Novo instrumento da NASA para estudo de estrelas estará na atmosfera a partir de agosto e lembra muito um enorme balão de loon, aqueles balões utilizados pelo Google para levar internet a locais isolados
Segundo informações da CNN, a NASA planeja enviar um balão enorme para a borda da estratosfera da Terra em busca de segredos sobre como as estrelas e os planetas se formam.
A missão ASTHROS da agência espacial partirá da Antártica em dezembro de 2023 e passará três semanas na estratosfera, a seção da atmosfera onde fica a camada de ozônio. Seus componentes incluem um balão do tamanho de um campo de futebol e um telescópio infravermelho especializado, projetado para captar a luz que o olho humano não consegue detectar.
Os engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA começarão a testar no próximo mês. Enquanto você espera pelo seu lançamento, eis o que você precisa saber sobre o flutuante observatório da NASA.
Os instrumentos
Concepção artística do Asthros. Crédito: The Trending Times
A aposta da NASA é um balão que, quando inflado, terá 120 m de largura. Pendurada abaixo, uma gôndola abrigará instrumentos como um telescópio especial de infravermelho distante e um sistema de refrigeração que mantém os instrumentos de infravermelho distante no zero absoluto, a temperatura mais baixa que a matéria pode atingir.
O telescópio que usado será o Telescópio Estratosférico Astrofísico para Observações de Alta Resolução Espectral para comprimentos de onda submilímétricos (Asthros).
Os comprimentos de onda em infravermelho não podem ser vistos com o olho humano, mas podem iluminar a densidade e a velocidade do gás nas partes do espaço onde as estrelas se formam.
O balão pairará bem abaixo do limite do espaço, a uma altitude de cerca de 40.000 m. A equipe poderá controlar o telescópio do solo e baixar seus dados para análise imediata, segundo informaram os cientistas.
“Vamos lançar o Asthros até a borda do espaço, da parte mais remota e mais difícil do planeta”, disse Jose Siles, engenheiro do Laboratório JLP da NASA e gerente de projeto Asthros. “Se você para para pensar sobre isso, é realmente desafiador, e isso o torna mais emocionante ainda”.
Estudando estrelas
Órbitas estelares. Crédito: ESO
O equipamento pendurado abaixo do balão estudará a formação de estrelas e um processo chamado “feedback estelar”.
Quando as supernovas explodem, elas ejetam material de volta ao espaço. Essas “explosões violentas” podem enviar material que voa e impedir a formação de estrelas ou fazer com que o material se acumule e acelere o processo de formação de estrelas.
Sem feedback estelar, de acordo com o JPL, toda a poeira e gás interestelar na Via Láctea se acumulariam em estrelas.
“Acho que entendemos que o feedback estelar é o principal regulador da formação estelar ao longo da história do universo”, disse Jorge Pineda, principal pesquisador da Asthros.
“As simulações por computador da evolução das galáxias ainda não conseguem replicar completamente a realidade que vemos no cosmos. O mapeamento de nitrogênio que faremos com o Asthros nunca foi feito antes, e será emocionante ver como essas informações ajudarão em modelos mais precisos”.
Portanto, para aprender mais sobre o processo, o Asthros atingirá dois alvos na Via Láctea, sendo ambos regiões formadoras de estrelas, onde o instrumento criará o que o laboratório diz ser o primeiro mapa 3D impresso do gás nessas regiões. Esses mapas informarão simulações por computador da evolução da galáxia, disse o laboratório.
Seus outros dois alvos são Messier 83, uma galáxia a cerca a 15 milhões de anos-luz da Terra e uma das galáxias mais brilhantes, e TW Hydrae, uma estrela com um disco protoplanetário ou um disco de poeira e gás onde planetas podem estar se formando.
Quando a ASTHROS concluir duas a três voltas ao redor do polo sul, em três a quatro semanas, seus operadores no solo separarão a gôndola do balão. A gôndola e os instrumentos voltarão de paraquedas à Terra, onde poderão ser reutilizados para futuras missões.
Os testes dos sistemas de refrigeração da Asthros começam em agosto.
Fonte: CNN
Assista um video explicativo abaixo: