Minha geração de ufólogos viveu momentos especiais no início da chamada Era Moderna dos Discos Voadores, no final dos anos 40 e começo dos 50. Entre as razões disso estava o fato de, além de surgir um fenômeno novo — que fez a humanidade tirar os olhos da Terra e fixá-los no firmamento, começando a desconfiar que nossa espécie não é a única —, ter sido a época em que floresceram os casos de contatos diretos de humanos com seres extraterrestres. Não me refiro às abduções alienígenas propriamente ditas, quando somos levados à força para dentro das naves, mas aos casos de contatos deliberados de aliens com terráqueos, que então passaram a ser chamados de contatados [Veja detalhes no livro Contatados, código LIV-018 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO no Portal UFO: ufo.com.br].
Particularmente, fiquei encantado ao tomar conhecimento do relato de George Adamski, que alegava ter estado em contato com seres de Vênus. Ele chegou a viajar a um remoto lugar em Desert Center, na Califórnia, em novembro de 1952, para se encontrar com um suposto visitante venusiano. O caso é um dos mais conhecidos da história da Ufologia Mundial — e também um dos mais polêmicos. Mas o contato teria sido confirmado por seis testemunhas, que assinaram uma declaração reconhecida em cartório atestando que de fato ocorreu. Adamski, nascido na Polônia e naturalizado norte-americano, inaugurou a era dos contatados, tendo sido o mais famoso dele — embora não seja o único e seu caso suscite muitas acaloradas discussões e reflexões mesmo na Ufologia Moderna. De particularmente interessante são algumas de suas fotos, dadas como autênticas por vários estudiosos — enquanto outras são consideradas evidentes fraudes.
Os cientistas em geral e biólogos em particular acreditam que a vida humana é o resultado de longos processos evolucionários encadeados, que somente ocorreriam desta forma e na seqüência certa na Terra. Consideram extremamente improvável que algum dia venhamos a encontrar formas de vida semelhantes à humana em outros planetas. Devido a esta visão, que predomina até hoje, a maioria dos cientistas simplesmente rejeita os relatos feitos por contatados e abduzidos, que descrevem os seres com quem se encontraram ou por quem foram raptados como tendo o formato humano — cabeça, tronco e membros. Especialmente se tais contatados e abduzidos alegarem ter recebido informação dos visitantes de que viriam de algum ponto do Sistema Solar, pois hoje é sabido que nenhum de seus corpos possui atmosfera e condições próprias à vida humana — pelo menos tridimensional, da forma como a conhecemos. Vênus, por exemplo, tão propalado como origem de muitos ETs, tem uma atmosfera tão quente e abafada que proporciona, à sua superfície, uma pressão 90 vezes maior do que ocorre na Terra ao nível do mar.
Direcionamento aos debates
Assim, falar em venusianos ou marcianos, em outro exemplo, sempre foi visto como uma excentricidade, produto de mentes férteis ou pura mentira. Mas vamos, neste artigo, analisar os detalhes de alguns casos de contatos para ver se neles podemos extrair algo que dê melhor direcionamento aos debates sobre isso. O Caso Adamski e o de outros que alegavam ter vivido as mesmas experiências são bons modelos. Ele descreveu seu encontro com um ET no Desert Center como se fosse um homem normal, e ainda comentou que a textura de sua mão era macia como a de um bebê — mas, ao mesmo tempo, firme e quente. “O ser tinha as mãos delgadas e os dedos longos e finos. Media cerca de um 1,7 m de altura e pesava aparentemente uns 60 kg”, declarou em seus livros, entre eles Flying Saucers Have Landed [Os Discos Voadores Aterrissaram, British Book Centre, 1953] e Inside the Space Ships [Dentro das Naves Espaciais, Abelard-Schuman Editors, 1955]. Seria Orthon, um ser que Adamski estimou que tivesse uns 28 anos.
Orthon teria rosto arredondado e testa alta. Seus olhos seriam grandes, levemente oblíquos e de cor cinza-esverdeada, e seu olhar foi descrito como sereno. As maçãs do seu rosto eram levemente mais altas do que as de um europeu ocidental, e o nariz era bem delineado, segundo Adamski. A boca do venusiano era proporcional ao rosto, com dentes brancos e brilhantes, e sua pele apresentava um tom uniformemente bronzeado. O ser também não tinha pêlos no rosto, que parecia o de uma criança — nem sinal de barba ou de bigode. Seu cabelo era de cor amarelo-areia e se projetava em ondulações sobre os ombros. A entidade vestia um macacão inteiriço marrom-chocolate, com uma espécie de faixa enrolada na cintura, com cerca de 20 cm de espessura. Adamski definiu o tecido da roupa como delicado, e nela não conseguia ver zíperes, botões, fivelas, fechos ou bolsos. Havia ainda um brilho resplandecente distribuído por todo o macacão. Orthon não usava anel ou qualquer tipo de ornamento.
À exceção da roupa e da notável aparência saudável, o ser que se identificou a Adamski como venusiano parecia humano em quase tudo, inclusive nos detalhes faciais. Lembremos que, naquela época, abundavam filmes de ficção científica em que os ETs eram apresentados como invasores com tentáculos e aparência demoníaca, portando armas de raios e certamente nada amistosos. Orthon saiu de onde, então? Da mente de Adamski? Se for, por que em um caso bem mais recente e respeitado de contato com alien, desta vez uma abdução, como a de Travis Walton, os ETs tinham aparência igualmente humana? Walton, quando foi abduzido, em 1975, descreveu seus abdutores como homens normais, com cerca de 1,9 m de altura, musculosos e uniformemente proporcionais. Seu contato, como se sabe, não foi nada amigável e o lenhador ficou desaparecido por quase cinco dias [Veja edição UFO Especial 057, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
No caso da abdução de Travis Walton, os seres vestiam trajes de um tecido azul brilhante firmemente ajustado ao corpo, que parecia uma espécie de veludo macio. Seu cabelo também era normal, de comprimento médio e cor amarelo-areia. Tinham tez escurecida, como se fosse bronzeada uniformemente, e também não apresentavam qualquer resquício visível de barba ou bigode, nem qualquer sombra mais escurecida no rosto que evidenciasse terem sido barbeados antes da experiência. Algo semelhante também se
deu com o contatado Orfeo Angelucci, que viu um homem de “feições nobres e olhos grandes, escuros e expressivos”, como descreveu. Ele também vestia um uniforme inteiriço de cor azulada ajustado ao corpo, igualmente sem costuras, botões, bolsos ou adornos. Já Howard Menger, também famoso nos anos 50 por ter alegado encontro com ETs, descreveu uma bela mulher que encontrou sentada sobre um rochedo no deserto. Seu nome original seria Marla, mas na Terra era conhecida como Connie Weber. Ela também vestia um uniforme que apresentava textura brilhante, igualmente sem botões, fechos ou costuras.
Habilidades telepáticas
Naturalmente, há exageros em todas estas histórias de contatados, e não se diz o contrário aqui. O que se pretende é apurar, através da aplicação de filtros psicológicos, sociológicos e históricos, algo que substancie o fato de que boa parte de nossos visitantes tem aspecto perfeitamente humano. ETs assim têm sido relatados no México, na América do Sul, na Europa e até na Rússia, e todos também demonstram ter habilidades telepáticas extraordinárias. Mas se seus uniformes são tão semelhantes, sejam eles protagonistas de episódios de abdução ou de contatismo, o mais espantoso está na sua aparência terrestre — alguns dos visitantes relatados são tão parecidos conosco que poderiam ser facilmente confundidos com qualquer um de nós se usassem nossas roupas. Isso sugere que tenham certa ligação biológica ou genética com humanos e/ou que evoluíram sob condições planetárias semelhantes às da Terra. Sua origem exata ainda é desconhecida, mas é certo que vêm de outros planetas ou dimensões — e então, neste caso, sua ação aqui é um desafio para nosso conhecimento.
Uma alienígena marciana?
Um episódio bastante curioso de contato direto entre humanos e extraterrestres tem outra alien como protagonista, Sernia, que seria, segundo ela, de Marte. Ela teria vivido uma experiência terrena na cidade californiana de Santa Mônica, nos anos 50, na época em que ferviam as observações de discos voadores e os contatos. A atividade ufológica era tamanha que já ocorriam as primeiras convenções sobre Ufologia, que misturavam ufólogos com testemunhas e contatados, geralmente num crescente clima new age. Não por coincidência, o epicentro de tais eventos era a Califórnia, especialmente seus desertos, como um local chamado Giant Rock [Rochedo Gigante], onde curiosos e estudiosos se reuniam regularmente para trocar experiências e debater o assunto.
Também estive em Giant Rock para ver o que lá se passava. Era 1958 e fui com John McCoy e Rick Williamson, dois interessados pelo Fenômeno UFO, encontrar-me com George Van Tassel, um contatado em evidência na época. Van Tassel era um homem impressionante e com uma forte presença pessoal. Extraordinariamente inteligente, tinha um diálogo realista e contundente sobre a Terra e as visitas que recebíamos de fora. Ele nasceu em Jefferson, Ohio, em 1910. Após deixar a escola secundária, trabalhou por quatro anos como mecânico de aviões para companhias aéreas de Chicago e Cleveland. Em 1930, foi para a Califórnia trabalhar na extinta Douglas Airlines, de Santa Mônica, onde ficou por oito anos e meio. Quando saiu da Douglas, foi para a Howard Hughes, uma companhia de desenvolvimento de aeronaves e outros projetos. De tanto assistir a testes de vôo no deserto, Van Tassel se apaixonou por tudo o que se referia à aeronáutica, e já sonhava com o espaço.
Após dois anos e meio trabalhando na Howard Hughes, transferiu-se para a Lockheed Aircraft, agora atuando exclusivamente em testes de vôo, por quatro anos e meio. Van Tassel simplesmente passou por quase todas as maiores companhias ligadas à aviação na época nos Estados Unidos, e então, depois de quase 20 anos de experiência na área, aposentou-se e foi viver no deserto. Ele arrendou um aeroporto abandonado em Giant Rock, em 1947, e por volta de 1951 já reunia lá um pequeno grupo de entusiastas e pesquisadores da presença alienígena na Terra e aspectos espirituais da existência humana — o início da Era Moderna dos discos voadores ocasionou, como conseqüência, o surgimento de inúmeros movimentos filosóficos e espiritualistas. Van Tassel acreditava que podia entrar em transe e contatar seres do que chamava de “outros planos de existência”. Dizia conhecer um grupo destas entidades que usaria avançados meios de comunicação, entre eles uma espécie de raio tensor de alta freqüência, que produzia informações auditivas e visuais no cérebro humano.
Surgiam as primeiras canalizações
Parte das experiências de alguns dos contatados que Van Tassel reunia alegava conseguir o contato através de transe e do tal meio. Mas, se o raio não estivesse cautelosamente ajustado, poderia causar uma sensação de queimação em diferentes partes do corpo. Van Tassel chamava seu método de comunicação com aliens de canalização, que definia como “a sintonização de um canal de TV para decodificar o sinal eletromagnético”. Como se vê, era algo diferente do que se conhece como canalização na Ufologia Moderna [Veja edição UFO 157, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Entidades com nomes como Ashtar ou Deska surgiam nas canalizações declarando-se operadores das naves vistas por todo o planeta, que a imprensa e a população já haviam batizado de discos voadores [Nota do editor: Na verdade, de pratos voadores, do inglês flying saucers].
Só que, em 1952, só se falavam das observações destes objetos e ninguém cogitava a possibilidade de que se poderia comunicar com seus tripulantes. E se até testemunhas que relatassem avistamentos destes artefatos eram consideradas suspeitas, imagine o leitor quem declarasse ter estado frente a frente com eles. Até hoje, muitos consideraram Van Tassel, Angelucci, Adamski e outros como verdadeiros lunáticos. Mas seriam mesmo? Voltando a George Van Tassel, sua história, aparentemente consistente, teve início em 24 de agosto de 1953. Era uma noite de Lua cheia e uma nave espacial com a mesma descrição daquela vista e fotografada por George Adamski p
ousou na pista do aeroporto arredado por ele. Eram cerca de duas horas da manhã e ele dormia do lado de fora. Van Tassel acordou, levantou-se da cama e acendeu um cigarro, quando então viu um estranho homem parado a alguns passos de onde estava. No deserto, em estradas empoeiradas e esburacadas, era muito comum as pessoas terem problemas com seus carros e se apresentarem nas propriedades pedindo auxílio — além do que, havia uma tendência crescente de muitos californianos de saírem dos centros urbanos com destino aos desertos, que hoje são cheios de urbanizações. Van Tassel imaginou que o forasteiro estivesse em apuros, mas logo mudou de idéia ao ver, a cerca de 90 m, uma nave discóide que brilhava muito.
O estranho se dirigiu a Van Tassel e disse: “Meu nome é Solgonda e gostaria de mostrar a você nosso veículo”. Ele tentou acordar sua esposa, mas não conseguiu e atribuiu o fato a algum tipo de controle mental exercido pelo ser, uma situação comumente relatada também pelos abduzidos. Solgonda escoltou Van Tassel até a nave. Ele então subiu em um ponto brilhante que havia sobre a areia e que o fez flutuar vagarosamente em direção a uma escotilha localizada na parte inferior da nave, que tinha pouco mais de 10 m de diâmetro. Muitos contatados e abduzidos mais recentes, sem qualquer relação com os casos dos anos 40 e 50, também descrevem este curioso mecanismo ou raio ascensor [Veja detalhes no DVD Levados, código DVD-031 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
Tubos cheios de líquidos coloridos
A iluminação dentro da nave era uniforme, mas a fonte de luz não vinha de lâmpada alguma, mas das paredes — outra característica também descrita por contatados e abduzidos modernos. A bordo, Van Tassel viu outros três homens parados à frente de estranhos controles, e todos apresentavam altura de aproximadamente 1,7 m. Solgonda o conduziu para um passeio pela pequena nave, que em um dos compartimentos tinha curiosos dispositivos: tubos transparentes cheios de líquidos coloridos que mudavam seus níveis continuamente. Também foi mostrado ao terráqueo o que seria um “motor magnético e os rotores de contagem responsáveis pela produção da força propulsora da nave”, segundo Solgonda. Evidentemente, o disco voador devia transportar algum tipo de bateria, que precisava ser carregada periodicamente em função da breve missão dos alienígenas na Terra. Apenas 20 minutos depois Van Tassel já estava de volta ao local de onde foi levado.
Durante o tempo em que esteve com Solgonda, o ser demonstrou uma espantosa capacidade de sintonizar-se com seus pensamentos e de responder aos seus questionamentos antes mesmo que ele os formulasse, num exemplo claro de poder telepático. Após o passeio, Van Tassel teve uma desconfortável sensação no estômago e perguntou a Solgonda se ficaria bem. O ET lhe respondeu que sim, deu uma batidinha de leve em um dispositivo transparente que ficava em volta de seu pescoço e desapareceu imediatamente. Menos de um minuto depois, a nave subiu ao céu e partiu na direção leste. Dois dias depois, o contatado inspecionou o local onde a nave havia pousado com uma bússola, fazendo com que sua agulha se movesse inexplicavelmente. Enquanto caminhava para dentro do ponto de aterrissagem, a agulha se inclinava 10º a leste, e quando caminhava para fora, cinco graus a oeste.
O genro de Van Tassel, Dan Boone, que também vivia na propriedade de Giant Rock, é testemunha dos fatos. Naquela mesma noite, precisamente à 01h55, ele acordou com um zumbido pulsante, como o de um gerador, mas percebeu que não conseguia se levantar da cama em que estava deitado, como se alguma força o estivesse impedindo — tal como à sua sogra. Entrevistado, Boone acabou revelando que também tinha tido seus próprios contatos com seres espaciais, mas que não fora por eles permitido relatar os acontecimentos publicamente. A este autor, no entanto, confiou algumas de suas experiências, das quais a mais contundente tinha como protagonistas dois homens e duas mulheres que encontrou em uma loja em Yucca Valley, na época um povoado californiano não longe de onde vivia. Os estranhos estavam pedindo orientação para chegarem a Giant Rock, e Boone se ofereceu para levá-los. Aparentemente, o grupo tinha um líder, um dos homens, que era alto, de cor escura e se apresentou como Venudo.
Desaparecendo e reaparecendo
Quando os quatro chegaram a Giant Rock, Van Tassel estava se preparando para começar um de seus encontros semanais de debates ufológicos, que ocorriam sempre aos sábados à noite. Recebidos por ele, os dois casais participaram da reunião e Venudo se sentou em um sofá que ficava entre o sogro e o genro — os demais se acomodaram em outro sofá, transversalmente à sala. Por volta de 30 pessoas estavam presentes e todas viram Venudo mostrar um dispositivo que estava dependurado ao redor de seu pescoço. Ele deu uma batidinha de leve nele, da mesma forma que Solgonda fizera no contato com Van Tassel, e desapareceu no mesmo instante na frente de todos, perplexos. Imediatamente uma claridade torrencial tomou conta da sala, vinda do lado de fora e entrando pela janela — tão forte que era capaz de ligar um gerador que lá havia. Em um instante, Venudo estava visível novamente. Dan Boone pediu então que repetisse o espantoso ato, e assim ele o fez, mas desta vez segurou em Boone para que pudesse senti-lo. E de fato ele o sentia e tocava, mas não conseguia vê-lo. Uma demonstração de mágica alienígena? Exibicionismo dos ETs? Ou uma forma de mostrarem que eram realmente quem diziam ser?
A filha de George Van Tassel, Saundra Boone, era uma pessoa direta e realista, e endossou as histórias do pai. Em uma entrevista a este autor, ela descreveu ter visto atentamente dois dos seres que visitaram Giant Rock. “Ele era um homem alto e a mulher tinha uma beleza extraordinariamente rara”, disse. Esta seria Sernia, provavelmente uma das duas mulheres que acompanharam Venudo na reunião. Saundra tirou cinco fotos do grupo, mas as perdeu com o tempo. É frustrante para os pesquisadores que fatos como o tal encontro aconteçam e que fotos cheguem a ser obtidas, mas que não se possa examinar tal material — o que é um argumento contra a realidad
e objetiva de tais experiências. De fato, nenhum contatado até hoje disponibilizou fotos que tenham feito de seus interlocutores espaciais, e poucas pessoas de seu relacionamento alegam ter visto tais extraordinárias imagens. Certamente, isso não ajuda a agregar credibilidade ao fenômeno de contatismo.
Uma ET atropelada na Califórnia
Mas Van Tassel teria realizado outros encontros do gênero em várias partes do país, e alega que a um deles, ocorrido em Nova Jersey, outros venusianos teriam comparecido, quando então ele os fotografara. Na ocasião, se apresentaram com os nomes de Valiant Thor, Don e Jill. As fotos, de péssima qualidade, circulam pela internet e o doutor Frank E. Stranges, fundador do National Investigations Committee on Unidentified Flying Objects National Investigations Committee On Aerial Phenomena [Comitê Nacional de Investigações de Objetos Voadores Não Identificados, Nicufo], confirmou ter conhecimento de que o grupo de fato seria procedente de Vênus, mas que vivia em seu interior, não na superfície. Stranges escreveu livros como The UFO Conspiracy [A Conspiração dos UFOs, Paperback, 1985] e Spacecraft Over Earth [Espaçonaves Sobre a Terra, Paperback, 1997].
Um dos venusianos que compareceu ao evento de Nova Jersey, Valiant Thor, também teria sido fotografado anos depois por John Blaylock em uma nova convenção em Giant Rock, no início dos anos 60. As imagens, infelizmente indisponíveis para publicação, mostravam Thor fazendo pose com óculos escuros, jeans e chapéu de cowboy, de costas para as montanhas a leste. Nelas se vê, mais ao longe, no céu, um objeto discóide refletindo a luz solar [Nota do editor: As fotos foram roubadas em 1973 e não se teve até hoje informação sobre seu paradeiro]. Já Sernia, também de Vênus, vivia em Santa Mônica, na área de Los Angeles. Com ela se deu o inimaginável: ser atropelada por um carro. Levada a um hospital para os primeiros socorros, ficou com medo de que os exames laboratoriais e amostras de sangue revelassem que ela não era humana. E com outro ser de sua espécie fugiu da instituição antes que se coletassem as amostras.
Sernia se curou e, junto com o outro ET, compareceu a mais uma convenção em Giant Rock — muita gente que ia aos tais encontros, especialmente na década de 50, relatou ter visto e conhecido aqueles visitantes. Alguns alegam ter se tornado seus amigos e recebido a informação de que viveriam em áreas subterrâneas de vários planetas do Sistema Solar, além de Vênus e Marte, onde estariam protegidos das condições hostis das superfícies de tais orbes — a Terra, em nosso sistema, seria o único planeta em que haveria vida na superfície. Tal alegação, por mais absurda que pareça, faz sentido. Não são poucos os casos de contatos diretos entre humanos e ETs, inclusive em episódios de abduções alienígenas, em que estes últimos alegam não viver na superfície dos mundos de onde vêm. Se forem do Sistema Solar, isso seria de fato impossível.
Uma avançada civilização em Marte
Sobre a suposta existência de vida em planetas do Sistema Solar, uma teoria que ganha cada vez mais corpo pode causar reflexões. Esta advém, inicialmente, da análise de dados de observações remotas feitas por nossas sondas enviadas aos vizinhos planetários. E, em segundo lugar, dos próprios contatados e canalizadores. O conceito, no entanto, pode ser absurdo se levarmos em conta que não há meios de verificar sua veracidade além dos indícios e dos relatos dos que estiveram frente a frente com ETs, de quem ouviram tais fatos. A tese dá conta de que em Marte teria existido uma avançada civilização há muitos séculos, formada por uma espécie muito semelhante à humana. Em certo momento, no entanto, um corpo celeste muito grande, talvez um cometa ou asteróide, passara tão próximo do planeta que, mesmo não o atingindo, o tornou permanentemente instável e incapaz de continuar sustentando vida. O povo marciano, então, teria procurado refúgio em habitações construídas no subsolo marciano.
Em um momento seguinte, teria chegado a Marte ajuda vinda de outras raças alienígenas, que tinham tecnologia para transportar os sobreviventes para o planeta hospitaleiro mais próximo. Na maioria dos relatos de contatados que se encontraram com aliens, quem deu tal ajuda foram os seres que chamamos de grays [Cinzas]. E eles teriam trazido para a Terra grande porcentagem dos marcianos sobreviventes, para aqui terem uma segunda chance. Pelo fato de a Terra já ser habitada anteriormente por uma humanidade e para não influenciarem no processo natural de sua evolução, os recém chegados usaram seu conhecimento, adquirido com a experiência alcançada em seu próprio planeta, para construírem moradias subterrâneas também aqui no nosso.
Esta pode parecer uma história de ficção científica, mas há inúmeras evidências astronômicas que dão conta de que a quase colisão planetária com Marte realmente aconteceu e seu resultado mais visível seria o cinturão de asteróides entre o planeta e Júpiter. Em uma variação da teoria, o corpo perturbador, que certos estudiosos acreditam ser Nibiru, teria destruído um planeta ali existente, que os gregos chamam de Phaeton [Veja edições UFO 148 e 151, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. Um dos defensores desta tese era ninguém menos do que o historiador russo Aleksandr Kazantsev. Corroborando isso, há numerosas informações sobre os vestígios de construções na superfície de Marte, que teriam sido descobertas nas missões da NASA ao planeta, mas mantidas em segredo — algumas destas construções seriam uma escultura gigante em forma de esfinge e pirâmides.
O relato desta migração de Marte para a Terra tem inúmeras variações, e alguns estudiosos acreditam que eles permanecerão escondidos aqui até o momento em que o homem atingir um estágio em que possa tomar conhecimento de sua existência. A confirmar esta teoria está o fato de que, no passado, teria sido extremamente perigoso para qualquer ser não terrestre anunciar sua presença aqui — a mera observação de UFOs nos anos 40 a 60, nos Estados Unidos, suscitava perseguições aéreas e disparos de mísseis contra os intrusos. Talvez mesmo atualmente isto seja perigoso, pois a sociedade humana ainda é muito primitiva e nem sequer conseguimos superar nossa necessidade de gerar violência e guerras. Aceitaríamos conviver com sere
s de outros mundos se não somos capazes nem de conviver entre nós? No entanto, o problema com esta teoria, se é que existe alguma verdade nela, é que no momento em que alcançássemos o ponto de conseguir coabitar com outras espécies cósmicas, talvez já tenhamos destruído a Terra por causa de nosso belicismo.
Pontos de vista céticos
Quer existam ETs vivendo secretamente na Terra ou não, muitos teóricos acreditam que ainda enfrentaremos enormes problemas ao longo dos próximos anos, relacionados à poluição, superpopulação, depredação dos recursos naturais, lixo nuclear, desastres etc. Seja como for, dentro da tendência geral de aceitar a existência de raças avançadas vivendo em outros pontos do Sistema Solar, alicerçada nos casos de contatos dos anos 40 e 50, estes seres seriam mais avançados do que os humanos. E pouquíssimos se mostraram abertamente a nós até hoje, como fizeram na época de ouro dos contatados, porque nosso mundo foi crescendo de forma ameaçadora para eles — sua única segurança é se manterem em segredo entre nós. “Talvez, no futuro, se nosso planeta vier a ser verdadeiramente seguro, eles possam surgir em massa para nos cumprimentar, como ‘primos cósmicos’ que se perderam no caminho”, dizia Adamski, que defendia a tese.
A inexistência de provas de contatos com outras espécies cósmicas, seja em casos de contatismo ou de abduções alienígenas, sempre foi um agravante na aceitação de que estejamos mesmo sendo visitados — especialmente na primeira hipótese, mais controversa. O ceticismo vem de longe. Ainda nos anos 50, por exemplo, uma das vozes mais questionadoras era a de Isabel Davis, de Nova York, que escreveu uma dura crítica às alegações dos contatados, intitulada Meet the Extraterrestrials [Conheça os Extraterrestres, Fantastic Universe, 1957]. E, claro, o problema mais grave que ela já apontava na época era o de que os contatados nunca tinham evidências de suas alegadas experiências para apresentar. Além de os ETs sempre declararem ser originários de planetas em que a ciência descarta a possibilidade de condições favoráveis para qualquer forma de vida, especialmente a humana ou similar, humanóide. “Visitantes de Marte, Vênus e Saturno são uma ilusão”, dizia Isabel referindo-se principalmente a George Adamski.
Ao problema da falta de evidências de que os contatos de fato ocorreram se somam as declarações dos contatados de que seus interlocutores espaciais sempre tinham belos traços físicos, como pele clara, bronzeada ou translúcida, dedos bem delicados e flexíveis, olhos com íris de nuances exóticas etc. “Ora, os ETs descritos pelos contatados nunca são gordos, magros ou feios”, dizia Izabel. Seus cabelos, dentes, unhas e olhos nunca apresentam defeitos, como se tivessem perfeito controle de sua linhagem genética e produzissem espécimes mais saudáveis e com mais longevidade do que os humanos terrestres. Mas e se isso for realmente verdade? Não é exatamente isso que o ser humano terrestre também busca com o aperfeiçoamento de sua medicina? Em 1960 conheci um jovem contatado chamado Paul [Sobrenome desconhecido], que mantinha em sua carteira a fotografia de uma figura feminina que alegava ser de outro planeta. O interessante nela é que a senhora tinha a mesma descrição dada por muitos outros contatados e seus olhos eram de um azul extremamente vibrante.
O citado Orfeo Angelucci era um dos mais carismáticos dos contatados do início da Era Moderna dos Discos Voadores. Ele tinha respostas para as mais diferentes questões sobre a presença alienígena na Terra e dizia que ela se dava desde o princípio de nossa humanidade. Angelucci alegava encontrar-se freqüentemente com um ET a quem chamava de Netuno, que lhe teria contado que atuava em dimensões de nosso mundo que desconhecíamos. O contatado disse certa vez que o uniforme de Netuno era contido por uma miríade de cores que não pareciam sólidas e que mudavam várias vezes de posição na roupa. Eis aqui uma combinação da descrição já dada pelos contatados sobre a indumentária alienígena com uma inovação improvável de ser inventada na época. Uma das revelações de Angelucci em seu livro The Secret of the Saucers [O Segredo dos Discos, Amherst Press, 1955] era a de que os discos voadores que ele havia visto eram produto de “tecnologia orgânica”: eles seriam desenvolvidos em processos químicos e sua estrutura não teria emendas. Ele foi alvo de escárnios por parte de vários céticos por causa disso.
Alienígenas de aparência nórdica
De tempos em tempos, os abduzidos modernos relatam contatos e seqüestros por aliens de aparência nórdica, com certa semelhança com os descritos pelos contatados dos anos 40 e 50. Mas as experiências de contatismo têm suas próprias características — algumas similares às que ocorrem com abduzidos, mas a maioria dos casos tem dinâmica e cenário próprios. Talvez por isso, muitos ufólogos da atualidade passaram a defender que os contatados do início da Era Moderna dos Discos Voadores eram charlatães com a intenção de difundir filosofias religiosas, o que é um obstáculo para qualquer proposta de investigação científica relacionada às suas experiências. O preconceito, aqui, não é o que tradicionalmente recebemos dos meios científicos, mas dos próprios pesquisadores do Fenômeno UFO, que muitas vezes desconhecem o contatismo em sua essência. De forma geral, a dinâmica e o cenário típicos de um caso de contatado costuma proceder neste padrão:
O indivíduo apresenta um desejo ou impulso que parece ter sido causado por uma fonte de origem externa, que o leva a alguma localidade sem necessariamente saber o que lá vai fazer. Há um ar de expectativa que o cerca nos dias que antecedem a isso.
O contatado geralmente é abordado por um ser de aparência humana, mas que veste um uniforme de peça única e diz ou foi visto desembarcar de um disco voador. O alienígena pode acessar a mente do contatado através de telepatia. Normalmente, os visitantes não apresentam qualquer dificuldade com o idioma de seus interlocutores terrestres, sejam do país que forem.
Assim que o encontro tem início, o contatado é levado para um tour na nave ou ainda, geralmente ao final da experiência, para uma nave-mãe.
O contatado em geral não sofre a perda da noção do tempo ou lapsos de me
mória, a chamada síndrome de tempo perdido [Missing time], que é muito comum aos abduzidos, levados à força para as naves.
Geralmente, o contatado recebe uma mensagem ou uma tarefa para realizar na Terra, e um de seus conteúdos mais comuns se refere ao equilíbrio da natureza, que estaríamos ameaçando. A mensagem ou tarefa tem um tom de alerta e uma característica messiânica [Veja edições UFO Especial 049 e 050, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br].
Rigor na pesquisa do contatismo
Muitos ufólogos que estudam exclusivamente casos de abduzidos — ou experienciadores, como são chamados em certos círculos — geralmente defendem que, ao contrário dos episódios a que se dedicam, não há contatados com relatos legítimos e que o que descrevem em nada se assemelha ao cenário das abduções. Suas principais objeções são bem conhecidas. Por exemplo, alegam que os contatados não contam com testemunhas oculares de suas experiências. Mesmo que isso seja verdade, tal situação também se aplica para a vasta quantidade de casos de abdução conhecidos — mas os ufólogos que rejeitam o contatismo são mais rigorosos com estes casos do que com as abduções. Por exemplo, George Adamski teve seis testemunhas do seu primeiro contato, e isso não é levado em conta.
Em segundo lugar, insistem estes ufólogos no fato de que os primeiros contatados apontavam como origem de seus interlocutores espaciais planetas do Sistema Solar, como Marte e Vênus, onde já se provou não haver vida de espécie alguma. Além de desconsiderarem a possibilidade, já mencionada, de os visitantes viverem em regiões no interior dos planetas, não levam em conta a possibilidade de eles apontarem tais origens porque seriam mais facilmente compreendidas por alguém dos anos 40 e 50 — Marte ou Vênus certamente é mais fácil de imaginar como seria do que um planeta a 1.500 anos-luz da Terra, por exemplo. Num extremo desta visão, mas não inconcebível, talvez os ETs estivessem simplesmente mentindo aos contatados sobre sua origem para proteger suas identidades. Seja como for, a alegação dos pesquisadores que rejeitam o contatismo é de que os protagonistas destas experiências apenas inventam ou imaginam a procedência dos visitantes.
Outra potencial objeção da Ufologia em relação ao contatismo é o reconhecido exagero com que os protagonistas de tais experiências difundem mensagens de cunho quase religioso, muito parecidas com as propagadas em cultos messiânicos. De fato, muitos supostos contatados construíram ao seu redor seitas ufológicas, de cujos seguidores recebem demasiada adulação e atenção, resultando numa deturpação do conteúdo de suas alegadas experiências e das mensagens recebidas. Some-se a isso o fato de que os contatados não se importam com a pesquisa ufológica e não cooperam com os ufólogos, para que compreendam suas experiências. Isso se dá em geral porque, intensamente ridicularizados, demonstram estar pouco ou nada interessados no que suas vivências possam agregar à Ufologia.
Caso de flagrante preconceito
Finalmente, uma das maiores objeções que os ufólogos tradicionais têm em relação ao contatismo reside no fato de os visitantes serem relatados como tão semelhantes ao homem terrestre que seriam capazes de passar despercebidos em nosso meio. Alegam, como já vimos, que a espécie humana é o resultado de um desenvolvimento evolucionário único ao nosso planeta, e que não seria possível em outros mundos. Mas como podemos nos assegurar disso, se mal conseguimos sair do Sistema Solar? E ainda assim, relatos de entidades com aparência humana abundam na literatura ufológica, vindo de observações de naves pousadas, de abduções alienígenas etc, e são plenamente aceitos pelos pesquisadores que rejeitam o contatismo, num caso flagrante de puro preconceito.
Seja como for, o fato é que tanto abduzidos como contatados, que tiveram suas experiências examinadas com os critérios de diferentes ufólogos, relatam que seus abdutores ou contatantes eram mesmo seres excepcionalmente semelhantes aos humanos, e alguns de extraordinária beleza e/ou impressionante aspecto saudável. E assim, poderiam facilmente transitar entre nós irreconhecíveis. Tais experiências remontam com certa abundância às décadas de 40, 50, 60 e 70, estando até mesmo presentes em registros históricos de séculos anteriores, quando eram descritos como anjos, santos e deuses. E se é assim, embora com todo o ceticismo que possa haver, talvez esteja nos contatados e em suas experiências a evidência mais clara — ou óbvia — de que seres extraterrestres podem estar vivendo em nosso meio.