Um forte sinal de rádio captado em 15 de maio de 2015 pelo radiotelescópio Ratan-600, instalado em Zelenchukskaya, e operado pela Academia Russa de Ciências, está sendo intensamente debatido e analisado pela comunidade científica mundial. O sinal tem um comprimento de onda de 2,7 cm, e uma amplitude de 750 milijansky (mJy), e é proveniente da estrela HD 164595, situada a 95 anos-luz de distância. Esse sol é semelhante ao nosso, com quase idêntico valor de metalicidade, e possui 0,99 massas solares. Sua idade estimada é de 6,3 bilhões de anos, e o telescópio espacial Kepler localizou um mundo alienígena com o porte de Netuno em órbita, possuindo um período de 40 dias. Exoplanetas do tipo são inadequados à vida, principalmente tão próximos de sua estrela, mas os cientistas afirmam que podem existir outros mundos em órbitas mais afastadas.
O cientista sênios do SETI, Seth Shostak, afirmou que o sinal é consistente com o que se espera seja enviado por uma civilização extraterrestres, caso esta fosse mais avançada que nós. De fato, caso esse sinal seja emitido em todas as direções, os alienígenas teriam que gerar 100 bilhões de bilhões de watts, centenas de vezes mais do que toda a energia solar que a Terra recebe. Caso o sinal tenha sido direcionado especificamente para nós, seu transmissor deveria ter uma potência de trilhões de watts, mais que o consumo energético de toda nossa sociedade terrestre. Tamanho dispêndio energético pode se dever, caso a hipótese de inteligência alienígena se confirme, a uma civilização Tipo II na Escala Kardashev, capaz de colher toda a energia de sua estrela, utilizando talvez um enxame de Dyson como o que se especula esteja sendo construído em outra estrela misteriosa, KIC 8462852 (confira nos links abaixo).
O Instituto SETI fez uma campanha de observação de HD 164595 no último 28 de agosto com o Arranjo de Telescópios Allen (ATA), sem ter conseguido até agora captar nada fora do comum na frequência apontada pelos russos. Os cientistas do projeto tentarão nos próximos dias oobservar outras faixas de frequência. Shostak afirmou que naturalmente torce para que alguma coisa interessante seja detectada, mas que considera mais provável que a fonte do sinal tenha uma explicação mais prosaica. Pode se tratar de interferência do sinal de algum satélite, ou alguma fonte natural de rádio. O SETI explica que quasares, pulsares, emissões estelares, fenômenos de microlentes gravitacionais e mesmo o gás interestelar de várias regiões da Via Lactea produzem sinais de rádio, mas não de banda estreita como se espera caso a fonte seja uma civilização alienígena. Fontes de rádio naturais costumam emitir em todas as frequências.
ALGUMAS QUESTÕES PARA SEREM RESPONDIDAS
Sabe-se que a equipe russa do Ratan-600 realizou 39 observações de HD 164595 e detectou o sinal somente uma vez. Ainda não foi explicado porque somente agora divulgaram essa detecção, desobedecendo aos protocolos da comunidade que busca sinais de rádio alienígenas, pois pode ter sido perdida a chance de captar novamente o sinal, em caso de repetição. Os russos afirmam que irão discutir sua descoberta no próximo mês durante o 67º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC) em Guadalajara, México. O fato de o caso só haver sido divulgado agora tem levado muitos especialistas e entusiastas na busca SETI a afirmar que o sinal pode de fato não ser tão interessante assim. Paul Gilster, do site Centauri Dreams e que afirma ter sido contatado por um dos membros da equipe russa, que lhe passou as informações, continua a defender a descoberta, afirmando: “Ninguém está alegando ser o trabalho de uma civilização extraterrestre, mas este sinal certamente vale a pena ser estudado”. Seth Shostak diz que é possível que a origem do sinal nunca venha ser descoberta, tal como a do famoso Sinal Uau de 1977. “Sem uma confirmação do sinal, podemos dizer somente que é interessante”, acrescentou.
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Saiba mais:
Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre
Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegaç&ati
lde;o. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.