Dirigentes da NASA não confirmam, mas vários engenheiros da agência espacial falam que a competição imposta pela China para a criação de colônias na Lua foi decisiva para os americanos tirarem da gaveta planos que vêm desde os anos 90.
A última vez que alguém pisou na Lua foi em 1972. Agora, o satélite natural volta à agenda espacial da NASA. Desta vez, a agência não planeja apenas visitar, ela planeja permanecer. Com suas missões Artemis começando no próximo ano, a NASA busca levar astronautas à Lua em 2024 e antecipa uma base lunar permanente até o final da década. Esse seria o primeiro habitat a ser construído em solo extraterrestre, e os desafios são sem precedentes.
Enviar uma grande quantidade de materiais de construção à Lua seria muito caro e demorado. Entretanto, a startup Icon, com base no Texas, diz ter uma solução estilo sci-fi, a impressão 3D de uma base lunar à base de poeira lunar.
A Icon está trabalhando com a NASA para desenvolver uma tecnologia que possa transformar poeira lunar em um material parecido com concreto, diz o cofundador e CEO Jason Ballard. A poeira lunar, também conhecida como “regolito lunar”, é o solo parecido com areia que cobre a superfície da Lua, formado por materiais e pequenos fragmentos de vidro criados em um período de milhões de anos conforme meteoros atingiam a Lua.
A iniciativa se chama Projeto Olympus, nome proveniente do maior vulcão do Sistema Solar conhecido pelo homem – apropriadamente referindo-se aos desafios de escala montanhosa que o time enfrenta. Porém Ballard não está apenas visando atingir a Lua. Ao desenvolver um habitat lunar, ele busca, também, tornar construções na Terra mais limpas, rápidas e baratas.
Projeto Olympus
A Icon está usando tecnologia para impressão 3D para construir habitações no México e Texas desde 2018. Usando uma mistura baseada em concreto chamada lavacrete, sua impressora Vulcan pode imprimir cerca de 500 pés quadrados (46,4 m quadrados) em 24 horas.
A impressora 3d Vulcão deposita camadas de material para construir casas no Texas e no México
Crédito: Icon
No entanto, a Lua é um “mundo radicalmente diferente”, afirma Ballard. Da Terra, ela parece uma esfera serena, lisa e prateada, mas é submetida a altos níveis de radiação, moonquakes, os terremotos lunares, violentos, grandes alterações de temperatura e frequentes colisões por micrometeoritos que atravessam sua fina atmosfera, ele diz.
Transformar poeira lunar em material de construção é outro imenso desafio. O time está fazendo experimentos em pequenas amostras da poeira em laboratório, trabalhando em como alterar seu estado com micro-ondas, lasers e luz infravermelha, “sem o uso de qualquer aditivo”, afirma Ballard.
Fonte: CNN
Agradecimentos: Pedro Gevaerd