Outro aspecto muito interessante e também provocativo das diversas missões de exploração enviadas ao Planeta Vermelho é, sem dúvida, a possibilidade de haver alguma atividade alienígena no vizinho na atualidade, independentemente dos sinais referentes às ruínas de uma antiga civilização que lá possa ter existido. Não é segredo para quem acompanha a Ufologia que, desde o início de nosso programa espacial, UFOs vêm acompanhando nossas missões enviadas à órbita da Terra e até mesmo à Lua, e em inúmeros casos os astronautas norte-americanos e soviéticos tiveram a oportunidade de ficar frente a frente com eles e — em situações mais raras — com seus ocupantes. Em Marte essa realidade não seria diferente se considerarmos que o Sistema Solar está ocupado, em termos gerais, por esses veículos e seus tripulantes, seja pela existência de instalações ou bases lá mantidas por civilizações cósmicas ou mesmo pelas incursões realizadas pelos representantes dessas culturas no ambiente marciano.
O primeiro grande caso envolvendo a presença de naves alienígenas fora das vizinhanças de nosso planeta, deixando de lado também as ocorrências verificadas em nosso satélite natural, aconteceu em Marte no ano de 1989, após a espaçonave russa Phobos 2 ter entrado na órbita do planeta. O Projeto Phobos, no qual os soviéticos tinham parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), envolvia duas naves que tinham como missão a exploração principalmente de um dos satélites de Marte, a pequena lua Phobos, responsável pela própria denominação dos veículos espaciais. Eles foram lançados da base de foguetes de Baikonur, no Cazaquistão, em julho de 1988, mas infelizmente a Phobos 1 se perdeu no espaço antes de se aproximar de seu objetivo. A Phobos 2 seguiu adiante, mas passou por uma inusitada situação.
A segunda espaçonave chegou no ano seguinte à órbita marciana e iniciou sua missão com sucesso, obtendo inicialmente imagens do planeta Marte a grande altitude, inclusive com uma câmera infravermelha — uma de suas imagens de maior interesse está associada ao registro de um conjunto de linhas e outras formas na região conhecida como Hydraote Chaos, que formam um padrão claramente geométrico. Esse conjunto de estruturas fotografado na área equatorial do planeta com a câmera infravermelha da espaçonave suscitou, desde o início da descoberta, várias especulações relacionadas à presença de alguma forma de atividade alienígena no presente de Marte, pois o conjunto de estruturas parecia estar emitindo uma emanação calórica superior à da região do solo ao seu redor, indicando a possibilidade da geração de energia.
Duas sombras gigantescas
Após cumprir parte de sua missão em Marte, os cientistas do Centro de Controle de Baikonur apontaram a Phobos 2 em direção à mencionada lua do planeta. Nos momentos finais do processo de aproximação do satélite Phobos, no dia 25 de março de 1989, a câmera ótica da espaçonave obteve uma foto impressionante do solo marciano, registrando o que pareciam ser duas sombras gigantescas projetadas por artefatos que deveriam estar nas vizinhanças da órbita do planeta. A primeira delas acabou sendo identificada como uma mancha produzida pelo próprio satélite de Marte, mas a outra, que apresentava a forma de fuso e um tamanho superior, permanecia não identificada. Segundo o controle da missão, logo após a imagem ser recebida, os cientistas que acompanhavam e controlavam a Phobos 2 perderam o contato com o veículo de maneira misteriosa.
O surpreendente é que essa história foi amplamente divulgada sem qualquer sinal de acobertamento — inclusive, foi feito um comunicado a respeito pela Agência de Notícia Tass, soviética, no dia 28 de março de 1989. O próprio diretor do programa espacial da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o cientista A. S. Selivanov, chegou a coordenar uma conferência da imprensa para revelar o misterioso desaparecimento da espaçonave e a sombra fotografada no solo do planeta. Depois surgiram rumores que faziam menção ao fato de que a emblemática imagem não teria sido a última antes da perda do contato com a Phobos 2.
A confirmação da presença de UFOs gigantescos nos arredores de Marte, como o fotografado durante a missão da Phobos 2, pode ter tido implicações realmente fundamentais para a sobrevivência de nossa espécie no planeta Terra
Essas especulações, somadas às informações oficiais de que a espaçonave parecia estar girando sobre si mesma, impedindo que sua antena ficasse voltada para a Terra para permitir o envio e recebimento de sinais, como se tivesse se chocado com alguma coisa ou sido atingida por algo não identificado, reforçavam a ideia de que a verdadeira história dos problemas da Phobos 2 ainda não havia sido contada em sua totalidade — durante muito tempo circularam especulações sobre a existência de outras fotografias além daquelas que haviam sido liberadas oficialmente pela Agência Espacial Soviética.
Alguns anos depois, em um evento ufológico realizado em 1991, para surpresa geral, a cosmonauta russa Marina Popovich, ex-esposa do general e também cosmonauta Pavel Popovich, um dos herois da astronáutica da extinta URSS, apresentou aquelas que seriam as últimas duas fotos batidas antes da perda da espaçonave. A primeira delas documenta, além do próprio satélite natural do planeta, na área inferior da imagem, um gigantesco artefato em forma de fuso ou charuto, cujas estimativas determinaram ter mais de 20 km de comprimento — extensão maior que a da própria lua marciana. Já a segunda fotografia apresentada pela astronauta é ainda mais reveladora. Nela aparece parte da circunferência de Marte e mais uma vez a lua Phobos, e de uma maneira ainda mais clara o UFO gigantesco já em outra posição.
Conversas entre as nações
Recentemente, Marina chegou a declarar que os acontecimentos relacionados aos últimos momentos da espaçonave Phobos 2 foram assunto de conversas e debates entre o presidente norte-americano George W. Bush e Mikhail S. Gorbatchev, por ocasião da conferência de cúpula realizada em dezembro de 1989, em Malta, que sepultaram de maneira definitiva a chamada Guerra Fria. Atualmente acredito que, entre os acontecimentos que levaram os dois blocos distintos, na época detentores do poder mundial, a tomarem atitudes para o fim das hostilidades mútuas e de um possível holocausto nuclear durante um processo de tão profunda distensão, esteja o conhecimento definitivo de que não só a Terra, mas também a Lua e, porque não dizer?, a totalidade de nosso Sistema Solar, incluindo Marte, estariam sob a vigilância de forças alienígenas detentoras de uma capacidade tecnológica que parece
magia frente aos nossos olhos.
A confirmação da presença de UFOs gigantescos nos arredores de Marte, como o fotografado durante a missão da Phobos 2, pode ter tido implicações realmente fundamentais para a sobrevivência de nossa espécie no planeta. Se um artefato desses se aproximasse de nosso planeta, entrando em sua órbita, seria visto por toda a humanidade, acabando com qualquer possibilidade de acobertamento da presença alienígena. Mais do que isso, deixaria sem sentido qualquer forma de conflito entre as nações, pois finalmente teríamos que nos postar como uma só humanidade, um único povo, frente à presença desses seres. Eu costumo dizer em minhas palestras, quando abordo a presença extraterrestre em nosso planeta, na Lua e em Marte, que a Guerra Fria começou a acabar e a ser colocada de lado por fatores que podem ser localizados principalmente dentro da Ufologia e de nosso programa espacial.
Outro caso que deve ser ressaltado dentro do aspecto da presença alienígena no Sistema Solar envolveu diretamente o rover Spirit, já em solo marciano. Em 11 de março de 2004, poucas semanas depois do pouso do Spirit e também do Opportunity em Marte, a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), por meio do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), deu seguimento às suas postagens de comunicados no site específico do Spirit, comentando fotografias de objetos fotografados no solo do planeta pelas câmeras do robô. Foram publicadas imagens de estrelas da Constelação de Órion, do planeta Terra e uma de um artefato luminoso que, conforme explicação apresentada no documento, havia sido registrado pela câmera panorâmica do veículo e ainda pelo seu sistema de imagens de navegação.
A mídia em geral, que deu ampla divulgação ao fato, não passou as informações de maneira correta. Não chamou a atenção, por exemplo, para a informação de que a forma alongada do objeto, semelhante a um fuso ou charuto, lembrando a do UFO fotografado pela Phobos 2, não representava a forma real do objeto. A imagem do aparelho fotografado, nesse caso específico, foi produzida pelo objeto mediante o seu deslocamento no céu marciano ao longo de 15 segundos — tempo de exposição da fotografia —, conforme explicação da própria Agência Espacial Norte-Americana (NASA). A imagem liberada é na verdade a representação da trajetória do UFO ao longo desses 15 segundos.
A NASA, em seu comunicado, colocou algumas possibilidades de identificação para o objeto. Segundo o texto oficial relacionado à imagem, poderíamos estar diante de um meteoro ou até mesmo de uma das espaçonaves que estavam em órbita no planeta na época em que o objeto foi fotografado. Mas logo em seguida, no mesmo texto, ela descarta a possibilidade de o registro luminoso ter sido produzido pela passagem da Mariner 9 pelo módulo orbital da Viking 1, ou mesmo pelas espaçonaves soviéticas Mars 2, Mars 3, Mars 5 e pela própria Phobos 2, que havia desaparecido depois de fotografar o UFO gigantesco nas proximidades de um dos satélites de Marte. Segundo o comunicado oficial, a única das espaçonaves enviadas da Terra que ainda poderia, devido à sua órbita polar, ser passível de explicar o artefato fotografado, até mesmo pelo próprio sentido de seu movimento norte-sul, seria o módulo da Viking 2. O JPL destacava ainda que a Mars Global Surveyor, única das espaçonaves na órbita marciana cuja posição era conhecida, estava fora do raio de ação das câmeras do Spirit, sobrevoando o outro lado de Marte.
Procurando pistas
O texto informativo ressalta também que a presença do objeto foi percebida de início por meio de exame de uma das imagens tomadas pela câmera panorâmica do rover com a utilização do filtro verde. O objeto havia sido documentado no dia 63 da missão do robô. A fotografia foi tomada pela câmera panorâmica com o filtro verde às 04h48m50s em hora solar marciana, ou seja, quando o Sol ainda não havia nascido. O cientista Mark Lemmon, do grupo de especialistas do JPL responsável pelo Spirit e membro da Universidade do Texas, defendeu a possibilidade de se tratar do primeiro meteoro fotografado em outro planeta, mas enfatizou: “Pode ser que nunca saibamos, mas ainda estamos procurando pistas”.
Estudei de forma bastante detalhada toda essa história, analisando as alternativas de identificação apresentadas pela agência espacial e colocando sob observação mais aprofundada o próprio rastro deixado na fotografia pelo objeto. Para tanto, usei a experiência adquirida em investigações de campo na Serra da Beleza, região de grande incidência de manifestações de discos voadores no Rio de Janeiro, localizada entre os distritos de Santa Isabel do Rio Preto e Conservatória. Foi lá que tive a oportunidade de observar e fotografar UFOs, inclusive com a técnica conhecida como exposição prolongada, que permite o registro das trajetórias dos aparelhos, como no caso marciano — durante pesquisas nessa região, também fotografei muitas vezes as rotas de aviões para comparação com os registros produzidos pelos discos voadores.
No decorrer dessas pesquisas realizadas na Serra da Beleza, fiz mais de 600 vigílias noturnas e numerosos testes fotográficos documentando UFOs com a técnica de exposição prolongada, além de aviões, várias estrelas e planetas, justamente para o estabelecimento de padrões que ajudassem na identificação da natureza do que estava sendo observado e fotografado, não só por mim como também pelos outros pesquisadores. Em muitas noites tive a oportunidade de observar bólidos e meteoros, inclusive de grande porte, e em duas ocasiões tive o privilégio de ser testemunha da explosão final e desintegração desses corpos. Ou seja, sei muito bem como esses fenômenos se manifestam e os padrões que podem exibir, alguns de total desconhecimento das pessoas leigas em ciência astronômica. Foi com toda essa bagagem que passei a verificar cada uma das opções apresentadas pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) para o artefato fotografado pelo rover.
Intenso brilho do objeto
Como já se mencionou, a única espaçonave que havia sobrado como possível explicação para o caso, o módulo orbital da Viking 2, mesmo apresentando uma órbita supostamente compatível em relação ao equador marciano, teria que ter sido descartada desde o início pela agência devido a um detalhe básico: o brilho intenso do objeto documentado nas fotografias do robô. Os módulos orbitais das Vikings possuem apenas 2,5 m de diâmetro e, ao contrário das espaçonaves atuais, que apresentam órbitas mais baixas e próximas do planeta, mesmo quando no periélio, ponto em que os módulos ficam mais próximos, as Vikings não poderiam apresentar aquele nível de brilho constatado no objeto devido justamente à distância e a sua altitude elevada.
Outro detalhe que foi desconsiderado e deixado de lado nas análises da agência espacial em seu comunicado sobre o fato está relacionado à própria estrutura do rastro gerado pelo tempo de exposição de 15 segundos. Os módulos orbitais das Vikings, como qualquer outra de nossas naves que estão em órbita de Marte, assim como os satélites que giram em torno da Terra, são visíveis pela reflexão da luz solar. Devido a esse fator, o rastro do artefato na fotografia, gerado por seu deslocamento no céu, deveria ser uniforme em termos da luminosidade apresentada.
A trajetória do objeto em Marte só encontra semelhança com o histórico das rotas de UFOs investigadas na Serra da Beleza e em outras fotos ufológicas conseguidas com tempo de exposição prolongado
Como também destaquei em meu livro Marte: A Verdade Encoberta [Editora do Conhecimento, 2013], a análise que realizei da textura do rastro revela que, durante todo o tempo em que o objeto esteve em movimento e sendo fotografado, por 15 segundos, ocorreram variações no seu brilho ou velocidade, e talvez as duas coisas simultaneamente — esses detalhes também descartam a possibilidade de se tratar não só do módulo da Viking 2 como de qualquer outra de nossas naves.
Elevado fator de aproximação
A ideia de estarmos diante da trajetória de um meteoro, mesmo de porte avantajado, ressaltada por Lemmon, também não faz sentido, não só frente às imagens disponibilizadas pela NASA como pelos dados técnicos fornecidos no próprio documento oficial. O registro ou rastro deixado pela trajetória do artefato tem cerca de quatro graus de arco de extensão. Falando claramente, usando uma imagem para melhor entendimento do que isso representa, o alvo teria se deslocado no espaço de tempo de 15 segundos entre o início e o fim do processo fotográfico, uma área equivalente à que seria ocupada aproximadamente por oito luas cheias colocadas lado a lado. Isso pode parecer uma extensão razoável, mas na verdade não é, ainda mais se consideramos as velocidades médias apresentadas pelos meteoros ou bólidos que entram na atmosfera marciana e também terrestre.
Um deslocamento aparentemente tão lento no céu só poderia ser explicado, no caso de um meteoro, pela presença de um corpo com uma trajetória de elevado fator de aproximação do próprio Spirit, o que teria deixado alguma forma de evidência na textura do registro. Contudo, estudos que efetuei não revelaram o menor sinal desse tipo de possibilidade — a própria orientação do movimento do artefato apresentado pelo JPL refuta essa alternativa. Na verdade, a documentação da trajetória do objeto em Marte só encontra semelhança no histórico das trajetórias de UFOs das investigações na Serra da Beleza e em outras fotos ufológicas também conseguidas com tempo de exposição prolongado.
A ideia sugerida no documento da NASA, atribuída a Lemmon, de que talvez nunca viéssemos a descobrir a real natureza do artefato fotografado, levando-se em consideração a postura normal de negação aos UFOs da agência espacial, pode até ser considerada como um sinal de que a NASA tinha certeza, desde o início, de que as alternativas sugeridas não poderiam ser levadas a sério. Não fazia parte de suas prerrogativas, como ainda hoje não faz, desenvolver uma política pública de esclarecimento que considere realidade a presença de naves sob controle de outras civilizações em qualquer ponto do Sistema Solar. Então, a opção foi deixar o caso em aberto.
Vários meses depois de finalizar o texto de meu citado livro, que na época já havia sido entregue para o editor, fiz uma descoberta surpreendente: percebi que, apesar de toda a cortina de fumaça produzida pela agência espacial no que diz respeito à natureza real do que foi fotografado, o próprio Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), quando gerou os links oficiais que dão acesso à imagem, incluiu no final a palavra UFO. É a primeira vez que as autoridades do programa espacial norte-americano, mesmo que de uma maneira subliminar, reconhecem a natureza de um objeto dessa forma. Os responsáveis pelo gerenciamento de todo o processo de acobertamento, ao mesmo tempo em que propiciam possibilidades para acessarmos a verdade não oficial por meio de imagens e certas declarações, sabiam que mais cedo ou mais tarde alguém notaria a palavra “UFO” nos links referentes à imagem, ainda que sejam normalmente extensos, a exemplo deste: http://marsrovers.jpl.nasa.gov/
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