Uma nova era de voos espaciais teve início no último 05 de dezembro, quando foi lançada de uma plataforma no Cabo Canaveral a nave Orion, no topo de um foguete Delta 4 Heavy, da United Launch Alliance. Após completar uma órbita ao redor da Terra a nave não tripulada, ainda acoplada ao último estágio do foguete, teve seu motor novamente acionado para lançá-la a uma distância de 5.800 km. Esta foi a missão mais distante de qualquer nave capaz de levar tripulantes desde o final do Projeto Apollo em 1972.
Através de 1.200 sensores instalados na nave os técnicos da NASA acompanharam o desempenho da Orion ao longo de toda a missão de 4 horas e meia. Os aspectos mais importantes a serem analisados eram o comportamento durante as separações de estágios, verificar o efeito que a passagem pelos cinturões de radiação da Terra, chamados Van Allen, teriam em seus aviônicos, além do teste do escudo de calor na reentrada na atmosfera. Tudo ocorreu com precisão e conforme o previsto, até o pouso no mar no Oceano Pacífico, sustentada por três paraquedas. Esta forma de pouso, assim como o formato geral da Orion, são reminiscências da Apollo que levou humanos à Lua em 6 missões de alunissagem, porém a nova nave é bem maior.
Na reentrada na atmofera o escudo de calor, o maior do tipo já construído, suportou temperaturas da ordem de 2.200 ºC, devido ao atrito produzido pela velocidade de 32.000 km/h. A missão foi chamada Voo Teste de Exploração 1 (EFT-1) e os dados recolhidos irão auxiliar a refinar o projeto da nave. O exemplar da Orion que foi utilizado nesse teste será recondicionado para um teste em 2018 do sistema de escape de lançamento, um pequeno foguete montado em seu topo, que afastará a nave com os astronautas a bordo em caso de problemas com o foguete. Uma outra Orion, já sendo construída pela empresa contratada Lockheed Martin, será usada no voo chamado Missão de Exploração 1 (EM-1), que deverá ser lançada também sem tripulação para orbitar a Lua e retornar à Terra.
PLANOS PARA A LUA E MARTE
A missão EM-1, programada para 2017, deverá ser também a primeira do novo foguete da NASA, o Sistema de Lançamento Espacial (SLS). Capaz de colocar 70 toneladas em órbita, será o mais potente veículo lançador desde o Saturno V do projeto Apollo, cuja capacidade de carga chegava a 130 toneladas. A NASA desenvolve uma segunda versão do SLS para voos mais distantes, com a mesma capacidade do Saturno V. A seguir, na missão EM-2, a Orion novamente voará com o SLS, desta vez com astronautas a bordo, ao redor de 2025. Este voo deverá marcar a primeira visita de humanos a um asteroide, que a NASA pretende capturar no espaço profundo com uma missão não tripulada, e em seguida colocar em órbita ao redor da Lua. Os planos envolvem ainda preparar uma missão tripulada a Marte, ao redor da metade da década de 30. Para tanto, habitats capazes de acomodar e proteger os astronautas por meses seriam adicionados e montados em órbita da Terra, e a Orion serviria como módulo de pouso no retorno ao nosso planeta.
Confira um vídeo sobre a primeira missão da Orion
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