Em 18 de abril último foi lançado de Cabo Canaveral, a bordo de um foguete Falcon 9 da Space X, o Satélite Explorador de Trânsito de Exoplanetas (TESS). O primeiro estágio do foguete retornou depois de se separar, realizando um pouso perfeito a bordo da balsa drone chamada I Still Love You, estacionada no Atlântico a 300 km da costa da Flórida. Foi o 24º pouso bem-sucedido no navio robotizado e a SpaceX já reutilizou 11 desses foguetes, mas o deste lançamento era novo. Já o telescópio TESS entrou em órbita 49 minutos após o lançamento e passará os primeiros cinco dias realizando diversas checagens e abrindo seus painéis solares. Os principais instrumentos científicos, quatro câmeras CCD, serão acionados aproximadamente oito dias após o lançamento.
TESS foi inserido em uma órbita muito elíptica, nunca utilizada por outro engenho espacial, no qual o telescópio irá circular o planeta duas vezes para cada órbita completada pela Lua. Além de ser estável e a salvo de lixo espacial, essa trajetória permite boa comunicação com a Terra e não haverá necessidade de muitas correções de curso. Pela metade de junho a nave chegará, enfim, a sua órbita de operação. O telescópio explorará ao longo da missão primária de dois anos cerca de 200.000 das estrelas mais brilhantes e próximas do Sistema Solar. O foco serão astros do tipo G, K e M, e estima-se que a missão possa descobrir mais de 20.000 exoplanetas, sendo de 500 a 1.000 do tamanho da Terra ou maiores, as super-Terras. A maioria deve ser observada a distâncias entre 30 e 300 anos-luz, e o TESS irá caçar exoplanetas utilizando o método do trânsito, o mesmo do conhecido telescópio Kepler.
O Kepler foi lançado, em 2009, com a finalidade de determinar o quanto os exoplanetas eram comuns e uma das grandes surpresas dessa missão, cuja quantidade colossal de informações colhidas continha a ser analisada, foi a descoberta do grande número de super-Terras, mundos de tamanho entre o do nosso planeta e Netuno, existem. Porém, a região alvo do Kepler estava entre as constelações Cygnus, Lyra e Draco e os mundos que descobriu estão na maioria a centenas ou milhares de anos-luz de distância. Mesmo para a próxima geração de telescópios tais alvos são distantes demais para um exame de suas atmosferas. Já o objetivo do TESS é realizar esse trabalho nas estrelas mais próximas do Sol, cobrindo todo o céu em 26 setores.
BUSCANDO SINAIS DE VIDA ALIENÍGENA
Por estarem mais próximas, as estrelas analisadas pelo TESS serão 30 a 100 vezes mais brilhantes que as do Kepler, e portanto seus exoplanetas candidatos serão ou não confirmados com maior rapidez. Mais importante, essas informações serão utilizadas por telescópios atuais e futuramente por aqueles que ainda estão em construção, a fim de analisar suas atmosferas em busca de sinais de vida extraterrestre. Quando um planeta transita, ou passa diante de sua estrela, a luz desta última atravessa a atmosfera planetária, e quando é captada por nossos instrumentos contém informações sobre a composição da camada gasosa. Assim os telescópios atuais e futuros poderão determinar a presença de elementos como oxigênio, metano e outros possíveis indicativos da presença de vida, em mundos mais próximos de nosso Sistema Solar. Poderá inclusive ser possível, ainda neste século ou nos próximos, lançar minúsculas sondas para explorar tais mundos alienígenas, a promessa do programa Breakthrough Starshot. O TESS dará início a uma nova era de exploração de planetas habitáveis e da vida extraterrestre.
Confira um vídeo sobre a missão do TESS
Assista ao lançamento do TESS e ao pouso do Falcon 9
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Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre
DVD: Planetas Alienígenas
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