Um estudo publicado no arXiv.org tem causado polêmica na comunidade científica. Nele, os astrônomos E. F. Borra e E. Trottier, da Laval University no Canadá, descrevem como analisaram o espectro de 2,5 milhões de estrelas do Sloan Digital Sky Survey, um importante catálogo astronômigo, e encontraram 234 sóis que estão se comportando de forma estranha. Borra já havia publicado um trabalho em 2012, afirmando que se uma civilização extraterrestre desejasse entrar em contato conosco, faria sentido emitir poderosos pulsos de raios laser que teriam características claramente não naturais.
O astrônomo afirma ainda que a energia necessária para essa iniciativa não atingiria montantes por demais elevados. Ele sugeriu inclusive que, se quiséssemos fazer o mesmo, poderíamos utilizar tecnologia já existente, como o Laser Helios do Laboratório Nacional Lawrence Liveermore. Borra e Trottier afirmam que as 234 estrelas que localizaram se comportam exatamente da forma predita pelo primeiro em seu artigo de 2012. Esses sóis se enquadram nas classificações F2 e K1 do espectro, mesma categoria de nosso Sol. Os dois apontam cinco possíveis explicações para seu achado: erros nos dados ou instrumentos, transições rotacionais nas moléculas, transformações Fourier nas linhas espectrais, pulsações rápidas, e sinais de civilizações alienígenas. As explicações mais prováveis, para Borra e Trottier, são erros nos instrumentos ou dados, ou inteligências extraterrestres.
Predições fazem parte da elaboração de teorias científicas. Uma teoria se mostra mais sólida à medida que consegue prever fatos baseada em seus pressupostos. Um exemplo é a Relatividade de Eistein, absolutamente correta diante de todas as descobertas que têm sido feitas nesse campo até hoje. Os sinais descobertos pelos dois astrônomos são pulsos de luz separados por intervalos constantes, muito semelhantes aos previstos no artigo de Borra de 2012. Ambos reconhecem que a hipótese da inteligência extraterrestre é improvável, afirmando: “Neste estágio, esta hipótese precisa ser confirmada por novos trabalhos de verificação”. Essa análise independente por outras partes, claro, é habitual no método científico.
CRÍTICAS DA COMUNIDADE CIENTÍFICA
O Centro de Pesquisa SETI já fez um anúncio a respeito: “Os objetos de espectro incomum encontrados por Borra e Trottier, em uma porcentagem de um para 10.000, são certamente dignos de estudo adicional”. O projeto Breakthrogh Listen, do qual faz parte o físico Stephen Hawking, também pretende investigar as alegações utilizando o telescópio Localizador Automático de Planetas do Observatório Lick a fim de observar com seu espectrógrafo as características dos distantes sóis que podem ser lares de civilizações alienígenas. O Breakthrough Listen, entretanto, permanece muito cético quanto às alegações de Borra e Trottier, conferindo a seu artigo uma nota de 0 a 1 na Escala Rio. Esta foi apresentada no 51º Congresso Internacional de Astronáutica, realizado no Rio de Janeiro em outubro de 2000, e vai de 0, nada, até 10, extraordinário, na classificação das evidências de civilizações alienígenas. O trabalho dos dois cientistas está sendo cuidadosamente analisado e vale lembrar da célebre frase dita pelo saudoso Carl Sagan: “Alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias”.
Confira o artigo de E. F. Borra publicado em 2012
Leia o artigo dos dois astrônomos
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Saiba mais:
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Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.
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