O programa de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI) teve início nos anos 70 com financiamento pela NASA, até que este foi cortado por pressão política nos anos 90. Contudo, a busca continua, utilizando instrumentos como o grande radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, como o Allen Telescope Array que se situa na costa oeste norte-americana. O princípio da busca por sinais de rádio alienígenas foi o Projeto Ozma (nome inspirado na história de O Mágico de Oz), realizado por Frank Drake em 1960.
É importante salientar que de modo algum essa busca foi contínua, havendo longos períodos de interrupção nos trabalhos ao longo das décadas, e que apenas de alguns anos para cá uma pesquisa mais sistemática e constante tem sido realizada. O SETI também sempre sofreu com severas restrições orçamentárias, colocando por terra certas opiniões fundamentalistas no meio ufológico, de que milhões estariam sendo gastos inutilmente, o que absolutamente não é verdade. De alguns anos para cá também tem sido debatida a proposta de Mensagem para Inteligência Extraterrestre (METI), ou SETI ativo, o que muitos têm condenado, a exemplo do astrofísico Stephen Hawking, argumentando que alienígenas hostis podem chegar a nosso planeta e causar a extinção da humanidade.
A ideia de que não estamos sozinhos no Cosmos foi primeiro proposta pelo filósofo grego Demócrito, no século quinto antes de Cristo. Agora acaba de ser divulgada uma pesquisa, realizada pelo neuropsicólogo Gabriel G de la Torre, da Universidade de Cádiz, que questiona se os astrônomos, além de buscar por sinais de rádio de civilizações extraterrestres, deveriam ativamente enviar mensagens a eles. De la Torre pergunta: “Essa decisão pode ser tomada em benefício de todo o nosso planeta? O que acontecerá se formos bem-sucedidos e alguém receber nosso sinal? Estamos preparados para esse tipo de contato?”.
FALHAS NA EDUCAÇÃO MOSTRAM QUE A SOCIEDADE NÃO ESTÁ PREPARADA
Para obter uma resposta, De la Torre realizou uma pesquisa com 116 estudantes universitários de Estados Unidos, Itália e Espanha. O questionário abrangia perguntas para testar seus conhecimentos de astronomia, crenças religiosas e suas opiniões sobre a possibilidade de contato com vida extraterrestre inteligente. Os resultados dessa pesquisa inicial comprovam que a humanidade ainda não está preparada para contatar ativamente uma civilização alienígena. De la Torre descobriu que os estudantes carecem de conhecimento a respeito de muitos fatos astronômicos, apesar do enorme progresso científico e tecnológico de nossa sociedade.
Além disso, as pessoas que responderam o questionário preferem confiar em figuras religiosas ou políticas a analisar um possível cenário como esse com base em seu conhecimento científico, que é muito deficiente. De la Torre incentiva os cientistas envolvidos com o SETI a buscar estratégias alternativas até que a sociedade esteja melhor preparada: “Esse estudo piloto demonstrou que o conhecimento do público em geral sobre o Universo e nosso lugar nele é ainda muito pobre. Portanto, uma conscientização global deve ser reforçada, utilizando a melhor ferramenta disponível: a educação. Não devemos nos restringir a referências morais nessa questão, pois de fato é uma questão mundial com um componente ético muito forte, do qual todos devemos participar”.
Confira o artigo de Gabriel G. de la Torre no site Acta Astronautica
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