Algumas incríveis surpresas apareceram no meio dos agroglífos da “safra” de 2008, além de sua costumeira beleza. Entre elas está uma intrincada formação circular próxima de Barbury Castle, descoberta em 01 de junho, e uma figura peculiar, em formato de um número oito, surgida justamente no dia 08 de agosto, em Alton Barnes, ambas na região de Wiltshire, 90 km a sudoeste de Londres. A primeira tem de extraordinário o fato de ser uma representação do número Pi, o valor da razão entre a circunferência de qualquer círculo e seu diâmetro. O número, muito conhecido dos físicos e amplamente aplicado à engenharia, é a mais antiga constante matemática que se conhece. A segunda imagem assombra por seu formato: seria coincidência que as inteligências por trás deste fenômeno produzissem uma figura perfeita do número oito justamente no dia oito do mês oito do ano de dois mil e oito? Certamente, não. Este agroglífo, assim como o de Barbury Castle e tantos outros desta estação, é clara demonstração de que o mistério se intensifica e provoca ainda mais assombro.
A figura que lembra o número Pi foi encontrada em uma colheita de cevada em Barbury Castle, e a princípio era muito semelhante aos desenhos que sempre surgem no verão inglês. O agroglífo tem 95 m de diâmetro e foi inicialmente fotografado pela circóloga Lucy Pringle, que imaginou que se tratasse de uma referência a notas musicais, dispostas geometricamente. O estudioso Jeff Nills, por sua vez, achou que se tratasse de uma linha em espiral interrompida por sulcos inexplicáveis, também convergindo para o centro da imagem, representando alguns astros do Sistema Solar. Mas, para Mike Reed, astrônomo e adepto do estudo dos círculos ingleses desde 1996, a aparência insuspeita da imagem revelava algo mais do que espirais e notas musicais. Reed notou que, completando a figura e traçando raios nos sulcos do círculo, se obtinha uma figura geométrica que fornecia, através de relações entre seus ângulos e dimensões, o valor 3,141592654, que é justamente o conjunto dos primeiros algarismos do número Pi. Para um cientista habilitado em matemática, foi fácil notar que havia uma mensagem muito mais complexa do que se imaginava, e o que o desenho escondia em sua beleza.
A figura encontrada em 08 de agosto, em Alton Barnes, também tem uma explicação matemática. Inicialmente, acreditou-se que seria uma representação das fases lunares, iniciando-se na data de sua descoberta e encerrando-se no dia 16 do mesmo mês, quando houve um eclipse lunar. A figura mostra, no formato do número oito, esferas representando a Lua cheia e a nova, tal como se pensou de um agroglífo descoberto na Coréia do Sul, em 12 de junho deste ano, que ainda agrega a posição de outros corpos do Sistema Solar. Novos estudos indicam que a imagem é também igualmente mais complexa e pode ser uma mensagem de algo grande que se aproxima do Sistema Solar – e cogita-se numa interpretação do agroglífo à luz do Calendário Maia.
Seja como for,uma coisa as imagens têm em comum: a capacidade de nos surpreender. Passada a fase do ceticismo, quando a maioria das imagens podia ser atribuída a falsificadores – e de fato eles estavam por trás de muitas delas –, resta agora um fenômeno indiscutível, absolutamente fascinante, que representa uma forma avançada de comunicação entre outras espécies cósmicas e a raça humana. Embora não se saiba por que os desenhos em plantações de cereais ingleses – e também de outros países – foi a maneira encontrada por tais inteligências para chamar nossa atenção, uma coisa é certa: elas conseguiram o que queriam. É simplesmente inacreditável que algo como os círculos ingleses continuem a ocorrer desta forma, há mais de 25 anos, a cada novo verão europeu, e a humanidade ainda não tenha acordado para o seu significado.