
O entrevistado desta edição acumula várias atividades profissionais, algumas delas curiosas. O inglês Colin Andrews é engenheiro de formação, mas também já foi jogador de futebol e bombeiro quando jovem. Mais tarde, atuando como fotógrafo, registrou a princesa Diana e o príncipe Charles em lua de mel — a espetacular imagem foi enviada como presente à rainha Elisabeth II e hoje se encontra exposta em um castelo na cidade de Romsey, naquele país. Na época, foi convidado a apresentar suas fotos também em importantes galerias de arte nos Estados Unidos, como o Museu de Arte da Philadelphia. Mas foi na Ufologia que esse homem ganhou fama mundial, tornando-se o principal pesquisador dos círculos nas plantações na atualidade, os famosos círculos ingleses, popularmente conhecidos como agroglifos ou agrogramas.
Tudo começou em julho de 1983, quando o então engenheiro elétrico dirigia por uma rodovia nas proximidades de Winchester, em seu país natal, e viu o primeiro agroglifo de sua vida — eram cinco esferas desenhadas em uma plantação de grãos de uma fazenda próxima. Intrigado, ele voltou à região com sua câmera no fim de semana e realizou dezenas de fotografias daquela estranha formação. Não parou mais. Já encantado com a situação, nos meses seguintes Andrews não podia deixar de demonstrar ainda mais fascínio pelas figuras quando recebeu a informação de que aquelas singulares manifestações já aconteciam há anos e haviam sido testemunhadas por diversos proprietários da região e seus familiares. Desde então ele fez do fenômeno sua vida.
Universo inteligente
Há três décadas o ufólogo acompanha, investiga e cataloga agroglifos que surgem na terra da rainha. Hoje, seu já rico acervo de fotos e filmagens ganha ainda mais corpo com os recentes casos que se espalharam de maneira surpreendente pela Europa e também por outros continentes — como comprovam os episódios ocorridos em Ipuaçu, em Santa Catarina, entre 2008 e 2011 [Veja edições UFO 149 e 185, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. Por acreditar que muitas das questões fundamentais da humanidade poderão ser respondidas quando decifrarmos as mensagens deixadas para nós nessas formações, sua pesquisa agora se volta para a interação entre a mente humana e o universo inteligente e consciente.
Porém, mesmo as carreiras mais brilhantes têm seus momentos ruins, e com Andrews a situação não foi diferente. As primeiras desilusões em sua vida de circólogo — como são conhecidos os estudiosos do mistério — surgiram quando a imprensa britânica deu grande destaque a dois senhores octogenários até então desconhecidos, Doug Bower e Dave Chorley, que nos anos 80 afirmaram ser os autores dos círculos. Essa declaração arruinou não só anos de estudo do ufólogo como o próprio futuro da investigação desse fenômeno, ao impedir que pesquisadores sérios e comprometidos adentrassem nessa tarefa. Apesar de negar que os dois velhinhos sejam agentes da inteligência britânica — como defende, entre outros, Jim Marrs —, ele concorda que tanto o serviço secreto inglês quanto a CIA se aproveitaram daqueles homens para, gradualmente, corroer a credibilidade do fenômeno dos agroglifos.
Investigação obstinada
Colin Andrews afirma jamais ter dado credibilidade àqueles homens por causa de um episódio em particular. Ele disse à Revista UFO que, na mesma época das alegações da dupla, desmotivado, estava a ponto de desistir da pesquisa dos círculos ingleses para voltar ao seu trabalho como engenheiro elétrico, quando algo ocorreu. Certa noite, enquanto estava deitado em sua cama, mentalizou um pedido para que uma figura surgisse em alguma localidade próxima a sua residência. Convencido da existência de uma inteligência superior por trás das manifestações, ele pediu que a formação tivesse a forma de uma cruz celta.
Incrivelmente, logo na manhã seguinte, um fazendeiro de sua região telefonou dizendo que durante a noite um novo círculo havia surgido em sua plantação — e para a grande surpresa do entrevistado desta edição, no meio do campo estava justamente o desenho que ele havia imaginado antes de dormir. Desde então, ele prometeu a si mesmo que nada iria demovê-lo da pesquisa do impressionante fenômeno dos círculos nas plantações. “Sigo fazendo meu trabalho investigativo até hoje, cada dia mais dedicado a decifrar este fantástico enigma”, disse. Assim tem sido até hoje e a Ufologia Mundial agradece!
Autor de obras clássicas e pioneiras na área, como Circular Evidence [Evidência Circular, Phanes Press, 1989] e Government Circles [Círculos Governamentais, Create Space Publishing, 2009], que alega o envolvimento do governo britânico no mistério, Andrews sempre deu importante contribuição ao conhecimento que temos hoje do assunto. Mas, inquieto, sua mente se estendeu também a áreas conexas, inspirado justamente pelos agroglifos. Foi assim que ele, saindo a campo para investigar outros mistérios de nosso planeta, adentrou no debate sobre o significado de 2012 e escreveu The Complete Idiot’s Guide to 2012 [O Guia Completo do Idiota Sobre 2012, Alpha Press, 2008] e The Complete Idiot’s Guide to the Akashic Record [O Guia Completo do Idiota Sobre o Registro Akáshico, Alpha Press, 2010].
Interseção de conhecimentos
Muitos perguntaram como Colin Andrews via um elemento de conexão entre os agroglifos, o significado de 2012 — tão comentado nos últimos anos com a ideia de que o Calendário Maia trouxesse mais elementos ao debate —, e os supostos registros akáshicos. “Estou convencido de que os círculos nas plantações são mensagens claras de inteligências superiores a nossa humanidade, e isso implica em adentrar várias áreas para perscrutar o mistério”. Os registros akáshicos, em moda especialmente nos meios esotéricos, seriam um conjunto de conhecimentos armazenados misticamente no éter, que abrangeriam tudo o que ocorre, ocorreu e ocorrerá no universo [Akasha em sânscrito significa céu, espaço ou éter].
Estamos vivendo um processo de grande interação entre nosso planeta e outras inteligências cósmicas, e o aprendizado que surgirá dessa interação está relacionado a uma grandiosa transição pela qual a humanidade está passando hoje.
Nesta entrevista esclarecedora, Andrews, que é consultor da Revista UFO há mais de 10 anos, fala da evolução dos agroglifos, sua aparente ligação com o monumento megalítico de Stonehenge, o envolvimento do governo britânico com as manifestações e de sua atuação como consultor da primeira-ministra Margaret Thatcher e da rainha Elizabeth II. Além disso, o pesquisador relata inusitadas experiências que viveu junto com sua família durante a infância e tece críticas aos grupos organizados de fraudadores dos agroglifos, conhecidos como circlemakers [Fazedores de círculos], que forjam figuras em vegetações e envenenam a opinião pública contra um fenômeno sem paralelo.
Certeza da existência
Para começarmos nossa conversa, diga-nos se o senhor teve algum contato com o Fenômeno UFO durante sua infância? Minha família testemunhou um avistamento quando eu tinha 11 anos de idade. Minha mãe, meu pai e meu irmão Peter estavam no carro, em uma estrada bem afastada, quando um artefato discoide surgiu flutuando a aproximadamente 100 m de altura sobre as copas das árvores. Meu pai e meu irmão saíram do automóvel para observar o objeto, que balançava de um lado para o outro, quando um feixe de luz foi emitido pela parte de baixo da espaçonave em direção à vegetação logo abaixo. Minha mãe se apavorou e gritou para que voltassem, mas eles ficaram lá e ainda puderam observar a luminosidade desaparecer e a nave disparar a uma velocidade colossal. Assim que eles retornaram para casa, me relataram o ocorrido. Pela sinceridade deles, tive certeza da veracidade do fato e, a partir de então, da existência de alienígenas.
Mas o senhor nunca viveu uma experiência pessoal com extraterrestres? Sim, tive um contato pessoal com o Fenômeno UFO bem antes disso, quando tinha apenas cinco anos de idade. Certa noite fui levitando da minha cama em direção a uma luz muito brilhante que estava na parte de trás da minha casa. Essa experiência fez surgir bolhas em meu corpo pelos dois anos seguintes, que meus pais e meu médico puderam confirmar. Em 1995, fiz uma regressão com o doutor James Harder, o mesmo profissional que hipnotizou o conhecido abduzido Travis Walton [Sequestrado por ETs em Snowflake, Arizona, em 1975]. Na presença de três testemunhas, em uma sessão que durou cerca de 50 minutos, eu revisitei o local e encontrei na grama um grande anel verde, localizado exatamente onde eu estava há 47 anos.
Fascinante. Foi isso que, décadas depois, o atraiu para o mistério dos círculos nas plantações de seu país? Sim, em parte. Eu já me interessava por Ufologia muito antes de começar a investigar o mistério dos círculos, o que ocorreu em julho de 1983, quando vi a primeira formação. Eu dirigia por uma rodovia de Winchester e vi cinco esferas desenhadas sobre a plantação em uma fazenda próxima. Desde então persigo este fenômeno sem descansar.
O senhor já catalogou milhares de agroglifos ao longo dos anos e em muitos países. Há algum padrão ou evolução nas figuras? Já estudei aproximadamente 2.000 formações e cataloguei com riqueza de detalhes mais de 5.000 — atualmente, o total de figuras já registradas em todo o mundo gira em torno de 12 mil. Eu percebo que elas inicialmente evoluíram de simples círculos, que eram encontrados individualmente décadas atrás, para arranjos de formas geométricas mais completas, mas ainda assim mais simples do que as atuais. Foi somente após a descoberta de dois agroglifos que estavam conectados por um S e uma linha reta, em 1990, que as figuras passaram a desenvolver padrões verdadeiramente intrincados, cada um com uma possível interpretação ou significado. Paralelamente, várias dessas figuras também se enquadram no que passei a chamar de “famílias de formações”. Cada um desses grupos tem características particulares e diferentes entre si, como indicação de funções matemáticas, alusões a teorias diversas, efemérides e objetos astronômicos — até desenhos que lembram inscrições maias, símbolos astrológicos e genéticos já foram catalogados.
Os círculos só surgem em plantações ou já foram encontrados em outros terrenos? A grande maioria deles aparece em vegetações organizadas, como as plantações de cereais. Existem poucos exemplos em que os desenhos tenham aparecido em outros locais — e esses casos são bem aleatórios. A impressão geral é de que eles são feitos para serem vistos e para que os humanos possam interagir com eles. Recentemente, casos no Canadá e em outros países revelaram inscrições até em superfícies de lagos congelados. Particularmente, investiguei episódios em áreas de gelo e de neve em Charles River, próximo a Boston, nos Estados Unidos. Mas não acredito que as figuras no gelo possam ser consideradas agroglifos, pois a maioria dos registros que analisei pode ser explicada pela distribuição térmica da água em padrões de vórtices espiralados, que são criados quando as temperaturas estão próximas do congelamento ou quando se alteram um ou dois graus. Isso permite que formas geométricas surjam e se mantenham na camada congelada por tempo suficiente para que possam ser observadas e registradas.
Em quantos países o senhor já pesquisou casos de agroglifos e o que aprendeu nesses lugares? Já fui ao Japão, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Brasil e Austrália realizar pesquisas. Durante essas viagens, descobri que não existe nada melhor do que a investigação de campo do fenômeno — ir aos lugares onde ele se manifesta e conversar com suas testemunhas. Nas proximidades de Stonehenge, na Inglaterra, por exemplo, conheci moradores que me relataram formações desde a década de 40 e que jamais foram descritas a ninguém. No Brasil, conversei com um homem que viu um conjunto de formações idênticas às que encontrei na Inglaterra, em 1983. Visitei o Japão e vi fotografias de círculos simples em diversos campos. Enfim, obtive informações impressionantes e convincentes porque conversei com pessoas diretamente e conheci os lugares onde os agroglifos ocorrem.
Alterações no campo magnético
Como se sabe, as manifestações podem interferir no funcionamento de diversas tecnologias que desenvolvemos. Esse fenômeno é realmente confirmado? O que o senhor nos diz a respeito? Desde que comecei minhas pesquisas, no início dos anos 80, percebi que equipamentos eletrônicos, como gravadores e câmeras analógicas — e agora também equipamentos digitais — falhavam em muitas ocasiões quando próximas dos círculos. Em diversos momentos, eu mesmo cheguei a testemunhar que as agulhas de uma bússola, quando colocada no interior das figuras, começam a rodar rapidamente, como um rotor de um helicóptero. Motores de automóveis e máquinas agrícolas também costumam falhar nas manhãs seguintes em locais onde as figuras surgiram durante a noite. Como as leituras magnéticas na região são drasticamente elevadas, muitos acreditam que essas alterações ocasionem defeitos nos equipamentos, que podem nunca mais voltar a funcionar.
Meus familiares testemunharam um avistamento de UFO. Eles estavam no carro quando um artefato discoide surgiu flutuando a 100 m sobre as copas das árvores. O objeto balançava de um lado para o outro e emitiu um feixe de luz pela parte de baixo.
Os efeitos dos agroglifos também são sentidos pelos animais? Em algumas situações, sim. Já foi observado que animais se comportavam de forma muito estranha quando próximos ou até mesmo dentro dos agroglifos. A primeira situação desse tipo que conheci foi nos anos 80, com um de meus cachorros — ele não queria de maneira alguma entrar no local onde havia uma figura recém-descoberta. Eu então o peguei no colo e com muito jeito o fiz entrar no agroglifo, mas depois disso ele acabou ficando bastante doente. Moradores afirmam que pássaros desviam e evitam sobrevoar locais onde há essas manifestações.
Impressionante. Isso certamente deve ter causado prejuízos a fazendeiros das áreas afetadas. Mas há também proprietários de terras em que surgem os agroglifos que chegam a lucrar de alguma forma, não? Sim, há fazendeiros que realmente ganharam algum dinheiro, mas apenas ao cobrar ingresso para que as pessoas pudessem entrar em suas propriedades e ver as formações de perto — isso começou a ocorrer logo após o lançamento do meu livro Circular Evidence [Evidência Circular, Phanes Press, 1989], que tornou o fenômeno bem popular na Inglaterra. Time Carson e Phillip Sandell, por exemplo, proprietários de terras em Alton Barnes e Stonehenge, arrecadaram milhares de libras com visitas de curiosos aos seus campos. Muitos donos também ganharam o suficiente para cobrir os prejuízos causados pelos visitantes às colheitas, mas acredito que de maneira geral eles não se aborrecem com o que acontece em suas propriedades.
Stonehenge, centro de energia
Qual é a relação que existe entre os círculos nas plantações e as ruínas de civilizações antigas, como a dos celtas e druidas, que habitaram as regiões inglesas onde as manifestações surgem hoje? Esse é um assunto bem interessante quando falamos dos agroglifos. É possível que as antigas culturas que habitaram o país, há milênios ou mesmo séculos atrás, já tivessem alguma ligação com os agroglifos. O que se sabe ao certo é que as figuras têm aparecido regularmente em locais bem próximos a sítios arqueológicos de tais civilizações, manifestando-se por meio de padrões geométricos que também se repetem em áreas de antigas ruínas encontradas em outras partes do mundo, como na Austrália e África, na Europa e nas Américas do Norte e do Sul. Como exemplo, posso citar os famosos símbolos de anéis e taças presentes na arte de antigas civilizações do Reino Unido, que se assemelham bastante com figuras encontradas em fazendas de lá. Para mim, essas características são um forte indício da ligação entre os círculos e as culturas ancestrais.
E com Stonehenge, em particular, os agroglifos têm alguma ligação? Sim, e eu e minha equipe — composta pelo doutor Terence Meaden, por Busty Taylor e Pat Delgado — fomos os primeiros pesquisadores a sugerir a relação entre os agroglifos e o monumento megalítico de Stonehenge. As dimensões e raios que existem nessa antiga construção se repetiram por diversas vezes na maioria das primeiras formações que surgiram em plantações na Inglaterra. Não é mera coincidência que a área ao redor dele tenha o maior aglomerado de sítios arqueológicos circulares do planeta, nem que possua a mais alta concentração de agroglifos da Terra. Acredito, conforme já dizia no início de meus estudos, na década de 80, que os homens que habitavam tal área há muitos séculos já testemunhavam avistamentos ufológicos e manifestações de seres extraterrestres, e construíram templos espirituais para registrar e imortalizar esses extraordinários acontecimentos. Essa é a razão pela qual existe uma poderosa atmosfera espiritual em Stonehenge.
Há muita especulação sobre a razão de o monumento estar naquele local. O que o senhor nos diz? Acredito que a localização de Stonehenge foi determinada por uma raça extraterrestre que, com certeza, sabia muito mais sobre o nosso planeta do que nós sabemos hoje. O local e a geometria de Stonehenge são significativos nessa apreciação, pois têm relação direta com o cosmos. Os padrões de energia por toda a região comprovam que o local não foi escolhido por mero acaso — a construção foi ali realizada certamente porque o lugar é um centro de energia desse organismo vivo em que vivemos, a Terra. Há, ali, um mecanismo de equilíbrio energético poderoso. Fenômenos estranhos vêm ocorrendo na área, incluindo observações de discos voadores e o surgimento de agroglifos modernos, com desenhos muito impactantes.
Um de meus cachorros não queria de maneira alguma entrar no local onde havia um agroglifo muito recente. Eu então o peguei no colo e com muito jeito o fiz entrar na figura, mas depois disso ele acabou ficando bastante doente. Nunca soubemos a causa.
Poderia nos dar um exemplo de figura associada a Stonehenge? Sim. Uma formação que surgiu em 1996 foi muito importante para essa questão. Ela estava alinhada ao campo magnético da Terra e apresentava padrões correspondentes às dimensões e ao posicionamento de Stonehenge. Ou seja, temos o velho monumento de pedra e os novos agroglifos exatamente no mesmo alinhamento solar [Componente do campo magnético], mas com uma separação aproximada de 300 m. Para mim, isso significa que estamos entrando em uma etapa de um alinhamento importante para o planeta — e como somos máquinas eletroquímicas, seremos de alguma maneira alterados com esse movimento. Com absoluta certeza, Stonehenge contém uma chave importante para decifrarmos esse mistério. Mas outras coisas, menos claras e óbvias para o nosso entendimento, também são partes do quebra-cabeça.
Envolvimento governamental
Também é comum ouvirmos que o governo inglês tenha tido envolvimento com o fenômeno do agroglifos, mas de que maneira isso se deu? Como se sabe, fui conselheiro do governo da primeira-ministra Margareth Thatcher e da rainha Elizabeth II para esse assunto. Coube a mim preparar e apresentar relatórios sobre as formações nas plantações também para o secretário do Meio Ambiente, Nicolas Ridley. Isso ocorreu porque, na ocasião, o agora ex-diretor do chamado UFO Desk do Ministério da Defesa inglês, Nick Pope, escrevera uma declaração oficial mentirosa sobre os círculos para a imprensa [Pope foi entrevistado das edições UFO 174 e 175, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. E por divulgar dados que não eram verdadeiros, eu o desafiei publicamente. Como era eu quem providenciava as informações sobre os agroglifos para o governo, sabia que suas alegações eram falsas. Meu livro Government Circles [Círculos Governamentais, Create Space Publishing, 2009] traz todos os detalhes e até documentos sobre o envolvimento das autoridades britânicas com as manifestações. Elas tentaram até onde puderam minimizar o fenômeno dos círculos nas plantações, e até ocultaram dados, mas não foram bem-sucedidas.
Estimulada pelos agroglifos, a sociedade planetária está evoluindo no caminho do entendimento de seu lugar na natureza e no universo, e fico honrado em fazer parte disso de alguma forma.
Compreendo. Isso está relacionado aos helicópteros negros sem inscrições de licença de voo que também já foram observados sobrevoando as figuras? Existem registros disponíveis deles? Sim, isso está relacionado e eu mesmo já testemunhei tais helicópteros, sem nenhum sinal de procedência nem a quem pertenciam, voando sobre círculos nas plantações. Um caso significativo ocorreu quando duas dessas aeronaves praticamente atacaram minha equipe, enquanto filmávamos uma pequena sonda ufológica branca que sobrevoava uma área próxima a um agroglifo — o fato nos mostrou com clareza que os militares da Inglaterra realmente vigiam de perto os círculos desde meados dos anos 80.
Demônio Ceifador
Existe a teoria de que os agroglifos seriam feitos por militares por meio de satélites com armas energéticas sofisticadas. Há também relatos antigos, do século 17, que fazem menção a uma entidade mítica, o Demônio Ceifador, como responsável pelas figuras. O que o senhor acha dessas hipóteses? Não acredito que a primeira seja correta. Os militares não têm necessidade de fazer essas manobras em áreas populosas, como são muitas daquelas em que os círculos nas plantações surgem. Além disso, as figuras já existiam bem antes que o homem tivesse lançado qualquer objeto para fora de nossa atmosfera. Já a lenda do Demônio Ceifador foi primeiro relatada em 1678 e nós sabemos disso graças a um artigo em um velho tabloide. O texto diz que, sobre um campo de cereais, viu-se um forte clarão durante a noite, como se a plantação estivesse em chamas. No dia seguinte, encontraram parte da vegetação entrelaçada, formando uma imagem inusitada — semelhante aos atuais agroglifos. Acredito que o artigo seja apenas mais um informe sobre o surgimento de uma formação após o avistamento de um UFO, pois o relato é muito semelhante a outros que já pesquisei, que têm interpretações modernas.
Existe um conjunto de informações relativas a análises de material colhido no interior dos agroglifos, como as realizadas pelo doutor Lovegood nas plantas que formavam os círculos. Ele tem recebido duras críticas por parte de céticos e de outros cientistas. O que acha de suas descobertas? Eu também sou crítico quanto aos seus achados, pois testei o seu trabalho e não gostei do que constatei. Com o consentimento de um fazendeiro, filmei minha equipe forjando um agroglifo e removendo uma das plantas para que Lovegood a testasse. Também registrei uma área onde os vegetais haviam sido achatados por uma forte chuva e pela ventania do dia anterior, e essas amostras também foram enviadas da Inglaterra para os Estados Unidos, para o doutor analisar. Bem, ele concluiu que os dois casos eram reais e exibiam os mais altos índices de energia em círculos ingleses que ele já havia visto — e nenhum dos materiais que ele examinou era autêntico.
Circlemakers
Há alguns anos o senhor afirmou que cerca de 80% dos agroglifos eram fraudulentos. Como chegou a esse número? Quando fiz essa declaração no início da década passada, uma coisa foi ignorada pelas pessoas. Em 1999 e 2000 aconteceram vários casos na Inglaterra, e de todos os que eu pesquisei — e foram muitos —, cerca de 80% eram realmente fraudes. Daí surgiu minha afirmação, mas evidentemente esse número não se refere a todas as formações registradas desde o começo do fenômeno, e sim à quantidade de figuras surgidas naquela época específica. O aumento do interesse da mídia pelo assunto fez crescer o número de grupos de falsificadores — mas só de entrar na área de um círculo já é possível saber se ele é verdadeiro ou falso. Como já disse, há uma energia especial quando a manifestação é real.
Por divulgar dados que não eram verdadeiros, eu desafiei publicamente Nick Pope quando ele era funcionário do Ministério da Defesa. Como era eu quem providenciava as informações sobre os agroglifos para o governo inglês, sabia que suas alegações eram falsas.
Outra declaração sua que também causou polêmica foi a de que os círculos nas plantações autênticos são justamente os mais simples. O senhor mantém essa opinião? Sim. Informações colhidas durante mais de 30 anos de pesquisas mostram um padrão consistente de formações que são compatíveis com as primeiras descobertas, as mais simples. Existe uma tendência em dar maior divulgação a figuras complexas e bonitas, enquanto as simples sequer são registradas atualmente. Isso acaba fazendo com que um grande número de casos reais fique sem ser pesquisado. É claro que existem padrões extremamente complexos em círculos que não devem ser desprezados, mas como em qualquer cenário que evolui, os blocos de construções mais simples são os mais importantes. Por isso, acredito que os sinais primários continuarão aparecendo até que consigamos entender o que eles estão nos dizendo.
O senhor tem contato com os chamados circlemakers? Por que, afinal, eles falsificam o fenômeno? Estou em contato com alguns poucos circlemakers [Fazedores de círculos], justamente os que me contaram, no ano passado, serem responsáveis pela maioria dos agroglifos no sul da Inglaterra — eles também me relataram que durante 2011 não produziriam nenhum desenho no país. Porém, mesmo quando param de fazer suas fraudes, que são as mais conhecidas e bem feitas, surgem outros grupos que tentam ocupar seu espaço, só que com muito menos precisão, é claro. Recentemente fui alertado com antecedência sobre uma formação que seria feita próxima a Hackpen Hill, em 2011, por um pequeno grupo desses forjadores. Depois fui informado que durante a falsificação eles testemunharam atividades paranormais no local e fugiram, o que é bem interessante — eles teriam observado formas escuras se movendo em torno deles no meio da plantação, situação que já foi vivida por outras pessoas no interior das plantações.
Engenharia reversa
O senhor acha que algum dia o fenômeno dos agroglifos terá reconhecimento oficial por parte do governo inglês ou de qualquer outro? Graças à persistência dos ufólogos na busca de verdade a respeito deles, considero que essa situação de rejeição ao assunto pelos governos já esteja mudando, mesmo que de maneira bem lenta. Aliás, não apenas quanto aos círculos nas plantações, mas quanto a tudo que se refira à presença alienígena na Terra. Conseguimos expor os fatos ao público e, assim, acabamos por pressionar as lideranças políticas para que liberem seus arquivos secretos relativos aos UFOs, como está acontecendo agora na Inglaterra — o Brasil também é um exemplo nesse sentido. A sociedade vem se abrindo de forma sincera para as novas informações e aceitando cada vez mais a realidade ufológica. Outros governos são menos corajosos em assumir publicamente o que está acontecendo, claro. Mas talvez ainda mantenham o sigilo ao assunto porque o acobertamento traz vantagens tecnológicas, obtidas através da engenharia reversa de discos voadores, ou seja, de seu desmonte.
O senhor acredita que existem mesmo naves alienígenas acidentadas mantidas secretas em algum lugar do mundo, sendo desmontadas para que se conheça sua tecnologia? Sim, já sabemos atualmente que alguns países têm tais artefatos em seu poder, que foram resgatados depois de suas quedas, em acidentes trágicos para seus tripulantes. Esse é o caso dos Estados Unidos, por exemplo.
Já que estamos neste polêmico campo, o senhor também acredita que nossos visitantes extraterrestres tenham interesse no uso que fazemos da energia nuclear, especialmente para fins bélicos, como alegam alguns estudiosos? Sim, claro. Há até episódios assustadores em que UFOs interferem em armamentos nucleares e causam séria preocupação às grandes potências do planeta — isso também impede que elas promovam uma discussão aberta sobre a realidade da presença extraterrestre. Afinal, é mais fácil dizer que os ETs não existem do que manifestar preocupação quanto à segurança do próprio espaço aéreo, não é? Minha família já avistou um artefato alienígena e eu mesmo, durante a infância, vivi um evento ufológico, como já relatei. Por isso, sei que eles são reais e qualquer governo também sabe isso. Porém, infelizmente, as autoridades mentem e continuarão acobertando o assunto.
Os círculos no cinema
Como foi a experiência de participar da produção do filme Sinais [2002], dirigido pelo M. Night Shyamalan e estrelado por Mel Gibson e Joaquin Phoenix, entre outros? O senhor teve alguma influência na formulação do roteiro? Eu forneci diversas informações sobre o assunto para a Disney [Coprodutora do filme com a Touchstone], quando fui seu consultor. Durante a produção, fiz entrevistas via satélite da Inglaterra com Shyamalan e Mel Gibson, que estavam em Hollywood. Confesso que fiquei desapontado ao ver, ao final, que o filme trouxe apenas uma história assustadora e totalmente fictícia sobre os círculos nas plantações. Se fosse o contrário, como eu esperava, poderia educar o público sobre os eventos que estão ocorrendo e que ainda acontecerão no futuro. Entretanto, a partir da consultoria que prestei, a obra mostrou dados importantes que não eram divulgados nem no meio ufológico até então — como o fato de o governo da Índia já ter registrado 800 casos de agroglifos ao longo dos anos.
Após o lançamento de Sinais, o turismo realmente aumentou nos locais de ocorrência dos agroglifos, como dizem? Não acho que mais pessoas tenham visitado os agroglifos depois dele, mas, de fato, a exibição do filme os expôs bastante. Porém, considero que a Disney fez um péssimo serviço à sociedade produzindo um filme em que alienígenas aterrorizantes invadem e conquistam o planeta. Muitas pessoas que não tinham qualquer conhecimento do tema tiveram oportunidade de saber mais a respeito, mas da forma errada. É uma pena que isso não tenha acontecido de maneira produtiva.
Já que estamos falando de ficção científica, o que o senhor acha de produções como Arquivo-X, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Jornada nas Estrelas etc? Acho que são exemplos de ótimo divertimento, mas que também acabam cumprindo uma função educacional para a evolução da nossa consciência. Nós criamos cotidianamente nossa realidade, mas precisamos ser capazes de construir também um futuro. Somos poderosos seres espirituais e esses filmes são parte importante do nosso processo de evolução da humanidade. Eles não causam mal.
O futuro dos agroglifos
O que podemos esperar do fenômeno dos círculos nas plantações no futuro? Acredito que esses eventos ainda irão acontecer por muitos anos, como fruto de uma ação combinada entre uma mente alienígena mais avançada e a própria humanidade. Novos padrões de agroglifos deverão surgir para nos ajudar a manejar um novo período aqui na Terra, como que a nos inspirar a analisar novos fatos que estão ocorrendo. Acredito também que o Brasil estará envolvido nessa importante transição, auxiliando a humanidade a alavancar seus conhecimentos sobre Ufologia. A sociedade planetária está evoluindo no caminho do entendimento de seu lugar na natureza e no universo, e fico honrado em fazer parte disso de alguma forma.
A sociedade mundial vem se abrindo de forma sincera para as novas informações e aceitando cada vez mais a realidade ufológica. Mas alguns governos ainda são menos corajosos em assumir publicamente o que está acontecendo e o quejá sabem.
O senhor também se dedica a estudar 2012 e acredita que seja uma data bastante significativa para a espécie humana, tão aguardada e festejada por várias correntes esotéricas. O que devemos esperar deste ano, que já chega ao seu fim? O ano tem muita relevância para as profecias maias, a astronomia, as mudanças terrestres e os ciclos solares, religião e política. Pelo menos, esses são os principais tópicos discutidos hoje quando se fala do significado dos agroglifos — eles muitas vezes indicam fatos a ocorrer nessas áreas. Mas a condição humana está se alterando e precisaremos ser capazes de enxergar além do horizonte, assumindo nossas falhas e aceitando que atingimos um ponto crítico ao permitir que o poder seja monopólio de uma pequena elite, que detém o controle dos sistemas tecnológicos, políticos e econômicos do mundo. 2012 é crucial para vermos e entendermos isso.
Acredita que este cenário, que o senhor aponta sombrio, mudará algum dia? Sim. Quando atingirmos o colapso, deveremos gerar um novo tipo de pensamento que fará nascer uma era de amor e respeito por todos. Esse movimento tomará uma proporção tão grande que não poderá ser impedido até que o ciclo se complete. Não sou eu quem diz essas coisas, mas as profecias maia e hopi, que são interpretações de nosso lugar no tempo e no espaço feitas por visionários do passado dessas culturas, que entenderam a força vital que conecta tudo que existe. 2012 está no processo dessa mudança, e os agroglifos nos mostram isso de maneira cada vez mais clara, com formatos que, interpretados corretamente, levam a este ano.
Então, parece existir alguma ligação entre os círculos que aparecem nas plantações e os futuros acontecimentos que veremos na Terra? Eu acredito que sim. Estamos vivendo um processo de grande interação entre nosso planeta e outras inteligências cósmicas — e o aprendizado que surgirá dessa interação está relacionado a uma grandiosa transição pela qual a humanidade está passando. A partir de 2012, a condição humana irá se alterar. Tenho discutido essa questão em detalhes nas apresentações e palestras que realizo mundo afora. Desde o final dos anos 80 que falo a respeito desse momento que a raça humana vive hoje, em 2012. Ele é algo muito importante que está prestes a acontecer.