A Argentina teve presença marcante no IV Fórum Mundial de Ufologia ou I UFOZ 2012. Devido ao enorme entusiasmo com que a comunidade ufológica do país vizinho anunciou sua vinda ao evento, foi concedida a ela uma sessão extra na programação oficial do último dia, 09 de dezembro. Foram chamados à mesa para exporem seus trabalhos os ufólogos Silvia Simondini, veterana pesquisadora e membro da Comisión de Estudios Del Fenómeno OVNI de La República Argentina (Cefora), Luis Reinoso, fundador do grupo Estudios dos OVNIs (EDOVNI) e da Federación Argentina de Estudios de La Ciencia Extraterrestre (FAECE), Guillermo Aldunatti, um dos mais respeitados ufólogos de seu país, o casal Eduardo e Liliana Grosso, especialista em mutilações de animais e visitas de dormitório, e Elias Kolev, outro representante da Cefora.
Para apresentar a sessão foi convocada a conferencista oficial da Argentina, Andrea Simondini, correspondente internacional da Revista UFO, que já apresentara sua conferência no dia anterior. Sua palestra demonstrou o envolvimento argentino com um dos principais propósitos do Fórum, a abertura ufológica. O país vizinho segue o exemplo brasileiro na luta por essa causa, e lá os ufólogos também vêm tentando fazer com que seu governo e Forças Armadas também liberem documentos secretos sobre discos voadores. Andrea traçou um histórico das investigações militares do Fenômeno UFO no país desde 1957, quando foi criado o primeiro órgão para pesquisar o tema, seguido por outro em 1962, quando a Marinha argentina criou sua comissão de estudos ufológicos. Ela mencionou também a importante instituição civil Centro Investigador de Objectos Aéreos No Identificados (Cidoani), de 1971, e a Red Argentina de Ovnilogia (RAO), de 1991, organizadoras de congressos e precursoras em pedidos de abertura em décadas passadas, entre outros órgãos.
UFOs e a Aeronáutica
Andrea também relacionou os principais acontecimentos ufológicos que levaram à implantação do processo de busca pela abertura ufológica em seu país, que teve início na Argentina durante a década de 80. Já em 1991 a busca se intensificou e, no ano seguinte, foram coletadas quatro mil assinaturas para um pedido de liberação de informações, que foi encaminhado às autoridades junto com fotos e registros de casos. A conferencista também listou os principais episódios envolvendo discos voadores que estimularam os ufólogos argentinos a tentarem a abertura de arquivos secretos, como o Caso Isla Decepción, de 1965, o Caso Bariloche, de 1995, entre outros — deles constam, inclusive, ocorrências com testemunhas qualificadas da própria Aeronáutica. Atualmente, o Cefora pretende coletar 100 mil assinaturas de cidadãos que queiram apoiar a causa defendida por seus integrantes, e os brasileiros também podem fazê-lo em seu site [Endereço www.cefora.com.ar].
Ainda dentro da temática da desclassificação de arquivos no país vizinho, o consultor da Revista UFO em Rosário Luis Reinoso apresentou uma entrevista que fez com o capitão Mariano Mohaupt, porta-voz da Força Aérea Argentina (FAA) quando foi criada sua entidade oficial de pesquisas do tema, a Comisión de Investigación de Fenómenos Aeroespaciales (CIFA), entre 2010 e 2011. Pela primeira vez a FAA confirmara inúmeros avistamentos e estudos secretos sobre o Fenômeno UFO. “São casos que precisam ser conhecidos da população”, afirmou Reinoso. Entretanto, há muitos questionamentos no meio ufológico quanto à eficiência do trabalho da CIFA, e vários pesquisadores afirmam que não há um verdadeiro compromisso de sua parte com o assunto — alegam que seus integrantes ainda mantêm em sigilo as informações mais significativas. De qualquer forma, a Comunidade Ufológica Argentina segue aguardando mais resultados de sua Aeronáutica.
“Caminhamos para a verdade”
Os demais expositores argentinos, Sílvia Simondini, Eduardo e Liliana Grosso e Elias Kolev, apresentaram suas pesquisas mais recentes, mostrando que a investigação de campo em seu país tem tido resultados surpreendentes. Dentre evidências de todos os tipos — como fotos de UFOs, agroglifos em plantações e avistamentos de flotillas —, parece haver na nação vizinha uma grande incidência de casos de mutilação de animais. Alguns deles foram mostrados nessas apresentações, como um incidente envolvendo ovelhas em Rosário, em 2008, que reúne um conjunto de elementos insólitos, como manifestação de sondas ufológicas, estranhas vozes ouvidas pelas testemunhas, ovelhas atacadas inexplicavelmente e pegadas singulares no solo. Outros casos, em um trabalho que estabeleceu ligação entre tais mutilação e as chamadas visitas de dormitórios, realizado pelo casal Grosso, podem ser vistos mais detalhadamente no recente artigo de sua autoria Mutilações de Animais por ETs, na edição UFO 194 [Agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Concluindo o panorama atual da Ufologia Argentina no IV Fórum Mundial de Ufologia, o veterano Guillermo Aldunatti apontou os novos caminhos que os estudos ufológicos deviam seguir. Ele chamou a atenção para o fato de que as investigações devem trazer resultados no âmbito humano, para que tais conhecimentos nos proporcionem crescimento e evolução. “Caminhamos em direção à verdade, mas os eventos ufológicos devem contribuir para despertar a consciência do homem”, declarou. Segundo ele, 2012 é um marco simbólico nesse processo de transformação da mentalidade humana. O mesmo pensa Elias Kolev, o último a se apresentar, que também tratou do tema da abertura ufológica na Argentina e apresentou casos espantosos de avistamentos em seu país.