Sou suboficial da Força Aérea Argentina (FAA), ainda em atividade, cumpro minhas funções no Aeroporto de Resistência, minha especialidade é meteorologia, sub-especialidade observador meteorológico e radiosondeísta. Sou uma pessoa que pode diferenciar fenômenos atmosféricos e aeronaves de qualquer outra coisa que esteja suspensa no ar. Isto ocorreu na Base General San Martín, na Antártida Argentina. Aconteceu mais ou menos no mês de abril ou maio de 1991. Não lembro muito bem, mas sei que era no começo da noite. Ao todo estávamos em 20 homens, contando entre cientistas e militares.
Os principais protagonistas foram os três civis que estavam na base em outra casa muito perto da nossa e tinham seu laboratório nela. Como cientistas o trabalho deles era o estudo da alta atmosfera e tinham seus instrumentos de medição – o engenheiro é uma pessoa muito boa, de mente muito aberta e residente na cidade de Mar del Plata. Nessa noite, aproximadamente às 01h15, toca o único telefone que existia na Base que conectava o laboratório e a estação meteorológica. Era o engenheiro que perguntava se os operadores de rádio estavam com seus equipamentos conectados transmitindo ao continente. Ao lhe comunicar que nesse instante apenas eu estava acordado, desligou e não me deu nenhuma explicação. Continuei realizando minhas observações meteorológicas sem nenhuma novidade. Fora da estação continuava nevando muito, já estava nevando a seis ou sete dias continuamente. As nuvens estavam entre 30 e 60 m, a visibilidade estava reduzida a 200 ou 300 m e a temperatura nessa época oscilava entre os -20/-25 graus. Meu turno acabou sem novidades, quando meu substituto chegou e eu fui dormir.
Levantei perto das 17h00. Lembro que não comi nada, mas tinha uma necessidade muito grande de sair – lembro vocês que estávamos numa pequena ilha. Saí, dei uma volta por trás da Base e subi a uma altura que dava sobre a casa onde havia uma gruta que continha uma santinha. Estava sentado sobre a rocha e vi que pelas pegadas que eu havia deixado subia outro componente da Base: era um radio operador do Exército Argentino. Não teria ficado surpreso se fosse outro companheiro, mas este menino era muito friorento e não saia nunca para fora. Neste momento a temperatura estava em -25 graus, o que me surpreendeu muito. Ao lhe perguntar que estava fazendo ali fora contestou que sentira uma grande necessidade de sair. Ficamos lá por 15 minutos e voltamos porque não queríamos congelar. Até esse instante para mim tudo era normal.
Chegou o momento do jantar, e como meu lugar era ao lado do engenheiro lembrei-me da ligação da noite e perguntei por que tinha me ligado há essa hora, ele me olhou com cara de não saber o que responder. Olhei para ele e para todos os outros companheiros da base que nesse momento fizeram silêncio, eu não entendia nada, e me perguntou se eu morava no mundo da Lua. Perguntei o que tinha acontecido por que eu não sabia de nada, e começou a me contar. Aproximadamente à 01h00 um equipamento começou a soar um alarme de que estava medindo ou detectando um sinal. Eles conectaram outro equipamento que seria como um amplificador que tem um sistema que realiza um registro gráfico, com três braços – algo parecido com um registrador de sismos. Este equipamento começa a registrar normalmente, mas depois de cinco minutos os três ponteiros marcadores começaram a fazer os mesmos traços, algo impossível segundo me dizia o engenheiro, porque segundo o exemplo que ele me dava, isso era como os manômetros dos carros: um marca a temperatura do motor, outro a pressão do óleo e o outro a bateria. Isto não podia ser. Em alguns momentos estes “sinais” paravam e tudo continuava normal. Por espaço de 10 ou 15 minutos começava outra vez e às vezes com tal violência que saía da faixa.
Comentou que às 03h00, ele e alguns companheiros saíram com três lanternas para fora do laboratório para ver se havia algo estacionado acima deles, porque tais marcas somente podiam ser realizadas se “tivesse havido ancorado a 10 m da casa o porta-aviões americano Kitty Hawk com seus motores nucleares ligados ou uma cidade como Buenos Aires suspensa a 100 m do solo com todas as luzes acesas” palavras do engenheiro. Resumindo, somente por volta das 05h30 os sinais pararam.
Esse dia era sexta-feira, às 08h00. O engenheiro, como toda sexta-feira, conectava-se por rádio com a Direção Geral do Antártico, dando as novidades da semana ao seu chefe quando começa a lhe contar da intensidade dos sinais, de valores nunca registrados em nenhum lugar do mundo. O chefe o interrompeu e lhe disse que isso não podia ter acontecido nunca, meu companheiro respondeu, um pouco bravo, que tinha quase 40 m de rolo de provas e que estiveram recebendo durante quatro horas e meia os tais registros. O chefe respondeu: “Bom, há assuntos que não podem ser falados por freqüência (rádio), assim que eu for aí, em fevereiro, você me entrega o rolo pessoalmente em mãos e não falaremos mais do tema e passemos a outra novidade”.
Às 22h00 retornei à Estação Meteorológica. Passaram-se uns cinco minutos quando tocou o telefone e escutei a voz de meu companheiro me pedindo para ir ao laboratório rápido. Ao chegar percebi que estava nervoso e apressado em contar que quando saiu do meu escritório e caminhando a mais ou menos uns 15 m da casa principal sentiu a necessidade de olhar para o céu – apesar de que ainda nevava e as nuvens eram baixas – e percebeu como passava por cima da base um círculo enorme de luz muito atenuado por causa da nebulosidade, mas ainda assim percebível, e dirigiu-se para o mar muito lentamente e sem nenhum barulho.
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