Após a histórica passagem da nave New Horizons por Plutão, as atenções retornam a outro planeta anão, situado muito mais próximo de nós, no Cinturão de Asteroides: Ceres. A nave Dawn, também da NASA, deve chegar pela metade de agosto a sua nova órbita científica, a 1.500 km de distância de sua superfície. Nesse meio tempo, a agência espacial liberou um novo vídeo, feito com imagens obtidas pela sonda, revelando detalhes inéditos desse mundo. Também foi divulgado um mapa do planeta anão, onde várias de suas características geográficas receberam nomes. A cratera onde se observam misteriosas regiões brilhantes recebeu o nome de Occator.
Occator tem 97 km de diâmetro, e uma profundidade de 3,2 km. Os instrumentos da Dawn confirmaram que existe alguma emissão gasosa ocorrendo ali, pois uma névoa preenche a cratera, cuja natureza ainda não foi compreendida. O que já se sabe é que o gás sublimado não é até o momento consistente com as propriedades de gelo de água, um dos candidatos a explicar o material brilhante. Os cientistas da missão prosseguem analisando os dados e discutindo teorias, e agora comparam o brilho dessas regiões com as propriedades refletivas de sais. Porém, a natureza desse material ainda não foi identificada, e espera-se que novas imagens em alta resolução auxiliem a desvendar o mistério.
Outro elemento que despertou muito interesse é uma montanha isolada de 6,4 km, que pelo seu aspecto recebeu o nome de Pirâmide. É um um dos mais altos acidentes geográficos em Ceres, e tem despertado a curiosidade dos cientistas por não estar associada a uma cratera, além de exibir trilhas brilhantes em um dos lados. Espera-se que imagens mais próximas também ajudem a desvendar sua natureza. Outro motivo de admiração é o fato de modelos teóricos haverem previsto uma quantidade de crateras em Ceres que não foi confirmada pelas observações até o momento. O número de crateras é somente 10% do previsto, e os cientistas ainda buscam meios de explicar como isso é possível, principalmente por Ceres estar situado no Cinturão de Asteroides.
PROSSEGUE A INVESTIGAÇÃO
Plutão também surpreendeu os cientistas com vastas áreas livres de crateras, e sabe-se que vulcanismo e terremotos podem desfazer essas formações. Contudo, não há evidência de Ceres ser geologicamente ativo, e uma das possíveis explicações pode estar em sua constituição. O planeta anão é composto de 30% de gelo, e se aquecido um pouco, mas não o suficiente para derreter. Assim, o gelo presente no subsolo se torna flexível, e seu movimento pode ser mais que suficiente para apagar crateras produzidas por impactos de meteoros e outros corpos. Ceres é considerado um vestígio da época de formação do Sistema Solar, e sua pesquisa pode revelar informações vitais para aprendermos a respeito da história de nosso lugar no Cosmos. A missão Dawn foi lançada em setembro de 2007, e a nave orbitou o asteroide Vesta entre julho de 2011 e setembro de 2012. Utilizando propulsores iônicos, a Dawn chegou a Ceres em março de 2015, e deve chegar a sua nova órbita científica, a 1.500 km de altitude, por volta da metade de agosto.
Confira neste link mais um vídeo, um mapa e as características de Ceres
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