Se há vida em outros planetas, ela seguiu as mesmas leis da evolução que a vida na Terra? Somos a única opção possível ou há outras combinações mais eficientes?
“Todos os organismos extraterrestres que encontrarmos serão feitos com os mesmos átomos que nós”, observa o professor do Centro de Astrofísica de Harvard Avi Loeb sobre a recente detecção de uma bioassinatura potencial na atmosfera de Vênus.
Como publicamos várias vezes, no planeta mais próximo da Terra, a absorção de luz em comprimentos de onda milimétricos por moléculas de fosfina foi identificada no deck de nuvens venusiano 50 km acima do nível do solo, onde a temperatura e a pressão são semelhantes às da baixa atmosfera da Terra.
“Micróbios podem residir lá”, escreveu Loeb em um artigo da revista Scientific American, , “em gotículas em uma densidade que é ordens de magnitude menor do que no ar na Terra. Se isso for provado, eles poderiam ter ancestralidade comum com a vida terrestre, uma vez que asteroides ocasionalmente passam pela atmosfera de ambos os planetas, potencialmente transferindo material de um para o outro”.
Vênus, o primeiro planeta habitável do Sistema Solar
Vênus. Crédito: NASA
Pesquisas recentes feitas por astrônomos de Yale sugerem que nossa Lua pode abrigar pistas de que Vênus pode ter tido um ambiente semelhante ao da Terra bilhões de anos atrás, com água e uma fina atmosfera.
Suas descobertas seguem pesquisas que sugerem que nosso planeta irmão pode ter sido o primeiro planeta habitável do Sistema Solar.
A possibilidade de vida em Vênus levanta uma questão muito debatida sobre quão próximo a vida extraterrestre evoluiria para se assemelhar à da Terra. O teórico da evolução de Harvard Stephen Jay Gould argumentou que com um lançamento ligeiramente diferente dos dados darwinianos, a Terra teria sido habitada por criaturas inimagináveis.
Já Charles S. Cockell, astrobiólogo da Universidade de Edimburgo e Diretor do Centro de Astrobiologia do Reino Unido, disse que se houvesse biologia em outro lugar do universo, a acharíamos extremamente familiar e até baseada em carbono em suas células. Toda a vida é simplesmente matéria viva, “material capaz de se reproduzir e evoluir”.
Física da Vida
Em seu livro, The Equations of Life: How Physics Shapes Evolution [As Equações da Vida: Como a Física Modela a Evolução. Basic Books, 2018], Cockell conjectura que o cosmos, se povoado, abrigaria criaturas mais parecidas com aquelas alinhadas na cantina mal iluminada de Mos Eisley no planeta Tatooine de Star Wars [1977].
Não importa quão diferentes sejam as condições em mundos distantes, sugere Cockell, “toda a vida sendo matéria viva – material capaz de se reproduzir e evoluir – está presumivelmente sujeita às mesmas leis da física – da mecânica quântica à termodinâmica e as leis da gravidade”.
A Terra primitiva estava coberta com material carbonáceo de meteoritos e cometas que forneceram a matéria-prima a partir da qual surgiu a primeira vida.
Em seu livro The Eerie Silence [Mariner Books, 2011], o astrofísico Paul Davies ecoa Steven Jay Gould, de Harvard, sugerindo que as células originais teriam sido capazes de escolher entre o coquetel orgânico da Terra primitiva.
Até onde sabemos, ele escreve, “os 21 escolhidos pela vida conhecida não constituem um conjunto único, outras escolhas poderiam ter sido feitas, e talvez tenham sido feitas se a vida tivesse começado em outro lugar repetidas vezes”.
Fonte: Daily Galaxy