Resultados preliminares do asteroide divulgados em outubro sugeriram que as amostras continham carbono e água, os “blocos de construção da vida na Terra”, como a NASA afirmou em um anúncio triunfante na época
Agora, a equipe responsável pela missão inovadora está disposta a ir ainda mais longe, sugerindo a possibilidade de Bennu ter feito parte de um planeta ou pseudoplaneta rico em água há milhões de anos. “Minha hipótese de trabalho é que este era um antigo mundo oceânico”, disse o investigador principal, Dante Lauretta, professor de ciências planetárias da Universidade do Arizona, à New Scientist.
A missão OSIRIS-REx foi um sucesso retumbante, com Lauretta revelando que a sonda trouxe quase o dobro da quantidade de amostras dos 60 gramas inicialmente pretendidos pela NASA. Lauretta baseia a sua última hipótese em resultados ainda não publicados de uma análise recente.
Ele afirma que a crosta fina e brilhante da rocha escura de Bennu é feita de um raro fosfato rico em cálcio e magnésio, o mesmo material que foi encontrado saindo das aberturas na superfície da lua de Saturno, Encélado, uma lua que se acredita ser um mundo oceânico com um vasto reservatório de água líquida sob uma espessa camada de gelo.
Lauretta acha que Bennu pode ter feito parte de uma rocha espacial semelhante, embora com apenas metade do tamanho. E outros especialistas parecem concordar provisoriamente com essa conclusão.
“Existem de fato semelhanças entre a mineralogia de Bennu e o que foi encontrado em Encélado”, disse Fabian Klenner, pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Washington, à New Scientist.