universo, um piscar de olhos.
E mesmo que acontecesse hoje ou amanhã, nós não teríamos nada a temer, segundo explica o geólogo e astrônomo amador Dino Nascimento, consultor da Revista UFO: “Não aconteceria nada para o planeta e nem para o Sistema Solar, nós apenas teríamos um espetáculo e tanto no céu. Para os astrônomos seria um colosso de informações, mas só isso”.
A explosão de uma supernova, entretanto, acompanha alguns critérios ou sequência de fatos, como por exemplo, a estrela encolhe e colapsa sobre si mesma antes de se tornar uma nova. Seria isso o que está acontecendo com Betelgeuse?
Ano passado, a supergigante vermelha era a 10ª estrela mais brilhante no céu. Nos últimos meses, porém, seu brilho tem diminuído tanto que sua colocação caiu 14 posições: ela agora ocupa o 24ª lugar.
Constelação de Orion ou Caçador
Perdendo magnitude
Os astrônomos Edward F. Guinan e Richard J. Wasatonic da Universidade Villanova, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, anunciaram recentemente que Betelgeuse perdeu magnitude desde setembro, e está 2,5 vezes mais fraca desde então. “As observações fotométricas mais recentes indicam que Betelgeuse está atualmente no estado menos luminoso e mais frio já medido em 25 anos de fotometria”, escreveram os pesquisadores no jornal Astronomer’s Telegram.
Ela pode estar se preparando para virar supernova, de fato, mas também pode ser outra coisa: a estrela pode ter sido ofuscada por uma mancha solar gigante ou estar envolta em uma explosão de poeira estelar, por exemplo. Para descobrir, os pesquisadores irão continuar acompanhando Betelgeuse, cuja queda de brilho parece estar diminuindo.
Veja abaixo um video do canal Space.com sobre a estrela: