No memomento em que o 3I/ATLAS, o objeto que astrofísico Avi Loeb, assim como o objeto que alguns cientistas, sugerirem que pode ser artificial, está se preparando para passar perto do Planeta Vermelho, a principal fonte de informação e contato da agência espacial ficou em silêncio .
Isso é relatado por um banner no topo do site e do blog oficial da NASA, que pararam de ser atualizados “devido à falta de financiamento”. O motivo é a incapacidade do Congresso de aprovar uma Lei de Dotações Contínuas (CR) antes da meia-noite de 30 de setembro, forçando uma paralisação parcial do governo.
A medida colocou mais de 15.000 funcionários da NASA em licença forçada, congelando a maioria dos programas científicos e todas as atividades de divulgação pública. Embora missões críticas, como a Estação Espacial Internacional (EEI) e satélites de segurança pública, continuem operando com pessoal essencial, as atividades de pesquisa e as comunicações foram interrompidas.
Uma coincidência suspeita
O impacto dessa pausa é sentido imediatamente na órbita de Marte. Segundo cálculos astronômicos, o objeto interestelar 3I/ATLAS deveria fazer sua maior aproximação de Marte precisamente em 3 de outubro de 2025, a uma distância de aproximadamente 29 milhões de quilômetros.
Este momento foi crucial. Os cientistas planejavam reorientar a sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA para usar sua poderosa câmera HiRISE e capturar imagens detalhadas do 3I/ATLAS. Esta observação foi considerada uma oportunidade única, visto que é extremamente difícil estudar o objeto da Terra neste momento devido à sua proximidade angular com o Sol.
Principais perguntas ainda sem resposta
Qual é o tamanho real do núcleo? Observações do Hubble colocam um limite superior de ~5,6 km para o diâmetro, mas o núcleo sólido ainda não foi diretamente resolvido
Qual é a forma, rotação e modo de rotação do núcleo? Devido à atividade e à coma brilhante, não se tem um padrão claro de variação de brilho que revele um período de rotação confiável.
Qual é a composição precisa e abundância dos voláteis internos? Já se detectou água (via emissão de OH) e uma atmosfera de CO₂ dominante (relação CO₂ / H₂O ≈ 8) pelas observações do JWST. Mas ainda é incerto, qual a fração de outros gases (CO, OCS, etc.); como esses gases estão distribuídos internamente; e se parte do gás vem de grãos de gelo na coma (fonte estendida) ou diretamente do núcleo.
Quando e a que distância da órbita solar 3I/ATLAS começou a atividade? Precovery com o TESS sugere que pode já ter estado ativo a ~6,4 UA do Sol — distância bastante grande para atividade com base em gelo de água. sso levanta dúvidas sobre os mecanismos que ativam a produção de gás e poeira tão longe.
Por que a atividade de gases é fortemente dominada por CO₂? A relação CO₂ / H₂O observada está entre as mais altas já vistas em cometas, o que sugere que esse objeto possa ter uma composição ou evolução diferente de cometas do Sistema Solar. Isso leva à pergunta: será que parte da água está “selada” sob uma crosta ou isolante, ou o calor não penetra bem no núcleo?
Quanta superfície está efetivamente ativa? Para que a produção observada de H₂O ocorra, estima-se que pelo menos ~20 % da superfície esteja ativa, considerando os modelos atuais.
Mas esse é um valor estimado e sujeito a revisões.
Qual foi sua origem — de que sistema estelar veio? A trajetória é hiperbólica, o que indica que veio de fora do Sistema Solar.
Mas especificamente: de que região da galáxia, de que tipo de disco galáctico (disco fino, discos espessos), e em que ambiente de formação? Essa questão é difícil de responder com os dados atuais.
Pode ele ser um objeto artificial ou tecnológico de origem extraterrestre? Embora a hipótese seja considerada como exercício por alguns (notadamente Avi Loeb), não há evidências diretas fortes que indiquem isso, e a maioria da comunidade científica considera que seja um objeto natural.
Ainda assim, perguntas persistem: há desvios ou comportamento “anômalo” que não possa ser explicado por modelos naturais? Ele poderia emitir luz própria ou ter mecanismos internos incomuns?
Como será seu comportamento ao passar pelo periélio e ao sair do sistema solar? Será que a atividade vai aumentar dramaticamente próximo ao Sol? Quanta massa será perdida? E após o ponto mais próximo do Sol: qual será a evolução do envelope de gás/poeira e o efeito da radiação solar?
Qual é a distribuição de partículas de poeira e grãos de gelo na coma e a estrutura da coma? A transição entre gás e partículas sólidas, a variação espacial da densidade da coma e possíveis jatos ou estruturas concentradas ainda são pouco caracterizadas.
O Objeto 3I/ATLAS, o terceiro visitante interestelar detectado, intrigou a comunidade científica com seu comportamento anômalo, incluindo uma assinatura luminosa incomum que não condiz com o reflexo de um cometa ou asteroide típico. A missão MRO buscou obter dados cruciais para solucionar o mistério de sua natureza.
Com a paralisação do governo, a maior parte da equipe científica e de apoio da missão foi enviada para casa. Embora as operações essenciais de hardware possam continuar sob a responsabilidade do pessoal dispensado, uma pequena fração dos principais engenheiros e controladores pode ter permanecido no local para monitorar a passagem do 3I/ATLAS e proteger os dados iniciais. No entanto, a supervisão detalhada, a análise aprofundada dos dados e a capacidade de responder imediatamente a eventos científicos cruciais estão severamente comprometidas, deixando uma das observações astronômicas mais importantes do ano em um estado de incerteza.
O futuro das missões espaciais e as principais revelações a serem feitas sobre o objeto interestelar dependerão da rapidez com que o Congresso dos EUA conseguir chegar a um acordo para restaurar o financiamento federal.
