Por todo o mundo existem relatos de quedas de artefatos inexplicados. Muitas vezes eles nada têm de anormais, podendo ser meteoritos ou pedaços de lixo espacial que retornam ao planeta. Mas há vezes em que a explicação pode ser outra. Como esses casos são sempre tratados com sigilo e normalmente investigados pelas forças armadas, pouco se sabe sobre o que realmente caiu e por quê. O segredo em torno desses misteriosos artefatos é ainda maior quando se tratam de casos ocorridos na antiga União Soviética, cujos relatórios oficiais de investigação desapareceram ou estão trancafiados, em silêncio, nos cofres oficiais de Moscou.
Ainda assim, alguns casos foram tão ruidosos que conseguiram furar a barreira do segredo e atravessar as antigas fronteiras soviéticas. Como o ocorrido na região de Primorsky Krai, que ocupa a extremidade sudeste da Rússia. Primorsk significa marítimo em russo, e a região é por vezes referida como Província Marítima. Primorsky Krai faz fronteira com a China, a Coreia do Norte e o Mar do Japão. A pitoresca cidade de Dalnegorsk, um antigo assentamento de mineração, está localizada ali, em um vale estreito junto ao Rio Rudnaya, cercado por todos os lados de florestas e colinas, estas repletas de cavernas profundas.
“O Caso Roswell Russo”
O fato extraordinário ocorreu em Dalnegorsk em 29 de janeiro de 1986, às 19h55, para sermos precisos, e alguns chamaram o evento ocorrido naquela noite de inverno de “O Caso Roswell Russo”. Naquele dia de janeiro, uma esfera laranja-avermelhada sobrevoou a cidade, cruzou parte de Dalnegorsk e caiu no Monte Izvestkovaya, uma área calcária também conhecida como Elevação ou Colina 611, devido ao seu tamanho. O artefato voou silenciosamente e paralelo ao chão, sua forma foi descrita como sendo quase redonda, sem projeções, asas ou janelas, e sua cor era semelhante à do aço inoxidável polido.
À época, algumas testemunhas locais assumiram que o objeto fosse um meteorito, enquanto outras achavam que fosse algo fora do comum. Yevgeny Serebrov, que na ocasião era estudante e hoje é um cientista, mencionou que o artefato não tinha rastro atrás dele — não houve explosão, apenas um impacto poderoso quando o aparelho atingiu a montanha. Segundo artigo publicado no jornal Trud [Trabalho], em 2003, os cientistas que mais tarde chegaram a Dalnegorsk, vindos das cidades de Vladivostok e Khabarovsk, determinaram que o objeto se movia a 15 m/s e disseram a Serebrov e aos outros garotos que meteoritos e fragmentos de foguetes não poderiam voar dessa maneira.
Naquele dia de janeiro, uma esfera laranja-avermelhada sobrevoou a cidade, cruzou parte de Dalnegorsk e caiu no Monte Izvestkovaya, uma área calcária também conhecida como Colina 611. O artefato voou silenciosamente e paralelo ao chão
Viktor Korotko, editor do jornal local Trudovoye Slovo [Palavra Trabalhista], estava perto da montanha durante a queda do misterioso artefato. Ele afirmou que um pequeno incêndio irrompeu no local de impacto, mas que durou pouco tempo. Em 2004, Korotko descreveu o evento da seguinte forma ao jornal Lipetskaya Nedelya [Semana de Lipetsk]: “Houve um impacto indistinto, sem reverberação, mas bastante forte. O barulho do impacto durou menos de um segundo. Houve uma explosão e grandes chamas branco-avermelhadas. Parecia que algo estava envolvido em fogo poderoso. A esfera tinha aproximadamente um metro de diâmetro. O fogo rugiu. Eu observei tudo isso por cerca de cinco minutos. O fogo queimou por um a dois minutos e depois se apagou”.
O mesmo artigo continha mais informações. A Colina 611 está localizada em frente a uma estação de ônibus local. Yuri Kondakov, um mecânico da cidade, estava na estação no momento em que a esfera sobrevoou Dalnegorsk. Ele disse que ela estava voando tão baixo que parecia que iria cortar parte da chaminé da indústria Dalnopolimetall. “Era redondo, sem saliências ou buracos. Aparentemente era feito de metal e sua cor lembrava um pouco o aço inoxidável incandescente”, declarou a testemunha, que teve a impressão de que a esfera fosse um projétil. Kondakov observou como o objeto caiu no morro, mas não ouviu nenhum som de impacto. O chão no local da queda começou a queimar.
Gotas de alguma substância
De acordo com Mikhail Gershtein, principal ufólogo da Rússia hoje e autor de numerosos livros sobre Ufologia e fenômenos paranormais, muitas testemunhas compararam o incêndio no local com a luz emitida por uma solda elétrica — a duração do incêndio foi descrita como “de um a dois minutos”, “cerca de uma hora” ou “indo até tarde da noite”. Em 02 de fevereiro de 1986, o pai de uma das crianças que observara o acidente, acompanhado por outro adulto e de algumas crianças da escola, fez uma excursão ao local. O grupo encontrou um tronco de árvore queimado, um buraco que não era profundo e galhos que pareciam ter sido cortados da árvore pelo artefato que descia. Não havia grandes fragmentos de material como acontece em casos de acidentes de avião.
Eles coletaram, muito metodicamente, gotas derretidas de alguma substância que tinha um tom metálico, pedras e um pedaço do tronco da árvore, e levaram tudo para o museu local de estudos regionais, cujo diretor era Valeri Victorovich Dvuzhilni. As gotas pareciam metal macio. Vários ácidos foram usados ??nelas, mas não houve reação. Então decidiram obter a opinião científica de V. Berliozov, um especialista em metalurgia e membro da expedição científica de 1947 ao local da queda do meteorito Sikhote Alin. Dvuzhilni queria uma opinião de especialistas sobre o que podia ser aquele material.
Não houve resposta rápida do especialista e Dvuzhilni decidiu usar outros meios à sua disposição. Seu grupo conseguiu escalar a montanha três dias depois do acidente. O UFO, segundo disse Dvuzhilni a alguns jornalistas, rompera um platô de rocha de cerca de dois metros cúbicos e 10 m2 de neve se evaporaram no local. A vegetação havia sido queimada e o chão parecia ter sido queimado também. O jornal também reveou que a equipe encontrou fragmentos magnetizados de xisto silícico. “Dá para imaginar um tijolo que atrai metal? As altas temperaturas anulam o magnetismo, mas neste caso foi bem o contrário. Isso mais uma vez confirma que não foi um raio bola ou um objeto plasmoide que chegou à Colina 611, mas um UFO”, declarou Dvuzhilni em 1990.
Substância misteriosa
A equipe ficou impressionada com o fato de que a área queimada pelo fogo estava estritamente definida, como se estivesse separada. Um arbusto de rododendros, que crescia no limite da área transformada em cinzas, permanecera absolutamente intocado pelo fogo. Mas a rocha, composta de xisto de sílica marrom-claro, rachou e ficou preta como carvão, e houve também a formação de fissuras — uma fina camada de solo foi misturada às cinzas e um exame cuidadoso do local revelou cerca de 30 gramas de uma substância incomum. Consistia de gotículas solidificadas de cores escuras. A maioria das gotículas era minúscula, de meio a 2 mm de diâmetro, e algumas eram maiores, de três a 5 mm.
Dvuzhilni contatou o laboratório das indústrias Bor e Dalnopolimetall. As análises realizadas revelaram que gotículas menores consistiam de uma incrível liga de chumbo e continha até 17 elementos da Tabela Mendeleyev. As gotículas maiores eram formadas por um composto de cromo, níquel e alumínio. Apenas uma lâmina de serra de diamante foi capaz de cortá-las. Especialistas no campo da física de metais de Bor e Dalnopolimetall, assim como outros cientistas, afirmaram que seria impossível imaginar que qualquer ramo da indústria usaria simultaneamente essa combinação da tabela periódica de Mendeleyev para qualquer propósito.
Outra incongruência revelada foi o fato de que a liga de metais, que teria que possuir estrutura cristalina, na verdade era amorfa, como sabão. Metais am
orfos podem ser produzidos em laboratório usando-se hélio líquido para resfriar o metal derretido, mas o impacto ocorrera em uma montanha rochosa nua.
FONTE: ARQUIVO PAUL STONEHILL
O Monte Izvestkovaya, também conhecido como Colina 611, onde o suposto UFO se acidentou em 1986
Os objetos coletados no local foram depois descritos como “redes ou malhas minúsculas, bolinhas, bolas de chumbo e pedaços de vidro”, pois era assim que cada um deles se parecia. Um exame mais detalhado revelou propriedades muito incomuns naqueles fragmentos — uma das malhas minúsculas continha fios rasgados e muito finos, de apenas 17 micrômetros de espessura. Cada um deles era formado por fibras ainda mais finas, amarradas em tranças. Entrelaçados às fibras havia finíssimos fios de ouro.
O estudo das gotículas determinou que a distância entre átomos em seu arranjo cristalino era de 3,84 angstroms e não 3,86 angstroms, como é comum no metal. Acima de tudo, os especialistas ficaram surpresos com os itens que foram descritos como “rede” ou “malha”. Eles eram compostos de carbono amorfo e os átomos daquela terra rara estavam distanciados um do outro. Os cientistas calcularam que havia 18 elementos na rede. O teor de ouro ali presente era equivalente a 1.100 gramas por tonelada. Para que o leitor saiba, são necessários apenas quatro gramas por tonelada para a exploração industrial de um depósito do minério. O conteúdo de prata era equivalente a 3.100 gramas por tonelada.
Estranho comportamento
Usando microscópios eletrônicos os cientistas descobriram que a superfície da rede continha fios de quartzo com 17 mícrons de espessura. Eles estavam entrelaçados e amarrados em um cordão preciso. Um dos fios revelou uma espécie de seção dourada, que consistia em uma linha de ouro extremamente fina, de alguma forma colocada no meio da rede. Mais tarde, linhas de ouro foram descobertas em outros itens. Quando os cientistas tentaram endireitar uma das voltas do material, para poder vê-lo melhor, ela como que saltou no ar e desapareceu. Ninguém pôde encontrá-la. Outros elementos se comportaram da mesma forma.
Alexey Kulikov, doutor em ciências mineralógicas do Instituto de Química Orgânica e Geral, do ramo do Extremo Oriente da Academia Russa de Ciências, pesquisou as bolas de metal. Ele disse, falando sobre a rede, que não era possível entender o que realmente eram aqueles fragmentos. “Assemelhavam-se ao carbono vítreo, mas não se sabia como fora criado. Muito provavelmente, temperaturas muito altas podem produzir condições que permitem a criação de carbono vítreo”, declarou Kulikov.
‘Dá para imaginar um tijolo que atrai metal? As altas temperaturas anulam o magnetismo, mas neste caso foi o contrário. Isso mais uma vez confirma que não foi um raio bola ou um objeto plasmoide que chegou à Colina 611, mas um UFO’, declarou Dvuzhilni
O tronco encontrado na Colina 611 não foi menos surpreendente. A madeira queimada era carbono puro, como carvão de madeira. Um lado do toco de uma árvore estava opaco, enquanto o outro lado estava brilhante, como se coberto por verniz. Depois de algum tempo os cientistas perceberam que estava derretido. Mas carbono só se derrete a 3.000 ºC. Tendo examinado 15 itens minerais locais, ufólogos russos descobriram sinais de polimento recente por metal duro e sólido — o polimento era vítreo, com tamanhos que variavam entre meio a 5 mm, provavelmente produzido por um corpo rígido ou por bolas de metal voando à velocidade de uma bala.
Dvuzhilni recebeu um relatório sobre magnetismo do Instituto Izmiran da Terra, Ionosfera e Propagação de Ondas de Rádio, do ramo de Leningrado da Academia Russa de Ciências. Esse instituto esteve envolvido no programa secreto de pesquisa ufológica soviética, chamado de Setka, que durou de 1978 a 1991. Seus técnicos conduziram análises das bolas de chumbo vindas da Colina 611 e as conclusões a que chegaram foram as seguintes: as bolas foram feitas na Terra, mas o chumbo não era do depósito de Dalnegorsk, e sim do depósito de Kholodnensky, na região do Baikal Norte. Dvuzhilni tinha certeza de que o que caíra na colina havia sido uma sonda alienígena, que era capaz de usar metais dos depósitos da Terra para suas necessidades de reparo.
Avistamentos ufológicos
Mas quais foram os avistamentos ocorridos na região que fundamentaram as suspeitas de Dvuzhilni? No verão de 1986, em um dos aeroportos militares localizados na área, os guardas foram alertados por relatos de ruídos causados por motores de aviões a jato, como se alguém os estivesse ligando. Eles verificaram o local por quatro vezes seguidas, mas nada de suspeito foi detectado, embora o ruído tenha aumentado e depois diminuído. Ao retornarem ao posto de guarda, observaram a subida vertical de um disco prateado, cujo ruído era muito parecido com o dos aviões a jato.
Em outubro de 1987, Viktor Sherstnev estava trabalhando como segundo piloto de uma aeronave AN-24, fazendo voos regulares no Extremo Oriente. Segundo se recorda, a área de voo sobre a região de Dalnegorsk era considerada anômala até então — os aviadores soviéticos ficavam um pouco hesitantes em sobrevoar o local, especialmente após o acidente de janeiro de 1986, com a queda do UFO. Afinal, a linha de falhas tectônicas de Dalnegorsk, com a mudança da tensão de energia, está localizada exatamente ali. Provavelmente foi exatamente devido ao fenômeno de que os dispositivos de bordo do artefato não identificado não funcionariam satisfatoriamente. É digno de nota o fato de que o acidente envolvendo um UFO não tenha sido negado nem mesmo pelos comandantes das unidades antiaéreas localizadas na Província Marítima.
O voo, naquele 20 de outubro de 1987, era comandado por Nikolay Ledunov e Sherstnev era o segundo piloto. Não havia passageiros a bordo. Ledunov e Sherstnev estavam voando de Vladivostok através da cidade insular de Yuzhno-Sakhalinsk para Petropavlovsk Kamchatsky. Sherstnev revelou que Ledunov brincou antes do voo, dizendo: “Então, vamos voar para pegar UFOs hoje?” A piada não foi bem recebida e Sherstnev dela recordou-se muitas vezes nos anos seguintes.
Às 12h46 minutos, com visibilidade perfeita, ao aproximar-se da área de Rudniy Kavalerovo, Sherstnev começou a sentir uma estranha presença — sua impressão era a de que alguém estava olhando de lado para ele. Os aeronautas estavam voando em uma altitude de 4.800 m e pode-se imaginar o que tal premonição significa para um piloto. Além disso, o comandante havia lhe dito que se sentia deprimido. O segundo piloto olhou automaticamente para a direita e viu, a uma distância aproximada de 1,5 km do avião, um gigantesco UFO em forma de charuto, de cor prateada escura, que viajava a uma altitude de cerca de 2.000 m, quase paralela ao curso de seu avião.
UFO de 250 a 300 m
Ele relatou o avistamento para o comandante, que a princípio não acreditou em seu companheiro. Alguns segundos depois, em um ângulo de aproximadamente 35º na linha de subida e a uma distância de 2 km, o UFO cruzou o curso do AN-24 e pairou. Nikolay Ledunov então se sentiu surpreso — o tamanho do objeto em forma de charuto era de 250 a 300 m, um assombro. Uma luz esverdeada vinha da parte inferior do casco daquele aparelho. Sherstnev afirmou que o charuto não se parecia com nenhuma das aeronaves que ele já havia visto.
O objeto continuou a se mover a certa distância do AN-24 e aparentemente passou a controlar o voo da aeronave soviética. Os pilotos tentaram entrar em contato com o controle de voo em solo, mas ninguém respondeu às suas comunicações. A impressão era a de que eles estavam em algum espaço fechado. Aproximadamente dois minutos depois, o artefato desapareceu como se tivesse evaporado. Mas o sentimento de sua presença nun
ca deixou os pilotos. Na aproximação para pouso em Dalnegorsk, o UFO reapareceu em seu curso, em uma altitude de cerca de 3.000 a 3.500 m do solo, voando na área nordeste da cidade. De repente, subindo acentuadamente, partiu em direção a Rudnaya Pristan e ao Mar do Japão, e quase imediatamente desapareceu.
Sherstnev sentiu imediatamente como se uma montanha saísse de cima de seus ombros, tendo uma inexplicável sensação de alívio. Como por encanto, suas perguntas foram ouvidas pelo controle de voo solo e o rádio voltou a funcionar. Um ano e meio após o encontro com o UFO, Nikolay Ledunov perdeu o emprego e, no ano seguinte, Sherstnev deixou o serviço de aviação civil. Desde então ele só consegue dormir em noites em que a Lua cheia está visível — em outras, seu corpo começa a doer, ele sente medo e a imagem do UFO em forma de charuto lhe volta à mente.
Avistamentos de novembro
No sábado, 28 de novembro de 1987, por volta de 23h00, uma frota de 32 UFOs surgiu do nada nos céus da região de Dalnegorsk, sendo vistos por centenas de testemunhas militares e civis. Os objetos voaram sobre 12 assentamentos diferentes, e 13 deles estavam sobre a cidade. Foram observados diferentes formatos, como cilindros, esferas e discos. Seu voo era silencioso, suave e em altitudes variadas. O Departamento Territorial do Extremo Oriente da extinta KGB conduziu sua própria investigação dos eventos, mas não pôde determinar a origem dos artefatos. A população foi informada de que o que havia sido observado eram apenas “fenômenos atmosféricos” e o caso foi encerrado. Lembre-se o leitor que eram os anos da extinta União Soviética e ninguém contestava a KGB.
FONTE: ARQUIVO PAUL STONEHILL
O ufólogo russo Mikhail Gershtein, autor de vários livros sobre Ufologia e fenômenos paranormais, investigou o Caso Dalnegorsk
Dvuzhilni, porém, ofereceu outra explicação para os múltiplos avistamentos em 28 de novembro de 1987. Em sua opinião, os UFOs estavam procurando a nave que caíra em Dalnegorsk no ano anterior. O cientista russo que analisou as trajetórias de voo dos objetos concluiu que na noite de 28 de novembro uma enorme nave havia se separado em partes menores — isso teria ocorrido em uma área remota de Sikhote Alin, na região montanhosa desabitada situada entre os rios Malinovka e Bolshaya Ussurka, ao sul da vila de Melnichnogo. Pilotos civis que sobrevoaram a área relataram árvores caídas em um raio de dezenas de quilômetros. Ainda assim, a área não foi sistematicamente investigada.
UFO ou sonda espiã?
Valentin Psalomschikov, especialista russo em acidentes aéreos e ilustre jornalista e autor de livros sobre fenômenos paranormais, afirmou que o objeto que caíra em Dalnegorsk em 1986 poderia ter sido fabricado na própria União Soviética. Segundo o especialista, a tecnologia necessária para produzir tais aparelhos remontava a 1970, e ele tinha alguns filamentos finos em seu poder. Para Psalomschikov, como os meios oficiais não admitiram sua relação com os eventos de Dalnegorsk, também seria possível supor que o objeto fosse uma sonda aerostática espiã de reconhecimento, enviada à URSS por outro país. Ela não fora inicialmente notada porque estava escuro.
“Em sua aproximação a Dalnegorsk, o mecanismo térmico de autodestruição do objeto teria se ativado provavelmente por razões que poderiam estar ligadas a um dispositivo barométrico, à conclusão das tarefas programadas etc”, disse Psalomschikov. Assim, o artefato até então invisível tornou-se uma esfera de fogo. “A sonda continuou seu movimento com a velocidade relatada de 15 m/s, mas em sua aproximação da Colina 611, como resultado da destruição do sistema que amarrava o casco, desengatou-se e caiu. Por causa do forte vento, do peso pequeno e da navegação fácil, ela ruiu em ângulo e não verticalmente”, concluiu.
Tais aparelhos, para serem invisíveis às telas de radar, são fabricados com materiais não metálicos, sendo o principal deles um polímero reforçado com fibra de carbono ou o plástico reforçado com fibra de carbono. A rede seria um remanescente da base de tecido de fibra de carbono, depois que a ligação foi queimada. Traços desse tecido, representados por bolas brancas e amarelas, foram preservados nas cordas da rede. O baixo peso do plástico reforçado com fibra de carbono e a capacidade de usá-lo como algo resistente ao calor, no qual o conteúdo pode queimar antes do casco, são considerações importantes para esse aparelho. A base de carbono pode suportar temperaturas extremamente altas.
Boa parte das quantidades de ferro, alumínio, magnésio e fósforo encontradas era provavelmente parte dos elementos do mecanismo de destruição e não fragmentos da construção da sonda. Em combinação com o clorato e com o permanganato de potássio, contendo grande quantidade de oxigênio de ligação, os elementos formam uma composição inflamável que não pode ser extinta pela água ou pela areia — as bolas de chumbo provavelmente faziam parte do mecanismo de compensação aerodinâmica, contendo pelotas de chumbo, ejetadas na atenuação do voo.
Explicações terrenas
O silício foi a principal base de dispositivos semicondutores e ópticos até há pouco tempo. Lantânio, ítrio, cério e outros elementos chamados de “terras raras” são hoje usados ??para a óptica espacial e preparação de filtros de luz, e isso pode indicar que o objeto de Dalnegorsk pode ter sido usado para fazer fotografia espectrozonal da superfície, revelando detalhes invisíveis durante uma sessão de fotos normal. O mais curioso foi a presença do elemento químico praseodímio. Ele e o neodímio são elementos usados ??em ressonadores de laser sólido.
É natural que houvesse fontes de energia a bordo do que quer que fosse aquele artefato, e maioria seria formada por acumuladores de prata e zinco. Talvez houvesse outros desenvolvimentos mais modernos, como baterias de zinco e ar. Eletrólitos baseados em metais alcalinos são geralmente usados ??para essas baterias. O titânio também poderia ser usado em algumas partes menores, onde seria difícil ou impossível usar plásticos.
FONTE: SOVIET LIFE
A KGB, então órgão de espionagem, inteligência e repressão da extinta União Soviética, envolveu-se no abafamento do Caso Dalnegorsk
Os sinais emitidos por tais objetos eram geralmente transmitidos para um satélite ou aeronave de reconhecimento de alta altitude, sempre presente na área da Fronteira Leste Soviética. Daí a presença de circuitos elétricos de captura e difusão de informações de vídeo, como cabos e equipamentos de transmissão de rádio, lembrando que fios de ouro com cobertura de quartzo foram usados nessa tecnologia porque essa cobertura externa é mais estável sob baixas temperaturas — é também possível que um equipamento para captar comunicações telefônicas e de rádio estivesse a bordo do objeto.
Mas não é correto, segundo Valentin Psalomschikov, afirmar que o fio de ouro ultrafino em quartzo é tecnologia extraterrestre. Mais de 20 anos antes, a tecnologia para produzir fios ultrafinos foi estabelecida na União Soviética — eles eram fabricados a partir de vários metais com cobertura externa de vidro extraído diretamente do derretimento. Também não há dificuldades para se produzir tais coberturas externas de quartzo para metais mais resistentes à fusão. Como não se pode deixar de usar fios na tecnologia de rádio, quanto mais fino for o fio usado, mais atenuado será o sinal de radar refletido. As partes preservadas do revestimento externo do artefato podem ser explicadas pela presença de crosta de gelo e neve.
Mudança de coloração
A mudança nas propriedades das rochas circundant
es, como aparência da condutividade da superfície, mudança de coloração e propriedades magnéticas, pode ser explicada pela sedimentação nas rochas dos vapores metálicos da mistura térmica. E o efeito sobre a madeira é explicado não pela radiação desconhecida, mas pela integração interna de vapores de alta temperatura, vindos da grande quantidade de elementos biologicamente ativos.
Tendo estabelecido a origem terrestre do objeto de Dalnegorsk, V. Psalomschikov fez questão de acrescentar que a explicação em relação aos objetos vistos em 28 de novembro de 1987 era completamente diferente. Baseado em numerosos relatos de testemunhas, aqueles eram UFOs típicos. Um objeto de 300 m de comprimento, com “portinholas” e “holofotes”, voando a uma altitude de 100 a 150 m, não pode ser definido senão como um aparelho extraterrestre.
Parece haver um consenso de que o acidente da Colina 611 pode ter uma explicação convencional, embora outros pesquisadores tendam a discordar, é claro. O evento tem seus paralelos no Ocidente, sendo o Caso Roswell um deles, mas há outros. Independentemente disso, é um caso fascinante e certamente teremos mais informações e teorias nos próximos anos. Afinal, a Ufologia não para.