Esta edição da Revista UFO dá continuidade à entrevista iniciada na seção Diálogo Aberto de UFO 199, anterior às que contiveram conteúdo comemorativo aos 30 anos de circulação da publicação. Ela encerra a interessante conversa com o doutor J. J. Hurtak, linguista, cientista social e futurista que também tem em seu currículo dois títulos de Ph.D., um pela Universidade da Califórnia e outro pela de Minnesota. Portanto, não se trata de um homem comum. Hurtak é mundialmente reconhecido pela característica multidisciplinar de seus trabalhos, que se estendem da aplicação de lasers a expedições arqueológicas. Como cientista, é especialista em sensoriamento remoto e mudanças climáticas, entre outras áreas, o que o torna consultor de empresas multinacionais e até mesmo de governos.
Talvez o entrevistado seja mais conhecido no Brasil por ser o fundador e presidente da Academia para Ciência Futura (ACF), que atua em âmbito global em vários países além dos Estados Unidos, onde está sua central, como México, Venezuela, Chile, Bolívia, Suíça e África do Sul. Aqui, a Academia trabalha com um programa de ensino voltado ao desenvolvimento humano conciliando a ciência e a espiritualidade. “Também buscamos gerar conscientização na sociedade realizando estudos ambientais na Amazônia e provendo assistência a nações indígenas”, diz Luiz Cláudio de Oliveira Quintino, diretor nacional da Academia no país.
Chaves de Enoch
Como se viu na primeira parte deste trabalho, a ação de J. J. Hurtak não está restrita ao nosso planeta, que ele considera estar sendo constantemente visitado por inteligências superiores. Por isso, um dos programas da Academia é destinado a pesquisar detalhadamente os mistérios do universo a partir de óticas revolucionárias, com o pressuposto de que a humanidade sofre influência, desde os seus primórdios, de outras espécies cósmicas mais evoluídas. O renomado escritor, conhecido mundialmente, é autor de mais de 15 obras, dentre as quais O Livro do Conhecimento: As Chaves de Enoch, lançada pela Academia em 1973 e que ele define como “um livro científico-espiritual cujo conteúdo, em grande parte, foi recebido diretamente por meio de contatos com entidades superiores”.
Com o nome do profeta bíblico em inglês, As Chaves de Enoch são o seu projeto mais precioso, que visa à preparação dos indivíduos para mudanças que afetarão o planeta e elevarão o estágio evolutivo da humanidade como um todo. “A iniciativa se dará por meio de estudos da cosmologia e da espiritualidade, com reflexos em diversas áreas do conhecimento”, diz Hurtak. Ele também é conhecido por suas brilhantes palestras em inúmeros países e por ser presença constante em documentários e programas de televisão — só no Brasil ele já esteve dúzias de vezes e em uma ocasião, no II Congresso Internacional de Ufologia, em 1983, em Brasília, fez uma conferência de oito horas.
“Somos seres cósmicos”
J. J. Hurtak apresentou suas pesquisas sobre novas tecnologias energéticas nas Academias de Ciências da Rússia e da China, além de ter sido conferencista, em 1995, em Washington, do histórico congresso Quando Culturas Cósmicas Se Encontram, que reconheceu a presença extraterrestre na Terra por parte de consultores do governo norte-americano. Ele também apresentou, anos mais tarde, o Caso Varginha a um comitê especial da ONU. Na área da biofísica, outra de suas especialidades, fez palestra no Encontro Ambiental das Nações Unidas, na África do Sul. E também pela ONU Hurtak participou da Conferência da Mente Quântica, na Universidade de Salzburg, na Áustria. Mas são seus estudos sobre a presença alienígena na Terra que mais o notabilizaram na Comunidade Ufológica Mundial, desde os anos 80, quando foi um dos principais difusores das construções artificiais na superfície de Marte, atribuídas a civilizações que lá existiram.
As abduções são um dos mais importantes e polêmicos temas da Ufologia. Vários especialistas, como o doutor David Jacobs, alertam que ETs estariam gerando muitos milhares de seres híbridos. Em sua opinião, qual seria o objetivo deste “programa clandestino de reprodução”, como Jacobs o denomina?
Eu conheço e respeito o doutor David Jacobs como um estudioso sério neste campo tão controverso, bem como o falecido pesquisador e escritor norte-americano Budd Hopkins, que sabia que as abduções e os contatos eram conhecidos até em níveis muito altos do governo. Devido à história da humanidade e à natureza guerreira irresistível da raça humana para a solução de problemas e a resolução de conflitos, pode ser que conste no projeto de algumas raças extraterrestres a estratégia de substituir a nossa espécie por uma raça híbrida, caso soframos uma aniquilação planetária natural ou que causemos uma. Eu acredito que híbridos extraterrestre-humanos foram e ainda estão sendo criados. No entanto, acredito que algumas raças alienígenas estão criando tais híbridos porque seu DNA está se degenerando e nós, de forma indireta, os estamos ajudando a sobreviver. Esta ideia de uma espécie degenerativa de extraterrestres foi divulgada pelo controverso microbiologista Dan Burisch, que alega ter trabalhado na Área 51. Independentemente da veracidade total do seu testemunho, existem outros cientistas nos bastidores que sugerem que um programa de cruzamento com extraterrestres com uma capacidade genética diferente, na verdade, enfraqueceria a experiência da humanidade e o nosso próprio desenvolvimento consciencial neste pequeno planeta azul — o Livro de Enoch conta que nós, seres humanos, sairemos perdendo se os híbridos se tornarem dominantes.
Intenções extraterrestres
Neste caso, qual deveria ser nossa postura frente às intenções extraterrestres de hibridação?
Por várias razões que já ressaltei, é importante trabalhar com os aliens mais positivos e com inteligências ultraterrestres que respeitam os seres humanos e assumem uma postura de não interferência quanto à nossa genética. Estes apresentam, diferentemente de seres negativos, pensamentos positivos que podemos adotar, consciente e inconscientemente, como integrantes do que chamo de “Mente Universal”. Os seres humanos têm construído grandes catedrais e maravilhas arquitetônicas quando cultivam os dons da compaixão e do amor incondicional ao trabalhar com o divino e com os que trazem o poder da consciência crística para toda a humanidade. Há percepções divinas originárias de campos superiores de inteligências angélicas e ultraterrestres que estão à nossa disposição para nos ajudar. Para tirarmos a semente adâmica da destruição da Mãe Terra é preciso uma pureza de espírito que possa tornar a humanidade aceitável para a família maior da Criação, associada com o despertar da nossa percepção do eu superior.
Muitos simpatizantes da Ufologia acreditam que há algum tipo de estrutura de poder global exercida por uma elite controlada por extraterrestres nocivos, os chamados reptilianos. Esses seres realmente influenciam a humanidade?
Acredito tanto que exista uma mente global — que somos nós na nossa rede criadora —, quanto que esta mente global também esteja ligada à citada Mente Universal. Ela é constituída a partir do que chamo de formas-pensamento das mais variadas realidades. Nosso cérebro é como um diapasão e capta várias formas-pensamento que nos cercam. Se alguém se foca em conquistar poder, essa pessoa se sintoniza em pensamentos que lhe mostram como obter mais poder. O mesmo vale para o amor incondicional — quanto mais alguém se sintoniza em níveis elevados de amor pela humanidade, mais captará esses pensamentos também. Somos nós que tomamos a decisão a partir do livre arbítrio. Então, não acho que haja governos sendo doutrinados fisicamente por extraterrestres, apesar de estes terem se dado a conhecer a alguns líderes do governo desde os anos 50. A influência é mais no sentido das formas-pensamento que estão presentes como um campo vibratório.
Devido à história da humanidade e à natureza guerreira da raça humana para a solução de problemas e resolução de conflitos, pode ser que conste no projeto de algumas espécies extraterrestres o plano de substituir a nossa espécie por um tipo híbrido.
Poderia explicar melhor seu pensamento sobre esse tema tão intrigante?
Sim. Veja, a sabedoria de todas as épocas ensina que se deve sair do negativo para o positivo, que é onde reside o sucesso da evolução espiritual positiva. Ficar nos paradigmas e categorias negativos, independentemente do quanto isso seja verdade em regiões locais de poder, desmotiva as pessoas sensíveis e as leva a serem neutralizadas nos seus talentos latentes. Precisamos ter a autoconscientização moral e espiritual que nos leve a aceitar a realidade dos seres de luz, tradicionalmente chamados de angélicos, que trazem a liberdade diante da política e do poder econômico. Por isso, minha esposa Desirée e eu escrevemos um novo livro, O Despertar do Eu Superior: Um Guia para o Educandário da Alma [ACF, 2012], que utiliza uma série de cosmogramas para a elevação da consciência através da imagem do divino feminino. Este livro logo estará disponível no Brasil para um estudo sério, à medida que nos deparamos com os graves desafios que requerem uma combinação de psicologia, sociologia e antropologia positivas nesta época de aceleração para irmos além dos reptilianos, insectoides e forças da escuridão.
Extraterrestres negativos?
Em sua opinião, no trabalho de conscientização da sociedade pelos ufólogos, como podemos conciliar a divulgação dessas atividades negativas dos extraterrestres com a provável realidade de que a maioria das civilizações que nos visitam sejam benevolentes? Como evitar esses dois extremos, o medo de umas e a devoção a outras espécies?
Boa pergunta! O culto às tecnologias da inteligência não benigna é a última tentação à qual a raça humana está sujeita — mesmo a tecnologia espacial mais bonita e exótica provém dos projetos superiores de consciência. Portanto, cabe a nós como indivíduos e como uma mente coletiva global nos envolvermos com quem queremos trabalhar. É uma escolha nossa e ela só vem pela conscientização. Mesmo na presença de atividades negativas é preciso dar-nos conta dos poderes da consciência para ser a luz que vence as trevas. Ser da luz é utilizar os nomes e expressões sagrados do divino que os grandes profetas e escritores da história reconheceram.
E como fazer isso de maneira prática? Enfim, como pode um estudioso agir em sintonia com seus ensinamentos?
Nós, da Academia para Ciência Futura, no Brasil e em outros países, temos defendido o uso de nomes divinos — como, por exemplo, Christos, Soma Christou, El Shaddai — na nossa música, e temos trabalhado com compositores e cantores de destaque. Com isto surgiu um novo tipo de bolero: a música da superalma. Através da música espiritual podemos realmente identificar e discernir as vibrações que acompanham o aparecimento das formas de vida positivas e negativas, sejam elas físicas ou não físicas. E através da música espiritual positiva dos nomes divinos também somos protegidos. Felizmente, importantes instrumentistas de todo o mundo, como Carlos Santana, Alice Coltrane e Jocelyn Smith, assim como o maestro brasileiro Junior da Silva, da Academia, têm usado com sucesso os nomes sagrados que lhes dei para elevar a consciência e promover a fraternidade e a irmandade. Eu gostaria que os amigos no Brasil ouvissem os nossos CDs especiais Agios e Cantate Domino, produzidos por músicos brasileiros, que também incluem algumas expressões indígenas [Podem ser obtidos diretamente na Academia para Ciência Futura, endereço: Caixa Postal 29141, 20540-970 Rio de Janeiro (RJ)].
A que esse procedimento vai nos levar?
Quando houver o contato com os extraterrestres, os que estiverem meramente preocupados com o estilo de vida material perderão seu foco devido ao seu enfoque na dialética inferior da existência e à sua incapacidade de entender que a vida no planeta Terra é para o avanço da humanidade. Os que buscarem aplicar a combinação de insights espirituais e científicos a serviço de todos os membros da raça humana demonstrarão, através da uma consciência mais elevada, o que poderia ser chamado de realidade dinâmica de uma parceria divino-humana dentro da centelha de vida que chamo de Novo Ser.
Rivalidade entre ufólogos
Em sua opinião, os ufólogos devem ir além das pesquisas que visam simplesmente provar que os UFOs são reais, passando a se preocupar com o que fazer após um futuro contato definitivo da humanidade com outras espécies cósmicas?
Primeiro, com relação à pesquisa ufológica como um todo, por mais de 65 anos tem havido uma grande rivalidade entre os que buscam compreender apenas os avistamentos de tecnologia e hardware contra os que tentam entender as razões por trás do contato extraterrestre. Isso inclui uma discussão sobre como alguns desses seres conseguem simplesmente aparecer no quarto de alguém e levar esta pessoa para bordo da sua espaçonave, violando completamente qualquer ciência conhecida. Muitos ufólogos simplesmente se recusam a pesquisar qualquer experiência de contato em que não se veem as espaçonaves — casos de visitas de dormitórios, por exemplo. Além disso, eles têm se dado conta que os seus esforços para provar a existência de UFOs têm sido em grande parte um desperdício de tempo em termos da obtenção dos dados completos que envolvem os espécimes recuperados pelas equipes de governo em muitos países e levados à Área 51, no Deserto do Nevada, onde desde os anos 50 tem sido praticada engenharia reversa de naves alienígenas.
Ou seja, para o senhor, sem essa preparação a Ufologia atual poderia ficar obsoleta?
Os UFOs, por definição, operam através de modalidades não identificadas que podem se manifestar, em termos científicos humanos, com capacidades científicas avançadas — e aqui vemos que o próprio método científico precisa ser redefinido. Lentamente a Ufologia, como uma nova ciência, começa a incluir os objetos voadores identificados, bem como uma categoria mais ampla de formas de vida ultraterrestres e manifestações interdimensionais, que estão além dos paradigmas atuais de medição. Nós só podemos acelerar a nossa compreensão de UFOs, dos extraterrestres, ultraterrestres e de formas interdimensionais da vida com uma futura ciência que contemple uma cosmologia espiritual mais aberta.
Somos seres multidimensionais com pensamento não local, uma combinação físico-espiritual de uma força de vida que prossegue com um destino no espaço (…) Devemos responder às nossas próprias perguntas nesta mudança de consciência.
O senhor crê que o contato com uma forma específica de vida extraterrestre ainda não irá explicar todos os fenômenos que nos desnorteiam hoje?
Penso que não. Acho que o contato com uma forma específica de vida extraterrestre não vai explicar todos os fenômenos e noumena [Termo grego que designa aquilo que existe por si mesmo, independentemente de nossa percepção] que estamos encontrando atualmente — acredito também que de muitas maneiras o contato já está acontecendo. Os ensinamentos da Academia para Ciência Futura podem ser de grande ajuda para explicar isso. Na verdade, as organizações interessadas em estudar os aspectos mais redundantes dos extraterrestres se tornarão obsoletas se não se envolverem com o quadro mais amplo da ciência futura.
Florestas em Marte?
Mudando um pouco de assunto, o senhor foi um dos primeiros a divulgar a existência de possíveis ruínas gigantescas em Marte. Imagens recentes obtidas por sondas terrestres no planeta parecem também mostrar verdadeiras florestas, entre outras coisas surpreendentes. Há ou houve vida inteligente em Marte ou em outros lugares do nosso Sistema Solar?
Eu não tenho informações sobre florestas em Marte, já que o planeta é basicamente desértico e tem apenas alguns bolsões de água congelada. Recentemente, Desirée e eu tivemos o privilégio de sermos oradores no Programa Sociedade Marciana, que acontecia em conjunto com o pouso da sonda Curiosity na superfície do planeta, em 06 de agosto de 2012. Os corações do mundo celebravam aquele importante passo para uma das futuras casas da raça humana. Agora esperamos com otimismo a descoberta de vida microbiana e de reservas significativas de água abaixo da superfície de Marte — o planeta provavelmente teve suas próprias formas de vida no passado remoto, mas, talvez devido a um cometa ou uma tragédia em escala maior, perdeu uma quantidade significativa do seu campo magnético e, a partir daí, sua atmosfera. Assim, é difícil que alguma forma de vida marciana se desenvolva neste momento, a não ser que seja no subterrâneo.
E indo além de Marte? O senhor crê que existam sinais de alguma forma de vida em algum outro ponto do Sistema Solar?
Sim, acredito que foram feitas sondagens extraterrestres na maioria dos planetas e luas do nosso sistema. Como você deve saber, fui o primeiro a publicar as imagens da Mariner 9-B mostrando formações piramidais no Quadrilátero Elysium de Marte, em 1973, que podem ser vistas no meu livro As Chaves de Enoch. Eu esperava que estivesse entre as prioridades dos cientistas da Viking 1 e 2, de 1976, ou das sondas russas Phobos 1 e 2, de 1989, focar suas câmeras nesses elementos singulares e de tamanho impressionante. Os russos até estavam muito interessados, mas a sua nave Phobos 2 foi neutralizada por uma nave extraterrestre desconhecida quando se aproximava de Marte. Ficará para outras missões provar ou refutar a importância dessas estruturas monumentais, cerca de 700 vezes maiores do que a grande pirâmide de Gizé. Os interessados ??na história de Marte podem tentar encontrar uma cópia do meu livro anterior, La Esfinge en Marte [A Esfinge em Marte, Publicaciones Marcombo, 1989], agora fora de catálogo.
E quanto a nosso futuro em Marte? Poderemos contar com a hipótese de um dia estendermos nossa civilização ao planeta vizinho?
Devido à falta de qualquer atmosfera significativa, não será fácil para que a vida como a conhecemos exista na superfície de Marte. Nós ainda podemos conseguir terraformar lentamente o planeta, de acordo com vários cientistas, como o doutor Chris McKay, da NASA, e planejar pequenos habitats humanos nas décadas restantes deste século. Mas se Marte for lentamente terraformado, isso levará centenas ou milhares de anos. No entanto, mesmo sem este processo, pequenas vilas humanas podem ser instaladas na superfície — embora não seja impossível, o estabelecimento de um assentamento nosso em Marte é um projeto de muito longo prazo. Leva-se apenas de oito a nove meses para se chegar a Marte, mas o curto tempo de viagem só existe em determinados períodos orbitais, quando a Terra e nosso vizinho estão mais próximos. Assim, uma missão a Marte significa que os astronautas não poderão voltar aqui por pelo menos 18 meses, até que os planetas estejam novamente próximos. Portanto, toda uma missão duraria de três a quatro anos desde o lançamento até o retorno.
Transformar Marte
Há algo que torne menos inóspita esta possibilidade de nos expandirmos para Marte?
Sim. Com a descoberta de fontes de água no planeta, novas oportunidades estão surgindo e missões dos Estados Unidos, Rússia e China, principalmente, poderiam ir a Marte agora mesmo. Agora, o que realmente precisamos é de uma nova geração de pioneiros espaciais também no Brasil, que estejam dispostos a se dedicar mais à vida no espaço. À medida que o país se torna uma superpotência com oportunidades reais, o espaço será uma de suas novas fronteiras. Na verdade, parte da raça humana se tornará finalmente marciana no futuro, olhando de volta para a Mãe Terra como o seu lar original.
Algumas pessoas acreditam que um dos motivos do acobertamento ufológico estaria no interesse de poderes mundiais em manter em segredo a existência de formas alternativas de energia. O que o senhor acha da viabilidade da chamada “energia de ponto zero” ou “energia livre”? A humanidade já está preparada para usufruir de uma fonte de energia inesgotável?
Há anos temos trabalhado na pesquisa de novas tecnologias de energia como parte de nossas atividades na Academia para Ciência Futura. Meu amigo Adam Trombly, especialista em energia alternativa, sente que há uma disputa entre as empresas que querem contar com combustíveis fósseis e os cientistas que trabalham nos sistemas da chamada energia livre. Nós já começamos a desenvolver meios de acessar uma fonte infinita de energia — com Trombly, apoiamos o conceito da energia do ponto zero, que visa extrair a energia livre do espaço virtual ou de outras dimensões desconhecidas da realidade.
Há uma discussão sobre como alguns desses seres extraterrestres conseguem simplesmente aparecer no quarto de alguém e levar esta pessoa para bordo da sua espaçonave, violando completamente qualquer ciência conhecida pela humanidade hoje.
Isso ainda não soa impossível, dadas às dificuldades tecnológicas que a humanidade ainda enfrenta?
Não. Na verdade, já em 1973 o livro As Chaves de Enoch tratou pela primeira vez da importância de se reconhecer a energia do ponto zero. Na obra eu descrevo isso como sendo um meio para a raça humana acessar energias abundantes e infinitas que estão disponíveis no universo. Estamos em um momento marcante de guinada na história do planeta, com rendimentos cada vez menores na utilização de combustíveis fósseis. Precisamos sair da sombra dos dinossauros e progredir além da energia suja. Minha esposa Desirée e eu, nas nossas palestras, muitas vezes elogiamos o Brasil pelo seu desenvolvimento do programa do álcool como combustível, mas também incentivamos as tecnologias eólica, solar e de hidrogênio como os próximos passos — isso na medida em que nos preparamos para tecnologias mais futuristas, como os geradores eletromagnéticos.
Consta que o senhor também pesquisou os agroglifos ou os chamados círculos ingleses. Teve alguma experiência incomum também nessa área?
Tenho mais uma vez que fazer referência ao meu livro As Chaves de Enoch, porque nele previ, em 1973, o surgimento dessas formas geométricas nos campos, que chamo de “Geometria de Números Circulares”. Elas estão em certas partes do mundo, como ao redor de Stonehenge, na Inglaterra, para alertar os observadores para a vinda da Ordem de Melchizedek, ou seja, a chegada de professores e “administradores cósmicos” a certas áreas do planeta. São estes os locais onde uma forma superior de ensino está sendo apresentada como geometrias sagradas e fractais. Desde que foram relatados os primeiros círculos nas plantações — termo cunhado pelo pesquisador britânico Colin Andrews —, milhares deles surgiram no sul da Inglaterra, especialmente em torno de Stonehenge. E o Brasil agora parece ter seu próprio agroglifo no estado de Santa Catarina.
“Trabalho de colheita”
O que seriam estas formas geométricas nos campos? Algum tipo de mensagem de outras inteligências cósmicas?
Apesar dos esforços bem sucedidos de algumas pessoas em replicar as figuras, muitas delas, as legítimas, são formas geométricas que fazem parte de uma lição a nós em uma linguagem superior de comunicação de natureza simbólica. Há um grande “trabalho de colheita” à nossa frente, preparando a raça humana para a ascensão. Muitos governos sabem disso e o fato de tantos agroglifos se manifestarem junto a instalações de governo sugere uma história muito maior de acobertamento.
Algum agroglifo que conheceu despertou sua atenção de forma especial?
Sim. Desirée e eu estivemos em círculos que nos impressionaram, um deles em 2000, conhecido como a Formação de Pi de Barbury, porque mostrava as dimensões intrincadas do número Pi, 3,141592654. Pudemos visitá-lo mais ou menos na época em que o código era decifrado pelos estudiosos. Um segundo agroglifo intrigante que conhecemos estava na área rural da Hungria — até então, não se sabia que eles apareciam naquela parte da Europa. Os militares húngaros chegaram em helicópteros enquanto estávamos lá e registraram altos níveis de radiação e raios parafísicos de luz, que aparecem na filmagem tomada das múltiplas figuras. Nossa experiência com estes círculos e outros levou-nos a ver que há uma clara ligação deles com a matemática como uma chave para uma comunicação entre as espécies.
Obrigado. Mas agora mudando novamente de assunto, gostaria que o senhor comentasse a respeito do Direito Espacial, essa disciplina jurídica que está se desenvolvendo. Acredita que a exploração do espaço crescerá a ponto de colonizarmos outros planetas e termos que usar leis específicas para isso?
O papel do Direito Espacial é muito importante e necessário para a construção de um novo habitat no espaço exterior e para a interação que teremos futuramente com os visitantes de outros mundos. Publiquei vários artigos sobre o assunto nos últimos 20 anos, como, por exemplo, Consequências da Descoberta de Água em Marte para a Legislação Espacial, nos Anais do Direito Aeroespacial, edição de 2004. Tive também o privilégio de palestrar sobre o tema em universidades do Brasil e África do Sul, como também fui coautor de estudos sobre o assunto na obra Direito Espacial [Editora Conceito, 2012], escrita pelo professor Alexandre Buhr, da Universidade do Oeste de Santa Catarina [Veja artigo do professor na edição UFO 199, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Direito Espacial
Que resultados, em síntese, teremos com este novo conceito jurídico?
Veja, um Direito Espacial precisa estar em vigor devido a muitas razões, que vão desde os milhares de pedaços de antigos satélites caindo sobre nossas cabeças — como ocorreu no vilarejo de Riacho dos Poços, no Maranhão, em fevereiro de 2012 —, até o futuro encontro que teremos com extraterrestres. É esta nova área jurídica que vai nortear como vamos agir nestes casos. Precisamos distinguir entre aquelas civilizações espaciais que verdadeiramente representam a lei cósmica, ajudando-nos a avançar no sentido de um crescimento interplanetário, e evitar contato com as culturas de violência que se aproveitam da raça humana. O conceito de contato abrange vários níveis e só através de um consórcio de nações que representem a maior parte da humanidade, e que respeite a ética mais elevada, é que devemos adentrar novas fronteiras evolutivas. No geral, vejo um futuro interessante com a união entre o Direito Espacial, uma nova física e uma nova astronomia, que afirme a relação mútua de trabalho que teremos com as culturas cósmicas positivas no espaço.
Finalizando, o que podemos esperar que aconteça no Brasil no que diz respeito à questão extraterrestre?
A humanidade está na iminência da abertura dos segredos do que se passa em nossos céus. Todos nós precisamos usar este precioso tempo de mudança de consciência para aprender como agir em uma realidade de inteligência multidimensional positiva, essa que já está no nosso meio. A importância para nós das inúmeras culturas cósmicas batendo à nossa porta é que elas nos têm dado tempo para repensar este momento de violento ataque à natureza e para estabelecer uma comunhão com nós mesmos. A minha mensagem para o Brasil é — e tem sido — que este é um país importante para o contato extraterrestre no nível mais elevado. Enfim, precisamos saber como podemos trabalhar melhor com os extraterrestres positivos e com as inteligências ultraterrestres, as que compartilham nossa imagem, já que têm origens semelhantes à nossa. Precisamos pedir a intervenção divina das ordens positivas de inteligência, especialmente da Ordem de Melchizedek. Na sua vastidão, o Brasil fornece uma conexão direta com inteligências interdimensionais e com os indígenas, que entendem a multiplicidade da flora e fauna fantásticas nas selvas do país, que representam a medicina do futuro do planeta Terra e das áreas de contato.
O senhor gostaria de acrescentar algo a esta entrevista ou deixar uma mensagem para nossos leitores?
Sim, quero convidar a todos que trabalhem conosco na Academia para Ciência Futura, pois atuamos em todas as principais cidades estudando campos que vão da arqueologia à consciência e cosmologia. Também encorajo a todos que usem a música espiritual e ativem o espírito divino dentro de si — para a obra em expansão da transformação planetária. O futuro da humanidade é imergir no divino. Muitos passarão a ter esse conhecimento íntimo de Deus, conforme prometido desde o início. Como está escrito no antigo texto bíblico de Daniel, capítulo 12, “os que têm discernimento resplandecerão como o brilho dos céus, e o verdadeiro conhecimento se tornará abundante”.