Infelizmente, o número de hipnólogos, investigadores e pesquisadores especializados em seqüestros por alienígenas ainda é pouco para lidar com o crescente número de casos do gênero, relatados em todo o mundo. Tal situação força os especialistas envolvidos com o assunto a desempenharem variados papéis, que são também definidos livremente por eles mesmos, embora cada posição assumida necessite o uso de métodos que se opõem diretamente. Muitos hipnólogos atuando neste complexo campo ainda acreditam que podem preencher adequada e simultaneamente as posições de investigador, de pesquisador e de consultor – tudo ao mesmo tempo. O erro em reconhecer que essas posições são contraditórias e necessitam ser preenchidas por pessoas diferentes, habilitadas e cuidadosas com o assunto contribui para o crescimento da confusão no setor. Assim, o objetivo deste trabalho é contribuir com a análise do fenômeno das abduções, fazendo algumas distinções entre os papéis desempenhados pelo consultor e pelo pesquisador ao abordar tais casos, além de encorajar outros hipnólogos de abdução a avaliar suas próprias prioridades, escolhendo a abordagem mais apropriada ao fenômeno. Espero confiante que uma explicação sobre a natureza da função de cada um desses especialistas possa reduzir a atmosfera de desorientação existente hoje na Ufologia e levar harmonia aos hipnólogos de abdução e à comunidade ufológica.
A hipnose regressiva é efetivamente uma técnica segura para resgatar informações \’apagadas\’ pelos ETs da mente dos abduzidos
Já que as opções de informação e consulta para os abduzidos sobre suas próprias experiências são bastante inadequadas e reduzidas, uma atitude de total abertura seria muito mais razoavelmente construtiva e encorajaria indivíduos nesta condição, que ainda não tiveram acesso a tratamento adequado, a ingressar no assunto e obter o auxílio profissional de que necessitam. Muitos críticos da Ufologia, no entanto, analisam os métodos de cada hipnólogo regressionista de abduções e enumeram as restrições que vêem usando vários e diferentes sistemas de avaliação. Melhor seria se todos nós pudéssemos ser beneficiados pelo conhecimento coletivo já obtido por um grande número de hipnólogos e representando uma diversidade de abordagens, pois quanto mais numerosas forem as técnicas, mais chances de sucesso teremos. A maioria das muitas acusações freqüentemente dirigidas a alguns de nós, hipnólogos que trabalham com abduzidos, são geralmente incorretas e revelam uma ignorância fundamental do processo hipnótico. Por isso, pretendemos responder e esclarecer os principais pontos deste processo, reconhecidamente importante e essencial no tratamento de pessoas seqüestradas por seres provenientes de outros mundos. Vamos fazê-lo através das perguntas e afirmações mais comumente formuladas sobre o assunto.
Provas Reais – Uma das acusações mais freqüentes é a de que hipnólogos de casos de abdução afirmam que o material resultante de regressões hipnóticas constitui prova da existência dos UFOs e indica o objetivo real das abduções. Após ter lidado com dezenas de abduzidos e acompanhar a questão por muitos anos, pessoalmente nunca ouvi um só hipnólogo declarar que a hipnose constitua prova objetiva fenômeno. Mas, uma vez que a maioria dos casos tem um período comum de amnésia seletiva para as horas ou dias passados nas mãos dos extraterrestres, sob abdução, nossa única maneira de conhecer o que se passou nesse período “perdido” na memória da pessoa é usar a hipnose regressiva, fazendo-a voltar ao momento exato da ocorrência e a usar seu subconsciente para recuperar a memória do que se passou. Assim, a hipnose não necessita constituir prova para ser uma ferramenta de trabalho tão imensamente útil à Ufologia. Em nosso sistema judiciário (norte-americano), o testemunho resultante de sessões de hipnose não é considerado como prova ou evidência de qualquer coisa. Porém, durante o curso de uma investigação usando-se a hipnose, o indivíduo é capaz de descrever e revelar dados exatos, como o número da placa de um automóvel, um número de telefone, uma fisionomia esquecida etc, elucidando grandes furtos ou mesmo crimes. Essas evidências, sim, constituem prova e são admissíveis em corte. Como se sabe, a hipnose leva a pessoa a reviver um passado, e não a lembrá-lo com maior ou menor clareza. Assim, por exemplo, um indivíduo hipnotizado regressivamente ao seu quinto aniversário natalício irá reviver com precisão tudo o que fez naquela data e hora, inclusive comportando-se como uma criança de 5 anos. Desta forma, um indivíduo que passou por uma abdução, num período de 3 horas sobre o qual nada se lembra, também num exemplo, sob hipnose recordará de absolutamente tudo, pois reviverá o que passou.
Coincidências – Em muitos casos, a regressão hipnótica de um sujeito ocasiona apenas uma fonte nova de informações que pode vir a ser confirmada comparando-se os dados obtidos via este método e outros conseguidos através do processo normal de investigação ufológica. E tem-se confirmado que os dados documentados por ambos os sistemas possuem semelhanças inquietantes e bem além de uma mera coincidência. Mais ainda: informações extraídas sob hipnose de um determinado abduzido corroboram experiências vividas por outras pessoas que passaram pelo mesmo processo, sem que nunca tivessem se conhecido. O conteúdo das informações obtidas de casos diretos de abduções é enormemente proveitoso para se confirmar ou invalidar certos elementos da Ufologia, podemos acrescentar. A essência dos casos de abdução, obtida sob hipnose em 90% das ocorrências, é nossa única fonte de informações para verificamos os detalhes mais íntimos da questão extraterrestre, tais como descrição, anatomia, biologia, formas de comunicação e capacidade dos seres alienígenas. Quando esses elementos são igualados em casos isolados estudados sob hipnose regressiva, passam a ser fortes indicadores de que são verdadeiros.
Outra questão interessante e sempre levantada contra o processo de hipnose é que o mesmo não é aceito como um instrumento de pesquisa e não pode ser usado na exploração do fenômeno de abdução. Ou que os hipnólogos de abdução, por outro lado, podem estar destruindo dados aproveitáveis que poderiam conduzir os pesquisadores à verdade sobre o fenômeno, já que o uso excessivo da hipnose destrói a credibilidade da testemunha narrando detalhadamente suas experiências de abdução. Mesmo quando amplas medidas preventivas e cautelares são tomadas para prevenir a “contamin
ação” das testemunhas por influências externas – incluindo o predisposicionamento dos hipnólogos – nenhum controle legitimo sobre isso pode ser estabelecido. Como resposta a isso, observamos que enquanto uma excessiva preocupação tem sido demonstrada sobre o potencial da hipnose para influenciar a testemunha, nenhuma consideração séria tem sido dada à dimensão de outras influências presentes em nossa cultura e sobre a mesma pessoa que passa pela hipnose. Devido ao fato de nossa cultura ser tão repleta de informações – e de todas as formas possíveis – o controle exigido apenas poderia ser possível se uma testemunha pudesse ser isolada e ficasse incomunicável sobre o assunto. Se a hipnose pode influenciar uma pessoa e pode acabar induzido-a a descrever as coisas de uma determinada forma, o contato do abduzido com seus familiares e amigos, com colegas de trabalho ou de escola etc, com os quais comenta o assunto e recebe opiniões, funciona como um elemento muito mais influenciador. Isso sem falar que o abduzido assiste TV, ouve programas de rádio, lê jornal e pode ir a uma banca de revistas ou livraria comprar literatura sobre UFOs, onde há casos de abdução descritos, sejam verídicos ou não. Ou seja: o dia-a-dia do indivíduo é uma rotina de influencias que recebe de todos os lados, de forma que a hipnose é a menor delas.
Influências – É falsa também a hipótese de que, restringindo-se algumas fontes de informação onde o indivíduo poderia obter dados adicionais, apoio e validação para sua experiência, isso resultará numa versão objetiva e não influenciada de sua abdução. Cada um de nós, em nosso meio cultural, é influenciado numa escala raramente compreendida pela censura a algum assunto ou por um segredo. A atitude de dúvida no Fenômeno UFO, que sempre prevalece, é uma exigência da sociedade por provas materiais, cujo resultado pode ser considerado como significativo, no sentido de minimizar ao máximo a revelação ou mera consideração da questão ufológica a nível popular. Uma atmosfera de sugestões e influências sobre a crença em UFOs e seqüestros por extraterrestres existe como uma espécie de pano-de-fundo para nossa sociedade em geral. Comparadas a isso, as possíveis influências de uma sessão de hipnose regressiva e o contato com outros abduzidos podem representar para um indivíduo uma minúscula alteração de sua história. Em outras palavras, um relato puramente objetivo não pode existir em um contexto já tão saturado de preconceitos e tabus sociais. Uma experiência ufológica sofre influências, mas controláveis.
A atitude de dúvida da sociedade em geral, em relação ao fenômeno UFO, é uma exigência por provas materiais
Nesta mesma linha de raciocínio, também é relativamente comum encontrarmos como questionamento se a hipnose pode ser considerada um instrumento aceitável de investigação. E em caso afirmativo, mesmo assim, se ela deve ser usada apenas com um controle mais cuidadoso, o que, segundo os críticos, não se verifica. Aliás, muitos críticos da Ufologia, face a isso, argumentam que os hipnólogos de abdução estão usando métodos superficiais e não-científicos, além de estarem também conduzindo indivíduos a darem relatos inexatos e totalmente passivos, esforçando-se para agradarem o hipnólogo. Esta é uma concepção totalmente errônea da tarefa dos investigadores e profissionais que lidam com a hipnose na Ufologia. Em primeiro lugar, os indivíduos hipnotizados são muito menos inibidos e mais abertos à sugestão, mas não são tão vulneráveis à influência do hipnólogo quanto se pensa.
Essa forma de pensar geralmente contém um conceito errôneo e que resulta de uma exposição minimalista da função da hipnose ao público. Normalmente, o público em geral tem contato com essa técnica apenas como um entretenimento ou uma exibição em salões de diversão, onde pessoas especificamente passivas e sugestionáveis são escolhidas a fim de garantir uma boa apresentação por parte de algum prestidigitador.
A acusação típica de que os hipnólogos conduzem para onde querem os indivíduos que tratam revela a menor e a mais superficial compreensão da séria prática da hipnose. Para se ter uma idéia de como isso é errôneo, eu mesma já tentei intencionalmente conduzir pessoas a darem certos depoimentos sob hipnose, mas elas, ainda que sob forte transe, não concordaram comigo e não seguiram minha condução, insistindo veementemente em descrever suas próprias reminiscências tal como aconteceram, com muitos detalhes e sem qualquer problema em opor-se às ordens que lhes dava. Isso foi conclusivo para mim: uma pessoa sob hipnose não altera seu relato para satisfazer condições que possamos lhe impor, em hipótese alguma. Após milhares de horas de hipnose em centenas de homens e mulheres de todas as idades, o profissional que lida com o assunto vai cada vez mais se certificando disso e, como conclusão óbvia, estabelece como absolutamente confiável um relato dado sob hipnose regressiva. Numa variação deste tipo de questionamento, os críticos ainda acusam os hipnólogos de abdução de conduzirem as pessoas que tratam de volta às cenas ou situações que confirmem seu ponto-de-vista (do próprio hipnólogo). Como já vimos, isso também é totalmente irrazoável, pois assume uma completa perda da força de vontade por parte do abduzido ou paciente, melhor ilustrada por uma pessoa de um estágio hipnótico.
Um relato dado por uma pessoa sob transe hipnótico, em regressão, é absolutamente confiável e não pode ser influenciado nem mesmo pelo ufólogo
Qualificações – Muitos dos ufólogos que atualmente operam como hipnotizadores não têm qualificações próprias ou credenciais para regredirem indivíduos em casos gravíssimos como os de abdução – refutam ainda outros críticos da Ufologia. Geralmente, esse tipo de alegação parte de pessoas que se sentem normalmente ameaçadas pelo Fenômeno UFO em geral e especificamente pelo fenômeno de abdução. Com destaque, a comunidade ufológica mundial tem recebido este tipo de acusação originada de indivíduos que sequer aceitam a existência dos UFOs, o que dirá dos próprios e fantásticos seqüestros por ETs… Isso é feito para que se desvie a atenção sobre a seriedade do assunto, conduzindo-a para um questionamento das credenciais do hipnotizador (ou para a falta delas). Devemos esclarecer, no entanto, que a prática da hipnose tem a sua própria controvérsia fora do campo ufológico, e há um contínuo conflito entre os que a praticam – uns dec
larando que somente médicos neurológicos podem utilizar tal técnica, outros defendendo que outros especialistas, de campos médicos diversos, também podem estar autorizados a praticar a hipnose. Mas perguntamos: que colégio ou escola graduada oferece treinamento e credenciais para qualificar alguém a trabalhar com algo que nem mesmo é considerado uma parte da realidade? Eu considero que qualquer pessoa, indiscriminadamente de sua especialidade profissional, desde que tenha um interesse sincero e algum treinamento em hipnose (formal ou informal), possa estar amplamente qualificado para trabalhar em casos de abdução.
Na realidade, a maioria dos ufólogos que se utilizam da hipnose não são médicos ou psicólogos. De novo, o que vemos é que as credenciais mais importantes para se trabalhar neste campo são as características e intenções das pessoas – e as características que devemos levar mais em conta dependem de qual abordagem tais ufólogos darão ao seu trabalho: de investigação, de pesquisa ou de consultoria?
Tema Repetitivo – Uma vez definido isso a contento, o trabalho se simplifica. Para contornarem a realidade dos fatos que tentamos apresentar acima, os críticos da Ufologia ainda insistem que os hipnólogos não qualificados e sem credenciais adequadas não agem dentro dos padrões científicos e podem, em conseqüência disso, ser motivados por intenções antiéticas. Esse é um tema repetitivo na literatura ufológica e em muitas outras áreas científicas, que postula que o método científico seja sinônimo de modelos éticos responsáveis e que sua não utilização plena signifique um trabalho não ético. Como resposta a isso, apenas dizemos que a ciência não tem o monopólio dos princípios da ética e não tem o domínio absoluto de aplicar critérios que possam ser exclusivamente de sua propriedade a outras áreas ou profissões.
Achar o contrário é mera presunção e, por sinal, algo até contrário aos próprios princípios científicos. É como voltar no tempo e observar que tanta coisa que se descobriu foi sem se seguir à risca a metodologia científica. Quem ou o que pode determinar a ação dos investigadores dos mais diversos campos, se eles têm tido tanto êxito trabalhando à sua maneira?
“Super-Cientistas” – A necessidade que alguns hipnólogos têm de tornarem-se “super-cientistas” é puramente subjetiva e rege o mais estrito controle de seus métodos, mas não simplifica a situação que enfrentamos. Estaríamos muito mais à vontade se as abduções ou se o Fenômeno UFO em si se ajustassem perfeitamente aos nossos velhos modelos de um experimento controlado em laboratório, onde pudéssemos manter a pureza de detalhes e um alto grau de certeza sobre nossos resultados. Mas infelizmente não é assim e temos que encarar os fatos, colocando-nos a trabalhar com os métodos que dispomos e, sempre que possível, criando novos métodos para auxiliar os abduzidos que, por sinal, possuem grandes capacidades humanas, tais como a força de vontade e a autoconfiança. Estas pessoas que passaram por experiências tão marcantes têm a necessidade de procurar informação e de estarem cercados de outros indivíduos como eles, que passaram pelo mesmo trauma e com os quais possam discutir e interpretar suas experiências. Os abduzidos, segundo constatamos, estão sempre à procura de toda e qualquer informação possível sobre o Fenômeno UFO, seja em livros, revistas, jornais, programas de TV ou contatos pessoais com outras testemunhas ufológicas, num esforço para entender o que lhes sucedeu. Quando finalmente passam a compartilhar suas experiências, descobrem que suas ansiedades mais imediatas são as dúvidas e acusações impostas a eles por familiares, amigos e a sociedade em geral. Assim, devido ao tratamento que recebem da sociedade, também duvidam de sua própria sanidade mental, pois necessitam ainda descobrir uma maneira de provar a si próprios que são verdadeiras suas experiências.
Kathryn McCampell é hipnoterapeuta no norte da Califórnia, seguindo os passos de seu pai, o renomado ufólogo e autor James Campbell. Kathryn desenvolve interessantes estudos relacionando as experiências de diversos contatados, todas extraídas sob hipnose. Sua presença em congressos de Ufologia é quase obrigatória e muito prestigiada.
Um filme retrata as abduções
Acaba de ser lançado pela Abril Vídeo um filme verdadeiramente espetacular sobre a questão das abduções. Trata-se do Intruders, com mais de 2 horas baseado no livro de mesmo nome do autor e ufólogo Budd Hopkins. Com efeitos especiais de surpreendente realidade ufológica (e inéditos no cinema), o filme aborda em detalhes minimalistas a questão de abduções de mulheres por ETs e sua gravidez posterior, exatamente como casos verificados em todo o mundo. Mais ainda, mostra como os fetos são retirados de seus corpos com apenas alguns meses e como as informações são apagadas da mente das vítimas. O filme pode ser considerado como uma versão Anos 90 do saudoso e histórico Contatos Imediatos do 3° Grau. Merece nota 10!