Se tivessem chance de escolher, os cosmonautas russos gostariam de permanecer no espaço. Segundo eles, voltar à Terra é a parte do seu trabalho que menos gostam. Depois de enxergar o nosso planeta de longe e experimentar a falta de gravidade, não é fácil voltar à terra firme, afirmam esses profissionais do espaço.”
A melhor e mais bonita parte da viagem é quando você olha a Terra de longe”, diz o cosmonauta Vladimir Dezhurov. “O planeta é como um balão grande e azul, e esse lindo balão está voando por uma infinita escuridão”, completa Dezhurov, que viveu 21 anos na Star City – base secreta de treinamentos próxima à Moscou – e realizou duas missões de quatro meses na Estação Espacial Internacional (ISS).
Ele acredita que não há outra profissão de que goste mais, ainda que, depois do lançamento e da primeira imagem da Terra vista de longe, o que vem é apenas “trabalho, trabalho e trabalho, durante dia e noite”. No entanto, sua principal reclamação não são as longas horas de trabalho ou a falta da família e dos amigos.”
O mais difícil é voltar à Terra”, ele diz. Mas segundo ele, o problema não é tanto a existência mundana, com suas contas a pagar, comida a ser comprada e trabalhos a serem realizados. “Os nossos músculos degradam muito. É difícil de caminhar. Você tem de aprender a andar novamente, como um bebê”.
Os cosmonautas russos, que, além de serem pilotos militares, também são engenheiros, passam por intensos treinamentos antes de cada viagem. Durante a permanência no espaço, realizam exercícios diários para prevenir a atrofia muscular de suas pernas e pés. E ao voltar, têm supervisão médica para que se recuperem do tempo em que ficaram sob a ausência de gravidade.