O filme Área Q, que estreou em 13 de abril e foi tema de um artigo do consultor da Revista UFO Renato Alonso Azevedo na edição passada — Casuística Ufológica Cearense Inspira Filme de Ficção Científica —, causou excelente repercussão dentro e fora do meio ufológico brasileiro. A obra, um longa metragem da Califórnia Filmes que ficou pronto em 2011, trata da riquíssima casuística ufológica da região de Quixadá e Quixeramobim, no interior do Ceará, que já é de conhecimento da Comunidade Ufológica Brasileira através da Revista UFO.
Com um elenco esmerado, que conta com Isaiah Washington, Murilo Rosa e Tania Khalill, entre outros atores regionais, o filme foi dirigido pelo cineasta Gerson Sanginitto e produzido por Halder Gomes — ambos sempre foram admiradores do gênero sci-fi e apaixonados por Ufologia. Gomes, que é do interior do Ceará, garante que cresceu ouvindo relatos de UFOs na região. Ele conversou com a UFO e concedeu uma entrevista exclusiva, que por questões de espaço não foi publicada junto com o artigo de Azevedo. Ela está abaixo para que o leitor conheça seu pensamento sobre a questão ufológica.
Você ou sua equipe contataram algum ufólogo para obter informações para as filmagens de Área Q? Na verdade, sempre fui um leitor do assunto e já tinha muita informação acumulada sobre a região de Quixadá e Quixeramobim e seus casos. Eu mesmo sou testemunha ocular de um avistamento lá. Então, não foi difícil alimentar os roteiristas com informações específicas da área.
Como foi seu avistamento de UFO, poderia descrevê-lo? Foi na década de 80, na fazenda do meu pai, onde estavam mais de 50 pessoas da família. Por volta de 19h00 surgiu no horizonte uma “lua”, só que quadrada e alaranjada. Ficamos todos assistindo ao evento e comentando, pois durou mais de 30 minutos. Aos poucos aquilo ia mudando para um formato elíptico com tons de luz mais brancos, até se tornar uma linha de luz e sumir. Era um dia sem nuvens no céu e sem lua, e nunca tivemos ideia do que poderia ser aquilo, mas foi intrigante e belo.
Há possibilidade de você realizar um novo filme com essa temática? Espero que sim. O interior do Ceará é muito rico em relatos e as locações sugerem muitas histórias interessantes [Veja detalhes no livro ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol, código LIV-006 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Mas é preciso aguardar a resposta do público, pois cinema depende de resultados para que projetos futuros possam iniciar seu longo caminho até as telas.
Muitos eventos de Área Q foram inspirados em fatos vividos pelos moradores da região, rica em avistamentos de UFOs? Sim, ouvimos muitos relatos ao longo das pesquisas de locações e desenvolvimento do roteiro, que inspiraram algumas sequências do filme.
O filme assenta-se mais na ficção científica ou na fantasia? Há algo do espiritismo que vimos em outras produções suas? Área Q proporciona ao espectador as diversas formas de interpretações que os relatos nos traduziam, como misticismo, Ufologia, religiosidade, espiritualidade, ficção científica etc.
Como os atores reagiram diante da temática, como Murilo Rosa, Isaiah Washington e Tania Khalill? Como encararam o desafio de trabalhar em um filme tão diferente do que se tornou convencional no cinema brasileiro? O roteiro foi o que mais os interessou a entrarem no projeto. Eles adoraram a forma que a história é conduzida, o suspense, o mistério. Nós os abastecemos com muitas matérias sobre os casos na região e os relatos dos entrevistados. Desde a sinopse o Gerson Sanginitto [Diretor] tinha em mente o Washington para aquele papel. Por sorte, ele topou ao ler o roteiro. O Murilo buscava algo não convencional, diferente do que já havia feito, e o filme veio na hora certa para ele. Já a Tania chegou até nós através do Murilo, que havia acabado de fazer uma novela com ela.
Você credita que Área Q possa abrir o filão da ficção científica no cinema nacional? Esperamos que sim, embora o mercado não tenha referências que nos proporcione um estudo profundo de público. Estamos começando um trabalho de formação de plateia, como fizemos com o público espírita iniciado por Bezerra de Menezes [2009]. Logo teremos mais projetos sobre esses temas sendo produzidos.
Quais são as suas produções de ficção preferidas, como fã do gênero? Gostei muito de Contato, com a Jodie Foster, de Fogo no Céu, sobre a história de Travis Walton, de Contatos de 4º Grau, de 2001, Uma Odisseia no Espaço, dentre outros que abordam contatos de forma mais séria. Mas também curto os filmes que vão mais para o lado sensacionalista, como a série Exterminador do Futuro, e V, A Batalha Final.