Warner Bros desenvolve filme sobre a vida de Carl Sagan
O saudoso Carl Sagan, com sua série Cosmos: Uma Viagem Pessoal, inspirou o interesse pela ciência em milhões ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde o programa foi exibido pela Rede Globo no começo dos anos 80. Recentemente foi produzida Cosmos: Uma Odisseia no Espaço-Tempo, apresentada por Neil deGrasse Tyson, que foi seu estudante. Surge agora a notícia de que a Warner está produzindo um filme sobre o próprio Carl Sagan. Espera-se que a película acompanhe toda a trajetória do cientista, sua participação em diversas missões espaciais da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), a defesa da existência de vida e inteligência extraterrestre, o combate às pseudociências e seu ativismo contra as armas nucleares e pela paz mundial. A produção é de Lynda Obst e Ann Druyan, viúva de Sagan, com roteiro de Zach Dean. Lynda foi produtora de Contato [199], inspirada no livro homônimo de Sagan, e também de Interestelar [2014]. Ainda não se sabe se o filme será simplesmente uma biografia ou uma dramatização inspirada na vida do grande divulgador da ciência.
Possibilidade de vida extraterrestre em estrela
A descoberta do telescópio espacial Kepler ao redor da estrela KIC 8462852, situada a 1.500 anos-luz de distância daqui, na Constelação Cygnus, prossegue alimentando especulações. A maior parte da comunidade científica defende a hipótese de que os trânsitos anormais observados pelo instrumento, que bloquearam a luz estelar em 15% e 22%, se devem a um imenso enxame de cometas. Porém, o debate também gira ao redor da explicação considerada menos provável, mas mais espetacular — a de que uma megaestrutura de uma civilização alienígena foi descoberta lá. Lembrando que um mundo do tamanho de Júpiter bloquearia no máximo 1% da luz de seu sol. Em recente participação no programa Late Show with Stephen Colbert, o astrônomo Neil deGrasse Tyson, apresentador da nova série Cosmos, acompanhado do produtor Seth MacFarlane, afirmou: “Se não entendemos uma coisa que observamos, não significa que os responsáveis sejam alienígenas”. Em tom humorístico, o apresentador Colbert afirmou que os astrônomos haviam encontrado Ringworld, título do romance escrito por Larry Niven, considerado um clássico da literatura de ficção científica. Na trama, viajantes encontram uma gigantesca estrutura anelar ao redor de uma estrela como o Sol.
Michio Kaku comenta sobre possível civilização
Michio Kaku, físico teórico e também divulgador científico, por sua vez, afirmou em entrevista para a rede norte-americana de TV CBS: “Há um objeto absolutamente colossal bloqueando a luz da estrela KIC 8462852, e não sabemos ainda o que é. Eliminadas as explicações naturais, então devemos falar de uma civilização do Tipo II, capaz de construir uma estrutura imensa, maior que Júpiter, para absorver a luz estelar. Então precisamos assumir que talvez, apenas talvez, isso seja obra de uma civilização quiçá alguns milhares de anos à nossa frente”. Kaku também alertou que a explicação mais provável é algum fenômeno natural — mas também disse que tal civilização, se entrasse em contato conosco, seria tão mais adiantada que não teria tanto interesse em nós.
SETI não encontra sinais de rádio em estrela suspeita
O Projeto SETI, o programa de busca por vida extraterrestre inteligente, tem há anos um acordo com a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), operadora do telescópio Kepler, a fim de obter dados para vasculhar sistemas com planetas habitáveis, à caça de sinais de inteligência extraterrestre. Nesse sentido, o Arranjo de Telescópios Allen (ATA), um grande conjunto de radiotelescópios construído na Califórnia, foi apontado para KIC 8462852, tentando captar algum sinal de rádio. Sintonizado para uma frequência de banda estreita, com 1 Hz, e depois de 1 a 10 GHz, e depois de banda larga, como os que seriam gerados por naves espaciais movidas por micro-ondas, nada foi captado. Esse fato sem dúvida aponta para uma explicação natural para o mistério, como o já mencionado enxame de cometas. Contudo, conforme boa parte dos cientistas argumenta, seria improvável que uma suposta civilização alienígena em KIC 8462852 nos dirigisse um sinal de rádio, dada a distância de 1.400 anos-luz que nos separa. É possível também que, se os sinais captados pelo Kepler de fato forem uma grande obra de engenharia de uma civilização alienígena, seus construtores sejam tão avançados que sequer utilizem mais rádio. Muitos concordam que o insucesso do SETI em captar sinais não significa que alienígenas não estejam nesse sistema — e comprova que a busca por civilizações alienígenas é de fato uma das tarefas mais difíceis já empreendidas pela humanidade.
Nave New Horizons ruma para seu segundo objetivo
Após o histórico encontro com Plutão, ocorrido em 14 de julho de 2015, a nave New Horizons começou os trabalhos para o que pode ser seu segundo objetivo. Em 22 de outubro último seus motores foram acionados por 16 minutos, a fim de alterar sua trajetória para o encontro com o objeto chamado 2014 MU69. Outras três queimas aconteceram em 25 e 28 de outubro e em 04 de novembro, e agora a nave está em curso para o asteroide, situado 1,6 bilhão de quilômetros além de Plutão. O 2014 MU69 é um objeto do Cinturão Kuiper com cerca de 48 km de extensão — essa região é um enorme depósito de rochas, cometas e asteroides que são sobras da formação do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos. Os cientistas esperam que a nave possa recolher informações importantes sobre esse período de nossa história. A passagem da New Horizons pelo sistema de Plutão revelou um mundo dinâmico e surpreendente, e a nave prossegue enviando informações para a Terra. A visita ao asteroide será submetida à Agência Espacial Norte-Americana (NASA) em proposta formal no início de 2016 e, se aprovada, deverá acontecer em 01 de janeiro de 2019.
Vulcões em Plutão
Enquanto segue viagem, a New Horizons continua enviando as informações conseguidas em Plutão para a Terra, trabalho que deverá se completar no final de 2016. O que já foi recebido comprova que o distante mundo é, ao contrário do esperado, muito dinâmico, exibindo dunas mesmo em uma atmosfera rarefeita, além de neve de nitrogênio, montanhas de gelo de água e atividade geológica recente. Outras surpresas foram encontradas em fotos obtidas pela nave, que parecem mostrar vulcões em Plutão. Duas das montanhas observadas — batizadas ainda não oficialmente como Wright e Piccard —, exibem depressões exatamente em seus picos. Na Terra, qualquer elevação com tais características é um vulcão. No caso, criovulcões, que poderiam expelir gelo. Os cientistas debatem se este seria de água, nitrogênio, amônia ou metano. Além disso, apontam sinais de que o planeta tem muita amônia, que, misturada à água, manteria o manto de Plutão pastoso e submetido a movimentos de convecção. Movendo-se para cima e para baixo por diferenças de temperatura, isso poderia explicar a atividade geológica observada na superfície.