J. Allen Hynek, possivelmente o maior pioneiro da Ufologia Mundial, tem uma das histórias mais extraordinárias desse campo de estudo, e um novo livro explora o trabalho e a obra desse grande personagem. The Close Encounters Man (Harper Collins, 2017) foi escrito por Mark O’Connell, que mantém o blog High Strangeness e escreveu o roteiro de vários episódios de Star Trek: Deep Space 9 (Jornada nas Estrelas: A Nova Fronteira). Na obra, O´Connell descreve como o astrônomo Hynek foi contratado em 1948 pela Força Aérea norte-americana (USAF) a fim de explicar relatos de observações de UFOs, dentro do Projeto Sign. Ele descobriu que a maior parte dos avistamentos se devia a fenômenos facilmente explicáveis, como objetos astronômicos e fenômenos meteorológicos.
Porém, cerca de 20% dos casos não puderam ser explicados. Hynek os deixou de lado, confiando que em pouco tempo poderiam ser desvendados com o mesmo tipo de explicação. Ele assinou seu relatório e voltou a lecionar nas universidades Ohio State e Wesleyan. Poucos anos depois ele foi novamente procurado pela USAF, e o astrofísico ficou espantado pelo fato de as pessoas ainda estarem vendo essas coisas. E ficou mais curioso pelo fato de os mesmos 20% de casos mais novos continuavam inexplicáveis. Hynek passou a se interessar, proferindo em 1952, em um evento em Boston da Sociedade Óptica da América, o seguinte: “Isso é algo que precisamos estudar, que pode representar um campo inteiramente novo da natureza, e como cientistas deveríamos estar curiosos o suficiente para estudá-lo”. Anos depois, em 1966, quase uma centena de pessoas observou em Michigan a movimentação de estranhas luzes, causando um furor nacional.
A USAF enviou Hynek para investigar, e este afirmou após três dias de intensa investigação que tudo se devia a gás do pântano. As reações em contrário por parte das testemunhas foram vigorosas, e muitos afirmam que esse foi o caso que motivou J. Allen Hynek a trocar de lado, chegando até a afirmar que não iria mais “livrar a cara” da USAF. O professor chegou ainda a afirmar, novamente para a Sociedade Óptica: “O ridículo não é parte do método científico, e o público norte-americano não deveria ser levado a acreditar nisso”. Hynek fundou em 1973 o Centro de Estudos de UFOs (Cufos), que até meados dos anos 80 teve um papel fundamental no estudo do Fenômeno UFO, sendo financiado até mesmo por instituições científicas. Disputas no meio ufológico e até mesmo o falecimento de Hynek em 1986 não permitiram que este realizasse seu maior objetivo, dar credibilidade ao estudo do Fenômeno UFO para ser pesquisado no meio acadêmico.
POLÊMICA NA UFOLOGIA MUNDIAL
Mark O´Connell explica: “Hynek observou que um meteorologista não pode estudar um tornado em um laboratório, somente seus resultados. Ele pensou a mesma coisa sobre os UFOs, é necessário ser criativo quando se pesquisa algo tão fora do comum como eles, que até parecem deliberadamente tornar mais complicado seu entendimento”. O autor ainda comenta que Communion, livro de Whitley Strieber, foi lançado um ano após o falecimento de Hynek, e mudou por completo o entendimento da Ufologia Mundial. Strieber era um escritor de obras de terror que na época rivalizava com Stephen King, e muitos foram os que o acusaram de mentir sobre suas experiências ufológicas. O´Connell ressalta a polêmica, dizendo: “Não sabemos se essa mudança foi na consciência, ou em nós mesmos”.
Questionado sobre para qual lado J. Allen Hynek tenderia, se a credulidade ou o ceticismo, O´Connell coloca o grande pioneiro entre Carl Sagan e Erich von Däniken, pendendo mais para Sagan, sendo que os dois combateram fortemente os charlatães e mistificadores que infestam a Ufologia. Porém o autor afirma que Hynek seria crítico de Sagan por suas opiniões sobre os UFOs. O´Connell defende a aproximação com a ciência, lembrando das descobertas de exoplanetas e até mesmo da Estrela de Tabby, que pode abrigar uma megaestrutura alienígena, e finaliza: “O estudo dos UFOs não torna ninguém tolo, e sim mostra que essa pessoa tem interesse em aprender mais sobre o mundo ao nosso redor, encontrar as fronteiras da ciência e estudar coisas que a ciência ainda não consegue explicar. Acredito que esse é um ótimo ponto de vista para qualquer cientista”.
Site do Centro de Estudos de UFOs (Cufos)
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Livro: Guia da Tipologia dos UFOs
Há milênios somos visitados por incontáveis raças extraterrestres, que usam para o seu deslocamento até a Terra dos mais variados tipos de veículos espaciais. Os registros do acompanhamento que fazem estas espécies cósmicas são abundantes e têm milhares de anos. São igualmente inúmeras as formas e características dos veículos que tais visitantes usam para fazer sua cuidadosa prospecção de nosso mundo, de nossos recursos e de nossa população. Guia da Tipologia dos UFOs mostra com riqueza de detalhes como são numerosos os tipos de objetos voadores que vêm até aqui, talvez tanto quanto seus planetas de origem.