Em março de 1985, a revista Ufologia Nacional & Internacional, antecessora da Revista UFO, era lançada no Brasil trazendo como destaque um artigo de nossa autoria sobre o controvertido caso de contato do suíço Eduard “Billy” Meier. A partir deste artigo, baseado em parte nas pesquisas realizadas pelo coronel Wendelle C. Stevens, aposentado da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), que posteriormente viemos a conhecer, abrimos a discussão do caso em nosso país, provocando a publicação de outras matérias. Em seguida o caso ganhou destaque mesmo na imprensa não especializada, através de alguns dos principais jornais nacionais, que divulgaram e cobriram algumas de nossas conferências.
Para alguns pesquisadores, as experiências de contato de Eduard Meier formariam em seu conjunto o mais importante caso da história da Ufologia. Para outros, entretanto, tudo não passaria de uma grande fraude. Como descobrir a verdade? Em primeiro lugar temos que saber quais são os fatos a serem analisados. Pode parecer absurdo, mas tanto no exterior como no Brasil, diante de tanta controvérsia, isto é cada vez mais difícil – ainda mais que muitos pesquisadores divulgaram (e ainda divulgam) informações que não correspondem de forma alguma ao que poderíamos chamar de verdade. E o que é pior: chamando atenção para a necessidade de uma pesquisa mais séria… Algumas vezes, o próprio relato de Meier e de outras testemunhas do caso eram distorcidos para facilitar, aparentemente, uma conclusão desfavorável em relação à sua credibilidade. Diante de tal situação, afirmar alguma coisa em relação ao caso foi ficando cada vez mais difícil. Chegamos mesmo a fazer telefonemas algumas vezes para a Suíça, com o objetivo de verificarmos alguns pontos mais controversos do caso.
5 Anos de Idade — Segundo Meier, seus contatos começaram no ano de 1942, quando tinha apenas 5 anos de idade. Nesta época pôde observar, juntamente com seu pai, uma nave voadora em forma de disco que passou silenciosamente sobre eles, a uma altura de 180 m. Dois meses depois, após avistar uma segunda vez o mesmo disco voador, Meier teria começado a receber “mensagens”, que de início vinham na forma de imagens. Com o passar do tempo, essas mensagens deram lugar a palavras e frases. Ao completar 7 anos de idade, no dia 3 de fevereiro de 1944, uma voz diferente, nova e bem mais clara que as anteriores, teria se apresentado telepaticamente ao contatado. A voz pertenceria a uma criatura que se apresentou ao suíço como Sfaath, que Meier iria conhecer pessoalmente num contato direto, frente a frente, meses depois. Segundo nos conta Meier, tal voz não diferia em nada da voz de um ser humano comum, só que parecia ser emitida por uma pessoa muito idosa. A voz de Sfaath acompanhou Meier até 1953, quando este completou 16 anos.
Após alguns meses de silêncio, dentro do relato original fornecido pelo suíço, o contato com a entidade Sfaath, entre outros, foi restabelecido. Meier passou, agora, a receber também orientação de uma entidade feminina chamada Asket, que entre outras coisas o induziu a viajar pelo mundo. Em 1964, numa viagem pela índia, para onde tinha ido em busca de experiências mais profundas na área do ioga e da meditação, teve também um contato direto e físico com sua “mentora extraterrestre”, inclusive fotografando sua nave. Neste mesmo ano, entretanto, Asket o deixou só, mas não antes de informá-lo que, para seu próprio bem, e de seus futuros contatos, ele seria observado por um período de 11 anos. No fim deste período, com a certeza de que ele tinha alcançado o nível espiritual desejado, novos seres extraterrestres se revelariam a ele.
No dia 28 de janeiro de 1975, já em Hinwil, na Suíça, Meier tentou gravar as chamadas “vozes do além” que vinha recebendo, através do método descoberto por Friedrich Jüergenson – um sistema que havia sido confirmado e desenvolvido pelos cientistas Alex Schneider, Konstantin Raudive e Hans Bonder. Quando colocou a fita para tocar em seu aparelho, recebeu uma \’orientação\’ telepática para sair de sua casa. Pouco tempo depois disso, manteve o primeiro de uma série de contatos que se estenderia até o ano de 1981, em meio a qual teria várias oportunidades de ficar frente a frente com as tripulações dos objetos voadores não identificados. Segundo Meier, grande parte destes contatos foram com a extraterrestre Semjase, uma criatura feminina de aspecto humano proveniente do aglomerado estelar das Plêiades. A partir destes contatos, Meier apresentou para os pesquisadores centenas de fotografias, vários filmes Super-8 mm, amostras metálicas (alegadamente das naves pleiadianas), gravações contendo sons emitidos pelos UFOs, mais de 3 mil laudas de informações abrangendo várias áreas do conhecimento etc. Este é basicamente, portanto, o material a ser analisado.
As fotografias — Uma das primeiras análises feitas nas fotografias de Meier foram realizadas pelo Dr. Neil Davis, físico e um dos proprietários da empresa Design Technology, um laboratório de fotóptica que mantinha convênios com vários órgãos do governo norte-americano. Este cientista analisou as fotografias obtidas, por exemplo, em Ober-Sadelegg. Em um laudo técnico assinado no dia 13 de março de 1978, o Dr. Davis declarou que não haviam sido encontradas quaisquer evidências de dupla exposição, fotocolagem, modelos suspensos por linhas etc nos materiais analisados. Mais tarde, entrevistado pela TV japonesa para um programa especial sobre o caso Meier [Editor; especificamente para o vídeo As Crônicas de Eduard Meier, VC-09J, o Dr. Davis confirmou a autenticidade também de outras fotos de Meier, mostrando os estudos que foram feitos, entre outros instrumentos, com um microdensímetro, que mede a granulação da foto. O cientista chegou até a utilizar um computador para processar as imagens. Entre as fotos autenticadas, estava também a que mostra a perseguição empreendida por um caça Mirage da Força Aérea Suíça a uma das naves.
Um outro cientista a travar contato com as fotografias de Meier foi o Dr. Eric Eliason, do Serviço Nacional de Geologia, situado em Flagstaff, no Arizona, EUA. Este cientista tinha criado um software para processamento de imagens enviadas pelas sondas norte-americanas em visita aos planetas de nosso sistema solar. Após estudar algumas das fotos de Meier, Eliason ressaltou que não podia dar um veredicto definitivo e absoluto, principalmente devido ao fato de não ter trabalhado com material original, de primeira-mão. Ressaltou, entretanto, que em todos os testes feitos por ele, não havia encontrado o menor sinal de fraude… O Dr. Michael Malin, físico pela Universidade de Berkeley e especialista em Ciências Planetárias e Geologia, foi outro estudioso que aceitou analisar as fotos do Caso Meier. Sua tese de doutorado tratou, em grande parte, das técnicas de processamento de imagens por computador, sendo que trabalhou por vários anos no famoso Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, Califórnia, antes de se juntar ao corpo docente da Universidade do Arizona, onde foi responsável pela implantação do
Laboratório de Processamento de Imagens daquela instituição. É, portanto, alguém de muito prestígio, pois Malin foi mais um a confirmar a validade de algumas das fotos de Meier. Segundo ele, não foi constatado nenhum sinal de fraude nelas. “Ao nível em que vi as fotos, posso afirmar que não eram falsificadas. Elas são uma prova razoável de alguma coisa. Só não sei o que é essa coisa”, comentou o cientista.
Outro especialista a dar sua opinião sobre as fotos foi o Dr. Waily Gentleman, perito em efeitos especiais e responsável pela recriação visual dos casos reais de contatos com discos voadores da série televisiva Projeto UFO. Entre seus trabalhos mais importantes figura, inclusive, o filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço, do qual foi diretor de efeitos especiais. Gentleman submeteu várias das fotografias de Meier a um processo conhecido como \’entrosamento em perspectiva\’, composto por uma espécie de análise geométrica em mesa de desenho. Por mais que as fotos de Meier parecessem reais, um exame deste nível revelaria, no caso de serem fraudes, incoerências sutis detectáveis. Mas seus estudos confirmaram, entretanto, que “as naves eram exatamente como o contatado havia declarado, tanto no que diz respeito ao tamanho, como também em localização”, conforme declarou em entrevista ao jornalista norte-americano Gary Kinder, autor do livro Anos-Luz, que aborda em detalhes o Caso Meier.
As fotos de Eduard Meier, que mais parecem perfeitas fraudes, são seu mais extraordinário apoio: muitas dezenas de cientistas as analisaram detidamente e não conseguiram achar o mínimo sinal de trucagem nas mesmas, tais como dupla exposição, modelos suspensos por fios de náilon etc. As fotos são simplesmente genuínas
Devemos ressaltar, neste ponto de nossa abordagem, que em nenhum dos artigos publicados na Revista Ufologia Nacional & Internacional, nos quais o Caso Meier foi taxado de fraude, foi feita a menor menção às análises feitas por estes especialistas. Entretanto, foram divulgados com grande destaque os estudos feitos por William H. Spaulding, do extinto grupo ufológico Ground Saucer Watch (GSW), uma organização norte-americana antes sediada no Arizona.
O Som da Nave — Segundo Spaulding, nas fotos de Meier foram encontrados sinais da utilização de modelos pendurados por linhas, evidências de dupla exposição etc. Em meio a um caso tão polêmico, como o discutido no presente artigo, é fundamental que além de apresentarmos as opiniões de vários pesquisadores, sejam esclarecidas suas verdadeiras qualificações.
Spaulding, infelizmente, não parece merecer muita confiança em seus julgamentos. Esteve inclusive apresentando suas qualificações educacionais de maneira indevida, como foi descoberto poucos anos atrás. Um resumo do currículo técnico deste ufólogo, apresentado em uma publicação da Mutual UFO Network (MUFON), afirma, por exemplo, que estudou na Universidade de Bowling Green, no Estado de Ohio. Entretanto, segundo esta própria Universidade, Spaulding nunca freqüentou qualquer tipo de curso na mesma Mentiu, portanto…
Sua postura também frente a alguns casos ufológicos clássicos tem sido mínimo desastrosa. Um dos casos mais conhecidos de contato de 3° grau de que se tem notícia, que envolveu o policial Lonnie Zamora, em Socorro, Novo México, foi explicado por Spaulding como sendo “apenas um avistamento do Módulo Lunar da espaçonave Appolo, em meio a um treinamento”. Oras, esta explicação é totalmente ridícula frente aos detalhes do caso, investigado inclusive pelo Dr. J. Allen Hynek. Mas sua conduta foi ainda pior frente ao Caso Travis Walton [Editor: conheça-o através do filme Fogo no Céu, nas melhores locadoras], tentando desmoralizar esta testemunha, apesar de existirem várias evidências em seu favor. Várias de suas colocações em relação a outras fotos também têm sido questionadas pela falta de sustentação lógica. O mais surpreendente, entretanto, foi a descoberta, em uma das fotos de Meier analisadas pelo GSW, de um suposto fio de náilon que sustentava o que, na visão de Spaulding, seria um simples modelo frente à câmera. O problema é que este fio, que passa pela frente do suposto modelo, desaparece na imagem realçada pelo computador antes de chegar ao limite superior da fotografia, de maneira totalmente incompreensível. Como se estivesse sendo sustentado milagrosamente pela própria atmosfera…
Já em relação aos filmes de Eduard Meier, o mais interessante é o que aparentemente documenta a materialização e desmaterialização de uma das naves pleiadianas. Os estudos feitos dentro da Nippon Television Network, chefiados por Jun-Ichi Yaoi, revelaram que algo extraordinário acontece no filme, precisamente 3 quadros antes da desmaterialização da nave: ocorre uma forte emissão de luz verde. Este efeito é notado também quando do reaparecimento da mesma, alguns quadros mais à frente. Segundo os japoneses, a energia liberada pela nave estaria relacionada ao processo de desmaterialização e materialização do aparelho. Também estes experts não conseguiram provar que as fotos e filmes do contatado suíça são fraudulentos.
Quanto ao som do UFO gravado por Meier, tomaram parte nas análises alguns dos maiores especialistas na área de engenharia de som. Entre estes os doutores Robin L. Shellman, Steve Ambrose, Nils Rognerud, Steve Singer, Steven Willians e Howard Ilson – estes 2 últimos especialistas da Marinha Norte-Americana.
Metal Extraterrestre — As primeiras análises foram feitas com o objetivo de se identificar e separar da fita original os vários vetores e seus sons respectivos. Os estudos feitos através de um analisador de espectro sonoro construído pela Spectro Dynamics, de San Diego, Califórnia, como mediante outros equipamentos, deram resultados surpreendentes, totalmente sem paralelos. Finalmente concluiu-se, que o aparelho (como o UEO era chamado pelos estudiosos) responsável pela emissão de tão estranho espectro sonoro freqüencial seria uma máquina de natureza eletromagnética, com múltiplas combinações de elementos rotacionais, que passavam também por múltiplos campos magnéticos. Em termos mais simples, teoricamente o esquema conseguido seria o de um complexo gerador eletromagnético – muito distante, entretanto, do patamar tecnológico de nossa civilização.
Durante o verão de 1977, Meier recebeu das mãos de Semjase sua principal amostra metálica. Trazida da Suíça para os EUA pelo coronel Wendelle Stevens, foi estudada dentro dos Laboratórios de Pesquisas da IBM, em São José, Califórnia, pelo renomado pesquisador e químico, Dr. Mareei Vogel, pioneiro em tecnologia de luminescência e inventor dos cristais líquidos. Ao ser analisada através de um microscópio eletrônico de 250 mil dólares, revelou muitas surpresas. A liga metálica continha prata, alumínio, potássio, cálcio, cromo, cobre, argônio, bromo, cloro, ferr
o, enxofre e silício. Uma outra área microscópica da amostra apresentava uma grande mistura, com quase todos os elementos da tabela periódica – e todos, surpreendentemente, apresentavam um grau de pureza extraordinário. O que mais intrigou Vogel não era o grande número de elementos, mas sim o grau de pureza que cada um conseguia manter, apesar de interligados.
Numa outra área da amostra, o cientista encontrou dois sulcos paralelos ligados por estrias – linhas perfeitamente microestampadas na estrutura do metal. Mais surpreendente ainda era o fato do elemento presente em maior quantidade naquela área ser o túlio, muito raro em nosso planeta, sendo purificado normalmente como subproduto através do emprego da energia nuclear, no fim da 2ª Guerra Mundial. Foram encontrados também sinais de que a amostra havia sido forjada a temperaturas abaixo de zero, o que desafia mais uma vez nossa ciência. Em resumo, a tecnologia empregada na síntese desta amostra metálica é totalmente desconhecida por nossa civilização.
Vôo hiperfísico — Um outro ponto fundamental do Caso Meier, sempre esquecido por aqueles que querem apresentá-lo como uma fraude total, é o sistema de propulsão utilizado pelas naves que Meier estava contatando, cujos princípios básicos foram passados para ele e posteriormente publicados. Tal sistema permite, segundo o contatado, que as naves viajem centenas de anos-luz mediante um vôo hiperfísico, fora do nosso contínuo espaço-tempo, isso tudo em apenas poucas horas. Ainda segundo o contatado, na verdade, a parte mais larga de cada viagem dura apenas poucos segundos. Os pleiadianos necessitam, entretanto, cerca de 3 horas e meia para acelerarem suas máquinas até atingirem velocidades próximas à da luz, quando efetuam então o “salto” para o chamado hiperespaço, através do qual as distâncias interestelares são facilmente vencidas. Depois, igualmente, necessitam de mais 3 horas e meia para desacelerarem, já nas proximidades de seus objetivos.
Coube ao cientista Dr. David H. Fröning, engenheiro astronáutico da McDonnell Douglas Corporation e membro do Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica, estudar as informações que Meier alegava ter recebido, pertinentes a este tema. Este cientista, desde a década de 60, trabalhou na busca de um modelo teórico capaz de possibilitar as tais jornadas interestelares a que Meier se referia, em velocidades superiores à da luz, pois Fröning não só achou o sistema de Meier totalmente concebível, como também conseguiu, através das indicações obtidas do mesmo, dar um toque final no modelo teórico que vinha desenvolvendo. Mas apesar de evidências deste tipo, para alguns de seus colegas cientistas o caso não passa de uma fraude total…
Outro ponto fundamental dentro das histórias do contatado suíço é o grande número de testemunhas de seus avistamentos. Não existe nenhum outro caso dentro da Ufologia com um número de testemunhas comparável (algumas destas chegaram mesmo a tirar fotografias das naves em dias e horários previamente marcados por Meier). Quinze destas tiveram inclusive suas declarações testadas através de detectores de mentira. O processo utilizado é conhecido cientificamente como Psychological Stress Evaluation, que consiste na análise das vozes previamente gravadas em uma fita magnética por sofisticados computadores gráficos. Neste caso específico foi utilizado um equipamento chamado Mark IX-P Stress Analyzer System. As questões a que foram submetidas as testemunhas foram elaboradas pelo Departamento de Psicologia da Universidade do Arizona.
Outro ponto fundamental dentro das histórias do contactado suíço é o grande número de testemunhas de seus avistamentos. Não existe nenhum outro caso dentro da ufologia com um número de testemunhas comparável. Algumas destas chegaram mesmo a tirar fotografias das naves em dias e horários previamente marcados por Meier
Numa das noites de contato orientado por Meier, por exemplo, os senhores Guido Moosbrugger e Hans Schutzbach tiveram a oportunidade de observar as evoluções de uma nave em forma de disco emitindo uma luz avermelhada, que deslocou-se inicialmente em direção às testemunhas para em seguida se afastar. Nesta mesma noite foram observados ainda 3 objetos voadores de forma esférica. Motivado por estas observações, Moosbrugger retornou 3 semanas depois à aldeia onde Meier residia, trazendo uma máquina fotográfica, na esperança de conseguir fotografias. Ao cair da noite, se postou em baixo de algum dos pinheiros, na borda de uma clareira da floresta próxima. Um pouco mais afastados estavam Hans Schutzbach e seu irmão Conrad, também com máquinas fotográficas. Próximos a eles encontravam-se outras pessoas do grupo, que começavam a acompanhar Meier nas noites de contato.
Colonização da Terra — De repente, por cima da floresta, foi observado um disco voador avermelhado e, em seguida, um outro que emitia uma luz prateada. Em seguida a isso tudo, um terceiro objeto com forma discóide apareceu. Após o desaparecimento destes aparelhos, surgiu um outro na forma de uma barra de luz prateada, com “uma chuva de fogo caindo ao solo”, segundo declararam as testemunhas. Este objeto acabou por transformar-se num clarão e, em seguida, numa esfera luminosa, para depois desaparecer mergulhando nas profundezas do céu. Desta vez, além de terem sido testemunhadas por várias pessoas, várias fotografias tinham sido conseguidas documentando as naves.
Segundo Eduard Meier, a maioria de seus contatos foram com seres provenientes de uma civilização de natureza aparentemente hiperfísica implantada em um planeta que orbita a estrela conhecida em nossas cartas celestes pelo nome de Taygeta, no aglomerado estelar das Plêiades, na constelação do Touro. Meier teria recebido informações, entre outros assuntos, a respeito de processos migratórios entre vários sistemas solares. Segundo tais informações, semelhantes às recebidas em outros contatos, inclusive no Brasil, há milhões de anos atrás uma civilização em Lira alcançou um nível tecnológico que permitia viagens espaciais. Em determinada época, eles se dividiram em facções, com diferentes ideologias e objetivos. Acabaram por entrar em guerra e destruíram sua civilização. Mas alguns deles, antecipando aqueles acontecimentos, escaparam da destruição e fundaram civilizações nos aglomerados estelares que nós conhecemos como Plêiades e Hyades, ambos na constelação do Touro, como também em um planeta no sistema solar da estrela Vega, na constelação de Lira.
Em poucos milhares de anos conseguiram elevar suas civilizações a níveis de alta tecnologia, e foram capazes de viajar novamente no espaço interestelar. Alguns ancestrais dos pleiadianos provenientes de Lira, durante suas viagens, descobriram a Terra. Muitos destes ficaram por aqui e alguns chegaram mesmo a se irmanar com os humanos que já estavam no planeta. Aqueles que ficaram à parte e não se misturaram logo produziram uma civilização altament
e avançada. Novamente, entretanto, entraram em conflito e a sociedade aqui implantada se polarizou em dois grupos, ambos dispondo de desenvolvidas tecnologias. Fizeram diversas guerras, que resultaram em terrível destruição. Aqueles que conseguiram escapar para outras regiões do espaço começaram tudo de novo; alguns destes grupos estão agora nos visitando ocasionalmente. Muito tempo depois da destruição mencionada, uma nova onda de pleiadianos veio para checar seus ancestrais, que sobreviveram à destruição. E mais uma vez se misturaram e auxiliaram a Humanidade da Terra em sua caminhada. Esta civilização emergente seria conhecida por nós pelo nome de Atlântida. Mais uma vez, infelizmente, houve guerra e tudo foi destruído.
Os atuais pleiadianos, segundo as informações de Meier, são descendentes da facção pacífica que se estabeleceu num planeta que é chamado de Erra, no sistema Taygeta. Em outros trabalhos anteriores, temos defendido a presença de povos extraplanetários na Terra, em épocas bastante remotas. Conseguimos já reunir material revelando que tais contatos com o planeta remontam há pelo menos 500 milhões de anos. É certo, também, que temos um número bastante grande de civilizações mantendo contato com nosso planeta hoje, como ocorreu no passado, com diferentes origens, biótipos e objetivos.
Morfologia — Dentro da casuística ufológica recente, entretanto, parece existir um grupo formado por várias civilizações, cujas aparências e morfologias de seus representantes, quando não são exatamente iguais às nossas, guardam muitas semelhanças com o homem que hoje está na Terra. Através de contatos com representantes destas civilizações, os contatados terrestres têm recebido informações a respeito da origem extraterrestre de nossa Humanidade e de processos migratórios colonizadores.
Em nossos seminários, e em outros artigos que publicamos em UFO, temos apresentado estudos detalhados sobre tais informações, somando a estas uma série de recentes descobertas arqueológicas, antropológicas e paleontológicas que parecem confirmar tais informações. Através destes estudos, que aqui não temos espaço para detalhar, concluímos que a primeira civilização implantada no planeta Terra remonta no mínimo há 60 milhões de anos. Segundo Meier, a migração a partir de Lira começou há 22 milhões de anos atrás, e os lirianos que aqui chegaram encontraram já representantes da espécie humana. Portanto, a linha de migração a partir de Lira não teria sido a primordial (primeira) de nossa Humanidade, e sim secundária. Quanto às irmanações e miscigenações mencionadas também por Meier, encontramos referências em várias fontes de nossa tradição. Vários mitos do passado realmente falam de \’divindades\’, cujas aparências eram semelhantes as dos humanos, e que tiveram relações íntimas com os terrestres.
O livro do profeta Enoque, retirado do corpus bíblico no quarto século depois de Cristo, por ser muito revelador, descreve no capítulo VII a irmanação de divindades (anjos) com humanos do planeta. Teriam sido em número de 200 os descidos do céu. Chefiados por Samyasa, passaram a viver e tiveram filhos e filhas com as mulheres terrestres. O próprio nome do líder da expedição é extremamente semelhante dc Semjase, principal contato de Meier. Quanto à ocorrência de guerras que destruíram aquelas civilizações altamente avançadas, mencionadas também por Meier, encontramos várias referências. No Drona Parva, um dos textos mais antigos da índia, temos narrado o que a tradição assimilou como a \’Guerra dos Deuses\’. As armas utilizadas provocavam uma série de efeitos secundários, tais como queda de cabelos e unhas, determinação de mutações de cor na plumagem dos pássaros, deformações nos membros dos animais etc. Já o Mausula Parva, também de origem hindu, descreve um ataque nuclear ocorrido há milhares de anos. “Cuncra, voando a bordo de um \’vimana\’ de grande potência, atiçou sobre a tríplice cidade um projétil único carregado com a potência do universo. Um fumo incandescente, semelhante a dez mil sóis, se elevou em seu esplendor… “, diz o texto, que narra que foi tudo destruído.
Fraude Dentro do Caso — Existem, entretanto, dentro do próprio Caso Meier, como já havíamos denunciado antes em um de nossos artigos, uma série de coisas que não podemos aceitar. Entre estas estão várias afirmativas de Meier difíceis de serem levadas a sério, sendo que a maioria delas é ligada claramente a uma tentativa de se aumentar e engrandecer suas próprias experiências. Em meio a este tipo de comportamento, certamente, várias seqüências fotográficas foram montadas e forjadas pelo contatado. A qualidade destas fotografias, entretanto, nem se compara à das analisadas pelos cientistas mencionados neste artigo – não é preciso ser um expert para notar isto. Estas são fotografias onde os sinais de dupla exposição e a utilização de modelos, entre outros truques, é facilmente perceptível. Apresentam toda uma série de problemas no que diz respeito à focalização das imagens. E boa parte dos filmes de Meier também apresentam sinais claros de mistificação: foram montados a partir da utilização de modelos sustentados por fios.
Entre as principais fotografias fraudadas, possivelmente poderemos incluir todas aquelas ligadas a uma suposta viagem espacial feita por Meier no dia 17 de julho de 1975. Uma destas, segundo o contatado, documentaria uma astronave gigantesca observada por ele nas proximidades de um planeta desconhecido. Tal imagem, entretanto, não passa de uma fotografia batida de um vídeo de propaganda da NASA, no qual aparece, na verdade, uma simulação da passagem da sonda Voyager por Júpiter, como foi descoberto anos atrás. Mas não é difícil entender o que leva uma pessoa contatada a passar a fraudar suas experiências, criando uma ficção a partir de uma base absolutamente real. Qualquer pesquisador com o mínimo de experiência sabe que são muitos os casos de contato com extraterrestres cujos protagonistas, com o passar dos anos, passaram a mistificar suas experiências, na busca de continuar sendo motivo de interesse por parte do público em geral e dos pesquisadores em particular.
Em relação a Meier isto é mais facilmente compreendido. Trata-se de uma pessoa cujas primeiras experiências teriam ocorrido ainda na infância, prosseguindo periodicamente ao longo de boa parte de sua existência. Sua vida também não foi das mais comuns. Suas passagens por um orfanato, pela Legião Estrangeira e por vários hospitais, quando do acidente em que perdeu um dos braços, deixaram – segundo algumas das pessoas que o conheceram pessoalmente – um profundo sentimento de inferioridade. A partir de 1975, as pressões s
obre ele e sua família foram aumentando cada vez mais, principalmente devido às suas declarações relacionadas ao nascimento das religiões, culminando com vários atentados à bala… Seus filhos eram hostilizados na escola e tiveram que deixá-la. Sua esposa chegou mesmo a tentar o suicídio. E em meio a tal turbulência, não é difícil entender que Meier tenha perdido o controle emocional e entrado num processo de autodestruição.
Segundo o jornalista Gary Kinder, que em 1984 foi uma das últimas pessoas a conseguir uma entrevista exclusiva com Meier, o suíço nem de longe se lembra de como era antes. “Hoje, Meier é um homem cansado que anda arrastando os pés e parecendo ter 20 anos a mais”, desabafou Kinder. Segundo seus amigos, raramente consegue dormir normalmente, sentindo dores imaginárias no braço amputado. Um ano depois de ter tido seu último contato físico com os pleiadianos, escorregou no banheiro e bateu com a cabeça, tendo um médico diagnosticado uma concussão grave que acabou por gerar uma perda de visão em uma de suas vistas. Em 1988, o pesquisador carioca Dr. Walter Karl Bühler, um dos maiores pioneiros do movimento ufológico em nosso país, esteve na Suíça estudando o caso pessoalmente e entrevistando várias das testemunhas que, segundo alguns críticos de Meier, não existiriam. Segundo o Dr. Bühler, essas pessoas existiam e pareciam todas sérias, merecedoras de credibilidade. Todas tinham realmente tido a oportunidade de ficar frente a frente com UFOs, mediante os contatos de Meier. O Dr. Bühler nos falou, também, de outras evidências da presença dos pleiadianos mostradas a ele.
Reconhecimento — A própria ufóloga carioca e pioneira Irene Granchi, que no passado havia publicado artigos denunciando o caso como uma farsa, após ter tido acesso a mais informações reavaliou recentemente sua posição, tornando-se uma das defensoras do mesmo. Nós, da comunidade ufológica brasileira, temos que ter muito cuidado ao fazermos nossas declarações; temos que ter um profundo respeito por aqueles que vão ler nossos artigos. Não podemos hesitar em meio a um assunto cuja importância possivelmente ainda não foi devidamente compreendida – pelo menos por boa parte da Humanidade. Temos também que estar sempre prontos para reavaliar nossas opiniões sobre as experiências de qualquer contatado. E é fundamental mensurar com o máximo de cuidado cada informação: muita coisa publicada no exterior, e mesmo no Brasil, como verdade absoluta, após algumas investigações que fizemos, não passavam de boatos.
No exterior foram feitos ataques ao caso a partir dos mais variados interesses. Não podemos taxar um caso de fraudulento simplesmente porque não fomos nós os primeiros a apresentá-lo. Muito menos podemos ocultar opiniões de cientistas que tiveram a coragem de vir a público falar abertamente de suas descobertas. Afinal não foi isso que sempre esperamos da comunidade científica.