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Bactérias de 100 milhões de anos são acordadas, mostrando que a vida resiste mais do que se pensava

Segundo um novo estudo publicado na revista Nature, cientistas conseguiram acordar microrganismos de 100 milhões de anos encontradas sob sedimentos oceânicos retirados de uma região quase estéril do Pacífico. O mesmo pode acontecer com a vida de outros planetas?

Laura Maria Elias

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Os sedimentos do fundo do mar sob o Giro do Pacífico Sul contêm microrganismos antigos ainda vivos (em verde) com cerca de 101,5 milhões de anos.
Créditos: Crédito: JAMSTEC

Segundo um novo estudo publicado na revista Nature, cientistas conseguiram acordar microrganismos de 100 milhões de anos encontradas sob sedimentos oceânicos retirados de uma região quase estéril do Pacífico. O mesmo pode acontecer com a vida de outros planetas?

 Segundo diz um estudo publicado na revista Nature, “sedimentos marinhos cobrem aproximadamente 70% da superfície da Terra e abrigam uma população microbiana notável que compreende entre 12 a 45% da biomassa microbiana total ou entre 0,6 a 2% da biomassa viva total na Terra”.

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 Em 2010, a Expedição 329 do Programa Integrado de Perfuração Oceânica (IODP) recuperou sequências sedimentares da planície abissal do Giro do Pacífico Sul (SPG), para examinar a vida e a habitabilidade do subsolo na região de menor produtividade do oceano mundial.

A expedição utilizou o navio-sonda JOIDES Resolution para escavar 75 m no fundo do oceano que estava a uma profundidade de seis quilômetros. Dali foram removidos núcleos de sedimentos, de onde as bactérias foram extraídas.

Foram encontrados microrganismos famintos, mas com todas as camadas dos núcleos e até nos sedimentos mais antigos os pesquisadores puderam reanimar 99% dos microrganismos.

“No começo, eu estava cético, mas descobrimos que até 99,1% dos microrganismos depositados em sedimentos 101,5 milhões de anos atrás ainda estavam vivos e prontos para comer”, disse Morono.

Alguns microrganismos aumentaram em quatro vezes seu número e devoraram o nitrogênio e o carbono disponibilizado 68 dias após a incubação.

Fora da Terra também?

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Concepção de um exopaneta. Crédito: Renova Midia

Embora haja uma série de questões ligadas às consequências de se trazer à vida microrganismos adormecidos há milhões de anos, a pesquisa chama a atenção primeiro para a resistência da vida, mesmo sob circunstâncias em que ela já deveria ter desaparecido.

E, também, porque abre uma possibilidade de que se a vida na Terra é resistente assim, talvez essa seja uma característica da vida em qualquer outro lugar e não apenas aqui em nosso planeta.

Isso abre possibilidades interessantes, principalmente em um momento em que agências espaciais se preparam para trazer amostras de solo e rochas marcianas para Terra, em busca vida. E essa descoberta precisa ser levada a sério quando pensamos em colocar humanos em outro mundo.

De qualquer forma, é uma descoberta incrível, que embora não tenha sido feita com a intensão de auxiliar na busca por vida fora da Terra, pode vir a fazê-lo. Aguardemos.

Fonte: Nature e Hypescience

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