Em 10 de fevereiro de 2009, todas as agências de imprensa européias ecoaram a notícia de que o piloto do vôo 226 da companhia grega Olympic Airways havia protagonizado um encontro com um objeto voador não identificado. Simultaneamente, vários funcionários do Aeroporto de Atenas e de uma base da Força Aérea Grega próxima também confirmaram o avistamento, que foi ratificado posteriormente por outros pilotos. “Parecia uma estrela grande que se movia sem uma direção fixa e mudava constantemente de forma”, relataram as testemunhas. Diante da comoção gerada pelo intruso no espaço aéreo grego, dois caças F-16 decolaram em missão de interceptação — ou scramble, no jargão aeronáutico militar — para localizá-lo e interceptá-lo, mas o UFO desapareceu antes de ser identificado. As autoridades do país classificaram o incidente como “confidencial” e este foi um dos mais espantosos casos de encontro entre pilotos e objetos voadores não identificados atuando livremente sobre o espaço aéreo europeu. Mas, apesar do segredo e da confidencialidade que profissionais da aviação mantêm em tudo que diz respeito a suas experiências com UFOs, este autor não somente teve acesso a centenas de casos similares em todo o mundo, como também submeteu a uma análise crítica todos os testemunhos de pilotos mais conhecidos da Ufologia Européia, em especial a Espanhola. Seus relatos são realmente espantosos.
O primeiro piloto a utilizar a expressão “disco voador”, depois de ter protagonizado um avistamento, foi o empresário norte-americano Kenneth Arnold, que se encontrava em vôo sobre o estado de Washington. O caso aconteceu em 24 de junho de 1947, é bastante conhecido e inaugurou assim a chamada Era Moderna dos Discos Voadores. Depois dele, outros muitos pilotos em todo o mundo, nas décadas seguintes — como o também norte-americano Thomas Mantell ou o australiano Frederick Valentich —, foram testemunhas de importantes incidentes ufológicos. No Brasil, apenas para citar alguns casos mais conhecidos, em 08 de fevereiro de 1982 tivemos o episódio com o vôo 169 da Vasp, que envolveu o comandante Gerson Maciel de Britto [Veja edição UFO 094], e o Caso Haroldo Westendorff, ocorrido em Pelotas (RS), em 05 de outubro de 1996 [Edição UFO 048]. São significativos também o avistamento do comandante Marcos Bantel, que fazia o vôo 250 da Varig, em 19 de junho de 1999 [Edição UFO 068], e a experiência do também comandante da mesma empresa José Américo Medeiros, num vôo entre Rio e Roma, avistando uma nave-mãe sobre o Oceano Atlântico, em 1974 [Edição UFO 147].
Consultei Anastasio Povedano, secretário da Comissão de Investigação de Acidentes de Tráfego Aéreo, sobre casos ufológicos envolvendo pilotos na Espanha. Ele tem seu escritório na Direção Geral de Aviação Civil, em Madri, e explicou a este autor que os acontecimentos do gênero não chegam ao seu órgão, apesar de tratarem de incidentes com tráfego aéreo, mas passam diretamente ao Ministério de Defesa espanhol. Povedano se mostrou cético diante da possibilidade de que pilotos possam confundir um balão sonda, o planeta Vênus ou outros fenômenos naturais ou artificiais com UFOs, explicações geralmente oferecidas pelos céticos para desqualificar seus depoimentos. “Não apenas a formação de piloto inclui conhecimentos de meteorologia e astronomia, mas também seu equilíbrio psicológico é verificado constantemente. São profissionais submetidos a uma grande pressão e responsáveis pelas vidas de inúmeros passageiros e suas tripulações”, disse o secretário. Como se sabe, pilotos comerciais participam de cursos de reciclagem profissional e se submetem a exames médicos e psicológicos a cada seis meses.
Formulários para relato de casos
Povedano explicou também que os antigos formulários oficiais para notificar incidentes com UFOs durante os vôos foram substituídos por modelos novos, mais modernos, mas reconheceu que, “é improvável que um piloto comercial notifique neles algo como o avistamento de um disco voador, porque fazê-lo lhe complicaria a vida”. Ao fazer esta declaração, Povedano colocou o dedo na ferida. A má imagem que se projeta sobre o Fenômeno UFO em determinados meios de comunicação faz com que seja cada vez mais difícil que um piloto reconheça publicamente ter visto um destes objetos, já que ele não tem nada a ganhar e muito a perder. E há situações extremas derivadas dos encontros no ar. Um exemplo estranho partiu da mãe e do irmão do comandante Javier Lerdo de Tejada, protagonista do famoso Caso Manises, um dos mais importantes da Espanha, quando teve que fazer uma aterrissagem de emergência com seu avião em Valencia, em conseqüência de um avistamento. O secretário da comissão espanhola de investigação de acidentes aéreos disse que recebeu da mãe de Tejada um pedido para liberar uma cópia das gravações da caixa preta do avião “por razões sentimentais”, já que ela e o irmão do comandante não tinham nenhuma gravação da voz de seu falecido ente querido.
Curiosamente, a senhora Tejada também relatou que a sua ex-nora havia usado o Caso Manises contra seu filho. A ex-esposa do comandante empregou no processo de divórcio o argumento de que seu marido “via marcianos”, para desacreditar sua imagem e obter a desejada separação. Este é um caso extremo, claro, citado aqui mais para se mostrar a que ponto pode chegar a imagem de quem testemunha um disco voador — especialmente se esta pessoa é um comandante com carreira estabelecida. Ou seja, infelizmente, pilotos que reconhecem publicamente terem visto UFOs podem ser levados ao descrédito e se tornarem objeto de ataques pessoais de todo tipo. No entanto, o número deles que admite ter tido este tipo de experiência é enorme, tanto civis como militares — e aumenta a cada dia.
Intensa experiência emocional
Entre os comandantes que encontrei para compilar este trabalho está o moçambicano Ruy Castel-Branco, hoje residente em Lisboa. Ele foi piloto das Linhas Aéreas de Moçambique e não somente viu um UFO, como também se sentiu tão fascinado pela experiência que se dedica há muitos anos a reunir casos protagonizados por seus colegas de diferentes compa
nhias aéreas, narrados em seu livro OVNIs em África [Coimbra Editora, 1987]. “Se uma experiência como esta produz em você um impacto emocional importante, não se envergonhe em contá-la”, declarou a este autor [Veja edição UFO 105]. Castel-Branco assegura que a quantidade de profissionais da aviação que protagonizaram experiências ufológicas em todo o mundo é difícil de quantificar, já que muitas delas acontecem em espaço aéreo de países estrangeiros, e assim os investigadores dificilmente têm acesso às fontes originais.
Um exemplo é o caso protagonizado pelo general Lemos Ferreira, ex-comandante do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa (FAP). Em 04 de setembro de 1957, então capitão, Ferreira comandava uma patrulha de quatro aviões F-84 que realizavam um exercício de navegação noturna entre a Espanha e Portugal. A missão chegou até a vertical de Córdoba, no país vizinho, virou e iniciou a manobra de regresso. Mas, ao alcançar Cáceres, ainda sobre a Espanha, os aviadores portugueses encontraram um objeto desconhecido pelo caminho. Segundo um dossiê do Serviço de Informações e Relações Públicas do Ministério de Defesa de Portugal, sobre este e outros casos parecidos relatados por pilotos, o general Ferreira e seus aviadores descreveram o objeto como “uma fonte luminosa e esférica que, de verde, passou sucessivamente para o amarelo, o alaranjado e o vermelho. O objeto chegou a passar por baixo e por trás da nossa formação”, declarou. O documento confirmou o que dissera o general. Assim, tal experiência, ainda que protagonizada por portugueses, foi o primeiro caso ufológico envolvendo pilotos em vôo sobre o território espanhol. A partir daquele dia, centenas de pilotos da Espanha passaram a relatar encontros com UFOs mais ou menos espetaculares — e alguns estarrecedores, como se verá a seguir.
Outro caso interessante é o do comandante Javier Arraiza, chefe de tripulações da companhia aérea Ibéria, que recebeu este autor nos escritórios da empresa em Madri e ofereceu ampla colaboração, talvez porque ele mesmo tenha vivido uma experiência ufológica durante um vôo transatlântico e nunca havia falado sobre o assunto. No entanto, era consciente de que a muitos colegas, tanto de Ibéria como de outras companhias, havia acontecido o mesmo. “Às vezes são experiências de muita tensão, já que você não sabe o que está vendo, se aqueles objetos são amigos ou inimigos, e sua principal preocupação são as vidas de passageiros e da tripulação que leva no avião”, explicou. Talvez por essa razão, muitos pilotos demoram anos para relatarem suas experiências, apesar de estarem envolvidos em casos que alcançaram grande repercussão midiática. Isso é o que ocorreu, por exemplo, ao comandante Javier Vadolato, que em 22 de julho de 1976 voava entre Lanzarote e Tenerife, quando pôde ver abaixo de sua aeronave uma enorme esfera saindo do mar. Naquele mesmo dia aconteceu o famoso Caso Gáldar, na ilha de Las Palmas. O testemunho de Vadolato é apenas um que ficou desconhecido do público por anos a fio.
Evidências adicionais incontestáveis
Em ocasiões excepcionais, eventos envolvendo profissionais da aviação agregam outras evidências não desprezíveis. Segundo um estudo realizado pelo autor sobre um conjunto de 643 casos de pilotos que já viram UFOs, em 22,8% deles os objetos observados também foram detectados por radar. Em outras ocasiões o avistamento se confirmou em terra por outras testemunhas, como funcionários de aeroportos ou controladores de tráfego aéreo. E, inclusive, em algumas vezes foram as tripulações de aviões de vigilância ou do serviço cartográfico da Espanha e de outros países que detectaram os fenômenos e conseguiram registrá-los. Um exemplo disso é a inexplicável foto de um disco voador obtida em 04 de setembro de 1971, a partir de um avião do serviço cartográfico da Costa Rica. A imagem resistiu às análises dos especialistas mais críticos, como Richard Haines e Jacques Vallée, que se referem a ela como uma “imagem de UFO de alta qualidade”. Até o momento não foi possível explicar satisfatoriamente sua origem.
Haines, dirigente da National Aviation Reporting Center on Anomalous Phenomena [Centro Aeronáutico Nacional de Registros de Fenômenos Anômalos, Narcap] e consultor da Revista UFO, é a maior autoridade mundial em casos ufológicos protagonizados por pilotos. Nos arquivos de sua organização estão centenas de ocorrências ufológicas nos Estados Unidos e no resto do mundo [Aguarde entrevista com ele em breve na UFO]. Trabalho semelhante tem feito Dominique Weinstein, na França, e Marco Orlandi, na Itália. O que seus estudos apontam é que é de tal envergadura o volume da casuística ufológica protagonizada por testemunhas de alta qualificação profissional, entre eles comandantes, que é impossível contestá-la. Somente os mais céticos ignorantes podem ainda afirmar que não existem testemunhos de credibilidade partindo de especialistas em aeronáutica. Com respeito a este vasto universo casuístico, tanto Haines como Weinstein, Orlandi e este autor acrescentam uma coisa: os casos mais extraordinários e irrefutáveis são protagonizados por pilotos de combate, ainda que sejam os mais inacessíveis.
Os casos de maior credibilidade
Os pilotos de caça não são infalíveis, é verdade, mas são os mais preparados. Em qualquer país do mundo, os cursos de comando e navegação de aviões de combate aceitam apenas os melhores pilotos, pois para se comandar jatos supersônicos são necessárias inúmeras características físicas e psicológicas que não estão ao alcance de qualquer um. Há poucas oportunidades de ser aprovado nos exames, como explica um aluno da Base Aérea Talavera la Real, em Badajoz, Espanha, uma das mais conceituadas escolas de caça do mundo. “Colocam-nos uma venda na cabine para que voemos às cegas, como nos instruem em operações noturnas e acrobacias aéreas. Você tem que aprender a tomar a decisão correta em uma fração de segundos, por exemplo, voando a 600 km/h próximo ao solo. Não se pode cometer err
os”. E sacramenta: “Em aviões antigos se voava com a coragem, agora se voa com a cabeça”. Em um cenário destes, não há lugar para as falhas.
A formação astronômica, aeronáutica, meteorológica e matemática destes cadetes deve ser impecável, mas o controle de sua situação psicológica é ainda mais exigente. Não se confia o comando de um avião como o moderno Eurofighter, que custa mais de 65 milhões de Euros, a qualquer um. Por isso, se um piloto de combate em vôo, com a melhor formação aeronáutica possível e garantia de ser uma pessoa psicologicamente estável, diz que viu um UFO, podemos ter certeza de que nos encontramos diante de um caso sólido. E ainda mais se ele teve acesso ao radar e a possibilidade de se aproximar do objeto não identificado, com a supervisão de controladores e técnicos em terra — e quase 100 pilotos de combate espanhóis estiveram envolvidos em incidentes deste tipo. “Era incrível como aquilo estava estático, mas quando chegamos perto, saiu disparado na vertical”, explicou o capitão de Mirage F-1 Francisco Serrano, que perseguiu um UFO em Sevilha.
Serrano, visivelmente admirado com a experiência, insistia em descrever as incríveis manobras: “Nós não podíamos fazer aquilo, ou seja, girar 90°, e tivemos de subir em arco. Voltamos a ter o UFO perto e ele cruzou a nossa frente. É impossível que uma nave terrestre tenha essa manobrabilidade”. A possibilidade que mais angustiava o capitão Serrano, diante da infinita superioridade daquele artefato não identificado, era a de que seu comandante lhe ordenasse abrir fogo contra o veículo, o que felizmente não ocorreu. O também capitão de F-1 Fernando Cámara, piloto de caça que perseguiu por quase toda a Espanha o UFO que originou o Caso Manises, já convertido em coronel do Exército do Ar [Equivalente à Aeronáutica Brasileira], utilizou quase as mesmas palavras de Serrano, e adicionou: “Aquele objeto não emitia calor”. Os sistemas de armamento de seu Mirage F-1, preparados para localizar as fontes de calor do motor do avião inimigo, nada detectaram.
“Aquilo não era um balão, nem um avião. Não posso dizer o que era, mas sem dúvida se tratava de um artefato completamente distinto de tudo o que conhecemos”, concluiu o coronel Juan Saéz-Benito, outro piloto de caça espanhol protagonista de um extraordinário incidente em 04 de novembro de 1970. Além dele, o Sabre do capitão Luis Carvalho Olivares tentou inutilmente identificar um “ovo metálico com janelas”, como descreveu o UFO que sobrevoou uma base militar de Zaragoza enquanto aparecia em duas telas de radares militares. Tudo inútil. Saéz-Benito continuou sua carreira como piloto no Exército. Olivares, no entanto, hoje é piloto da Air Europa. E este é um detalhe fundamental: até pouco tempo, o alto custo de formação de um piloto comercial fazia com que muitos pretendentes se tornassem militares, com formação gratuita, para depois desistirem do oficialato e trabalharem em empresas civis. Por esta razão, a maioria dos pilotos de companhias aéreas citados neste estudo já foi anteriormente pertencente aos quadros da forças armadas — com a formação, a experiência e a capacidade que isso implica.
Os testemunhos dos pilotos sob exame
Para avaliar a credibilidade das testemunhas do Fenômeno UFO, os ufólogos desenvolveram diferentes métodos nos quais agregam à credibilidade da experiência relatada variáveis como formação acadêmica, equilíbrio psicológico ou conhecimentos meteorológicos, astronômicos e aeronáuticos dos protagonistas. Assim, obviamente, os testemunhos de pilotos são os que recebem maior valor relativo. No entanto, os estudiosos também sabem que algumas testemunhas tendem a enriquecer seus relatos conforme passa o tempo. Por exemplo, um sujeito que afirma ter visto um UFO de 20 m de diâmetro, a 100 m de distância e durante 20 segundos, cinco anos depois pode muito bem descrever um objeto de 40 m de diâmetro, a 50 m de distância e durante dois minutos, e, transcorridos 10 anos, pode chegar a falar de uma “nave excepcional” de 100 m de diâmetro, a 20 m de distância e durante 10 minutos.
Objetividade e formação técnica
Entretanto, ao passo que esta é uma tendência comum a testemunhas em geral, a pergunta que fica no ar é se ela afeta também os pilotos ou seus testemunhos, ou se eles permanecem inalterados com o tempo? Para avaliar este aspecto da questão, ou seja, a psicologia da percepção destes profissionais — tema nunca antes tratado —, selecionamos um grupo de casos suficientemente antigos e conhecidos, sobre os quais existem descrições abundantes do incidente feitas pelas próprias testemunhas ao longo do tempo, todas documentadas. Além disso, realizamos várias entrevistas pessoais com cada um dos depoentes, ano após ano. Com esta informação estabelecemos tabelas comparativas que permitem contrastar os dados, e o resultado é evidente: salvo em casos muito excepcionais, os testemunhos, apesar do tempo decorrido, não deixam espaço para dúvidas sobre seu alto grau de confiabilidade. Ou seja, os relatos de pilotos têm uma forte tendência a permanecerem inalterados com o tempo, resultado de sua objetividade e formação técnica.
CASO 1
O colega do rei da Espanha que “falou” com um UFO
Comandante: Juan Ignacio Lorenzo Torres
Data do incidente: 04 de novembro de 1968
O colega do rei Juan Carlos I, da Espanha, na Academia Geral do Ar, comandante Juan Ignacio Lorenzo Torres, promovido junto do monarca, teve uma experiência impressionante. Ele voava de Londres a Alicante quando um objeto não identificado se posicionou a 10 m da cabine de seu avião. “Tinha a forma de balão com outros dois balões laterais, e uma espécie de ‘veias’ pelas quais corria um líquido. Parecia algo vivo. Tivemos medo. Agarrei o rádio e tentei me comunicar em inglês e em espanhol com as torres de controle, sem sucesso. Assim, improvisei um código acendendo e apagando as luzes da cabine
e ‘aquilo’ me respondeu”, declarou Torres, que recentemente escreveu um livro sobre sua experiência, ainda não publicado. Sua tripulação, no entanto, diverge quanto à descrição do objeto.
CASO 2
Uma “nuvem sólida” de mais de três quilômetros
Comandante: Carlos García Bermúdez
Data do incidente: 11 de março de 1979
As nuvens lenticulares são um fenômeno atmosférico bem conhecido pelos pilotos. Por isso, é extraordinário que em um mesmo dia e na mesma hora as tripulações dos aviões comandados por Martín L. Sedó, Alfonso Barrena e Carlos García Bermúdez, entre outros, notificaram a presença de um objeto que se assemelhava imensamente a uma nuvem lenticular anômala. “Mas não era uma única nuvem apenas, e sim algo parecido a três nuvens lenticulares sobrepostas e compactas, que, além disso, se movimentavam contra o vento. O conjunto media uns três quilômetros e todos decidimos evitá-la, em vez de atravessá-la, como se faz com qualquer nuvem. Esta é a melhor prova de que coincidimos em nossas opiniões de que aquilo era sólido. Estou seguro de que, se tivéssemos tentado atravessar aquilo, teríamos colidido”, explicou o comandante Bermúdez.
CASO 3
Uma nave-mãe no Aeroporto de Madri
Comandante: José Antonio Silva
Data do incidente: 10 de março de 1979
Escritor, apresentador de TV e comandante da companhia Ibéria com mais de 14 mil horas de vôo, o comandante José Antonio Silva, já falecido, foi um dos pilotos mais famosos da Espanha. Seu encontro com um UFO aconteceu em plena luz do Sol, e em um dia de excepcional visibilidade, como explicou. “Vínhamos de Bilbao e, fazendo a aproximação para pousarmos no Aeroporto de Madri, a uns 1.500 m escutamos que a torre de controle perguntava a outro piloto, adiante de nós, se via um objeto não identificado que aparecia no radar. Nós o vimos. Era opaco e mais ou menos do tamanho de um Jumbo”. Silva disse que o UFO o acompanhou até quase a chegada ao aeroporto. Depois, o controlador lhe explicou que o objeto voltou seguindo uma rota conhecida, até se estabilizar em Yebra, e que três objetos menores saíram dele. Logo, segundo o radar, o conjunto subiu ao norte a umas 10 vezes a velocidade do som, coisa inacreditável para os operadores.
CASO 4
Uma esfera tripulada em rota de colisão
Comandante: Gregorio Ramos
Data do incidente: 11 de novembro de 1980
Nada menos do que 17 tripulações de diferentes aeronaves em vôo comunicaram simultaneamente a presença de um UFO naquele memorável dia, em que o comandante Ramos pilotava um Boeing 727 da Ibéria entre Astúrias e Barcelona, justo um ano depois da ocorrência do famoso Caso Manises. A quase 200 km do Aeroporto de Barcelona apareceu à sua frente uma esfera verde. “Vinha em nossa direção e em rota de colisão. Perguntamos à torre de controle sobre aquele ‘tráfego’, mas não se sabia de sua origem. Mas aquilo se aproximava cada vez mais”, esclareceu o experiente piloto Ramos, que completou dizendo que era como uma bolha de sabão com uma espécie de sombra em seu interior, como uma figura. “Para evitar a colisão, tive de fazer um desvio de uns 300 ou 400 m. Aquilo desapareceu a uma velocidade três ou quatro vezes superior à de um avião comercial”. Ele nunca mais esqueceu a incrível experiência.