Apesar da amplitude desta pesquisa, envolvendo a manipulação de mais de 7.000 dados sobre todas as observações de tripulantes registradas até 1970, os resultados finais do estudo nos mostram que conhecemos pouco ou quase nada sobre os ocupantes de OVNIs. Ignoramos tudo sobre suas características estruturais internas, sua fisiologia, suas faculdades sensoriais, seu psiquismo. Isto sem falar de suas intenções que, em última análise, é o que realmente deve nos interessar, visto envolver nossa própria sobrevivência.
As presentes conclusões da análise geral estão extremamente simplificadas e resumidas, visando formar uma visão global do fenômeno, com base apenas nos fatos que temos em mãos e evitando todas as idéias preconcebidas que até o presente momento só serviram para obscurecer mais o assunto.
A) DESENVOLVIMENTO MUNDIAL DAS OBSERVAÇÕES — A observação de UFOs e de seus ocupantes apresenta um caráter universal. Após a Segunda Guerra Mundial, aumentaram de forma acentuada essas observações. A massa das informações recolhidas mostra uma grande unidade de semelhanças entre os objetos observados e também entre os seus ocupantes.
As estatísticas anuais indicam uma média de 5 casos de observações de ocupantes (29) por ano, exceto nos períodos de ondas , com uma base de 26 casos por ano (1965, 1967, 1968). Entretanto, em 1957 tivemos uma onda “fraca”, com 14 casos, e em 1954 tivemos a maior de todas, com 53 casos registrados.
A distribuição por países é muito teórica, pois depende da existência de grupos de pesquisas na região e da atenção que a imprensa dá ao fenômeno. Todavia, somente como um dado indicativo, registramos que o Brasil, os Estados Unidos, a França e a Argentina destacam-se nitidamente do resto do mundo em quantidade de observações, com o dobro de casos no total.
B) HORÁRIO E DURAÇÃO DOS CASOS — O gráfico do horário de atividade dos ocupantes nos mostra que esta se inicia ao entardecer, entre 16 e 17 horas, atingindo um máximo entre 23 e 24 horas, diminuindo então para ter uma pequena elevação ao amanhecer e pela parte da manhã. A partir de 11 horas começa a cair até atingir o nível zero, entre 15 e 16 horas. No total, a atividade noturna apresenta o dobro de casos da atividade diurna. Se considerarmos, porém, que a quantidade de pessoas fora de casa durante a noite é muito inferior do que durante o dia, esse dobro é representativo de uma atividade noturna muito mais intensa. O fenômeno seria, então, essencialmente noturno e os avistamentos no fim da tarde e início da manhã seriam prolongamentos do início e fim da atividade.
Há uma marcante predominância da curta duração nas observações de ocupantes com 71% dos casos compreendidos entre 1 e 5 minutos. Conforme aumenta a duração, diminui á quantidade de casos. Temos 8 casos com duração de várias horas, que correspondem àquelas ocorrências em que a testemunha é levada para dentro do objeto e submetida a diversas experiências.
C) DISTÂNCIAS MÍNIMAS E LUGARES DAS OBSERVAÇÕES — Há uma clara predominância da curta distância na observação de ocupantes, dentro ou fora dos UFOs. Temos 66% dos casos com uma distancia compreendida entre o contato direto de 15 m. O contato direto (29 casos) ocorre muitas vezes durante lutas em que os ocupantes tentam arrastar as testemunhas para dentro do objeto.
Os lugares das observações são muito variados, porém há uma clara predominância do campo e proximidades de estradas, com 57% dos casos. Marcante, também, é a quantidade de casos ocorridos dentro de cidades ou em suas cercanias: 35 casos (15%).
D) COMPORTAMENTO DOS OCUPANTES — O comportamento dos ocupantes é muito variável e deve ser estudado de acordo com cada caso. Muitas vezes o comportamento varia dentro de um único tipo, como é o caso do Tipo 6, em que na Venezuela foram agressivos e na França foram amigáveis. Apesar disso, algumas variações têm o comportamento claramente definido, corno é o caso do T1 .V1, amigável, ou do T8. V2, evitando as testemunhas e usando armas paralisantes. É muito difícil se formar um conceito geral do que seja agressividade, pois os tripulantes usando armas paralisantes podem ser considerados amigáveis de certa forma, pois a paralisação da testemunha poderia ser apenas para evitar que eia se aproxime demais do objeto, o que poderia ser fatal para ela mesma.
De uma forma muito geral, entretanto, a impressão que temos é de que os tripulantes usando escafandro são mais arredios, evitando as testemunhas e fugindo. Talvez isto seja uma forma de auto-defesa, pois, dependendo dos escafandros para sua sobrevivência, eles se tornariam mais vulneráveis a qualquer ataque externo.
Quanto aos ocupantes sem escafandro, nota-se que a agressividade aumenta (tentativas de raptos) conforme aumenta a diferença com o ser humano. Os tripulantes do Tipo 1 e Tipo 3 são os mais semelhantes ao ser humano, e também os mais amigáveis. A partir do Tipo 4, entretanto, começa a aumentar a agressividade. Assim, quanto mais diferente do ser humano, mais perigoso seria o ocupante.
Além da questão da agressividade, pode-se formar algumas outras idéias sobre o comportamento dos ocupantes:
1) O comportamento social dos ocupantes é semelhante ao humano e o contato intelectual é possível, conforme demonstram os casos de diálogo;
2) Em regra geral, só se observa uma única variação de ocupantes por caso, o que significa que não há, aparentemente, nenhuma associação ou cooperação mútua entre ocupantes de variações e tipos diferentes;
3) Apesar disso, entre todos os ocupantes se observa um ponto comum de procedimento: a recusa de entrar em contato com os terrestres, seja a nível oficial ou em nível das massas.
E) A LINGUAGEM DOS OCUPANTES — A linguagem dos ocupantes pode ser analisada em 2 grupos: (1) O diálogo entre eles próprios e (2) diálogo com as testemunhas.
1) Diálogo entre os próprios ocupantes: ocorre em 24 casos e as testemunhas procuram sempre explicar como podem: “palavreado estranho”, sons ininteligíveis, sons articulados vindo diretamente da garganta, “gorgoladas guturais”, “grunhidos de porcos”, “latidos de cães”, “coaxar de rãs”, “mugido de vaca”, “cacarejo de gansos”, linguagem “como alemão”, linguagem com o som \’K\’ freqüente, sons altos e baixos, musical, voz rouca, palavreado furioso etc…
2) Diálogo com as testemunhas: ocorrendo em 40 casos (17%), também deve ser dividido em 2 grupos: em língua desconhecida e em língua conhecida.
(a) Língua desconhecida: 20 casas. É um fato singular os ocupantes se dirigirem às testemunhas numa língua estranha (que supomos seja a dos próprios ocupantes), sabendo que não serão compreendidos. Em 10 deles as testemunhas somente descre
veram as palavras como “uma língua estranha”. Mas, o mais interessante é notar a dinâmica desses casos: em 6 deles, os ocupantes saíram do objeto, dirigiram algumas palavras ininteligíveis às testemunhas e voltaram ao objeto… Este é mais um item do que chamamos fator estranheza.
(b) Língua conhecida: 20 casos. Se formos nos basear nesses 20 casos, chegaremos à conclusão de que os extraterrestres só conhecem 4 línguas terrestres: espanhol, inglês, português e francês. Temos 8 casos em espanhol, 7 em inglês, 3 em português e 2 em francês!
A natureza desses diálogos é bastante variável, indo desde uma simples frase dirigida à testemunha (“olha, mas não toques”) até longos diálogos. Notam-se, porém, alguns pontos comuns nos diálogos em algumas línguas. Em espanhol, existe o predomínio dos convites dos tripulantes para que as testemunhas visitem seus planetas, enquanto que em inglês os ocupantes sempre se despedem com a promessa “nós voltaremos”. Esse tipo de despedida é uma constante nos contatos realizados em diversas línguas.
A análise dos casos de diálogos nos leva a suspeitar da veracidade das informações fornecidas pelos extraterrestres. Muitas vezes, casos de altíssima credibilidade são desacreditados simplesmente porque a informação fornecida pelos ocupantes é ingênua ou absurda, como por exemplo, quando dizem que são originários de Vênus, Marte ou de Saturno. Na realidade, estamos nos defrontando com uma situação extremamente complexa, em que a camuflagem e o fornecimento de informações irreais visam confundir as testemunhas, desacreditar o caso e, naturalmente, proteger informações. A solução para o pesquisador seria eliminar o diálogo como elemento de peso na credibilidade do caso.
F) COMPORTAMENTO DAS TESTEMUNHAS APÓS OS CONTATOS — As reações psicológicas das testemunhas variam de intensidade de acordo com o tipo de contato e a personalidade das mesmas. Nas observações isoladas, a testemunha não apresenta praticamente nenhum problema, a não ser o medo do ridículo em relatar o acontecido. Já nos contatos breves, a testemunha começa a manifestar algumas variações no humor, perda de sono etc, talvez como resultado da assimilação de uma nova realidade para a qual o psiquismo do indivíduo não estava preparado.
É, porém, após os contatos longos que as testemunhas apresentam os maiores distúrbios de ordem física ou psíquica. As pessoas que são carregadas para dentro dos objetos e lá são submetidas a experiências biológicas, sofrem violentas reações psíquicas, algumas vezes terminando em loucura. A impotência do indivíduo nas mãos de seres estranhos abala o seu universo de valores e exige, muitas vezes, uma reformulação que ele não tem condições de realizar. A crise é então inevitável. Uma personalidade estável poderá sofrer um contato com qual uma personalidade psicótica poderá simplesmente enlouquecer (com o mesmo tipo de experiência).
O indivíduo estável poderá suprimir a informação, recusando-se a descrever suas experiências por medo ao ridículo (ameaça aos seus valores pessoais e sociais). O indivíduo psicótico poderá reprimir essa informação devido ao choque psicobiológico sofrido no contato com os ocupantes. Ele irá então esquecer ou “enterrar” esses acontecimentos, devido às fortes associações emocionais envolvidas.
Entretanto, não devemos considerar como apenas de origem psicológica as reações das testemunhas após contatos longos. O estado de ansiedade que em muitos casos a testemunha sente, pode ter como origem uma reação do seu sistema psíquico a um condicionamento hipnótico recebido durante o contato. A compulsão que muitas testemunhas sentem de fazer determinadas coisas, ou voltar ao local de contato, é típico do condicionamento hipnótico. Esse estado de espírito levou muitas testemunhas a procurarem um psicólogo, quando então as mesmas revelaram, sob estado hipnótico, o que aconteceu quando estavam dentro do objeto, indicando que haviam recebido ordens hipnóticas para esquecer tudo.
Em resumo, o contato traduz um choque de culturas em que sucumbe o indivíduo que representa a cultura mais fraca.