Na fria noite de 14 de agosto de 2025, algo extraordinário aconteceu no pequeno povoado de Candioti, na província de Santa Fe, Argentina. Por volta das 22 horas, uma estranha luz branca, com reflexos violetas e comportamento anômalo, foi vista pairando sobre um campo nos arredores da comunidade rural. O episódio, que começou com relatos de vizinhos curiosos, rapidamente ganhou contornos de mistério e, posteriormente, de segredo de Estado. A misteriosa luz não apenas assustou os moradores, mas também provocou um comportamento inexplicável nos animais da região. Dias depois, o caso seria oficialmente classificado como “assunto de segurança nacional”, impedindo o acesso público aos documentos da investigação.

O Início do Mistério
Tudo começou quando o presidente comunal de Candioti, Sergio Oreggioni, recebeu mensagens de moradores relatando o aparecimento de uma “luz flutuante” sobre uma propriedade rural ao norte do povoado. Intrigado e preocupado, Oreggioni entrou em contato com a Comissaria 22 da localidade, solicitando o envio de uma viatura para verificar o que estava acontecendo. Quando o policial chegou ao campo indicado, foi recebido por um trabalhador rural visivelmente agitado, que acenava desesperadamente em meio à escuridão.
Segundo o relato registrado, o homem dizia que o gado estava “fora de si”. E de fato, ao se aproximar, o policial observou uma cena incomum: dezenas de vacas giravam em círculos, aparentemente hipnotizadas pela luz que pairava silenciosamente sobre o pasto. Cavalos corriam desorientados e batiam contra as cercas. A luminosidade, descrita como intensa e ao mesmo tempo suave, emitia pulsos brancos e violetas, e parecia flutuar a poucos metros do solo. O fenômeno durou cerca de cinco minutos. Em seguida, a luz se moveu lentamente, ganhou altitude e desapareceu sem ruído algum — sem explosão, sem rastros, sem fuligem. Assim que ela sumiu, os animais se acalmaram instantaneamente, voltando ao comportamento normal, como se nada tivesse ocorrido.

O Caso que Virou Assunto de Segurança Nacional
O relatório policial foi encaminhado às autoridades provinciais, que, por sua vez, consultaram instâncias superiores. Dias depois, investigadores e representantes da Comuna receberam a notícia de que o expediente referente ao caso havia sido colocado sob sigilo oficial, classificado como questão de “seguridad pública y nacional”. Essa decisão surpreendeu até mesmo a presidente do Centro de Estudos de Fenômenos Aeroespaciais (CEFORA), Andrea Pérez Simondini, uma das principais ufólogas argentinas, que tentou acessar o documento por meio da Lei Nacional 27.275 de Acesso à Informação Pública.

A resposta oficial, porém, foi taxativa: o pedido estava negado, com base em três normativas, a Lei Nacional 27.275, a Lei Provincial 14.256 e o Decreto 692/2009, que permitem o sigilo de informações quando o conteúdo é considerado sensível à segurança nacional. O expediente foi identificado pelo número 00101-0333678-6. Com isso, o caso de Candioti passou do domínio público para o segredo administrativo, despertando ainda mais o interesse da comunidade ufológica e de pesquisadores independentes.
Comportamento Animal e Fenômenos Luminosos
Casos de alteração de comportamento animal durante aparições de luzes não identificadas são amplamente relatados na literatura ufológica. Desde o século XX, investigações de campo apontam reações de pânico, confusão ou submissão em rebanhos diante de luminosidades intensas e silenciosas. O que ocorreu em Candioti segue esse padrão: animais descontrolados enquanto a luz estava presente, seguidos de calma absoluta após o desaparecimento.
Essas reações sugerem interferências eletromagnéticas ou ultrassônicas, capazes de afetar o sistema nervoso de espécies sensíveis, hipótese explorada em estudos sobre mutilações de gado e fenômenos similares nos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Ainda assim, não há consenso científico sobre o mecanismo envolvido, tampouco confirmação de que tais luzes sejam de origem tecnológica conhecida.
Hipóteses em Debate
Desde a divulgação parcial do caso, várias hipóteses foram levantadas. A mais evidente é a hipótese ufológica, defendida por parte da comunidade argentina de pesquisa, que vê na descrição do fenômeno, luz silenciosa, imóvel, efeitos sobre o ambiente e ausência de rastros, uma ocorrência clássica de natureza não convencional.

Outra linha de raciocínio sugere uma operação militar confidencial, envolvendo drones ou dispositivos de vigilância. A classificação de “seguridad nacional” reforça essa suspeita: seria possível que o que se viu em Candioti fosse um teste de equipamento de monitoramento aéreo? Contudo, o comportamento peculiar dos animais e a ausência de ruído enfraquecem essa teoria.
Há ainda hipóteses naturais, que envolvem o chamado earth light phenomenon, luzes produzidas por descargas elétricas no solo ou emissões de gás ionizado. Fenômenos semelhantes foram registrados em zonas tectônicas e campos magnéticos instáveis. No entanto, a duração do evento e o relato preciso de comportamento animal diferenciam o caso de Candioti de uma simples anomalia atmosférica.
Por fim, uma minoria de céticos propõe que o episódio possa ter sido um erro de percepção ou histeria coletiva. Porém, a presença de um agente policial e de registros administrativos oficiais indica que o evento foi considerado real pelas autoridades.
Um Ponto Fora da Curva: o Sigilo Oficial
O que mais intriga os pesquisadores é o fato de o governo ter classificado o episódio como “sigiloso”. Na maioria dos avistamentos de luzes ou objetos não identificados em zonas rurais, as investigações permanecem abertas e acessíveis. Ao recorrer ao sigilo de segurança nacional, as autoridades sugerem que o fenômeno envolveu, direta ou indiretamente, alguma variável sensível, seja tecnológica, estratégica ou política.
Para estudiosos da ufologia e da transparência pública, essa atitude cria um precedente importante: se um simples caso de luz rural pode ser classificado como segredo de Estado, quantos outros episódios semelhantes podem estar ocultos sob a mesma justificativa?
O Contexto Ufológico de Santa Fe
A província de Santa Fe não é estranha a fenômenos aéreos inexplicáveis. Nas últimas décadas, as cidades de Laguna Paiva, Nelson e Recreo registraram múltiplos relatos de luzes flutuantes, avistamentos de objetos cilíndricos e esferas luminosas sobre plantações. A região, de grande extensão rural e baixa poluição luminosa, é considerada um “ponto quente” da casuística argentina.
A própria Andrea Simondini já havia investigado eventos semelhantes em Entre Ríos e Buenos Aires, onde luzes coloridas foram registradas por câmeras de segurança. Em alguns desses casos, magnetômetros locais detectaram variações no campo magnético terrestre durante os avistamentos. O caso de Candioti, portanto, se insere em um contexto de recorrência e não em um evento isolado.
Mistério, Silêncio e Interrogações
O desaparecimento abrupto da luz, o comportamento anômalo do gado e a reação das autoridades compõem um enredo digno das melhores narrativas ufológicas. E, como em muitos casos semelhantes, o silêncio oficial alimenta ainda mais a curiosidade popular. Enquanto o expediente continua sob sigilo, a única certeza é o testemunho dos que estavam lá; e a sensação de que algo realmente fora do comum ocorreu naquela noite fria de agosto.
O episódio de Candioti nos recorda que o fenômeno ufológico, seja ele de origem extraterrestre, natural ou humana, continua a desafiar nossa compreensão do mundo. E quando o próprio Estado decide envolver o sigilo da segurança nacional, o mistério se aprofunda: o que, afinal, foi visto sobre aquele campo de Santa Fe? Uma luz comum? Um experimento militar? Ou uma visita de outro mundo?
O caso de Candioti se destaca por reunir elementos que raramente aparecem juntos: testemunhos diretos, interferência em animais, presença policial e sigilo governamental. Nenhuma explicação definitiva foi apresentada, e talvez essa seja justamente a força do mistério. Enquanto as autoridades mantêm silêncio, a luz de Candioti segue brilhando no imaginário popular, como mais um lembrete de que há fenômenos nos céus e nos campos que permanecem, até hoje, além da compreensão humana.




